Justo nesse momento, Mônica gritou para Douglas:— Douglas, quer suco de melancia?— Sim. — Respondeu Douglas, sabendo que Rubem ouvira tudo, e era exatamente isso que ele queria. — Sr. Rubem, se não há mais nada, vou desligar, o tempo é precioso.A voz de Rubem ficou mais grave, fria e tensa:— Douglas, não brinque com ela.— Rubem, que direito você tem de me falar isso? — Respondeu Douglas com um sorriso frio. — Você acha que seus planos são perfeitos, que ninguém percebe o que você está fazendo?— Enganei ela, mas nunca a machuquei. Você, por outro lado, a envolveu na briga da família Pimentel! — A voz dele ficou gélida. — Se eu soubesse disso antes, teria feito você perder suas duas pernas de verdade!— E o que você deu a ela? Fez um círculo e disse para ela ficar dentro, quietinha? — Rubem retrucou. — Ela é muito esperta, aprende rápido, e você não consegue esconder nada dela.— Gosto de mimá-la, deixá-la sem preocupações, sem precisar pensar em nada. — Douglas olhou para Mônica,
Mônica pegou três dólares e não sabia o que fazer com eles.Mais tarde, foi Douglas quem quebrou o clima constrangedor, dizendo:— Foi só uma gentileza de ajudar um novo aluno. — Ele pegou os três dólares da mão dela como uma “taxa de serviço”, e então se afastou.Por serem ambos da mesma faculdade de tradução, os dois sempre acabavam se encontrando. Com o tempo, foram se tornando amigos e, devido aos interesses em comum, numa certa véspera de Natal, Douglas se declarou para ela e Mônica aceitou.O relacionamento deles foi extremamente doce, nunca houve brigas, e Douglas sempre a tratou com muito carinho.— Se naquele dia eu não tivesse ido… — Mônica não queria mais pensar sobre o que aconteceu naquele dia, então se calou, se virando para olhar as águas cintilantes do rio.Um olhar de dor cruzou os olhos de Douglas. Ele segurou a mão de Mônica e, com a voz suave, disse:— Nataly, quando tiver uma oportunidade, eu te contarei tudo.— Não precisa. — Mônica retirou a mão firmemente e sorr
Mônica perdeu-se em seus pensamentos.O perfil do homem parecia se sobrepor a outro rosto em sua mente.— Você… — Mônica, assustada, recuou alguns passos. Mas, ao olhar novamente para Douglas, não viu nada de diferente. Talvez tivesse sido apenas uma ilusão.Douglas também se assustou e abriu os olhos para encará-la.— O que foi?— N-nada — Mônica respondeu com um sorriso forçado.Será que foi apenas uma ilusão?Eles não foram a lugar nenhum, apenas subiram a Montanha de Nossa Senhora e depois voltaram.Mônica estava distraída. Se não fosseDouglas segurando-a, ela teria batido em um carro.— Mônica!A garota voltou à realidade e olhou para Douglas, confusa.— O que foi?— Está entediada de ficar comigo? — Douglas perguntou. — Você parece estar em outro mundo o dia todo.— Eu só estava pensando no que fazer amanhã — Mônica tentou disfarçar. — A gente já visitou praticamente tudo de interessante aqui em Vilarrosa… Que tal amanhã…— Amanhã vamos saltar de paraquedas.— O quê?No sexto dia
Douglas plantou um beijo discreto em sua face, pensando em si mesmo:— Mas você sabe? Nenhuma paisagem, por mais bela que seja, se compara a um décimo da sua beleza.Quando o relógio em seu pulso apitou, Douglas abriu o paraquedas. Os corpos dos dois balançaram no ar enquanto o homem controlava a direção, voando em direção ao campo dourado de trigo.Ao pousarem na trilha ao lado do campo, Mônica ainda estava relutante:— Já acabou? Foi rápido demais!— Quer ir de novo?— Não, não! — Ela recuou rapidamente, sem querer gritar por ajuda como uma criança outra vez.Mônica adorou o campo dourado. Tirou algumas fotos e, enquanto se preparavam para partir, algumas gotas de chuva caíram em seu rosto. Em segundos, a tempestade desabou.Douglas tirou o casaco e o ergueu sobre a cabeça de Mônica, e os dois correram em busca de abrigo.A chuva era tão forte que o casaco pouco ajudou. Ensopados, encontraram uma marquise e, ao trocarem olhares, caíram na gargalhada.Mônica apontou para os óculos del
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.Isso estav