"Ama-se quem se ama e não quem se quer amar." Florbela Espanca
Coisas partidas no chão e música alta. Um barulho provocante e gostoso que vinha de quatro paredes… o que era aquilo?
— Que gostoso… - diz ela, gemendo bem baixinho.
— Você gosta quando eu boto assim, sua cachorra?
— Vai amor… sou toda sua!
— Meu Deus! – grita um homem chorando e chocado.
— Amor?! Não é o que você está pensando… deixa eu explicar. – diz ela, se cobrindo com os seus lençóis.
— Explicar o quê? Sua vadia! Bem que meus colegas me avisaram.
— E você? Meu próprio chefe comendo minha esposa, na minha cama!
— Edward, sua mulher deu mole e eu comi. Não tenho culpa de você ser um corno manso…
— Seu filho da p… - grita ele, se atirando na cama e lutando com o homem.
Copos partidos e enorme confusão. Tensão enorme depois daqueles momentos de tesão proibida… Uma mulher safada e adúltera e do outro lado, um homem transtornado, esmurraçando a cara do seu próprio chefe…
ALGUNS MESES ANTES:
Edward, depois de se ter casado, já não falava com a família como antes. Isso deixava os seus pais muito entristecidos. Já Peter, que gostava muito do seu irmão, nunca entendeu o porquê dessa mudança. Isso fazia com que muitos suspeitassem que havia algo de errado com ele. No entanto, ele apenas queria ser feliz, longe de tudo e todos, até mesmo da sua própria família. O que ele não sabia é que sua mulher, Elliot, tinha envolvimento amoroso com o dono da empresa onde trabalhava e o filho que pensava ser seu, na verdade era de outro homem. Todavia, todo o homem que está louco de amores por uma mulher, cega os seus olhos e surda os seus ouvidos.
O verdadeiro motivo que o fez afastar-se foi esse amor. Esse amor inexplicável e obscuro. Um amor que, na verdade, não passava de uma mentira. A sua esposa, Elliot Willard, era romântica mas infiel. Ela conseguia fazer juras de amor a dois homens. Para isso, bastava que estivessem entre 4 paredes. Mas não era simplesmente para satisfazer os prazeres da carne, mas também preencher a sua alma. Era isso que ela sentia a cada vez que beijava o corpo de seu amante.
Com o seu marido, as coisas apenas pareciam ser as mesmas. A mulher sabia disfarçar bem e parecer fazer que estava repleta de santidade.
Estamos em Manchester, no distrito de Salford, ano de 2016. Passaram-se apenas 2 meses do ano. É um inverno bastante frio, como nunca se havia visto no Reino Unido. As pessoas ficam habitualmente em suas casas, bem agasalhadas, chocolate quente e perto da lenha. A família Willard controla praticamente todos os sectores económicos da cidade, fruto do forte investimento feito em meados do século XX, tornando-se então a família mais bem-sucedida da grande cidade de Manchester.
William Willard, grande investidor, de apenas 45 anos de idade, é o chefe de família e dono de grandes indústrias não só no Reino Unido como em maior parte do mundo. Sua mulher, Elizabeth Willard, 42 anos, é uma professora de língua inglesa e dona de uma das fabricantes de perfumes mais ricas de Manchester: "Feelmore".
Casados há apenas alguns anos, William e Elizabeth, tiveram dois filhos. O primeiro filho, Edward, fruto de envolvimento na adolescência, era licenciado em Eletricidade e trabalhava numa empresa alemã de outra cidade (Liverpool). Já o segundo filho, era Peter.
Edward, depois de se ter casado, já não falava com a família como antes. Isso deixava os seus pais muito entristecidos. Já Peter, que gostava muito do seu irmão, nunca entendeu o porquê dessa mudança. Isso fazia com que muitos suspeitassem que havia algo de errado com ele. No entanto, ele apenas queria ser feliz, longe de tudo e todos, até mesmo da sua própria família. O que ele não sabia é que sua mulher, Elliot, tinha envolvimento amoroso com o dono da empresa onde trabalhava e o filho que pensava ser seu, na verdade era de outro homem. Todavia, todo o homem que está louco de amores por uma mulher, cega os seus olhos e surda os seus ouvidos.
O verdadeiro motivo que o fez afastar-se foi esse amor. Esse amor inexplicável e obscuro. Um amor que, na verdade, não passava de uma mentira. A sua esposa, Elliot Willard, era romântica mas infiel. Ela conseguia fazer juras de amor a dois homens. Para isso, bastava que estivessem entre 4 paredes. Mas não era simplesmente para satisfazer os prazeres da carne, mas também preencher a sua alma. Era isso que ela sentia a cada vez que beijava o corpo de seu amante.
Com o seu marido, as coisas apenas pareciam ser as mesmas. A mulher sabia disfarçar bem e parecer fazer que estava repleta de santidade.
Seu irmão mais novo, Peter, era um adolescente problemático, constantemente metido em brigas com os seus colegas de escola mas no entanto, era um jovem recheado de imensos talentos e aspirações. Com apenas 6 anos de idade, Peter já dominava 3 línguas forasteiras e já havia sido avaliado com um QI muito superior para a idade que tinha. No entanto, isso não fez com que nunca tivesse passado por problemas em sua vida, pois a riqueza imensa de seus pais, não significa ao todo que ele recebia o amor necessário. Um jovem perto de se tornar adulto, sempre passará pelos habituais dramas da adolescência.
Peter, era um adolescente com uma alta estatura, tom de pele claro, cabelos castanhos e lisos, olhos esverdeados que mais pareciam cristais. Era um jovem rapaz de apenas 17 anos de idade e estava a cumprir o seu último ano no ensino médio, um técnico de informática, aspirando então estudar na grande universidade de Oxford.
O jovem era visto como uma grande promessa na sua família para gerir os negócios do pai, que é o herdeiro de uma fortuna avaliada em 250 milhões de libras. No entanto, isto não era o que o apaixonava. A poesia era o seu maior vício, podia passar horas e horas a redigir vários poemas de amor e erotismo. Era viciado em estórias semelhantes às novelas turcas, com um toque mais apimentado de paixões italianas. Todavia, o jovem tinha um potencial que ainda não tinha sido desbloqueado. O seu fogo ardente, a sua chama inconsumível, o seu amor total.
Peter tinha quase tudo o que desejava num estalar de dedos. Só não tinha o amor. Ele não sentia isso de sua família, de nenhum colega de escola e tampouco de uma mulher. Talvez fosse isso que faltava, talvez fosse isso que restava. Sua avó, já falecida, costumava dizer que ele deveria seguir o exemplo de seu avô: conseguir conquistar uma mulher com o seu carácter e não simplesmente com presentes caros e aventuras por outros países. Claro que a seu ver, as coisas eram diferentes. Peter não acreditava tanto no amor, ainda mais no século que vivemos. Os jovens eram alimentados pela fome sexual e desejo de estragar relacionamentos por pura inveja. Não admirava que ele tivesse essa linha de pensamento.
Maior parte das jovens de sua escola, até adolescentes de 14 a 15 anos, entregavam-se rapidamente àqueles que demonstravam maior poder financeiro. Os considerado “centro das atenções". Isso era o oposto que a sua avó fundamentava. O século da paixão, apenas estava no tempo dela. Mas porquê que ele pensava assim? Bem, Peter namorou com uma jovem, dois anos antes, em 2014. Seu nome era Chloé Parks. A adolescente era muito linda e ingénua, assim como o rapaz. No entanto, isso não impediu que tivessem um relacionamento lindo. Os dois entendiam-se perfeitamente e parecia tudo bem encaminhado para dar bons frutos.
Todavia, com o passar do tempo, Peter começou a ouvir rumores dos seus colegas sobre Chloé. Ambos nunca tinham se envolvido sexualmente. Eram ambos "puros", assim como a sociedade rotula e estavam a guardar-se para o casamento. Mas segundo algumas pessoas, a jovem estava a sair com um rapaz da sua escola e já há algum tempo. Os olhos estavam bem abertos mas Peter queria continuar cego. Mas aparentemente, o rapaz começou a notar coisas estranhas no comportamento de Chloé. Aquilo devia-se ao facto dela estar quase sempre indisponível para vê-lo. Isso começou a soar estranho para o rapaz, que começava a criar desconfianças, uma atrás da outra. Foi então que ele decidiu fazer uma surpresa para Chloé. Ele comprou alguns chocolates e flores e foi esperá-la na escola, até à sua hora de saída. Só que a jovem não saiu. Passaram-se quase meia hora e a jovem não saía. Então ele decide ir para a casa dela e o que esperava, iria marcar a sua vida para sempre.
A casa da jovem era normal. Sem luxos e exuberância. Aquela família nunca quis chamar muita atenção à vizinhança, por isso comprou várias casas na zona urbana. Ao bater a porta de casa, Peter aguardava que a mãe de Chloé ou um de seus irmãos abrisse. No entanto, quem abre é a sua amada. Para sua surpresa, ela estava em casa e de toalha. Acabava de tomar um banho bem refrescante. Mas ela parecia não querer que Peter entrasse:— Oi amor! Tudo bem? O que fazes aqui?— Oi! O que fazes tu aqui? – pergunta o jovem desconfiado.— O que queres dizer com isso?! – pergunta a jovem confusa.— Eu decidi não ir à escola hoje, só isso!— Só isso? Estás doente? – pergunta Peter cético.— Não! Apenas tinha coisas mais importantes a fazer! – responde Chloé.— Coisas a fazer? Ok! – diz o jovem irritado.— Procurei por ti na tua escola e afinal estás aqui. Quem está aí? – pergunta o jovem tentando entrar.— Amor, eu não quero que
Hera recebe sua filha com um belo abraço e convida-a para entrar em casa.— Ah minha filha! Que saudades! Porque demoraste tanto, minha flor? - perguntou Hera com um tom de voz emocionante e com um brilho intenso em seus olhos.— Minha querida mãe! A senhora não mudou nada mesmo! - diz sorrindo Zuleika.— Hoje tinha bastante trânsito, por isso demorei. Já agora... estou faminta mãe!— Ora, entra filha, temos visita cá em casa.Zuleika então dirige-se para a sala com a sua mãe, onde encontra os seus irmãos a conversar sobre os seus relacionamentos com Peter.— Boa tarde a todos... - saudou Zuleika com um sorriso no rosto.— Boa tarde Zuleika! - responderam todos, excepto Peter.— Porque demoraste tanto filha? Já estávamos preocupados! - pergunta Richard.— Ora pai, tinha muito trânsito hoje!Enquanto isso, Peter não parava de olhar para os olhos de Zuleika. Parecia que ele h
Peter adormeceu num sono profundo e parecia que não iria acordar mais. Mas, no entanto, algo em seu corpo o fez acordar a transpirar muito. Levantando-se, pega no seu telefone e nota que são cinco e meia da tarde. Lembrou-se então que recebera uma mensagem anónima pouco antes de adormecer.- Acho que devia ir para o parque... - diz para si mesmo - talvez seja alguém que eu conheça e esteja a querer brincar comigo!Então, Peter toma um banho relaxante e prepara-se, agasalhado e cheiroso, para encontrar-se com a tal pessoa. E de repente, o seu telemóvel toca por volta das 9 menos um quarto.- Boa noite... Então vens? - pergunta uma voz doce e angelical.- Tu tens uma voz linda mas ainda assim quero saber quem és! - exclamou Peter com um tom de voz curioso.- Estarei à tua espera, menino Willard!A jovem, ainda desconhecida para Peter, desliga o telemóvel. Então, Peter que estava a tomar o seu chocolate quente, sai apres
Enquanto isso, Zuleika estava em sua casa extremamente pensativa. Ela era a filha adoptiva de Richard e Hera mas queria saber de onde veio certamente, pois possuía nacionalidade angolana, descendência árabe e pais ingleses. Muitas culturas diferentes numa só pessoa.Quando criança, possuía um tom de pele mais escuro. No entanto, por conta do inverno europeu, o seu tom de pele ficou ligeiramente mais claro. Isso dava a entender que ela era filha bastarda de Richard com uma mulher africana ou de Hera com um outro homem das mesmas origens."Zu", como era chamada carinhosamente pelos seus pais, irmãos e amigos tinha olhos castanhos claros e ao sol ficavam esverdeados. Seu cabelo era natural e crespo, típico de uma mulher africana. Seu corpo era esbelto, digno do esplendor de uma mulher preta! Seios na medida, cintura fina e pernas grossas. Além de ser atraente e irresistível para os europeus, Zuleika era também dotada de uma inteligência exemplar. Apesar da d
Perante aquela situação, Peter e Zuleika não sabiam o que responder ao motorista. Claramente enraivecido, Richard pergunta outra vez:— Que merda é esta?! Irão responder ou ficarão caladinhos, seus malandros?— Pai acalme-se! Eu posso explicar... – diz a jovem tentando evitar problemas.— Calma? Vocês vêm para o meu quarto, deitam na minha cama, mexem nas minhas coisas e querem que fique com calma?— Richard, não é o que está a pensar! Eu e a sua filha estávamos apenas a conversar e...— E o quê? – pergunta mais uma vez Richard.O motorista levanta a sua mão para dar uma galheta a Peter. Só que ao tentar fazê-lo, Zuleika põe-se em frente do jovem e cria um tumulto no quarto. Perante a situação, o senhor sente uma dor inexplicável no seu coração e cai de joelhos. Os jovens preocupadíssimos com o estado dele, ligam rapidamente para os serviços de emergência.— Venham rápido! O meu pai está no chão e não está a respirar! – diz
A família tentava manter conversas que distraíssem e fizessem esquecer aquela situação de aflição. Os irmãos ainda na ressaca da festa, tentavam contar piadas uns aos outros para ver se conseguiam rir um pouco. Enquanto isso, Hera vai orando bastante sem cessar. Aquilo parecia ser um teste para a fé de todos. Já Peter e Zuleika, apenas ficaram abraçados e sentados, à espera de alguma notícia do doutor. Eram já oito e um quarto e então este último sai da UTI, para dar notícias aos familiares:- Família de Richard, aproxime-se! - chama o homem visivelmente cansado.- Tenho uma boa notícia a dar para vocês!Todos levantam-se apressadamente e com muita felicidade para ouvir as boas novas. No entanto, pairava um sentimento de desconfiança por parte de Zuleika.- O Richard a princípio não terá sequelas da paragem cardiorrespiratória que sofreu! Então, ele poderá seguir uma vida normal, com algumas restrições. No entanto, terá de ficar cá no hospital em obs
Ao atender o telemóvel, Zuleika já tinha um mau pressentimento. Afinal, se o hospital disse que o seu pai precisava de cinco dias de recuperação, por que raios estariam a ligar para ela?— Boa tarde sra. Zuleika. Daqui lhe fala Karen, funcionária do hospital público de Manchester. Deixou o seu número cá, é filha do paciente Richard. O doutor precisa de falar com um membro da família urgentemente.— Urgentemente? O que se passa? – pergunta a jovem aflita.— Não sei minha senhora. Precisa de vir pra cá e se puder, acompanhada.Desligando a chamada, a jovem não conseguia pensar noutra companhia senão Peter. Mas já se sabe que o jovem estava ocupado com outras coisas. Não querendo preocupar a sua mãe e irmãos, Zuleika decide ir sozinha para o hospital. Posto lá, dá de caras com o doutor que estava a cuidar do seu pai. O mesmo estava visivelmente com cara de frustrado e confuso.— Boa tarde doutor! Ligaram-me e disseram-me que o senhor queria fal
Depois de algumas horas ausente, Zuleika finalmente dá sinais de vida e liga para a sua mãe. Afinal, não tinha acontecido nada mas a jovem estava simplesmente na biblioteca a estudar para um exame.- Alô mãe!- Oh minha, deixaste-me muito preocupada! Por onde andaste?!- Esqueceste que tenho exames próxima semana mãe? Estava a estudar e não queria incómodo... Estou a ir pra casa agora! - diz a jovem quase desligando a chamada.- Está bem! Filha, o Peter esteve cá em casa à tua procura. Ele estava com olho roxo e...- Ah não me fale dele... Até já mãe! - diz a jovem chateada, encerrando a chamada logo em seguida.Então, Zuleika vai pra casa de autocarro. Ao descer, encontra a mãe do falecido pai a observar o céu. A sua rotina habitual e silenciosa.- Mas o quê que ela olha tanto? - perguntou pra ela mesmo.Abanando a cabeça e ignorando aquilo, a jovem vai pra casa. Posto lá, encontra quem menos esperava. Peter ficou aq