Capítulo 2
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.

Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.

Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!

Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.

Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.

“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.

— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.

Uma mão forte e firme passou pela sua cintura, segurando-a com segurança. O cheiro masculino intenso, misturado ao toque firme, fez Mônica sentir a boca seca, enquanto sua racionalidade começava a se dissolver lentamente.

— Que perfume bom… — Murmurou ela, quase sem perceber.

As sobrancelhas do homem franziram imediatamente, enquanto seu assistente e os seguranças que estavam atrás dele ficaram completamente boquiabertos.

Que absurdo! Uma mulher sendo tão atrevida!

— Senhorita, por favor, mantenha a compostura. — A voz do homem era fria como um vento gelado de inverno, capaz de fazer qualquer um tremer.

Mônica ficou paralisada. Aquela voz... Tão familiar. Ela levantou a cabeça e, ao encarar os olhos do homem, sentiu seu coração parar. Aqueles olhos, frios como estrelas distantes, congelaram-na no lugar.

Por um momento, o tempo pareceu parar. Mônica arregalou os olhos, encarando o rosto impassível à sua frente. Depois de alguns segundos, sua boca se abriu lentamente em choque.

— Tio? — Sussurrou ela, incrédula.

Meu Deus, que pecado ela havia cometido para acabar nos braços de Rubem Pimentel, o famoso “tio” de Leopoldo!

Embora todos soubessem que Rubem era apenas o filho adotivo de Conrado Pimentel, como Conrado nunca teve filhos biológicos, ele enviou Rubem para estudar administração no exterior e, em seu aniversário de sessenta anos, entregou a ele o controle do Grupo Pimentel.

Rubem era o solteiro mais cobiçado da alta sociedade, um verdadeiro magnata, alguém inalcançável!

A sogra de Mônica, aliás, nunca escondeu seu desejo de se aproximar de Rubem, afirmando que a carreira de Leopoldo dependia muito da ajuda do “tio”. Mas, ao que parecia, Rubem mal dava atenção à família de Leopoldo.

Mônica mal teve chances de vê-lo pessoalmente ao longo dos anos, e agora, lá estava ela, em seu primeiro contato tão próximo com ele.

Ele tinha um semblante frio, traços bem marcados e um olhar penetrante, como se pudesse ver através de todas as suas intenções. Seu corpo esguio irradiava uma aura quase desumana, completamente indiferente.

— Tio Rubem... Desculpa.

Ao ouvir Mônica chamá-lo de “tio” pela segunda vez, Rubem finalmente pareceu reagir.

Franzindo ainda mais a testa, ele soltou Mônica sem a menor hesitação, pronto para seguir seu caminho. Mulheres que se jogavam em cima dele não o interessavam nem um pouco.

— Tio Rubem, espera!

Mônica mordeu o lábio. Se ela já estava ali, que mal teria aproveitar a oportunidade? Se conseguisse conquistar Rubem, seria uma verdadeira virada na vida dela!

— Eu... Estou muito mal hoje, bebi demais... Você vai mesmo me deixar sozinha aqui? Este lugar não é nada seguro. — Disse Mônica, tentando soar vulnerável, enquanto mordia o lábio de leve e fingia ser inofensiva.

Ela o observava de soslaio, mas Rubem mantinha a expressão inalterada. Decidida, ela fingiu sentir dor, curvou-se e passou a mão no tornozelo, gemendo com a voz trêmula:

— Além disso, eu torci o pé... Está doendo muito.

Se o rosto de Rubem estava impassível antes, agora um sutil sorriso irônico começou a se formar em seus lábios, enquanto seus olhos brilhavam com um toque de diversão.
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