Não podia ser verdade... Como a abotoadura de Rubem tinha ido parar na bolsa dela?Rubem era muito rico, então provavelmente nem se importaria por ter perdido uma simples abotoadura.Com esse pensamento, Mônica guardou a abotoadura de volta na bolsa e, em passos firmes sobre os saltos, entrou na empresa.Por azar, ao levantar os olhos, deu de cara com Leopoldo andando ao lado de uma mulher de curvas graciosas, os dois rindo e conversando animadamente.Mônica olhou para a mulher com mais atenção. Era a mesma que ela tinha visto na noite anterior, se enroscando na cama com Leopoldo.Ao notar Mônica, o semblante de Leopoldo mudou na hora. Em sua cabeça, ela deveria estar em Munique a trabalho, certo? Quando ela tinha voltado? Ou será que nunca foi?Nesse momento, a mulher ao lado dele sussurrou algo, fazendo Leopoldo desviar a atenção para ela novamente. Após trocarem um olhar, a mulher se afastou, entrando no elevador.Mônica notou as marcas suaves de beijos no pescoço dela, que, antes d
Quando Mônica voltou de Nova Iorque, já havia se passado meio mês.Ela tinha deixado o celular no modo de roaming, e durante esse tempo todo, Leopoldo tinha enviado apenas duas mensagens. Ambas eram respostas à mensagem que ela havia enviado no dia em que estava indo para Nova Iorque. Ele apenas disse para ela tomar cuidado.Mônica estava completamente desiludida.Antes, quando Leopoldo a traiu, ela talvez se culpasse por causa do seu problema com a intimidade. Mas agora, não era só o corpo de Leopoldo que não estava mais com ela, o coração dele também tinha ido embora.Naquela noite, quando Leopoldo chegasse, ela decidira que iria pedir o divórcio.Pouco antes de chegar ao escritório, Mônica recebeu uma ligação. Era o chefe dela, informando que um parceiro de negócios havia chegado da Suíça. No entanto, o representante só falava romanche e não tinha trazido um intérprete. A única tradutora que sabia romanche no departamento executivo estava em viagem, e a equipe de tradução pediu para
— Obri... Obrigada, Presidente Rubem. — Mônica gaguejou, tentando se equilibrar. As pontas dos dedos, que ele havia tocado, ainda tremiam. — Eu sou Mônica, do departamento de tradução. Nesta negociação comercial, serei sua intérprete durante todo o processo.Rubem fez um leve som de confirmação, sua voz baixa e carregada de interesse: — Então, vou contar com a sua ajuda, Srta. Mônica.— Presidente Rubem, não precisa ser tão formal. — Respondeu Mônica, esboçando um sorriso forçado.Felizmente, Rubem não a colocou em uma situação complicada. Depois de falar, ele seguiu caminhando ao lado dos representantes suíços, e Mônica suspirou de alívio.Ela apressou o passo para guiá-los.Como o número de participantes na negociação era grande, Mônica havia reservado uma sala privativa maior. Depois de levar todos para o local, ela saiu para avisar aos garçons que servissem a comida em vinte minutos.Quando voltou para a sala e tentou se sentar, percebeu que todas as cadeiras estavam ocupadas.— S
Mônica ficou paralisada por um momento, finalmente entendendo por que ele havia olhado para a sua barriga daquele jeito. O rosto dela ficou completamente vermelho de vergonha.— Presidente Rubem, não é o que o senhor está pensando. Eu só comi demais de manhã e meu estômago não está bem.Rubem baixou o olhar, aproveitando para observar Mônica com mais atenção.Ela estava bem diferente da última vez que ele a viu no bar, usando um vestido justo de alças, completamente embriagada, com um ar provocante, jogando-se descaradamente em seus braços.Agora, ela vestia um terninho cinza bem alinhado, destacando sua silhueta esguia. Nos pés, usava um par de scarpins de salto fino em tons neutros, e o cabelo estava preso de forma elegante, transmitindo uma imagem de mulher poderosa.Mônica mantinha a cabeça baixa, como se estivesse evitando seu olhar, e um perfume suave e delicado escapava de sua direção, fazendo o corpo dele estremecer por um instante. Ele já conhecia bem o lado sedutor daquela mu
Após levantar o dinheiro no banco, Mônica pegou um táxi e chegou ao hospital em vinte minutos.Ao entrar no quarto, encontrou sua mãe, Malena Botelho, com a perna engessada, deitada na cama. Sua irmã de pouco mais de vinte anos, Noêmia, estava no canto da sala, jogando e gritando a cada vitória no jogo.— Mãe, o que aconteceu? — Mônica colocou as frutas na mesa, olhando com um semblante severo para Malena. — Como você acabou quebrando a perna?Malena, um pouco temerosa pela preocupação de Mônica, respondeu de forma vaga:— Foi um acidente enquanto estava limpando a casa. Não é nada sério.— Não foi só um acidente de limpeza! — Noêmia interveio com um tom frio. — Ela estava fazendo um bico como faxineira e caiu enquanto limpava uma janela. Na hora, nem conseguia se levantar.Mônica massageou a testa, frustrada:— Mãe, não era melhor continuar como porteira na biblioteca? Por que você foi trabalhar para outros limpando?Malena baixou a cabeça, sem coragem de responder.Noêmia largou o ce
Mônica não teve como recusar o pedido insistente da mãe e concordou em levar algum dinheiro para o irmão. Como estava ocupada com o trabalho, contratou uma cuidadora para ficar com a mãe 24 horas por dia, até que ela recebesse alta do hospital.Depois de resolver tudo, quando Mônica finalmente chegou em casa, já passava das oito da noite.Ela massageou as têmporas, exausta, e só então percebeu que o carro de Leopoldo estava estacionado na frente da casa. Seus passos hesitaram, e, naquele instante, viu a porta se abrir. Leopoldo saiu primeiro, seguido por sua sogra, Talita, que sorria radiante enquanto puxava conversa com uma mulher.Mônica olhou mais de perto e, para seu choque, percebeu que a mulher era a chefe de Leopoldo. De repente, o sangue subiu-lhe à cabeça, e ela sentiu o corpo inteiro esfriar. O nervosismo fez seus dentes rangerem.Ele teve a audácia de trazer a amante para casa?Mônica rapidamente recuperou um pouco de calma. Escondida em um canto, esperou até que Leopoldo be
Enquanto Mônica ainda estava atordoada com o que tinha lido, o barulho do chuveiro foi diminuindo até parar, e ela ouviu os passos de Leopoldo saindo do banheiro. Rapidamente, ela colocou o celular de volta no bolso da calça dele e fingiu que estava apenas recolhendo as roupas do chão.— O que você está fazendo aqui? — Leopoldo se surpreendeu ao ver Mônica no quarto de hóspedes. Seu olhar foi direto para as roupas que ela segurava, e, ao perceber que não havia nada de estranho, relaxou um pouco.Com a expressão inalterada, Mônica sorriu e entregou as roupas a ele:— Vi que você não voltou para o nosso quarto, então resolvi passar aqui. Queria te perguntar sobre o presente de aniversário do filho do seu primo. O que você acha que deveríamos comprar?— A nossa família tem uma boa relação com eles. Acho que um berço de oitenta mil reais seria um presente adequado.Esses valores eram bem altos. Mônica conteve sua surpresa, apertando os lábios antes de responder:— Acho que está bom... Mas,
Mônica apertou a bolsa com força. Nesta noite, ela planejava dar uma “grande surpresa” para Leopoldo, mas se Rubem aparecesse, algumas coisas ficariam difíceis de explicar.— Seu tio está tão ocupado, não vai vir, né? — Talita, sempre preocupada com as aparências, disse com desdém. Seu filho nunca conseguiu se aproximar de Rubem, então ela não permitia que mais ninguém tentasse. — Na época do seu casamento com o Henrique, você também mandou convite para Rubem. Ele disse que viria, mas no fim só mandou o assistente entregar o presente. Desta vez, também não vai aparecer.Eulália tentou manter o sorriso, mesmo com os lábios se contraindo um pouco.— Tia, por favor, entre e se acomode. Já tem muitos convidados, e eu não consigo lhe dar a atenção devida.Talita sorriu, orgulhosa como uma galinha que venceu uma briga, e entrou no salão de festas.Mônica não disse uma palavra durante todo o tempo.Ela realmente subestimou sua sogra. Era uma mestra em alfinetar as pessoas, e a cara de Eulália