Ainda chovia bastante e as estradas estavam escorregadias. A ventania gelada, esfriava até o mais quente dos corações. E lá, o espírito da morte parecia querer estar presente, uma vez mais. Numa perseguição sem tréguas, Peter vai atrás de Brad, que estava em posse da mulher da sua vida, Zuleika Campbell. No carro e algemada, a jovem implorava para que aquele psicopata se rendesse de uma vez, prometendo que ia deixá-lo fugir com o dinheiro, caso o fizesse. Porém, Brad diz: — Tu achas que eu só quero esse dinheiro? Durante esses anos todos, Zuleika… - vai falando alto, com o barulho de trovoadas fortes. — Eu estava à espera desse momento! E achas que agora que estás ao meu lado, eu irei te deixar ir de novo com aquele estupor? — Brad, tu tens de entender que eu já não te amo! – diz Zuleika, chorando. — Eu amo o Peter! Ele é o homem da minha vida. — O homem da tua vida te deixaria ir assim como ele deixou? Eu sou o homem da tua vida! Enxerga logo isso, porra! – diz ele, dando uma bof
"Ama-se quem se ama e não quem se quer amar." Florbela Espanca Coisas partidas no chão e música alta. Um barulho provocante e gostoso que vinha de quatro paredes… o que era aquilo? — Que gostoso… - diz ela, gemendo bem baixinho. — Você gosta quando eu boto assim, sua cachorra? — Vai amor… sou toda sua! — Meu Deus! – grita um homem chorando e chocado. — Amor?! Não é o que você está pensando… deixa eu explicar. – diz ela, se cobrindo com os seus lençóis. — Explicar o quê? Sua vadia! Bem que meus colegas me avisaram. — E você? Meu próprio chefe comendo minha esposa, na minha cama! — Edward, sua mulher deu mole e eu comi. Não tenho culpa de você ser um corno manso… — Seu filho da p… - grita ele, se atirando na cama e lutando com o homem. Copos partidos e enorme confusão. Tensão enor
A casa da jovem era normal. Sem luxos e exuberância. Aquela família nunca quis chamar muita atenção à vizinhança, por isso comprou várias casas na zona urbana. Ao bater a porta de casa, Peter aguardava que a mãe de Chloé ou um de seus irmãos abrisse. No entanto, quem abre é a sua amada. Para sua surpresa, ela estava em casa e de toalha. Acabava de tomar um banho bem refrescante. Mas ela parecia não querer que Peter entrasse:— Oi amor! Tudo bem? O que fazes aqui?— Oi! O que fazes tu aqui? – pergunta o jovem desconfiado.— O que queres dizer com isso?! – pergunta a jovem confusa.— Eu decidi não ir à escola hoje, só isso!— Só isso? Estás doente? – pergunta Peter cético.— Não! Apenas tinha coisas mais importantes a fazer! – responde Chloé.— Coisas a fazer? Ok! – diz o jovem irritado.— Procurei por ti na tua escola e afinal estás aqui. Quem está aí? – pergunta o jovem tentando entrar.— Amor, eu não quero que
Hera recebe sua filha com um belo abraço e convida-a para entrar em casa.— Ah minha filha! Que saudades! Porque demoraste tanto, minha flor? - perguntou Hera com um tom de voz emocionante e com um brilho intenso em seus olhos.— Minha querida mãe! A senhora não mudou nada mesmo! - diz sorrindo Zuleika.— Hoje tinha bastante trânsito, por isso demorei. Já agora... estou faminta mãe!— Ora, entra filha, temos visita cá em casa.Zuleika então dirige-se para a sala com a sua mãe, onde encontra os seus irmãos a conversar sobre os seus relacionamentos com Peter.— Boa tarde a todos... - saudou Zuleika com um sorriso no rosto.— Boa tarde Zuleika! - responderam todos, excepto Peter.— Porque demoraste tanto filha? Já estávamos preocupados! - pergunta Richard.— Ora pai, tinha muito trânsito hoje!Enquanto isso, Peter não parava de olhar para os olhos de Zuleika. Parecia que ele h
Peter adormeceu num sono profundo e parecia que não iria acordar mais. Mas, no entanto, algo em seu corpo o fez acordar a transpirar muito. Levantando-se, pega no seu telefone e nota que são cinco e meia da tarde. Lembrou-se então que recebera uma mensagem anónima pouco antes de adormecer.- Acho que devia ir para o parque... - diz para si mesmo - talvez seja alguém que eu conheça e esteja a querer brincar comigo!Então, Peter toma um banho relaxante e prepara-se, agasalhado e cheiroso, para encontrar-se com a tal pessoa. E de repente, o seu telemóvel toca por volta das 9 menos um quarto.- Boa noite... Então vens? - pergunta uma voz doce e angelical.- Tu tens uma voz linda mas ainda assim quero saber quem és! - exclamou Peter com um tom de voz curioso.- Estarei à tua espera, menino Willard!A jovem, ainda desconhecida para Peter, desliga o telemóvel. Então, Peter que estava a tomar o seu chocolate quente, sai apres
Enquanto isso, Zuleika estava em sua casa extremamente pensativa. Ela era a filha adoptiva de Richard e Hera mas queria saber de onde veio certamente, pois possuía nacionalidade angolana, descendência árabe e pais ingleses. Muitas culturas diferentes numa só pessoa.Quando criança, possuía um tom de pele mais escuro. No entanto, por conta do inverno europeu, o seu tom de pele ficou ligeiramente mais claro. Isso dava a entender que ela era filha bastarda de Richard com uma mulher africana ou de Hera com um outro homem das mesmas origens."Zu", como era chamada carinhosamente pelos seus pais, irmãos e amigos tinha olhos castanhos claros e ao sol ficavam esverdeados. Seu cabelo era natural e crespo, típico de uma mulher africana. Seu corpo era esbelto, digno do esplendor de uma mulher preta! Seios na medida, cintura fina e pernas grossas. Além de ser atraente e irresistível para os europeus, Zuleika era também dotada de uma inteligência exemplar. Apesar da d
Perante aquela situação, Peter e Zuleika não sabiam o que responder ao motorista. Claramente enraivecido, Richard pergunta outra vez:— Que merda é esta?! Irão responder ou ficarão caladinhos, seus malandros?— Pai acalme-se! Eu posso explicar... – diz a jovem tentando evitar problemas.— Calma? Vocês vêm para o meu quarto, deitam na minha cama, mexem nas minhas coisas e querem que fique com calma?— Richard, não é o que está a pensar! Eu e a sua filha estávamos apenas a conversar e...— E o quê? – pergunta mais uma vez Richard.O motorista levanta a sua mão para dar uma galheta a Peter. Só que ao tentar fazê-lo, Zuleika põe-se em frente do jovem e cria um tumulto no quarto. Perante a situação, o senhor sente uma dor inexplicável no seu coração e cai de joelhos. Os jovens preocupadíssimos com o estado dele, ligam rapidamente para os serviços de emergência.— Venham rápido! O meu pai está no chão e não está a respirar! – diz
A família tentava manter conversas que distraíssem e fizessem esquecer aquela situação de aflição. Os irmãos ainda na ressaca da festa, tentavam contar piadas uns aos outros para ver se conseguiam rir um pouco. Enquanto isso, Hera vai orando bastante sem cessar. Aquilo parecia ser um teste para a fé de todos. Já Peter e Zuleika, apenas ficaram abraçados e sentados, à espera de alguma notícia do doutor. Eram já oito e um quarto e então este último sai da UTI, para dar notícias aos familiares:- Família de Richard, aproxime-se! - chama o homem visivelmente cansado.- Tenho uma boa notícia a dar para vocês!Todos levantam-se apressadamente e com muita felicidade para ouvir as boas novas. No entanto, pairava um sentimento de desconfiança por parte de Zuleika.- O Richard a princípio não terá sequelas da paragem cardiorrespiratória que sofreu! Então, ele poderá seguir uma vida normal, com algumas restrições. No entanto, terá de ficar cá no hospital em obs