Não demorou muito para que o cair da noite se aproximasse, a Lua no céu estava quase em sua totalidade, indicando que a transformação se aproximava. Senti minha respiração densa, meus instintos estavam apurados, conseguia escutar uma coruja ao fundo da floresta. Ao chão, pude sentir uma cobra se rastejando esgueirando-se para uma toca próxima. Olhei pela janela aberta farejando diversos cheiros que se encontravam naquela mata, desde o orvalho de uma planta até a neblina úmida que dominava a floresta.- Estou com medo...- confessei, apertando as mãos. O lobo continuava sentado enigmático, sem proferir uma única palavra.As dores nas articulações começaram, uma reviravolta no estômago e minhas costelas pareciam se espaçar por dentro, como se abrissem espaço para acomodar uma alma canídea. - Aiii, que dor...- gemi, agachando-me e envolvendo os braços em volta da minha barriga. - Eu não quero isso...- supliquei, com os olhos marejados, olhando para o Alfa à minha frente. - Por favor, me a
- Por que isso está acontecendo? - A voz de Sophie era como um sussurro carregado de confusão e dor.Inconsciente, ela aproximou seu focinho no pescoço do Alfa, proporcionando arrepios por todo seu pelo. Um misto de desejo e necessidade de possuí-la o dominou. A loba à sua frente acabara de passar por uma transformação, não perdeu sua racionalidade, um processo diferente de tudo que o Rei Laycan havia visto. Ela havia sido prometida por sua Deusa a ele. Seus efeitos já eram notáveis, ele estava fazendo um esforço tremendo para não a reivindicar. Era cedo demais; ela ainda precisaria entender o que havia se tornado, precisava ser treinada para controlar sua transformação e depois deveria aceitá-lo como seu companheiro. Diante de seus olhos, ele sabia que não seria tarefa fácil, mas o desafio de conquistar sua presa era tentador.- Por que fui amaldiçoada? - A pergunta de Sophie pegou o Alfa de surpresa, tirando-o de seus desvaneios obscuros. Sua voz soou como um lamento, embarcado de t
Rendido ao cansaço, mergulhei em um sono profundo e enigmático, onde me vi em uma densa floresta envolta em neblina. Lá, deparei-me com minha mãe próxima a uma árvore sombria, acompanhada por um lobo gigante de pelagem clara. Desesperadamente, tentei alertá-la:- Mãe, cuidado!No entanto, minhas palavras não chegaram até ela, como se eu fosse invisível para os dois.- Você tem certeza disso? – O lobo claro indagou, esfregando sua enorme cabeça em seu quadril.- Tenho, meu amor... – Ela respondeu com um sorriso, acariciando o topo da cabeça do lobo. – Com este feitiço, eles não conseguirão nos encontrar!Eles? Quem eram "eles"? Essa pergunta ecoava em minha mente, mas ninguém parecia disposto a respondê-la.Minha mãe virou-se para encarar a fera, acariciando sua barriga, e o lobo aproximou-se farejando e lambendo a barriga dela.- Vamos protegê-los!- Você falou no plural? – Minha mãe levou a mão à boca em um gesto de surpresa. Num piscar de olhos, o lobo à sua frente se transformou e
- É possível que eu volte à minha forma humana? – Dei um leve saltinho de felicidade, imaginando se poderia voltar a ser o que era antes.- Manter-se na forma humana requer muito esforço, autocontrole e treinamento... – Virando as costas, ele me olhou por cima do ombro, indicando com o focinho que o seguisse. – ...consome muita energia, por isso, passamos a maior parte do tempo em nossa forma lupina...- Pensei que ficassem assim para parecerem mais assustadores. – Comentei, começando a seguir para fora da cabana.- Também, mas esta é a nossa forma mais forte... Vocês humanos... - abaixei a cabeça quando ele mencionou como se eu ainda fosse humana. Ele parecia ter notado. – São muito frágeis e fracos! - Seus olhos cintilaram quando o lobo à minha frente começou a farejar o ar, como se buscasse algo nas redondezas.- Por quanto tempo é possível ficar na forma humana? – Comecei a imitá-lo, farejando o ar enquanto buscava respostas sobre o que havia me tornado.- Isto depende da sua forç
Percebi que estava exausta quando notei que havia dormido só após acordar com os raios de sol refletidos pela janela. Olhei para a mesa do quarto e lá estava a comida, gentilmente posta.— Deve ser pedir demais destreza para comer com garfo e faca na forma lupina, não é? — comentei enquanto me aproximava, pensando em como enfrentar essa tarefa.Ironizando a situação, devorei o café da manhã. Odiava a forma em que me encontrava, mas sabia que precisava ficar forte. Tinha que descobrir onde o Conan estava sendo mantido, elaborar um plano de resgate, recuperá-lo e fugir daquela loucura! Estava decidida a encontrar as bruxas reclusas, talvez elas pudessem me ajudar a quebrar a maldição... Era minha última esperança.Foi então que percebi que a porta se abria.— Você não bate antes de entrar? — questionei o Alfa mau encarado que estava diante de mim.— A cabana é minha, por que eu deveria bater?! — respondeu ele de forma grosseira. — Decidiu comer?— Claro, não quero arriscar te aborrecer
- Está bem, não precisa de ameaças - encarei-o com firmeza. - É só pegar impulso e saltar, certo? Sou uma loba. - Fechei os olhos, mergulhando na meditação que me permitia conectar-me com a nova forma lupina que havia me sido concedida.- Respire fundo - instruiu o Alfa com serenidade. - Quando abrir os olhos, quero que observe cuidadosamente o terreno à sua frente. Em seguida, pegue impulso correndo e salte com as patas traseiras quando estiver na beirada; mantenha as da frente dobradas no ar.- E como faço para aterrar? - Perguntei ainda de olhos fechados, a incerteza palpável em minha voz.- Instinto! - Ele respondeu com um tom divertido, fazendo com que eu arregalasse os olhos com preocupação.- Instinto? Essa é a sua instrução? - Indaguei, incrédula.- Sim, você é um animal agora, uma loba. Seus instintos vão orientá-la no que fazer. Mentalize seu salto e aterrissagem. - Ele insistiu com convicção.Dei um grunhido baixo de insatisfação e, em seguida, fechei os olhos novamente. Me
O lobisomem de pelagem prateada e olhos azuis ergueu a cabeça na minha direção.- Você precisa concentrar a energia do seu corpo e se conectar com sua loba interior - Ele orientou. - Imagine seus músculos relaxados, sua pelagem retornando à sua textura original e suas garras se retraindo para dentro da pele.Observando suas palavras, uma sensação de angústia me tomou. Imaginar as garras que antes haviam rasgado minha carne recuando para dentro de mim era perturbador. Como se lesse minha mente, ele proferiu:- Ruf... você não pode permitir que o medo da dor domine você - o lobo rugiu de maneira rude, fazendo-me encolher. - Ter medo da dor é o mesmo que temer a própria vida. Não se concentre na possibilidade da dor, concentre-se em quem ou no que você realmente deseja ser. - Ele se aproximou ainda mais, encostando o focinho em meu rosto como uma carícia singular e esfregou suavemente ao longo do meu corpo. - Você sente isso?Voltei meus olhos para os dele, que estavam próximos dos meus
- Eu, eu não havia pensado sobre isto! – Confessei constrangida adentrando na água.Olhei o homem de cima a baixo avaliando que ele também se encontrava nu a minha frente, sem vergonha alguma, apesar de suas cicatrizes no peito que iam até o abdômen marcado, seu corpo era proporcional harmonioso, o que significa que os ombros não eram excessivamente largos em relação à cintura e ao quadril, continha músculos bem definidos, mas não exageradamente musculoso. O abdômen era definido, peitorais tonificados e braços musculosos, mas não excessivamente volumosos, sua pele era lisa com uma barba por fazer, altura média a alta e uma estrutura óssea bem definida era bem atraente. Seus Cabelos bem cuidados, seu rosto estampava um sutil sorriso genuíno, percorri meus olhos até chegar em sua intimidade, estava exuberante ereta!- Eu deveria ficar envergonhado com a forma como você está me olhando agora? – Ele provocou, com um sorriso malicioso no rosto.Mordi os lábios, sentindo-me envergonhada.-