Amber Brown
"— Mamãe! — Falei, estranhando o fato de ela estar no meu quarto. Raras foram às ocasiões em que ela entrou no meu quarto, raras vezes ela vinha até mim, mas a forma como estava sentada na poltrona deixava claro para mim que ela estava me esperando chegar. De algum modo louco meu coração tamborilou dentro do peito, era tão difícil imaginar ela naquela posição de mãe, porém conforme eu me aproximava dela a sua expressão me deixava claro que aquela não era uma espera amorosa ou preocupada.
— Onde está o jardineiro? — Perguntou de imediato com a voz tão fria que me assustou.
— Está na casa dele
Amber Brown"A fofoca havia sido generalizada, todos comentavam e me mandavam milhares de mensagens para saber o que estava acontecendo. Por alguma razão que eu não saberia explicar, Dylan desapareceu depois que nos vimos no domingo. Já fazia quase uma semana e as fofocas corriam soltas sobre o meu relacionamento com ele, eu tentei por diversas vezes falar com ele por telefone, mas nada, ele havia desaparecido, e eu não sabia o que fazer para falar com ele, esse sumiço me deixou sem chão.No dia que eu descobri a fofoca eu estava decidida a ir até Dylan para terminar tudo, e depois tentar descobrir algum jeito de desmentir ou mudar aquela informação. Mas eu não conseguia falar com ele e esse sumiço dele começou a me irritar. Em um
Amber BrownNesse momento eu comecei a chorar, Dylan acreditou que eu chorava por estarmos passando por aquilo, por eu ter sido obrigada a trai-lo quando eu fiz por conta própria. Minha mãe por pior que fosse não tinha nenhuma responsabilidade com aquilo. Chorei ao ponto de soluçar, pois eu me arrependia amargamente por ter criado toda aquela situação, quando bastava apenas eu terminar com ele para resolver tudo, ele só sairia magoado, mas não correria o risco de ser preso.As lágrimas caiam em abundância. Eu não conseguia me controlar. Tudo aquilo estava me consumindo e lacerando meu coração. A culpa me correndo como ácido. Eu era terrível. Eu era má, cruel, egoísta e covarde, eu era a pessoa mais covarde que eu conhecia. Só me importava comigo
Dylan Cooper As memórias eram dolorosas, dolorosas demais a esse ponto. Eu observava a pele de vidro da empresa me fazia enxergar as pessoas miudinhas lá em baixo, e observá-las me fez refletir tudo que havia acontecido desde o fatidico dia que eu perdi a cabeça. Tudo que aconteceu comigo desde que sai da fazenda e retornei para a cidade, tudo o que me levou a tomar decisões nada inteligentes. Um suspiro profundo de lamento sai dos meus lábios enquanto as lembranças entram como uma enxurrada através delas. "Não era difícil perceber como tudo mudou completamente de lugar na minha relação nada comum com Amber. De certo modo era para eu estar me sentindo feliz e satisfeito por ter colocado ela no mesmo lugar que ela tinha me posto anos atrás. A expectativa que alimentei por anos para que isso acontecesse não fez jus a como eu realmente me senti. Amber estava submissa demais, coisa que ela nunca foi, pelo contrário, ela sempre conduziu tudo a seu bel prazer. Eu era um moleque carente e
Dylan Cooper"Joguei minha cabeça para trás tentando abstrair das emoções contrastantes que insistiam em me consumir. Amber fez muitas coisas contra mim, ela destruiu meu coração e a minha alma. Quase destruiu a minha reputação e a minha dignidade. Ela poderia ter acabado com a minha vida, e quase acabou. Acredito que se eu não tivesse ido embora quando ela me chutou igual um verme do seu quarto, provavelmente manteria cada mentira que inventou sobre mim. Eu estaria preso e mesmo se meu tio conseguisse me tirar da cadeia, eu teria sido marcado para sempre como um criminoso sexual. Meus olhos brilham de lágrimas que eu me recusava a deixar descer. Lembrar-me disso ainda é como uma ferida exposta que dói cada vez que eu tenho que trocar o curativo.Até hoje eu não consigo e
Dylan Cooper "Meus primos Adam e Clara estavam sentados na grande sala de TV, assistindo algo sobre zumbis. Apesar de eu gostar bastante, não estava nem um pouco disposto a assistir o que fosse com eles, preferia ficar longe de Clara por um tempo. Passei direto por eles, como vi que a luz da cozinha estava acesa, andei até lá e encontrei meu tio. Entrei já o cumprimentando e indo até o filtro para beber água. Notei que ele olhava com demasiada atenção para alguns papeis, presumi que se tratava do processo de Andrew. Sorri. Isso sim me interessava muito. — Alguma novidade? — Perguntei animado, me aproximando da bancada onde ele estava com os papeis espalhados, estranhei por ele não estar vendo isso no escritório, mas não questionei. — Marcaram a audiência de Andrew, irão ouvir as testemunhas agora — Meu tio respondeu inexpressivo. — Isso é ótimo! — Exclamei, sem entender exatamente a falta de empolgação que ele estava ao falar isso, já tínhamos achado o nosso trunfo, no tempo certo.
Dylan Cooper Meu coração se apertava cada vez mais conforme as lembranças do que me deixou completamente descontrolado vinham a tona, enquanto eu observava as pessoas indo e vindo eu me perguntava se todo aquele tormento um dia teria fim... "O dia seguinte começou cedo como sempre, mas o clima estava intragável naquela casa. Era surpreendente como todas as coisas que já estavam bem acertadas apenas desandaram. Sinto que tudo está se esfarelando em minhas mãos, e nada que eu possa fazer seja capaz de reverter os danos dessa vez. Eu, meu tio e meus primos, estávamos sentados à mesa sem qualquer expressão. Adam e Clara já sabiam o que tinha acontecido com Brian na fazenda. Nenhum de nós tinha qualquer solução ou se quer sinal de onde Brian poderia estar, nem uma mínima pista. Sabíamos que o certo era ligar para Jacob, mas ainda queríamos conseguir falar com Brian primeiro a fim de saber o tamanho do problema em que ele nos enfiou. — Ele é um imbecil! Moleque babaca! — Clara quebrou o
Dylan Cooper"Liguei para meu tio a fim de descobrir se já tinha alguma novidade, apenas para confirmar o que eu já sabia. Adam havia viajado para Dakota do Sul a fim de procurar por Brian, e me pediu um pouco de tempo antes de tomar qualquer decisão ou ação, a verdade era que estávamos todos com medo do que Brian possa ter aprontado, e não queríamos agir no escuro. O moleque não entendia que enquanto ele não pedisse ajuda, nada nenhum de nós poderia fazer.Acatei a sua ordem e deixei que Adam procurasse por Brian por algum tempo. Pensei em dar até três dias para Brian aparecer, mas se passaram três, depois quatro, depois cinco, e num piscar de olhos já havia se passado duas longas semanas em que não tínhamos se quer uma única notícia sobre ele. Tudo se mantinha invariavelme
Dylan CooperA pertubação não saia da minha mente, precisei encher um copo de whisky para poder tentar relaxar o meu corpo diante de tantas lembranças, as lembraças que ela me trazia, o nosso passado, tudo o que vivemos, minha mente estava uma bagunça, as lembranças da casa que eu vivi quando trabalhei na minha atual mansão, que antes era dela, aquela porta azul, um azul-claro muito bonito. Todas as outras casas tinham a porta branca, mas essa era azul por minha causa. Eu a pintei dessa cor assim que me mudei, minha mãe amava azul, era uma forma de trazê-la comigo. A recordação do quanto Amber havia gostado da cor vieram em seguida. A marca da minha mão ainda estava naquela porta..." — Não sabia que era pintor também, além de jardineiro. Sempre me surpreendendo com a quantidade de habilidades diferentes que você possui, não é mesmo Dylan — A voz suave da menina que vinha arrancando a minha paz e meu juízo se fez ouvir atrás de mim — É um tom lindo de azul, já te falei que azul é a mi