O menino se aproximou de Fábio, olhou para Mônica e, com cautela, chamou:— Irmã.— Eu não sou sua irmã! Não fique chamando assim! — Mônica lançou-lhe um olhar furioso e apontou para a porta. — Fábio, leve seu filho e suma daqui!Fábio suspirou:— Nataly, ele também é seu irmão…— Só tenho um irmão, que é Lucas! — Mônica retrucou, cortante.— Por favor, estou pedindo como pai! — Fábio implorou com desespero. — Hira está com leucemia, só você e a Noêmia têm compatibilidade para doar a medula. Não vai fazer mal nenhum a você, é só uma doação.Ao ouvir isso, Mônica entendeu tudo e fez uma ironia:— Ah, então o seu filho está morrendo de leucemia? Quando você abandonou sua esposa e filho, já pensou no que aconteceria com eles?— Nataly…— A Noêmia está no exterior, fazendo filme, e está bem longe de precisar ver um pai como você! — Mônica falou com frieza nos olhos. — Quando seu filho morrer, eu até irei ao velório, mas medula? Pode esquecer!— Nataly! — Fábio exclamou, furioso, encarando
— Não tem a ver com dinheiro. — Fábio disse. — Ela me odeia por eu abandonar ela, os irmãos e a mãe deles.Kelly bufou:— O que ela tem para odiar? Se o casamento acabou, é porque não havia amor mais. E outra coisa, a vida dela também foi dada por você. E o Hira é meio-irmão dela.— Minha filha não aceita nada, nem por bem, nem por mal. Não sei mais o que fazer. — Fábio falou, desanimado. — Minha outra filha está trabalhando no exterior, e o endereço dela muda o tempo todo, nunca tem tempo para vir aqui. Se não fosse pelo Hira, que não pode esperar, eu também não teria vindo atrás deles.— Infelizmente, meu sangue não é compatível com o Hira. — Kelly olhou para Hira com carinho. Caso contrário, Fábio não precisaria ir atrás da filha com a ex-mulher.Ela pensou por um momento e disse a Fábio:— Se ela não ceder por bem, você tem que ser mais firme. Leve-a para o hospital e faça a cirurgia. Depois, paga um bom dinheiro e o problema se resolve.Fábio franziu a testa.— Isso não parece ade
Quando Hira soube que Kelly conhecia Íris e se encontrava com ela com frequência, seus olhos brilharam de desejo, como se não fosse esperar mais para que Kelly o levasse até Íris.— Vou me cuidar direitinho, Kelly, você me prometeu, hein? — Disse ele, ansioso.— Pode ter certeza. — Respondeu Kelly, sorrindo.Com um olhar relutante, Hira observava Kelly sair do hospital.Ela tinha acabado de entrar no carro quando o celular tocou.Vendo o nome “Sellers” na tela, Kelly sentiu o coração amolecer. Ela atendeu rapidamente, com uma voz suave, como uma jovem:— Você não me ligou há trinta e nove dias.— Me perdoa, é que estou atolado de trabalho. — Respondeu o homem do outro lado da linha, com um tom de voz suave e envolvente. — Você ficou tanto tempo longe de mim, não sentiu minha falta? Hum?Kelly dirigia calmamente, mas deu uma resposta provocativa:— Por que eu teria que sentir falta de você?— Sério que não sentiu falta? — O homem riu baixo, a voz doce e cheia de charme. — Porque pensei
Em um hospital privado de Vilarrosa.Elder, que estava andando de um lado para o outro no corredor, com a expressão sombria e uma sensação de ansiedade pairando sobre ele, não conseguia se acalmar.Assim que a porta do quarto foi aberta, ele foi rapidamente até o médico que estava saindo e perguntou, com a voz tensa:— E aí, como está?— Não é ótimo. — Respondeu o médico, com tom grave, olhando para o quarto. O homem na cama estava pálido, com os olhos cerrados e a testa franzida, demonstrando como estava sofrendo.Elder sentiu o coração apertar e, com a voz quase inaudível, perguntou:— Quanto tempo ele ainda aguenta?— Depende do Sr. Douglas. — O médico respondeu. — Se ele ficar no hospital e manter a calma, pode durar pelo menos três anos. Mas se continuar se sobrecarregando, só vai aguentar mais um ano.O médico fez uma pausa, olhando para a cama, e perguntou:— O que foi que o Sr. Douglas viu naquele dia? Ele vomitou sangue e desmaiou à noite. Se ele continuar assim, nem metade de
— O que você está fazendo, Lucas? — Malena rapidamente impediu Lucas e, com um tom calmo, tentou convencê-lo. — Esse médico ajudou a sua irmã, pelo menos deve dizer “obrigado”.— Que médico ele é! — Lucas respondeu com desprezo, olhando para Eduardo com um sorriso frio. — Você sabe muito bem o que fez minha irmã chegar a esse ponto!Eduardo assumiu a culpa: — Realmente, foi erro do meu irmão.Não esperava que Mônica fosse tão afetada. Se não tivesse vindo, provavelmente ela teria ficado com a cabeça queimada de tanto febre.No final das contas, era culpa do Rubem.— Só um erro? — Lucas forçou as palavras, falando com um tom ríspido. — Minha irmã nunca deve nada a ele, mas ele a tratou como um palhaço!— Diga ao Rubem que nunca mais apareça na frente da minha irmã, ou não vou ser educado! Se eu quiser bater nele, ninguém ao redor dele vai poder protegê-lo!Eduardo suspirou.Lucas estava com raiva, e o que ele poderia argumentar contra isso?Após dar a injeção, Eduardo saiu e, no corredo
Quando Mônica acordou, sua cabeça estava um pouco tonta e sua garganta ardia de dor.Ela percebeu que o lugar onde estava parecia ser um quarto de hospital. Viu também Malena, que estava tricotando ao lado, e, com esforço, usou os braços para se sentar na cama.Com a voz rouca, ela disse:— Mãe.— Nataly, você acordou? — Malena largou rapidamente o que estava fazendo e se aproximou, com a expressão cheia de preocupação. — Você esteve com febre por três dias, quase me matou de susto, eu e seu irmão.— Três dias?Malena assentiu e foi buscar água para ela.— É, o médico te deu algumas injeções, mas a febre não passava. Depois veio um tal de Dr. Eduardo, que te deu uma injeção e...— Aqui, beba um pouco de água. — Malena entregou o copo e perguntou: — Está se sentindo bem? Algo te incomodando?Mônica balançou a cabeça, bebendo metade da água.A partir de Malena, Mônica soube que, nos últimos dias, ela e Lucas estavam sempre ao seu lado, sem sair de perto. Hoje, Lucas recebeu uma ligação,
— P*ta que pariu! O Rubem é um desgraçado! — Emma estava indignada, cuspindo palavras como se fossem balas. — A família Pimentel está em briga interna, se ele queria ajuda, devia ter procurado o Francisco ou outros! Por que tem que envolver você? E ainda por cima, sem te avisar antes?Quanto mais falava, mais furiosa ficava.Emma falava cada vez mais animada, saliva voando por todos os lados.— Que canalha! Depois de fazer isso com você, virou a cara e já se envolve com aquela Srta. Maitê! — Nossa, você não sabe! A Íris foi numa entrevista e não para de mencionar a Maitê. Ainda a chamava de ‘cunhada’! Qualquer um que ouvir já vai perceber que o Rubem e a Maitê estão quase casando!As palavras fizeram o coração de Mônica doer um pouco.Afinal, era um homem que ela já amou.Mas ignorou rapidamente o incômodo, mantendo uma expressão serena e um tom indiferente:— Eles já estavam noivos. Mesmo que o Rubem não esteja mais no Grupo Pimentel, casar com a Srta. Maitê só traz benefícios para el
— Você não tem medo de que o Francisco fique com ciúmes, agindo tão descaradamente? — Mônica brincou.— Eu estou é com raiva dele! — Emma bufou. — Ele sabe que somos amigos, deveria ter nos contado sobre as armações do Rubem, mas ficou calado esse tempo todo.— No fim das contas, o Rubem ainda é família dele. — Mônica mordeu o lábio antes de continuar: — Emma, amanhã, quando for à empresa, tente descobrir para mim quando vai ser o funeral do Leopoldo.Emma assentiu.Afinal, Leopoldo também era da família Pimentel. Naquela noite, a notícia da sua morte já tinha se espalhado, e muitos jornalistas correram para o hospital, mas ninguém sabia exatamente como ele tinha morrido.— Sempre o achei um canalha... — Emma comentou. — Mas… nunca imaginei que isso ia acontecer.A dor no peito de Mônica ficou insuportável.Se Leopoldo não tivesse se jogado para protegê-la daquela bala, nada disso teria acontecido.A dívida que tinha com ele agora era eterna.Emma tirou um dia de folga e ficou com Môni