Levantou-se e apontou a pistola.
— Sente-se, Patrícia. Sente-se, senão irei atirar. Vamos!
— Mas… por que, Macto? O que eu f-fiz de errado?
— Não p-pretendo matá-la. Por favor, sente-se. Quero apenas desabafar. VAMOS! OBEDEÇA, GATA!
Patrícia, os olhos marejados, sentou-se. Estava pálida e as mãos tremiam. Olhava para ele, incrédula.
— Eu te amo, Macto — ela revelou, emocionada. — Não sei quem você é, nem o que fez, mas te amo. Amei desde a primeira vez em que coloquei os olhos em cima de você, no restaurante.
De pé, olhava para ela. Uma lágrima desceu por sua face, sem que pudesse evit
JODERYMA TORRES A LOIRA DA FAÍSCA "A LOIRA DA FAÍSCA", de Joderyma Torres. Publicado no excelente site BUENOVELA
Notícias publicadas no jornal “Verdade Suprema”, o maior da cidade praiana chamada de “FT”: Dia três de agosto — ESTUPRO E ASSASSINATO: foi encontrado, na tarde de ontem, num terreno baldio do bairro “FT-7.1”, zona noroeste, o corpo da estudante Adriana Perude Hausth, de 16 anos. O cadáver estava nu e evidenciava sinais de ter sido estuprado. Segundo o investigador Rodrigo, responsável pelo caso, o agressor, de modo cruel, primeiro dopou a garota com clorofórmio; depois, a arrastou para o terreno; em seguida, a estuprou; por fim, a matou com um tiro de pistola na nuca. Nada foi roubado, da vítima. Ninguém foi preso, até a presente data. A polícia prometeu intensificar as investigações. Dia cinco de setembro — GAROTA ENCONTRADA MORT
Saiu de casa às duas horas da madrugada do sábado, dia três. Vestia uma camisa de algodão, de mangas curtas, calça de brim, meias e um par de sapatos de couro. Todos pretos! Quem o visse, naquele instante, poderia pensar tratar-se de um emo ou gótico, aqueles sujeitos malucos e afeminados que costumavam sair na noite, à procura de prazeres bizarros e proibidos. Que assim pensassem! Não se importava com isso. Despertaria os olhares curiosos, obviamente, porém não olhares desconfiados, o que era essencial para o êxito de sua missão. Decidido, abriu a porta da garagem e depositou a mochila preta no banco do lado do Uno vermelho-sangue, de duas portas, seu “amigo” de longas datas. Era um carro usado, velho até, sem som e ar-condicionado, mas que possuía um ótimo motor e a potência suficiente para n&a
— Tô estourando, compadre. Rá, rá, rá! — Tu é foda, meu! Eh, eh, eh! Avistou dois garotos, ambos na faixa dos 17 aos 20 anos. Um era alto, loiro e magro; o outro, moreno, baixo e também magro. O mais alto segurava uma lata de cerveja. Os dois se posicionaram, cambaleantes, de frente para a parede da loja, a dois metros da calçada, e começaram a mexer nos zíperes de suas calças. Ao mesmo tempo, conversavam, soltando piadas sem graça e dando risadas esganiçadas, enquanto passavam a lata de um para o outro. De repente, o mais alto, sem deixar de urinar, parou de falar e olhou para os fundos do terreno. Teria ouvido algum ruído? Naquele instante, seu pescoço fino girava a cabeça cabeluda e seus olhos asquerosos v
Escondeu-se atrás da árvore mais ao fundo e esperou, tenso, refletindo que não estava tendo sorte, naquela noite. Aquilo não estava previsto nos seus planos minuciosos. Fazer o quê? Suspirou e ficou alerta, de olho nelas. A guria mais alta, entre risos, entrou no mato. Postou-se de costas para ele (a míseros três metros! — não o viu, claro) e baixou a bermuda e a calcinha. Agachou-se, então, para urinar. Uma cena erótica, que alimentou sua imaginação libidinosa. A branquinha ficou a um metro da mais alta, postando-se de pé, na entrada do matagal, de braços cruzados. A pele alva se destacava, na semi-escuridão. Vendo-as, não demorou a sentir o doce (e forte) aroma de seus perfumes. Perfumes baratos, com certeza, mas que provocaram, em sua libido, um efeito devastador! Vendo aquele par de seios enormes,
Foi um retorno tortuoso, angustiante, sufocante! Queria correr, para sair dali o mais rápido possível. Sair antes que as garotas despertassem; sair antes que dessem pela falta do casal; sair antes que algum morador insone (que poderia ter ouvido os gritos) viesse verificar o que tinha acontecido. Mas não correu. Apenas andou, apressadamente, atento aos menores ruídos. Teria ouvido uma janela bater? Teria visto uma pessoa observando suas ações, de dentro de uma daquelas casas? Alguém teria visto tudo? Estaria sendo seguido? Olhou para trás, apavorado! Nada viu. Os jovens estavam distantes, nos bares. Um cachorro latiu, ao longe. Um carro buzinou. Alguém tossiu. E se aparecesse uma viatura policial, naquele instante? — Acalme-se, seu babaca — murmurou, para voltar à calma. — Acalme-se, seu imb
Blém, blém! Acordou assustado, os olhos arregalados, sem saber onde se encontrava. Estaria num buraco, repleto de sombras sinistras por todos os lados? Preso por correntes? Que barulho era aquele? Seria o chamado do demônio? Ou o som da perdição? Sua desorientação durou alguns segundos. Depois, reconheceu os contornos do quarto (seu aconchegante quarto!) e se acalmou. Não havia buraco nem sombras sinistras. Não havia demônios! Sentou-se na cama de casal e esticou os braços, espreguiçando-se. Bocejou. Olhou o visor do relógio: 7h55min. Blém, blém! Novamente a campainha. Seria a polícia? Estariam os malditos policiais ali, prontos para levá-lo? Impossível,
O trânsito estava tranquilo, naquela manhã de sol. Era um sábado realmente agradável. Mesmo assim, levou quase uma hora para chegar a seu destino. Manteve velocidade moderada, de modo a facilitar as coisas para o sujeito de bigode, que o seguia, lá atrás, no comando do caminhão-baú. Percorreu várias ruas, rotatórias e avenidas, até alcançar a ponte Tex Wint, de 120 metros de extensão, sobre o rio Buril. Deixou a ponte para trás, percorreu 200 metros da larga avenida Dézio Khisp e virou à direita, entrando na rua Alípio Tunner. Rua esta que possuía um aclive inicial de 20 metros, para depois ficar plana. Seguiu em frente e virou à direita, entrando na segunda rua, a rua Péricles Avron. A sua rua! Seu novo e maravilhoso lar! Era uma rua alta, estreita e sem saída,