Abri os olhos e observei o cenário ao redor: estávamos em um deslumbrante jardim diante de um lago repleto de peixes, embalados por canções antigas que permeavam o ambiente. O líder da alcateia estava de pé, estendendo as mãos para me auxiliar a levantar.— Onde estamos? — indaguei, arqueando as sobrancelhas, perplexa.— Creio que tenhamos adentrado os pós vida dos ancestrais... — ele respondeu, examinando o entorno onde apenas as melodias ecoavam. — Alguém trouxe nossas almas para cá!— Tem razão, rei Lycan, fui eu quem os convocou! — Voltamo-nos na direção da voz que ecoava atrás de nós; era Phillipa, que sorria gentilmente. — Filha.Ela se aproximou para me abraçar, mas dei um passo para trás, ficando atrás do alfa, que torceu o nariz e rosnou em direção à minha mãe.— Perdão... Eu não deveria... — sussurrou Phillipa.— Por que nos trouxe aqui? — inquiriu Harvey com firmeza, sua voz cortante.— Calma, Lycan. Posso assegurar que minhas intenções são genuínas. — Phillipa suspirou, vo
"Com os grilhões da lua como testemunha e o rugido da matilha como guia, entrelaço os destinos do lobo e da Succubus. Selamento de sombras, teço o véu mágico que protegerá a fera, onde a mente do alfa e a essência da Succubus se fundirão em um pacto indissolúvel. Que o véu erguido seja um escudo impenetrável, onde nem as sombras da tentação ousarão perturbar a harmonia lupina. Assim seja, sob a luz da lua, selado na eternidade." Anos se passaram desde a última batalha contra a bruxa sombria, um lapso temporal que parecia uma eternidade sem vislumbrar meu amado sobrinho. Encarei o céu tingido de tons alaranjados pelo pôr do sol, anunciando a iminência da noite, que se desenhava para dar lugar à majestade lunar. Um suspiro escapou de meus lábios enquanto fechava os olhos às margens do rio, entoando uma prece de proteção aos ancestrais, suplicando que resguardassem meu descendente por onde quer que sua jornada o conduzisse. Desejava que ele encontrasse paz e amor, e ansiava por um dia em
A respiração dela estava pesada devido ao ar gélido das ruas do Colorado, seus pulmões ardiam a cada inspiração profunda, enquanto buscava desesperadamente ar em sua incansável fuga. Ao longe, ela captou o som ameaçador de um assovio, acompanhado de risadas cruéis e uma promessa carregada de ódio.- Você não pode escapar de nós. Vamos caçá-la até o inferno, e você pagará por sua traição!", declarou um dos perseguidores.- Malditos! - Agatha sussurrou para si mesma, exausta. - Por que não me deixam em paz?Dobrando a esquina e adentrando um beco escuro, ela acreditou ter encontrado um refúgio temporário. No entanto, antes que pudesse recuperar o fôlego, passos pesados se aproximaram. Um vulto na escuridão emergiu na forma de um lobo, com presas à mostra, anunciando claramente o perigo iminente.- Por favor, deixem-me em paz... Prometo que não revelarei nada a ninguém! - Suplicou Agatha à fera diante dela.- Ah, minha querida, não podemos deixá-la escapar. Você carrega nossa vitória co
Após os tristes dias passados, assumi a dolorosa tarefa de velar o corpo da minha amada irmã e sepultá-la ao lado dos nossos pais. O sentimento de abandono me envolvia enquanto encarava a terra recém-sobreposta, como se todos aqueles que eu amava tivessem me virado as costas. Um resmungo de protesto irrompeu do bebê em meu colo, arrancando um suspiro cansado dos meus lábios.- Certo, parece que todos me deixaram, exceto você, Conan...- Murmurei com um sorriso terno dirigido ao pequeno ser agitado em minhas mãos. Logo depois, lágrimas inundaram meus olhos e uma única gota teimosa escorreu pelo meu rosto. "Sim, eu sei", continuei enquanto recolhia o bebê e o colocava com cuidado no canguru em frente ao meu peito. "Também sinto falta dela, mas agora somos apenas eu e você, meu valente."Um sorriso gentil pairou nos meus lábios enquanto acariciava a maciez da bochecha do bebê, balançando-o suavemente para acalmar seus ânimos inquietos. Enquanto o fazia, eu cantarolava uma melodia suave, u
Despertei de súbito, procurando por Conan. Percebi que meus ferimentos haviam sido tratados e varri o ambiente com os olhos, encontrando meu sobrinho em um berço próximo à minha cama. Minha atenção foi capturada pela figura enigmática do lobo, que possuía um tom branco gelo misturado com luzes prateadas, adentrando o quarto.- Não se aproxime de nós, fera! - gritei, fazendo um esforço para parecer ameaçadora, embora minha voz entregasse o nervosismo que estava sentindo.O lobo continuou avançando, parando em minha frente e sentando-se em suas patas traseiras. Ele emitiu um som de escárnio, como se achasse minhas ameaças engraçadas.- Estou te avisando, besta. Não permitirei que machuque meu bebê! - reforcei minhas palavras, para que não houvesse dúvidas.O peludo se aproximou, olhando-me intensamente e farejando o ar ao meu redor.- Este filhote não é seu. O cheiro é semelhante, mas não idêntico. Ele me pertence - rosnou, exibindo seus caninos.- Você está falando? Ou estou ficando lo
Colocando meu sobrinho mais calmo de volta ao berço, ele voltou seu olhar gélido em minha direção.- Você faz perguntas demais, humana! - A voz dele estava carregada de um tom enigmático.- Já disse, preciso de respostas! - Bati o pé em protesto. Ele continuou a avaliar meu corpo com seus olhos penetrantes, fazendo com que minha pele ardesse onde quer que seu olhar passasse.Em um momento, seus olhos se fixaram em meu tornozelo, me fazendo puxar a perna para trás instintivamente.- Você faz as perguntas erradas - declarou o homem à minha frente, sua expressão curiosa franzindo a testa. - Você foi mordida, não está preocupada com a transformação que irá passar? - Seus olhos voltaram aos meus, sondando minha reação.- Transformação? - Olhei para o meu tornozelo, refletindo sobre suas palavras que ecoavam em minha mente. Ponderei antes de perguntar: - Do que está falando?De forma abrupta, ele se aproximou e puxou minha perna com força para frente, revelando a mordida recém-cuidada.- V
- Não fui amaldiçoado desta forma! – Um rosnado ameaçador explodiu do peito do Alfa, fazendo os pelos nos meus braços se eriçarem enquanto dava passos para trás. O desprezo pelos humanos era evidente, o que dificultava compreender por que se envolveu com uma humana ou por que havia me salvado.Dei mais alguns passos em direção à floresta que nos cercava; a cabana se encontrava no meio do nada, e não havia quem pudesse nos socorrer. Antes que decidisse correr, um lobo marrom e cinza saltou do meio das árvores em minha direção de forma ameaçadora, seus caninos brandidos à mostra, deixando claro que estava pronto para atacar. Ainda em sua forma humana, o rei Lycan não demonstrou rivalidade, o que me fez concluir que aquele lobo que me ameaçava era seu lacaio.Uma loba emergiu de trás dele, passando por mim; seus tons eram lindos em um misto de creme com branco, seu andar era majestoso e elegante. Ela caminhou até o Alfa em sua forma lupina, parando ao seu lado, cordialmente falando:- Ir
Alcancei o limite mais alto possível, o anoitecer se aproximava, enquanto buscava varrer com os olhos o ambiente abaixo em busca de algum sinal do lobo que me caçava. Sabia que a contagem já havia acabado há algum tempo e ouvi suaves quebras de galhos no chão, sem conseguir identificar se vinham da fera que me procurava ou de outro animal na floresta.Tentei acalmar minha respiração, até que uma voz grossa e ameaçadora ecoou pela fauna: - Aaaa, humaninha, é mais sagaz do que imaginei, camuflou seu cheiro! - Uma risada sinistra declarou: "Deixou as coisas mais divertidas!"Tapei a boca quando percebi que suas patas pesadas vinham a toda velocidade em minha direção. Orei em minha mente, implorando a qualquer Deus disponível que me tornasse invisível ao meu inimigo mortal. - Vou te achar, ratinha! - Seu uivo era rouco e divertido; ele obviamente estava se deleitando em seus jogos.Tentei subir ainda mais alto, temendo ser vista. Meus pés escorregaram no galho, fazendo-o trincar. O som cr