POV: AIRYSMeus olhos estavam arregalados. O vento rugia ao nosso redor, bagunçando a pelagem imponente de Fenrir. Na escuridão, apenas seus olhos brilhavam, vermelhos, fixos em mim.Seu focinho se ergueu na minha direção, farejando.Instintivamente, recuei a mão.— Há lendas que dizem que somos ligados aos nossos ancestrais através dos sonhos. — O lobo rosnou grave.Ele começou a caminhar lentamente ao meu redor, um predador marcando território. Suas enormes patas afundavam na neve, deixando rastros profundos na fauna congelada.— Podemos ver o passado, nos conectar a eles… e até mesmo descobrir seus segredos.Engoli em seco, sentindo meu peito apertar.— E-eu… não sabia disso. — Minha voz falhou.Segui seus movimentos, girando meu corpo para acompanhá-lo, sem nunca lhe dar as costas.— Ouvimos uma voz assim que entramos no banheiro, pequena presa. — Ele sacudiu o corpo, espalhando a neve acumulada em sua pelagem densa. — Daimon queria evitar nosso encontro tão cedo. Mas, graças à lu
POV: DAIMONFenrir não pedia. Ele tomava.Nas noites de lua cheia, sua fome era absoluta. Meu pai, a antiga casca da minha fera, costumava dizer:"A natureza de Fenrir é indomável. Ele é um lobo primitivo, feroz e insaciável. Mas é astuto. Sabe o que quer. Complete o elo e tornem-se um só."Fenrir me guiou até aquele leilão. Eu não deveria estar lá, mas algo nos chamava. Quando vi a pequena humana, tudo fez sentido. O cheiro dela... o gosto daquela noite ainda estava em mim. Nós a procurávamos. Desde então.E ali estava ela.Seu medo era palpável, um perfume agridoce que me instigava ainda mais. Mas não era só isso. Ela era diferente. Não se curvava, não se encolhia como as outras. Havia algo mais fundo, algo quebrado, mas que ainda lutava para ficar de pé."O destino nos trouxe a escolhida. A de milênios esperada." Fenrir rugia em minha mente, inquieto.Bastou um olhar para entender.Os olhos dela... um dourado intenso, selvagem. Uma mistura de resistência e temor. Havia medo ali, ma
POV: DAIMONDesgraçado.Um rugido baixo reverberou em meu peito. Fenrir avançou em minha mente, seu instinto sedento por sangue assumindo parte da minha visão.Airys percebeu. Seus olhos se arregalaram por um segundo antes de recuar, parando atrás da poltrona."Eles devem pagar por isso!" Fenrir rugiu.— Parece que sou imune à maldição lupina, rei Lycan. — Ela suspirou, os dedos apertando o estofado. — Se me comprou para me transformar, deveria pedir seu dinheiro de volta... ou me eliminar de uma vez.Franzir o cenho— Como é possível? — Questionei a Fenrir mentalmente."Há apenas uma resposta, e você já sabe qual é." Ele soou satisfeito, recuando, se deitando sobre as patas. "Ela é diferente."Meus olhos se estreitaram.— É isso que deseja? — inclinei a cabeça de lado, deslizando as mãos nos bolsos. — Ser entregue à sua antiga alcateia?— Não. — A resposta veio sem hesitação, firme. Airys sustentou meu olhar. — Eles não são meu povo.— Ah, os humanos. — Estalei a língua constatando,
POV: AIRYSO calor do seu corpo era viciante. A temperatura parecia ter subido de propósito quando deitei minha cabeça em seu colo.Eu sabia que estava me arriscando demais, porém, não me importava. Preferia isso a morrer de frio mais uma noite. Se até no inferno as almas eram aquecidas, por que eu, uma mera prisioneira humana, deveria congelar?"É quente... é seguro..." Minha mente repetia, embalada pelo cansaço, me puxando para longe, para a inconsciência.No último lampejo de lucidez, senti meu corpo se aconchegar mais, enlacei mais meus braços em suas pernas grossas, buscando instintivamente mais calor. Um arrepio percorreu minha pele quando um sussurro grave roçou meu ouvido:— Pequena, não sou alguém digno de se apegar...Seus dedos se infiltraram em meus cabelos, afundando nos fios em uma massagem lenta, prazerosa, que me arrancou um suspiro involuntário. Seu cheiro me envolveu por completo, quente e denso, como se impregnasse minha pele.De repente, tudo ao meu redor mudou.Pi
POV: AIRYSMeus olhos se arregalaram. Acima de mim, havia um enorme lobo branco que enfiou o focinho na água, me observando com intensidade.— Quem era sua mãe? — A voz ecoou.Minhas sobrancelhas se franziram, o medo se misturando com a confusão. Meus músculos relaxaram e, de repente, a água não parecia mais me sufocar. Ela deslizou contra minha pele, me envolvendo de forma estranhamente reconfortante.Ao meu redor, imagens tomaram forma. Minha mãe e eu brincando no jardim da nossa antiga casa. Eu devia ter uns cinco anos. Ela sorria, os olhos cheios de amor e tristeza.— Chegará o momento em que saberão quem você realmente é, minha menina. — Sua voz soava suave, apesar do peso por trás das palavras. — Quando isso acontecer, me prometa que fugirá para bem longe, sem olhar para trás.— Mas e você, mamãe? — A pequena choramingava, soluçando. — Eu não posso te deixar sozinha, o papai é cruel.— Eu estarei segura se você estiver segura. — Ela me puxou para seus braços em um abraço apertad
POV: DAIMON"Eu disse que ela te odiaria." Fenrir riu em minha mente, provocador. "Vai contar a verdade?"Ignorei sua provocação e foquei na mulher à minha frente, com os olhos em chama.— Você vai congelar aqui fora. — Minha voz saiu grave, um rosnado de impaciência. Seu corpo tremia, os lábios arroxeados, a raiva vibrava em minhas veias, mas não era dela que sentia."É de nós." Fenrir estalou a língua. "Interessante."Estendi a mão e toquei seu braço, sentindo a pele gelada sob meus dedos quentes. Airys se afastou em um movimento brusco, recuando alguns passos.— Não seja teimosa, pequena. — Advertir, ciente de que não toleraria mais desobediências.— Eu não vou com você! — Gritou, ofegante com a respiração pesada pelo ar denso, as narinas dilatadas. Seus punhos cerrados, os olhos faiscando em desafio. — Se eu vou morrer de qualquer jeito, então que seja da minha forma!"Você realmente a irritou." Fenrir bufou, divertido.Cerrei o maxilar, sentindo a fúria borbulhar sob minha pele. M
POV: DAIMON— Você me pertence! — Declarei em um rosnado feroz, deslizando o tecido para o lado, expondo-a por completo. Airys ofegou, arqueando o corpo no instante em que minha língua tocou seus mamilos rígidos. Ela gemeu, puxando meus cabelos com força, tentando controlar a própria reação.Não deixei.— Não pequena, eu quero tudo. — Mordi, a obrigando jogar a cabeça para trás estremecendo por completo.Segurei sua cintura, mantendo-a imóvel enquanto sugava seu seio com voracidade, alternando de um para o outro, mordendo, chupando, provocando. Quando juntei ambos, passando a língua devagar entre eles antes de abocanhá-los de novo, ela vibrou, soltando um gemido abafado.— Daimon... — Suplicou, dengosa.Subi por sua pele, mordiscando e chupando seu ombro, demorando ali, desejando a marcar. Mas ainda não, deixei marcas suaves que só sairiam dias depois. Marquei seu pescoço, o queixo, até que cravei os dentes ali, deixando um aviso.Ela fadigou, descompassando a respiração rápido, morden
POV: AIRYSFiquei um tempo encolhida no box do banheiro, sentada sob a água quente, tentando controlar minhas emoções. Meu corpo parecia quente demais agora, e quase senti falta da neve fria lá fora.— Como posso desejar um monstro como ele? — Sussurrei, erguendo o rosto sob o chuveiro, desejando que a água levasse minha confusão pelo ralo. — Deusa, estou enlouquecendo.Sai do banho e parei em frente ao espelho. Minha pele ainda formigava onde suas mãos haviam tocado. Virei o pescoço de lado e vi as marcas — chupões e mordidas — contrastando contra minha pele pálida. Um arrepio percorreu minha espinha quando passei a ponta dos dedos sobre elas."Marcando como sua."Minha mente ecoou aquelas palavras e um calor percorreu meu ventre.— Eu não sou dele! — Con