Rubem compreendeu imediatamente o significado implícito nas palavras dela e curvou os lábios em um leve sorriso.Ele percorreu o jardim com o olhar antes de perguntar distraidamente a Virgínia:— Tia, o que acha desta mansão?— Uma mansão centenária, é claro que é boa. — Respondeu Virgínia, mas seu olhar carregava um traço de insatisfação.Afinal, essa mansão não ficou para os Pimentel, e sim para Rubem, deixada pelo Conrado.— Se você gostar, posso oferecer a mansão a você. — Disse Rubem, servindo mais chá para ela, com um tom respeitoso. — E também com setenta por cento das ações do Grupo Pimentel.Conrado havia transferido todas as suas ações para esse filho adotivo?Os olhos de Virgínia se obscureceram por um instante, mas logo um sorriso suave brotou em seus lábios.— O que você pretende com isso? A mansão e as ações do Grupo Pimentel foram dadas a você por Conrado. Eu não poderia aceitá-las.— Quero apenas que você liberte Mônica.Virgínia arqueou levemente as sobrancelhas.— A S
Após sete dias na delegacia, Mônica foi finalmente liberada.O assassino de Helen foi encontrado. Era o motorista do carro branco com o qual eles haviam se envolvido em um acidente. Segundo informações, ele foi contratado pela esposa de um empresário para matar Helen, e ele tinha problemas mentais sérios. Após cometer o assassinato, ele continuou dirigindo de maneira descontrolada na estrada, até que conseguiu fugir com a arma do crime.Mônica nunca acreditaria, aconteça o que acontecer.Helen tinha tentado a matar, mas no fim foi ela quem morreu. Agora, estava sendo incriminada por um crime que não cometeu. Sete dias depois, a polícia encontrou o verdadeiro culpado e a liberou. O que isso significava exatamente?Quem estaria por trás disso e por que tentar a incriminar?Mônica temia que Malena e Lucas ficassem preocupados com ela, então ligou o celular. Inúmeras mensagens e chamadas perdidas surgiram na tela. Antes mesmo de ligar para alguém, o celular tocou.Ela atendeu e perguntou:
Virgínia estava falando com os jornalistas, mas Mônica não tinha tempo para prestar atenção no que ela disse. Seus olhos estavam fixos em Rubem, que mantinha a boca fechada, com aquela expressão indiferente, e algo naquilo parecia estranho para ela.Ele havia transferido o Grupo Pimentel… Como ele podia estar tão calmo, tão distante? Por que isso estava acontecendo?De repente, o cano da arma envolto em um silenciador foi apontado ao coração de Mônica, e poucos segundos depois, o gatilho foi acionado. A bala prateada cortou a chuva e foi em direção ao seu peito.— Mônica! — Um grito desesperado soou no ouvido de Mônica, uma voz que ela reconheceu imediatamente.Ela estava prestes a se virar quando uma figura se jogou sobre ela, e um som de “ploc” de carne sendo perfurada foi ouvido. Então, Mônica foi brutalmente jogada ao chão, com a pessoa caindo em cima dela.A chuva caía forte, e Mônica mal conseguia abrir os olhos. Ela limpou o rosto e viu que era Leopoldo quem a havia derrubado. E
Se ele tivesse prestado um olhar mais atento nela antes, tudo não teria chegado a esse ponto.Era um arrependimento genuíno.Mônica percebeu que o braço dele estava ficando cada vez mais frio e sua respiração estava mais fraca. Ela se apressou:— Eu te imploro, não fale mais, por favor!Ela olhou ao redor, como uma fera encurralada, desesperada, quase sem esperança:— Por que a ambulância ainda não chega?Leopoldo disse:— Esta bala, pode ser considerada como uma forma de compensação para você.Com dificuldade, ele moveu o braço, como se tentasse pegar algo. Mônica, então, revistou os bolsos dele e tirou uma pequena caixa. Ao abri-la, encontrou um par de lindos brincos de pérola.Mônica sentiu os olhos se encherem de lágrimas.Ela sempre gostou de pérolas, de todos os tipos, e jamais imaginou que ele ainda se lembraria disso.Ela perguntou:— Foi para mim?Leopoldo assentiu, sua voz mais fraca agora:— Comprei há muito tempo, mas nunca consegui te dar.Mônica, rapidamente, tirou os bri
— Mônica, meu filho te deve o quê, afinal?!Ela apertava com força o pescoço de Mônica, as unhas cravando profundamente em sua pele, e disse com raiva:— Você, tão esperta, conseguiu se envolver com o Rubem, mas por que precisa prejudicar meu filho ainda?Mônica mal conseguia respirar, sentia as unhas de Talita perfurando sua pele e sangrando, mas não resistia.Tomás, ao ver Talita tão descontrolada, correu até elas e a puxou para longe, colocando Mônica atrás de si:— Sra. Talita, se acalme! Mônica é inocente.— Meu filho está morto, está aqui, deitado! — Talita apontou para o corpo de Leopoldo sobre a mesa. — Essa mulher matou meu filho, e eu vou fazê-la pagar pela vida dele!Em um surto, Talita tentou atacar Mônica novamente.Tomás não deixou que ela se aproximasse e chamou algumas pessoas para a segurar e levar para fora. Depois, se virou para Mônica e disse:— Mônica, vou investigar tudo isso, mas agora vou te levar para casa.Mônica o olhou e perguntou:— Você já sabia do plano d
— Eu não esperava que o Marcos fosse atacar você. — Ao ver a reação tão intensa de Mônica, Rubem soube que, se não esclarecesse tudo, ele perderia algo importante.E mais, não imaginava que Leopoldo fosse se colocar na frente para proteger Mônica.Mônica riu com amargura e, com a voz rouca, disse:— Você foi muito cruel com o Reginaldo. Ele, para se vingar, foi capaz de ceder as ações do Grupo Pimentel para o Douglas. O que mais ele não seria capaz de fazer?Ela não tinha vindo para discutir com Rubem.Nem era necessário discutir.Mônica passou os dedos pelos olhos para secar as lágrimas e, depois de uma respiração profunda, perguntou calmamente:— Naquela vez, no hotel na Turquia, você me prometeu três condições, Sr. Rubem. Elas ainda valem?O rosto de Rubem se tendeu e, depois de um longo silêncio, ele assentiu:— Sempre valerão.— Ótimo. — Mônica disse. — Primeira condição: quero que você me peça desculpas agora, Sr. Rubem.Os olhos castanhos dela estavam repletos de frieza, nada in
Rubem apertou os olhos, sua voz gelada e cortante:— Douglas, você me irritou.— Então, me sinto honrado por ser lembrado pelo Sr. Rubem. — Douglas, aparentemente debilitado, começou a tossir violentamente, levando um tempo até conseguir recuperar o fôlego.Alguém avisou Douglas que o tempo havia chegado.Quando a ligação estava prestes a terminar, Douglas disse:— Eu não vou deixar o problema do acidente de lado. Sr. Rubem, escolha bem um pedaço de terra como túmulo para a sua tia.Após isso, desligou o celular.Tomás sentiu que o ar ao redor de seu chefe ficou mais denso depois da ligação, como se uma onda gelada tivesse subido pela sua espinha.Rubem disse, com voz fria:— As coisas estão arrumadas?— Sim, tudo já está organizado. — Respondeu Tomás. — Emanuel de CodeViva voltará amanhã para o país, e o Sr. Gustavo voltará depois de amanhã.— Saia.Com uma simples ordem, Tomás se retirou rapidamente, fechando a porta da sala de reuniões atrás de si. Quando finalmente ficou fora, sent
O menino se aproximou de Fábio, olhou para Mônica e, com cautela, chamou:— Irmã.— Eu não sou sua irmã! Não fique chamando assim! — Mônica lançou-lhe um olhar furioso e apontou para a porta. — Fábio, leve seu filho e suma daqui!Fábio suspirou:— Nataly, ele também é seu irmão…— Só tenho um irmão, que é Lucas! — Mônica retrucou, cortante.— Por favor, estou pedindo como pai! — Fábio implorou com desespero. — Hira está com leucemia, só você e a Noêmia têm compatibilidade para doar a medula. Não vai fazer mal nenhum a você, é só uma doação.Ao ouvir isso, Mônica entendeu tudo e fez uma ironia:— Ah, então o seu filho está morrendo de leucemia? Quando você abandonou sua esposa e filho, já pensou no que aconteceria com eles?— Nataly…— A Noêmia está no exterior, fazendo filme, e está bem longe de precisar ver um pai como você! — Mônica falou com frieza nos olhos. — Quando seu filho morrer, eu até irei ao velório, mas medula? Pode esquecer!— Nataly! — Fábio exclamou, furioso, encarando