Aquela atmosfera sombria e obscura tomou conta de Salford. Nuvens negras e uma chuva forte logo pela manhã. Algo pouco habitual naquela época do ano. Talvez o destino estivesse a pressentir que algo estava prestes a acontecer. Peter vai rapidamente buscar seu irmão e sua amada. O plano deveria roçar a perfeição.— Um senhor ligou para mim há pouco tempo e eu ouvi os gritos do meu pai. – explica Peter.— Ele disse que se eu não for a encontro dele com quinhentos milhões, sozinho, ele mata o nosso pai Edward!— Conseguiste identificar quem é o senhor? – pergunta Zuleika.— Claro que não! Mas a voz dele não me parecia ser estranha… - explica o rapaz.— Parecia ser alguém que já esteve lá em casa algumas vezes… só não sei o nome.— Quem esteve lá em casa recentemente? Era um homem? – questiona Edward.— Sim, era um homem! Ultimamente, não tem frequentado ninguém… só foi uma jovem que é colega da Zuleika.— E achas que ela tem algo a ver com isso? – pergunta o filho mais velho de William.
Mas afinal, quem era o parceiro de Michelino? Suspeitava-se que fosse Lennon, devido ao seu sotaque britânico e tom de voz grosso, mas ele estava desaparecido. Porém, não deixava de ser alguém conhecido. Com os meses que se passaram, o mafioso conseguiu recuperar um dos seus parceiros de crime mais fiéis. Era Brad, o ex-namorado de Zuleika. Mas como? Se ele foi condenado a prisão perpétua?A verdade é que Brad, após o término de seu namoro com Zuleika, procurava uma vingança insaciável. Transtornado com a vida que levava, apesar de ser um homem bastante atraente, ele meteu-se em caminhos que muito criticava. Metido em problemas com um dos rivais de Capetta, seus dois amigos sofreram as consequências. Como o chefe do outro grupo tinha uma amizade com o chefe da polícia, arranjou formas de culpar Brad pelo sucedido. Porém, Michelino subornou o juiz para que revertesse aquela situação e libertasse o homem. E assim, Capetta tinha mais uma carta na manga contra os Willard. A revolta e dese
As horas iam passando e Peter tardava em dar uma resposta sobre o ponto de situação. Muito impaciente e com vontade de estar cara a cara com o homem que supostamente roubou a sua namorada, Brad envia a seguinte mensagem:“Preciso de uma resposta até às três da tarde ou o teu querido paizinho morre.”Ao ler a mensagem, Peter apressa Edward, para que contasse logo o que estava em sua mente.— Preciso que vocês tenham muita calma para começar a agir. Pode ser que não concordem com o meu plano mas eu preciso que vocês estejam preparados para o pior. – começa por dizer.— Pamella, eu preciso que tu ligues para o teu pai e peças desculpas.— O quê?! Estás maluco? – pergunta Pamella.— Nunca na vida eu farei isso!— Escuta bem, Pamella! – diz Edward, aumentando seu tom de voz.— Os vossos problemas familiares agora já não importam. Tu queres ajudar ou não?— Sim, eu quero ajudar! Mas eu não vou pedir desc… - tenta explicar a jovem.— Ou tu pedes desculpas ou o meu pai morre. Escolhe! – deter
Com os corações palpitando e emoções lá no alto, a polícia finalmente chega perto do local que William estava preso. Claro que não poderiam entrar só de repente e matar todos os capangas. Seria muito mais difícil do que isso. O plano era rondar aquele local e chamar pela isca, claro. Pamella, estava no quarto deitada, à espera de receber alguma informação que tardava em chegar. Então, ele recebe uma mensagem de um número privado.“Não podes demorar muito tempo. Arranja uma forma de arrastar o teu pai para o princípio da floresta. Nós estamos aqui escondidos, à tua espera.”Lendo aquilo, a jovem pensou no que poderia convencer seu pai a sair de perto de William, sem que esse desconfiasse de nada. Michelino, um homem que estudou pouco, era muito inteligente quando o assunto era dinheiro. Então, era esse o golpe perfeito. Como sabia que seu pai queria tanto o dinheiro, ela decidiu fazer uma sugestão a seu pai.— Pai, podemos conversar em particular? – diz a jovem, depois de ligar para o
Ainda chovia bastante e as estradas estavam escorregadias. A ventania gelada, esfriava até o mais quente dos corações. E lá, o espírito da morte parecia querer estar presente, uma vez mais. Numa perseguição sem tréguas, Peter vai atrás de Brad, que estava em posse da mulher da sua vida, Zuleika Campbell. No carro e algemada, a jovem implorava para que aquele psicopata se rendesse de uma vez, prometendo que ia deixá-lo fugir com o dinheiro, caso o fizesse. Porém, Brad diz: — Tu achas que eu só quero esse dinheiro? Durante esses anos todos, Zuleika… - vai falando alto, com o barulho de trovoadas fortes. — Eu estava à espera desse momento! E achas que agora que estás ao meu lado, eu irei te deixar ir de novo com aquele estupor? — Brad, tu tens de entender que eu já não te amo! – diz Zuleika, chorando. — Eu amo o Peter! Ele é o homem da minha vida. — O homem da tua vida te deixaria ir assim como ele deixou? Eu sou o homem da tua vida! Enxerga logo isso, porra! – diz ele, dando uma bof
"Ama-se quem se ama e não quem se quer amar." Florbela Espanca Coisas partidas no chão e música alta. Um barulho provocante e gostoso que vinha de quatro paredes… o que era aquilo? — Que gostoso… - diz ela, gemendo bem baixinho. — Você gosta quando eu boto assim, sua cachorra? — Vai amor… sou toda sua! — Meu Deus! – grita um homem chorando e chocado. — Amor?! Não é o que você está pensando… deixa eu explicar. – diz ela, se cobrindo com os seus lençóis. — Explicar o quê? Sua vadia! Bem que meus colegas me avisaram. — E você? Meu próprio chefe comendo minha esposa, na minha cama! — Edward, sua mulher deu mole e eu comi. Não tenho culpa de você ser um corno manso… — Seu filho da p… - grita ele, se atirando na cama e lutando com o homem. Copos partidos e enorme confusão. Tensão enor
A casa da jovem era normal. Sem luxos e exuberância. Aquela família nunca quis chamar muita atenção à vizinhança, por isso comprou várias casas na zona urbana. Ao bater a porta de casa, Peter aguardava que a mãe de Chloé ou um de seus irmãos abrisse. No entanto, quem abre é a sua amada. Para sua surpresa, ela estava em casa e de toalha. Acabava de tomar um banho bem refrescante. Mas ela parecia não querer que Peter entrasse:— Oi amor! Tudo bem? O que fazes aqui?— Oi! O que fazes tu aqui? – pergunta o jovem desconfiado.— O que queres dizer com isso?! – pergunta a jovem confusa.— Eu decidi não ir à escola hoje, só isso!— Só isso? Estás doente? – pergunta Peter cético.— Não! Apenas tinha coisas mais importantes a fazer! – responde Chloé.— Coisas a fazer? Ok! – diz o jovem irritado.— Procurei por ti na tua escola e afinal estás aqui. Quem está aí? – pergunta o jovem tentando entrar.— Amor, eu não quero que
Hera recebe sua filha com um belo abraço e convida-a para entrar em casa.— Ah minha filha! Que saudades! Porque demoraste tanto, minha flor? - perguntou Hera com um tom de voz emocionante e com um brilho intenso em seus olhos.— Minha querida mãe! A senhora não mudou nada mesmo! - diz sorrindo Zuleika.— Hoje tinha bastante trânsito, por isso demorei. Já agora... estou faminta mãe!— Ora, entra filha, temos visita cá em casa.Zuleika então dirige-se para a sala com a sua mãe, onde encontra os seus irmãos a conversar sobre os seus relacionamentos com Peter.— Boa tarde a todos... - saudou Zuleika com um sorriso no rosto.— Boa tarde Zuleika! - responderam todos, excepto Peter.— Porque demoraste tanto filha? Já estávamos preocupados! - pergunta Richard.— Ora pai, tinha muito trânsito hoje!Enquanto isso, Peter não parava de olhar para os olhos de Zuleika. Parecia que ele h