Capítulo 4
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.

Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?

— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.

Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.

Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?

Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?

Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.

Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.

Isso estava ficando cada vez mais interessante...

A noite passou rápido e, logo, o dia já tinha amanhecido.

Quando Mônica acordou, virou a cabeça sem querer e viu Rubem ao seu lado. Seu rosto severo e frio, menos intimidador enquanto ele dormia. Parecia um leão adormecido, sem sua agressividade habitual.

Ela se aproximou devagar, observando com cuidado cada detalhe do homem adormecido: o contorno definido do rosto, a pele clara, a leve sombra de barba em seu queixo, e até seus cílios eram longos.

Mônica sentiu uma pontada de ciúmes. Esse homem era bonito demais.

Talvez porque seu olhar estivesse muito insistente, as sobrancelhas de Rubem se franziram levemente.

Ela rapidamente se deitou de novo, mas, por sorte, ele não fez mais nenhum movimento.

Cuidadosamente, Mônica tirou a mão dele que ainda estava em sua cintura. Quase sem respirar, ela fez isso de modo que ele não percebesse.

Mônica não queria enfrentar o desconforto de uma conversa cara a cara quando ele acordasse. Aproveitou a chance para se vestir e sair de fininho. Antes de ir embora, pegou todo o dinheiro que tinha na bolsa e deixou em cima da mesa, saindo o mais rápido possível.

Menos de dez minutos depois que Mônica saiu, Rubem acordou. Parecia já esperar que não a encontraria ali, ao seu lado. Calmamente, levantou-se, se vestiu, e, ao notar algo em cima do criado-mudo, foi até lá.

Havia uma pilha de dinheiro e um bilhete:

[Tio, a noite foi ótima. 888 reais, um pequeno agrado. Que você tenha um ótimo dia! Até nunca mais!]

— Até nunca mais? — Rubem leu as palavras e soltou uma risada curta. Ele amassou o bilhete e o jogou no lixo, mas guardou o dinheiro.

Logo em seguida, seu assistente Tomás ligou, informando que a passagem de avião já estava comprada, e, como de costume, perguntou:

— Presidente Rubem, se houver algum compromisso, posso remarcar para amanhã.

— Não precisa, estou indo agora. — Ele fez uma breve pausa e completou. — Ah, Tomás, verifique quem foi a mulher de ontem à noite.

— Certo, Presidente Rubem.
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