- Mas eu me transformei em humana... – Contestou, confusa com a mudança de rumo – Não era isso que você desejava?- Você precisa dominar a transformação; terá que voltar à sua forma lupina!- O que? Por que eu retornaria à forma de uma loba? – Levantei-me abruptamente, sentindo as fisgadas agudas em meu estômago.Ele pareceu perceber minha aflição e virou-se na minha direção.- Não é uma escolha, seu corpo já está emitindo sinais de que retornará à forma lupina. – O alfa explicou com brusquidão – Você aprenderá a controlar as transformações e terá domínio sobre suas diferentes formas.- Poderei permanecer na forma humana para sempre? – Sorri esperançosa diante da ideia.- Não! – Ele exclamou com veemência – Por que ficaria em uma forma tão frágil e vulnerável?- Há poucos minutos, você não achava minha forma patética – Provoquei, irritada com a incoerência.Um sorriso fugiu de seus lábios.- Não se iluda, humana... Minhas intenções são puramente carnais e instintivas, guiadas pelo des
Você sabia que era apenas um filhote, não sabia? – Minha voz tremia de tristeza. Minhas palavras saíram em sussurros carregados de pesar, como se tentassem aliviar o fardo que pesava sobre mim.- Sabia. – Ele respondeu com calma, revelando uma frieza que me fez arrepiar. Sua voz era um eco vazio de emoção, uma confirmação brutal da crueldade da situação.- VOCÊ É UM MONSTRO, ME FEZ MATAR UM FILHOTE! – Berrei, sentindo uma onda avassaladora de ódio percorrer minhas veias. Minhas palavras explodiram em raiva, ecoando pela floresta escura como um grito desesperado.- Não a fiz matar, você escolheu matá-lo por suas próprias razões. Lembre-se disso, humana! – Sua postura impiedosa trouxe à tona a dolorosa realidade de que tudo o que ele fizera fora com o propósito de me transformar em um monstro como ele. Suas palavras eram como adagas afiadas, perfurando meu coração com a verdade amarga.- Você não tem compaixão por nada? – Solucei enquanto entoava uma suave melodia em homenagem ao filhot
- Sim - confirmou ele. - Eu me perguntava como alguém que estava doente daquela forma conseguia viver tão intensamente, sem medo, sem leis, sem pressão. Ela simplesmente vivia.Sorri entre as presas, lembrando-me do jeito extrovertido de minha irmã. Agatha era a pessoa mais cheia de energia que eu conhecia, intensa em tudo o que fazia, dedicando-se de corpo e alma ao que queria...- Então, você se apaixonou? - Precisava perguntar, já ciente da resposta que se revelava claramente em seus olhos.- Era uma paixão proibida, meu beta Oliver já havia me alertado sobre a ira dos Deuses. No entanto, como o Alfa mais forte das alcateias, me sentia acima das divindades, e como poderia temê-las?! – Um lampejo de orgulho e arrependimento atravessou o olhar do Lycan.- Você é realmente destemido! – Brinquei, tentando aliviar o clima.- Talvez eu seja, humana... - Ele virou seu focinho e esfregou a cabeça em mim, empurrando-me suavemente para dentro da cabana.- Você não vai continuar essa história
Chegamos a um vilarejo tranquilo próximo das majestosas montanhas e da exuberante floresta, situado nas profundezas do interior da cidade de Aurora, no Colorado. O local era verdadeiramente deslumbrante, e pude perceber o suave aroma do rio que corria nas proximidades, enquanto avançava lentamente, explorando cada recanto daquele paraíso natural.À medida que adentrávamos mais profundamente no vilarejo, notei a aproximação de diversos lobos, que começaram a sussurrar entre si. Uma loba de pelagem resplandecente tomou a palavra:- Ela é uma híbrida! O que o Alfa está fazendo com uma criatura amaldiçoada?Um lobo de voz rouca e imponente respondeu:- Após isso, seremos todos considerados amaldiçoados, pois a Deusa não nos perdoará.Outro lobo, menor em estatura, juntou-se ao grupo e questionou:- Será que a fera roubou a lucidez de nosso rei?Me encolhi, seguindo o Lycan à minha frente, que parecia não se incomodar com os murmúrios de seu povo. No centro com uma imponente pedra, atraiu
Em uma majestosa cúpula de reunião, o Rei Lycan ocupava um trono imperial de proporções grandiosas, emanando uma postura majestosa e empoderada. Ao entrarem na sala, o Beta e os demais conselheiros tomaram seus assentos com uma ansiedade palpável, aguardando a reunião com seu estimado líder.- Permito que todos reassumam suas formas humanas - declarou o Alfa com autoridade, e todos prontamente atenderam à ordem, sob o olhar penetrante de seu rei.- Atualizem-me sobre o estado atual da alcateia - ordenou ele com determinação.- Nosso estoque de alimentos tem crescido consideravelmente, graças às bênçãos da Lua. Estamos bem providos - Comentou com elegância um lobo ancião.- Nossas fêmeas estão exibindo uma fertilidade notável, tal como Vossa Majestade previu. Os filhotes que nascem são de grande virtuosidade, prometendo futuros guerreiros excepcionais para nossa alcateia - Acrescentou uma loba de pelagem cinza escura com serenidade.- Quanto à guerra, tomamos posse do acampamento dos L
- Algo que nem eu mesma conheço - respondi, olhando-o com determinação. - Então, quando poderei finalmente ver meu sobrinho?- Humana... Não é só a sua alma que quero despir! - O lampejo de ousadia em seus olhos predominantes era claro.Seus olhos permaneceram fixos nos meus, e ele com delicadeza acariciou meus cabelos, colocando uma mecha atrás da orelha. Em seguida, segurou meu queixo e aproximou os lábios, roçando-os provocativamente. Instintivamente, dei um passo para trás, mas ele manteve sua mão firme em minha cintura, me obrigando a ficar no lugar.- Harvey? - sussurrei, incerta.- Hum? - seu gemido suave era tentador.- Já esperei por muito tempo. Por favor, eu te imploro, me deixe ver o Conan.Os olhos predatórios do Alfa haviam se suavizado, e ele recuou alguns passos, como se estivesse tentando se controlar. Sua respiração estava mais pesada e entrecortada.- Está tudo bem? - perguntei, desconfiada.- Solicitarei que tragam o Conan para você em breve. Você terá algumas hora
- Isto, meu pequeno, é só entre você e eu! - Sorri carinhosamente para Conan enquanto observava suas mãos, que pareciam mais robustas desde a última vez que o vi. Victória se aproximava lentamente, como um urubu à espera.- Sophie, é hora da soneca dele... preciso levá-lo! - Ela disse.- Posso ajudar a fazê-lo dormir e segurá-lo nos meus braços até que acorde, não me importo! - Dei de ombros.- Seu tempo com ele hoje já foi suficiente, humana. Agora, o filhote segue uma rotina e estamos cuidando de tudo! - Lycan respondeu com um humor azedo.- Harvey, por favor... - Ergui meus olhos para ele e minha voz falhou no final, transmitindo um profundo apelo - Deixe-me ficar com meu sobrinho!Alfa me examinou com um olhar penetrante, e eu pude sentir a malícia em sua expressão, assim como sua excitação e desejo de controle. Era evidente que ele estava incomodado por ter sido interrompido em suas tentativas, quaisquer que fossem, de satisfazer seus desejos.- Está bem, faça-o dormir. – Permiti
Tentei desesperadamente escapar da sala, mas suas mãos fortes me prenderam impiedosamente, empurrando-me de encontro à parede. Dessa vez, meu corpo estava voltado para ele, completamente vulnerável de costas, uma de suas mãos prendia meus braços no alto do topo da cabeça.Com a pressão de suas pernas, ele abriu as minhas, encaixando-se contra mim de maneira possessiva. Seus dedos se enroscaram nos meus cabelos, puxando-os com firmeza para trás, enquanto sua outra mão mantinha meus braços erguidos acima da minha cabeça.Aproximando seu rosto do meu ouvido, ele sussurrou de forma ameaçadora, sua voz carregada de autoridade e desejo. - Humana, não brinque com um Alfa... Eu não sou como os meros mortais com quem você já se envolveu.Um arrepio percorreu minha espinha quando suas palavras ecoaram. A verdade era que eu nunca estivera tão próxima de um homem como estava naquele momento. Eu era ingênua, uma romântica incurável que acreditava em almas gêmeas, destino e casamentos perfeitos.Co