CAPÍTULO 24

      Por que a pergunta? O que se passaria naquela cabeça vertiginosa? Naquela mente curiosa? Ela teria desconfiado de algo? O que deveria responder? Sentiu, naquele instante, muita vontade de dizer que era ateu e que nem Deus nem Alá nem outros deuses existiam, que a estória de Jesus Cristo não passava de uma lenda maluca criada por diversas civilizações, que a Bíblia era um livro preconceituoso e mentiroso (por ter sido escrito por psicopatas machistas, insanos, preconceituosos e mentirosos, segundo sua ótica) e que o Natal não passava de mais um feriado, onde as pessoas aproveitavam para comer, beber e confraternizar.

      Além disso, sabia que não fazia diferença vestir branco ou preto ou vermelho; não fazia diferença rezar ou blasfemar; e, acima de tudo, não fazia a menor diferença adorar deuses inexistentes.

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