Deslizei por baixo dos seus braços, buscando um espaço seguro para respirar. Percebi um sorriso divertido escapar de seus lábios, optei por ignorá-lo. - A transformação vai doer? – Abaixei o olhar, perguntando em um sussurro singelo. - Mais do que você possa imaginar, humana... – A franqueza em suas palavras me fez erguer o queixo em sua direção. - Como é a transformação? - Ele voltou a se aproximar falando pausado. - Primeiro, seus ossos vão começar a quebrar, te lançando ao chão. – Seus olhos estavam cerrados. – Depois acontecerá o crescimento de pelos densos em todo o seu corpo. O alongamento dos membros, considero a parte mais excitante da dor. – Ele brincou com um tilintar da língua antes de prosseguir. – Vem o encurtamento do focinho e o desenvolvimento de garras e presas afiadas. Respirei fundo, tentando processar o que estava por vir. Rindo, ele já me alcançara, puxando-me para perto e fincando suas garras não muito fundo em meu quadril, provocando um gemido de dor. – Não se preocupe, estarei aqui em todo o seu processo... - Para garantir que morrerei? – Com lágrimas nos olhos, dei mais alguns passos à frente, entrando em seu jogo perigoso, notei sua respiração um pouco mais densa. - Você lembra muito a ela. – Ele murmurou, encostando sua testa na minha. – Para testemunhar a escolha da Deidade. – Com mais pressão na testa, me obrigou a ceder alguns passos com a dor. As dores nas articulações começaram, uma reviravolta no estômago, minhas costelas pareciam se espaçar por dentro, como se abrissem espaço para acomodar uma alma canídea. - Ai, que dor...- gemi, agachando-me e envolvendo os braços em volta da minha barriga. - Eu não quero isso...- supliquei, com os olhos marejados, olhando para o Alfa à minha frente. - Por favor, me ajude a evitar isso!
Ler mais"Com os grilhões da lua como testemunha e o rugido da matilha como guia, entrelaço os destinos do lobo e da Succubus. Selamento de sombras, teço o véu mágico que protegerá a fera, onde a mente do alfa e a essência da Succubus se fundirão em um pacto indissolúvel. Que o véu erguido seja um escudo impenetrável, onde nem as sombras da tentação ousarão perturbar a harmonia lupina. Assim seja, sob a luz da lua, selado na eternidade." Anos se passaram desde a última batalha contra a bruxa sombria, um lapso temporal que parecia uma eternidade sem vislumbrar meu amado sobrinho. Encarei o céu tingido de tons alaranjados pelo pôr do sol, anunciando a iminência da noite, que se desenhava para dar lugar à majestade lunar. Um suspiro escapou de meus lábios enquanto fechava os olhos às margens do rio, entoando uma prece de proteção aos ancestrais, suplicando que resguardassem meu descendente por onde quer que sua jornada o conduzisse. Desejava que ele encontrasse paz e amor, e ansiava por um dia em
Abri os olhos e observei o cenário ao redor: estávamos em um deslumbrante jardim diante de um lago repleto de peixes, embalados por canções antigas que permeavam o ambiente. O líder da alcateia estava de pé, estendendo as mãos para me auxiliar a levantar.— Onde estamos? — indaguei, arqueando as sobrancelhas, perplexa.— Creio que tenhamos adentrado os pós vida dos ancestrais... — ele respondeu, examinando o entorno onde apenas as melodias ecoavam. — Alguém trouxe nossas almas para cá!— Tem razão, rei Lycan, fui eu quem os convocou! — Voltamo-nos na direção da voz que ecoava atrás de nós; era Phillipa, que sorria gentilmente. — Filha.Ela se aproximou para me abraçar, mas dei um passo para trás, ficando atrás do alfa, que torceu o nariz e rosnou em direção à minha mãe.— Perdão... Eu não deveria... — sussurrou Phillipa.— Por que nos trouxe aqui? — inquiriu Harvey com firmeza, sua voz cortante.— Calma, Lycan. Posso assegurar que minhas intenções são genuínas. — Phillipa suspirou, vo
Ele lançou o lobo prateado em minha direção, e eu o segurei firme, entoando magia para manter nossos corpos no lugar. Mãos sombrias emergiam da fenda, agarrando as patas da fera e puxando com força; ele rugia, tentando resistir. Harvey agarrou meus braços, ainda com os olhos fechados:— Minha essência... a fera! — Desmaiou novamente, seu fio de vida quase transparente podia ser visto como uma linha, conectando-se à fera.— Eu entendi, alfa, eu entendi... — Beijei sua testa, soltando-o e permitindo que o buraco me puxasse, sentindo a força da fenda.A fera me segurou com força, agarrando meus pulsos.— Você está louca, Hibrida? — Brandou a fera — Será consumida pela escuridão assim que passar pela fenda.Sorri para a criatura, que arregalou os olhos em choque.— Eu vou salvar vocês dois, fecharei a fenda e trarei Nyxara para ficar ao seu lado... Agora eu entendo — Suspirei sorrindo — Você nunca foi a maldição; era a essência do alfa, veio como guardião, mas as sombras o corromperam ant
POV: SOPHIELutava para manter os olhos abertos enquanto observava a criatura sinistra erguer-se no ar, voando e planando com o Alfa em seus braços. Mesmo em sua forma feral, meu companheiro parecia diminuto diante da imponência da criatura alada que o sustentava no ar. Meus olhos pesavam, e os fechei por um momento. De repente, um estrondo ensurdecedor fez o chão tremer. Ao abri-los novamente, testemunhei o rei Lycan cambalear e falar com dificuldade, dirigindo-se à bruxa.— Precisa se levantar, Hibrida... — uma voz ressoou através da corrente de vento. — Ele não suportará por muito tempo!— Harvey... — sussurrei, tentando erguer meu corpo. Senti a magia rodopiar dos pés à cabeça, acariciando-me de maneira graciosa e dissipando um pouco da sonolência que me afligia.O rugido do Alfa foi estrondoso, seguido por um silêncio que pareceu congelar tudo ao redor. O cheiro de ferrugem tornou-se quase palpável no ar. Virei-me na direção dele, surpreendendo-me ao vê-lo sorrir tão encantador q
POV: HARVEYNos aproximamos da bruxa, e Sophie encontrava-se quase desacordada; emitimos um rugido ensurdecedor.— Fera, não a machuque! — Alertei a criatura, enfatizando a importância de não tocar em minha Luna.— Não tenho interesse em matá-la, mas a bruxa... Ah, com ela vamos nos divertir! — Rugiu a fera em minha mente, ansiosa.Na nossa forma de lobisomem, éramos possuídos pelo demônio feroz, sedento por sangue e guerra. A bruxa sombria estremeceu sutilmente, convocando diversas criaturas das trevas para nos atacar, numa tentativa desesperada de impedir nosso avanço em direção a ela!— Detenham-nos! Preciso de tempo com a Híbrida! — Gritou a bruxa sombria.— Nem pense nisso! — Brandei, saltando sobre as criaturas e parando diante da loba, que lutava para não desmaiar completamente.— Alfa... — Sophie balbuciou com dificuldade.— Não se preocupe, iremos protegê-la! — Apesar do misto de vozes, ela sorriu ao perceber que a Fera e eu trabalhávamos em conjunto.— Se quiser minha compan
— Fiquem em alerta, não estamos sozinhos. — Rosnou o alfa, farejando o entorno.Fiz o mesmo, olhando para o céu e avistando o vulto da bruxa sombria, cuja risada ecoou logo depois.— Olha só, visitas em nossa ilustre casa... — A bruxa sombria falou divertida, invadindo o ambiente com sua escuridão. Seus olhos opacos estavam ainda mais drenados, a pele mais deteriorada, com veias escuras saltando do pescoço.— Você está péssima, bruxa! — Provocou o rei Lycan.— Lobo amaldiçoado, nunca estive melhor... E seu filho, como vai? Ah, sim, tornou-se um fantoche de nosso rei! — Ela gargalhou, provocando um rosnado alto de minha parte, exibindo minhas presas. — Ora, ora, Luna... Se acalme, logo você se juntará a nós!— O que quer dizer com isso? — Brandou o Alfa.— Como pode ver, minha casca não suporta mais meus poderes, preciso de uma nova. — A bruxa sombria se divertia. — E agora que o rei Sombra conseguiu um brinquedo mais poderoso que você, hibrida, posso usá-la como bem entender!— Só por
— Você é tão bela, humana. — Ele rosnou suavemente em meu ouvido. — Eu anseio por você sempre!Sorri, mordiscando delicadamente seu pescoço em resposta.— Mostre-me o quanto deseja... — Provoquei, desafiante.Rosnando, Harvey abocanhou meus seios, percorrendo a língua pelos mamilos, alternando entre carícias, mordidas e sussurros. Cada contato provocava arrepios, suas investidas se tornavam mais intensas, e eu envolvi minhas pernas ao redor de seu quadril, aprofundando a conexão. Geme alto ecoou com a crescente intensidade, culminando em um clímax uníssono.— Agora estamos prontos para a batalha. — Rugiu o alfa em meu ouvido.— Partiremos agora? — Arqueei as sobrancelhas.O rei Lycan me beijou, apoiando os braços ao lado do meu pescoço, olhando-me intensamente por um momento.— Se quisermos resgatar Conan, precisamos partir... Curamos o suficiente para alcançá-lo. — Ele respondeu, ainda próximo. — Humana, se dependesse dos meus desejos, nosso filhote nunca teria sofrido. Seríamos uma
— Hibrida? — Morgana chamou minha atenção, entregando-me um colar de Orcs e abaixando-se diante de mim. — Durante a extração que não deu certo, Elara conseguiu arrancar um pequeno fragmento da alma sombria dele, prendendo-o na pedra. Creio que a ideia dela era salvar alguma parte dele.Segurando a pedra na palma da minha mão, observei sua transparência e a luz que se movia dentro dela. Fechei os olhos, apertando-a nas mãos, na esperança de sentir um pequeno fragmento de sua presença.— Não perca as esperanças! — a bruxa reclusa levantou-se, inclinando o queixo para Selena, que gritava desesperada. — Ela precisa de nós.Assenti, levantando-me e indo até minha amiga. Sentei-me ao seu lado, envolvendo-a em meus braços em um abraço apertado.— Eu sinto muito. — Falei a meia-voz, permitindo que nossa dor e lágrimas se misturassem.— Por que ela não se afastou? Não lançou magia contra ele? — Selena saiu dos meus braços para me encarar. — Por que ela não se defendeu?— Ela queria chegar pert
Parei, encarando seus olhos semicerrados, percebendo a aflição refletida neles. Harvey compartilhava da mesma angústia, sentindo a dor e desespero do filhote. Ele se continha, resistindo ao ímpeto de rasgar as bruxas que tentavam nos ajudar.— Que droga, ele nunca mais confiará na gente! — Abracei Harvey, as lágrimas misturando-se às minhas.— Daremos um jeito nisto. — O alfa murmurou, acariciando meus cabelos.Mais raios de poder foram direcionados ao corpo de Conan, que tremia compulsivamente. O céu escurecia ainda mais, como uma enorme sombra se aproximando.— Rei Lycan! — Gritou Morgana.— Merda! — Rugiu o alfa, transformando-se em sua forma lupina.— O que foi? — O encarei, secando meus olhos.— O rei Sombrio percebeu o que estamos fazendo, fique em alerta! — Ele instruiu.Gargalhadas sombrias ecoavam no local, misturadas a sussurros maléficos. O ar ficou denso, impregnado com um odor podre, enquanto criaturas escuras pairavam como vultos nos céus e entre as montanhas. O chão com