POV: AIRYSFiquei um tempo encolhida no box do banheiro, sentada sob a água quente, tentando controlar minhas emoções. Meu corpo parecia quente demais agora, e quase senti falta da neve fria lá fora.— Como posso desejar um monstro como ele? — Sussurrei, erguendo o rosto sob o chuveiro, desejando que a água levasse minha confusão pelo ralo. — Deusa, estou enlouquecendo.Sai do banho e parei em frente ao espelho. Minha pele ainda formigava onde suas mãos haviam tocado. Virei o pescoço de lado e vi as marcas — chupões e mordidas — contrastando contra minha pele pálida. Um arrepio percorreu minha espinha quando passei a ponta dos dedos sobre elas."Marcando como sua."Minha mente ecoou aquelas palavras e um calor percorreu meu ventre.— Eu não sou dele! — Con
POV: AIRYSDaimon me puxou para frente, nossos corpos quase colados. Em um movimento sem esforço, me ergueu, segurando-me com facilidade. Meu coração acelerou. Peguei o que precisava, quando ele me desceu lentamente, sem pressa, me mantendo à sua frente. Seu olhar terroso, semicerrado, me analisava com atenção. Havia algo ali, um interesse silencioso, como se estivesse tentando decifrar o que eu era.— Você... — gaguejei, engolindo em seco. — Já pode me soltar.Mas ele não se moveu.O calor de seu corpo me envolvia, sua presença dominante tornava o espaço entre nós inexistente. O poder Lycan vibrava ao nosso redor, arrepios percorriam meus braços até a nuca.— Alfa...— Seus olhos. — Daimon me interrompeu, inclinando o rosto para mais perto.
POV: AIRYSA panela apitou, e corri para desligá-la, aproveitando para me afastar. Eu precisava de espaço.O que ele estava fazendo?Por que agia assim?Droga. Era mais fácil quando me caçava. Ao menos, eu sabia que queria me devorar."E ainda não quer?" Minha mente provocou maliciosamente. Bufei, irritada.Preenchi nossos pratos e coloquei a sua frente. Ele continuava ali, relaxado, recostado na cadeira como se nada no mundo pudesse incomodá-lo.— Vossa Majestade, seu jantar. — Fiz um gesto dramático.Suas sobrancelhas se juntaram ligeiramente. Ele não riu. Apenas me observou com aquela paciência afiada.— Aproveite a refeição.— Você faz piadas quando está nervosa. — Ele
POV: AIRYSMinhas mãos tremiam levemente quando me soltei de seu aperto.— Impaciência é uma característica forte dos Alfas. — Arfei baixinho, tentando recuperar o controle. — Podemos jogar em frente à lareira. Está esfriando.Afastei-me, sentindo seu olhar pesado em minhas costas. Ele me seguiu sem pressa, segurando a garrafa. Me acomodei no tapete felpudo, a cor marfim contrastando com minhas roupas escuras. Peguei a garrafa e a posicionei no centro.Daimon se sentou à minha frente, encostado no sofá, e abriu uma garrafa de uísque. O líquido âmbar encheu os copos. Lancei um olhar interrogativo.— Há regras no seu jogo que impeçam o consumo de álcool? — Seu tom carregava sarcasmo.— Não. — Suspirei, pegando o copo e bebendo um go
POV: AIRYS— Integridade e lealdade para as pessoas erradas, humana. — Daimon ponderou, recostando-se. Eu girei a garrafa, sentindo o coração acelerar quando ela parou, mais uma vez, apontada para mim.Só podia ser carma. Sem sorte no amor e com azar no jogo.— Parece que o destino não sorri para você, pequena. — Ele estalou a língua com presunção e ergueu o copo em minha direção. Franzi o cenho, mas tomei o líquido de uma vez, sentindo o calor descer pela garganta.— Você não denunciou as torturas feitas em seu corpo, mas estava disposta a expor seu marido e sua irmã ao Conselho Lupino por traição. Mesmo sabendo que a punição poderia ser apenas o exílio e a perda de título, você hesitou quando agarrei o pescoço de Malik para matá
POV: DAIMONEm um impulso, ela se inclinou e me beijou, com ansiedade, desespero e desejo. Rosnei contra seus lábios carnudos ao sentir seu corpo se mover sobre o meu, pressionando-se contra mim."Ousada, decidida..." Fenrir apreciou em deleite. "Tão nossa."Ela ofegava contra minha boca, mordiscando meus lábios inferiores, sugando o sangue quando os cortava levemente. Abri os olhos e encontrei os dela, intensos, amarelos cintilantes, vibrantes, quase selvagens.Deslizei a mão por sua nuca, puxando seus cabelos, enquanto a outra apertava sua cintura, trazendo-a ainda mais para mim. Nossa respiração ficou rápida, ambos ofegantes, sem querer se afastar.Droga, se essa pequena ousada continuasse assim, não seria possível manter o controle."Deixe que ela nos tenha!" Brandou meu lobo em minha mente. "Ela nos deseja, anseia por isso."— Ela está triste e confusa. — Rosnei de volta, em resposta pela mente. — Não será assim.Em um movimento rápido, a virei no chão, prendendo seus pulsos acim
POV: AIRYS— É claro. — Murmurei quase sem voz, atravessando o quarto apressada. Meu corpo parecia mover-se sozinho, em fuga. Pulei na cama e puxei as cobertas sobre mim, querendo desaparecer. Da vergonha. Da rejeição. Dele.O peito apertou, e as lágrimas queimaram ao rolar pelo meu rosto. Funguei, engolindo soluços enquanto enterrava o rosto no travesseiro.— O que eu estava pensando? — Minha voz saiu abafada, mas cheia de amargura. — Achei mesmo que o Alfa Supremo se interessaria por uma humana? — Cuspi as palavras, sentindo o gosto amargo da humilhação. — Só porque abri meu coração? Só porque expus meus sentimentos?Minha própria mente zombava de mim, martelando implacável: "Achou mesmo que ganharia algum jogo com rei Lycan?"— Eloy tinha razão. — Sussurrei, a voz falhando. Apertei o travesseiro contra mim, tentando conter o choro, mas era impossível. — Sou completamente patética.“Mas vimos o desejo em seus olhos, o sentimos desperto e viril.”A respiração pesada, a tensão entre n
POV: DAIMONA pequena presa caminhava em silêncio atrás de nós, evitando qualquer contato visual. O som de seus passos era leve, quase inaudível, mas seu aroma adocicado nos cercava e inebriava.“Não achei que o silêncio dela incomodaria mais do que quando tagarelava.” Rosnou Fenrir, sua voz rastejando em minha mente com um tom de tédio e irritação. “Acho que a quebramos.”Bufei, impaciente, lançando um olhar sobre os ombros para observá-la. O jeito como mantinha a cabeça baixa e os punhos cerrados me despertava algo entre o desdém e a provocação.— Humanos não podem ser assim tão frágeis. — Murmurei, o desprezo escorrendo da minha voz.“Parece que são.” Fenrir bocejou, debochado. “Deveríamos ter dormido ao lado dela, ao invés de ficarmos em seus pés na minha forma lupina.”Revirei os olhos. A insistência de minha fera em permanecer próximo à coelha estava começando a me irritar.— Isso é culpa sua. — Respondi seco. — Ficar colado nela como uma sombra só a deixou mais acuada.Fenrir r