Peter adormeceu num sono profundo e parecia que não iria acordar mais. Mas, no entanto, algo em seu corpo o fez acordar a transpirar muito. Levantando-se, pega no seu telefone e nota que são cinco e meia da tarde. Lembrou-se então que recebera uma mensagem anónima pouco antes de adormecer.
- Acho que devia ir para o parque... - diz para si mesmo - talvez seja alguém que eu conheça e esteja a querer brincar comigo!
Então, Peter toma um banho relaxante e prepara-se, agasalhado e cheiroso, para encontrar-se com a tal pessoa. E de repente, o seu telemóvel toca por volta das 9 menos um quarto.
- Boa noite... Então vens? - pergunta uma voz doce e angelical.
- Tu tens uma voz linda mas ainda assim quero saber quem és! - exclamou Peter com um tom de voz curioso.
- Estarei à tua espera, menino Willard!
A jovem, ainda desconhecida para Peter, desliga o telemóvel. Então, Peter que estava a tomar o seu chocolate quente, sai apressadamente em direção ao parque.
Durante o caminho, a pé, não parava de pensar naquela voz doce e suave. Ele tinha a leve impressão que já a tinha ouvido em algum sítio. Chegando então ao parque antes do combinado, Peter aguarda pela jovem. Estava bastante frio e o parque estava movimentado naquela noite.Entretendo-se com música, volta-se para a direita e vê uma jovem agasalhada a caminhar em sua direção e logo levanta-se sentindo um certo nervosismo. Desliga a música e tira os auriculares. A jovem esboça um sorriso extravagante e logo Peter começa a sentir um aroma agradável, nada que se comparasse ao cheiro de Zuleika, que era único e viciante.
- Hey Peter! - saúda a jovem ainda misteriosa - Por onde tens andado?
- Olá... bem, eu tenho estado por aqui! - diz receoso - Agora vais finalmente dizer-me quem és? Porque eu não faço ideia mesmo!
- Sim, claro! Lembras-te quando foste ao cinema uma vez com os teus pais e fizeste xixi nas calças de tanto rir naquele filme que falava da vida de Charles Chaplin? Bem, eu estava lá e vi-te! - explica a jovem.
- Lembro-me certamente e não é uma lembrança nada boa para mim! - exclama Peter envergonhado - Mas ainda não me disseste quem tu és. Eu não me lembro de ti.
- O meu nome é Emma, Peter. Emma Oliver. Sou a menina que te ajudou a arranjar outras roupas no cinema pois estavas todo imundo! - revela a jovem sorrindo.
- Meu Deus! Como eu não pude me lembrar de ti? Peço-lhe imensas desculpas! - exclamou Peter surpreso e com o rosto avermelhado de tanta vergonha - Eu ainda não sei como encontraste-me. Isso está tudo muito estranho.
- Peter... nesse dia tu simplesmente desapareceste depois de receber a minha ajuda e eu fiquei bastante curiosa para te conhecer mais. Então eu segui uma senhora que estava contigo e pedi-lhe o teu contacto mas nunca tive coragem de ligar para ti! - explicou Emma.
- Tu és doida, menina! Como é que ousaste fazer isso? O que é que estavas a pensar? - questiona Peter furioso.
- Peter, apenas quis encontrar-te pois achei que pudéssemos começar uma boa amizade! Peço desculpas por isso. Mas se quiseres, eu já não voltarei a procurar-te. - expressa a jovem com um semblante triste.
- Tudo bem. Podemos ser amigos. Mas agora preciso de ir para casa. Queres que te acompanhe até à tua?
- Se não for um incómodo, claro! - exclama Emma alegre - A minha casa fica pertinho daqui, então podemos caminhar calmamente e aproveitamos comer qualquer coisa.
Então, Peter acompanha a jovem para sua casa. No caminho, o frio parecia aumentar cada vez mais e ambos sentiam os corpos trémulos.
Chegando a casa, Peter repara detalhadamente em cada canto da casa, observando cada quadro e cada fotografia presentes. Era uma casa considerada estável. Emma vivia apenas com a irmã mais velha, Karen, de 37 anos, enquanto ela tinha acabado de completar 17 anos. No entanto, a sua irmã estava ausente devido a uma viagem de urgência a fim de que pudesse visitar a sua mãe que estava com um estado de saúde decadente.Então Peter senta-se na sala e começa a monologar nos seus pensamentos:
- Que raio estou aqui a fazer? Nem sequer conheço bem esta tal de Emma. Ela parece-me ser uma boa pessoa mas sinto-me estranho...
- Hello! Peter! Estás aí todo distraído rapaz. A comida já está pronta. - sorri Emma, estremecendo o corpo do jovem e convidando-o para um breve lanche.
- Ah que susto! Não voltes a fazer isso, ainda me matas do coração. - diz Peter assustado - Vamos comer, que eu estou faminto!
Sentando-se à mesa na cozinha, Peter e Emma vão saboreando uma deliciosa sandes de presunto com queijo e maionese. A jovem vai observando os lábios de Peter e fica meio que hipnotizada. Eram limpos e rosados, saboreavam lentamente o lanche. Os olhos tinham um detalhe que chamou muita atenção.
— Tem alguma coisa de errado? – interrogou Peter – Estás muito caladinha e observadora, Emma!
— Não, não... É que nunca mais nos vimos e eu nunca tinha reparado bem que tens uma pinta preta no olho direito! – exclamou Emma esboçando um sorriso.
— Ah! Sabes que quase todo o mundo repara nisso? Uma vez perguntaram se vejo mesmo bem. Mas eu gosto dessa pinta. Realça o brilho dos meus olhos.
— E como realça... – diz a jovem soltando um suspiro ofegante.
— Então, diz-me: o quê que gostas de fazer?— Bem, eu gosto de livros. Redijo alguns poemas e tenho certa facilidade para fazê-lo... Além disso, também gosto muito de passeios, conhecer lugares interessantes! – disse o rapaz entusiasmado.
— Muito interessante sr. Willard! Então, eu quero ouvir um dos teus poemas... Posso ou vou ter de pagar por isso? – diz Emma esboçando um sorriso.
— Bem, não será um incómodo mas meio desconfortável... Então, aqui vai:
"Aqui me encontro eu, perdido nos teus olhos...
Tentando observar essa imensidão de lágrimas que já escorreram pelo teu rostoEstas mesmas que eu desejaria que fossem de alegria mas não me atrevo a perguntar porque sei o que noto, sei o que vejoEstou aqui perdido no teu beijo...Os teus lábios doces que me viciam mais a cada toqueE a cada beijo a tua respiração vai ficando mais quente e o coração bate forteA cada aperto na tua cintura o desejo de te ter mais aumenta... E por pouco eu tenho um enfarte... Sim um enfarteEstou aqui perdido nas tuas curvas...Ai como elas me fazem sonhar tão alto... Ver o universo que posso explorar no teu corpoPoder tocar no teu íntimo, conseguir alcançar o que só eu posso...Eu me gabo por ter o que eu mais quero neste momento Porque o que aqui imagino pode um dia virar esquecimento...Mas no entanto a vida com o que tenho em ti faz mais sentidoE eu não encontro direção, pois estou perdido... Perdido em ti..."Peter recita o poema com um brilho intenso nos olhos enquanto Emma admira o mexer dos seus lábios e o encantar das suas palavras. Enquanto isso, as suas pernas tremem incontrolavelmente e morde os seus lábios, sentindo um frio na barriga. Aquele rapaz tinha um talento oculto e pelos vistos, acabava de ser revelado.
— Peter, esse poema é incrível! Já pensaste em escrever um livro algum dia? Meu Deus! – diz Emma empolgada.
— Bem, eu... – cala por uns segundos – Não tenho lá muito tempo pra isso. Encaro isso como um passatempo.
— Emma, eu preciso de ir agora. Lembrei que tenho um projecto a fazer para entregar daqui a duas semanas. – diz Peter já se levantando da cadeira.— Não Peter... Fica mais um pouco. Preciso de te mostrar algo! É muito importante pra mim! – diz a rapariga pegando nas mãos de Peter
— Está bem... O que é assim tão importante?
Emma solta um sorriso e fica corada. Aqueles cabelos loiros e olhos castanhos dançavam com o seu perfume sedutor. Lentamente, vai retirando o seu vestido olhando fixamente para os olhos de Peter, que ficou com a cara pálida. E aí estava... A primeira vez que Peter via os seios de uma mulher, a não ser nas revistas eróticas que seu pai tinha, claro!
Ela estava arrepiada, o frio deixava os seus pêlos em pé e o seu corpo flutuante! Peter simplesmente não conseguia dizer nada, parecia que lhe tinham cosido a boca. Os seios dela eram circulares e empinados. Os seus mamilos rosados e afiados, prontos para uma guerra a dois!
— Peter... Não imaginas quantas vezes fantasiei com isso! Consegues ver o quanto eu te quero? – pergunta Emma tocando nos seus seios.
— Não podemos fazer isso! Eu preciso ir embora agora! – diz o rapaz nervoso.
Peter sai a correr de casa da rapariga e deixou-a lá, à beira de um ataque de nervos e entristecida. Nem sequer tenta ir atrás dele e tranca-se no quarto chorando de raiva, sem sequer vestir mais a roupa.
— Ah Peter... Tu ainda vais ser meu! Eu vou ter de provar essa boca e sentir-te dentro de mim. – fala a rapariga sozinha, com lágrimas nos olhos.
Peter não queria saber de mais nada e vai pra casa a pé. Aí, liga para o seu motorista.
— Vem buscar-me agora, posso ir para a tua casa se assim preferires! – diz ele gritando.
— É para já senhor Willard! Chego aí em 5 minutos.
Enquanto isso, Zuleika estava em sua casa extremamente pensativa. Ela era a filha adoptiva de Richard e Hera mas queria saber de onde veio certamente, pois possuía nacionalidade angolana, descendência árabe e pais ingleses. Muitas culturas diferentes numa só pessoa.Quando criança, possuía um tom de pele mais escuro. No entanto, por conta do inverno europeu, o seu tom de pele ficou ligeiramente mais claro. Isso dava a entender que ela era filha bastarda de Richard com uma mulher africana ou de Hera com um outro homem das mesmas origens."Zu", como era chamada carinhosamente pelos seus pais, irmãos e amigos tinha olhos castanhos claros e ao sol ficavam esverdeados. Seu cabelo era natural e crespo, típico de uma mulher africana. Seu corpo era esbelto, digno do esplendor de uma mulher preta! Seios na medida, cintura fina e pernas grossas. Além de ser atraente e irresistível para os europeus, Zuleika era também dotada de uma inteligência exemplar. Apesar da d
Perante aquela situação, Peter e Zuleika não sabiam o que responder ao motorista. Claramente enraivecido, Richard pergunta outra vez:— Que merda é esta?! Irão responder ou ficarão caladinhos, seus malandros?— Pai acalme-se! Eu posso explicar... – diz a jovem tentando evitar problemas.— Calma? Vocês vêm para o meu quarto, deitam na minha cama, mexem nas minhas coisas e querem que fique com calma?— Richard, não é o que está a pensar! Eu e a sua filha estávamos apenas a conversar e...— E o quê? – pergunta mais uma vez Richard.O motorista levanta a sua mão para dar uma galheta a Peter. Só que ao tentar fazê-lo, Zuleika põe-se em frente do jovem e cria um tumulto no quarto. Perante a situação, o senhor sente uma dor inexplicável no seu coração e cai de joelhos. Os jovens preocupadíssimos com o estado dele, ligam rapidamente para os serviços de emergência.— Venham rápido! O meu pai está no chão e não está a respirar! – diz
A família tentava manter conversas que distraíssem e fizessem esquecer aquela situação de aflição. Os irmãos ainda na ressaca da festa, tentavam contar piadas uns aos outros para ver se conseguiam rir um pouco. Enquanto isso, Hera vai orando bastante sem cessar. Aquilo parecia ser um teste para a fé de todos. Já Peter e Zuleika, apenas ficaram abraçados e sentados, à espera de alguma notícia do doutor. Eram já oito e um quarto e então este último sai da UTI, para dar notícias aos familiares:- Família de Richard, aproxime-se! - chama o homem visivelmente cansado.- Tenho uma boa notícia a dar para vocês!Todos levantam-se apressadamente e com muita felicidade para ouvir as boas novas. No entanto, pairava um sentimento de desconfiança por parte de Zuleika.- O Richard a princípio não terá sequelas da paragem cardiorrespiratória que sofreu! Então, ele poderá seguir uma vida normal, com algumas restrições. No entanto, terá de ficar cá no hospital em obs
Ao atender o telemóvel, Zuleika já tinha um mau pressentimento. Afinal, se o hospital disse que o seu pai precisava de cinco dias de recuperação, por que raios estariam a ligar para ela?— Boa tarde sra. Zuleika. Daqui lhe fala Karen, funcionária do hospital público de Manchester. Deixou o seu número cá, é filha do paciente Richard. O doutor precisa de falar com um membro da família urgentemente.— Urgentemente? O que se passa? – pergunta a jovem aflita.— Não sei minha senhora. Precisa de vir pra cá e se puder, acompanhada.Desligando a chamada, a jovem não conseguia pensar noutra companhia senão Peter. Mas já se sabe que o jovem estava ocupado com outras coisas. Não querendo preocupar a sua mãe e irmãos, Zuleika decide ir sozinha para o hospital. Posto lá, dá de caras com o doutor que estava a cuidar do seu pai. O mesmo estava visivelmente com cara de frustrado e confuso.— Boa tarde doutor! Ligaram-me e disseram-me que o senhor queria fal
Depois de algumas horas ausente, Zuleika finalmente dá sinais de vida e liga para a sua mãe. Afinal, não tinha acontecido nada mas a jovem estava simplesmente na biblioteca a estudar para um exame.- Alô mãe!- Oh minha, deixaste-me muito preocupada! Por onde andaste?!- Esqueceste que tenho exames próxima semana mãe? Estava a estudar e não queria incómodo... Estou a ir pra casa agora! - diz a jovem quase desligando a chamada.- Está bem! Filha, o Peter esteve cá em casa à tua procura. Ele estava com olho roxo e...- Ah não me fale dele... Até já mãe! - diz a jovem chateada, encerrando a chamada logo em seguida.Então, Zuleika vai pra casa de autocarro. Ao descer, encontra a mãe do falecido pai a observar o céu. A sua rotina habitual e silenciosa.- Mas o quê que ela olha tanto? - perguntou pra ela mesmo.Abanando a cabeça e ignorando aquilo, a jovem vai pra casa. Posto lá, encontra quem menos esperava. Peter ficou aq
Olhando para aquela situação excitante, o jovem decide tirar a sua toalha e juntar-se àquele clima. Zu estava de olhos fechados, sem perceber sequer a presença de Peter. Já ele, acariciava o seu pénis e ficava cada vez mais excitado ao ver o prazer a cada toque da jovem. Não hesitando mais, Peter simplesmente deita repentinamente por cima da jovem que tem um tremendo susto:— Peter?! O que estás a fazer? Eu... – espanta a jovem subitamente interrompida.O rapaz cala a boca da jovem com um beijo bem quente. Os lábios dançavam uns com os outros e os corpos entravam em ebulição. Peter agarra nas mãos da jovem e prende-as às suas na cama, saboreando cada vez mais aqueles lábios carnudos. Zu vai arranhando as costas do jovem, implorando que continuasse. As mãos lentamente vão descendo pelo corpo dela, que vai se arrepiando a cada toque, a cada batida da música. Peter saboreia os mamilos de Zu, levando-a ao delírio.A jovem com as suas mãos vai massageando o pénis
Furioso estava Brad, afinal de contas ninguém demora tanto tempo para abrir a porta do quarto, mesmo que esteja a dormir.— Mas eles estão a fazer o quê? Eu tenho de entrar nesse quarto! – diz ele pra si mesmo.Então, alegando ser um funcionário do hotel ele vai à recepção. Posto lá, inventa uma história que um casal tinha esquecido de alguma coisa no quarto e a chave estava dentro. Então, o recepcionista sobe com ele até o quarto e Brad o golpeia com um pão na cabeça, levando-o ao desmaio. Pegando na chave do quarto, ele não encontra ninguém e a cama completamente desarrumada. Que raiva que ele tinha! Com que então os jovens eram bem inteligentes.— Ah seus desgraçados! Aquela miúda vai me pagar também. – diz Brad irritado.Enquanto isso, os jovens estavam num café distante do hotel. De manhã cedo, decidiram ir refletir sobre o plano de ir ao tal centro de informação, enquanto saboreavam uma carbonara deliciosa. O centro era muito cheio e desorganizado. Mais
Depois de quase duas horas de viagem, os jovens chegam ao seu destino. Era a hora tão desejada de descobrir de onde eram os pais de Zuleika e como ela foi ali parar. Ao entrar no orfanato, tanto Peter, como Zu estavam ansiosos. O espaço estava lotado de crianças de várias culturas. Isso dava a entender que estavam mesmo no lugar certo, pela lógica. O orfanato Yeng era de um empresário chinês e uma das regras era só aceitar crianças órfãs com origem asiática. Uma regra patética mas que deveria ser respeitada.— Boa tarde senhora! – começa por saudar Zuleika.— Boa tarde jovem! O que deseja? – pergunta a recepcionista.— Eu acabo de chegar do centro de informações de Londres. Eu sou filha adoptiva de um casal que reside em Manchester e segundo eles, um dos orfanatos que possui as características e a data em que os meus pais adoptivos vieram pra cá, é o vosso.— Ok, então pode entregar-me a sua documentação para vermos o que temos aqui no