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A Esposa da Fera - Contrato com o Mafioso
A Esposa da Fera - Contrato com o Mafioso
Por: Emmeline Carter
Capítulo 1 - O Preço do Silêncio

Apesar da morte dos meus pais eu estava feliz, finalmente meu irmão e eu tínhamos encontrado alguma espécie de conforto na casa que herdamos da nossa mãe, na verdade, a casa era da nossa avó, e com a morte dos nossos pais decidimos nos mudar para ela.

Marco sempre foi alguém reservado, ele nunca foi alguém de conversar muito, sempre calado e resolvendo as coisas dele, eu sempre tentei questionar o que ele fazia, mas ele nunca me disse de onde vinha o dinheiro ou com quem estava andando.

Até eu descobrir que ele havia se metido com uns caras da pesada.

— Como pode pegar dinheiro emprestado com esses caras? Você é maluco Marco? — gritei olhando para o meu irmão que estava agora sentado na mesa da cozinha antiga da nossa nova casa.

— Eu precisei Lara, ou você pensa que tudo saiu de graça? O enterro dos nossos pais, a mudança para cá, não sei em que mundo você vive mergulhada nesses seus livros, mas eu vivo em um mundo real, onde tudo é preciso pagar.

— Mas e agora? O que vamos fazer? — olhei para ele.

— Não se preocupe, eu já dei um jeito — ele disse sem nem ao menos me encarar.

— Marco, por favor, tenha cuidado.

— Se preocupe em apenas se adaptar aqui Lara, está tudo bem, confie em mim, amanhã mesmo eu vou pagar a dívida.

Respirei fundo e concordei com ele, apesar de tudo eu cofiava no meu irmão.

Subi as escadas e entrei no meu novo quarto, era diferente da antiga casa, e eu ainda sentia falta dos meus pais, mas essa era a minha nova vida e eu tinha que me adaptar a ela.

Assim foram os próximos dias, fiz provas para as faculdades locais, comprei algumas coisas para mudar a decoração da casa, cozinhei os pratos prediletos de Marco, e finalmente consegui parar de chorar a noite antes de dormir.

Marco me assegurou que havia pagado a dívida com os caras de onde morávamos, e eu estava podia-se dizer feliz.

Mas essa felicidade não durou muito, Marco estava novamente estranho e calado, mas eu não podia imaginar, que para pagar a dívida com os marginais de onde morávamos, ele fez um acordo com o próprio diabo e eu estava no meio desse inferno.

O vento cortante de Milão parecia gelar minha alma. Cada rajada que batia contra meu rosto me fazia sentir mais perdida, mais desconectada da realidade. O frio da noite invadia meu corpo, mas o que mais me congelava era a sensação de estar sendo levada para um destino incerto.

— Você não entende, Lara, isso é necessário. Eu não tinha escolha — as palavras de Marco ainda ressoavam na minha mente.

Mas eu sabia, no fundo, que ele estava mentindo.

Ele me entregara.

Eu, sua irmã, a pessoa que ele deveria proteger, estava sendo dada como moeda de troca para saldar a dívida com um homem que ele nunca ousaria enfrentar sozinho.

O carro parou abruptamente diante de uma mansão imensa. O prédio parecia uma prisão, com janelas altas e sombrias, como olhos atentos de uma besta esperando para me devorar. O coração batia acelerado, as mãos suadas, mas as palavras que ele dissera continuavam martelando minha cabeça. Eu não sabia mais em quem confiar.

Marco olhou para mim, o rosto fechado, como se não houvesse mais nada a dizer. Não havia mais tempo para explicações. Ele apenas deu um leve aceno de cabeça para o homem que se aproximava do carro. Um homem de terno escuro, com uma expressão que parecia incapaz de sorrir.

Michele Lombardi.

Eu tinha ouvido seu nome muitas vezes antes, sempre em sussurros, sempre acompanhados de medo e respeito. O homem que meu irmão estava me entregando não era apenas rico ou influente. Ele era implacável. Conhecido por sua crueldade e pela maneira como tratava qualquer um que cruzasse seu caminho.

— Vá em frente — Marco disse, a voz tão fria quanto o vento lá fora. — Não posso fazer nada por você.

Eu engoli em seco, tentando não deixar que ele visse as lágrimas que começavam a se formar nos meus olhos.

Ele virou-se e, sem olhar para trás, entrou no carro. O motorista ligou o motor, e eles desapareceram na escuridão da noite, deixando-me ali, sozinha.

O homem que se aproximou de mim parecia feito de pedra. Seus olhos escuros não mostravam nada. Nenhuma emoção. Nenhuma humanidade. Apenas a frieza de alguém acostumado a comandar.

Ele me estendeu a mão, mas não tomei, me recusando a mostrar fraqueza diante dele.

— Entre — ele ordenou, sua voz profunda e calma, mas havia algo nela que me fez tremer.

— Eu... eu não quero — a palavra escapou da minha boca sem que eu pudesse impedir. O medo me consumia por dentro, mas tentei manter a compostura. — Eu não escolhi isso.

Ele me observou com uma expressão que poderia ser descrita como curiosidade, mas não havia bondade ali.

— Você nunca escolheu nada na vida, não é mesmo? Agora você vai aprender a fazer o que é preciso para sobreviver.

As portas da mansão se abriram diante de mim com um rangido lento e arrepiante. Como se estivessem me convidando para um mundo que eu nunca poderia deixar. A luz da entrada me cegou momentaneamente, e, quando meus olhos se ajustaram, vi que estava cercada por seguranças, todos com expressão impassível, como estátuas de mármore. Nenhuma palavra, nenhum gesto, apenas o silêncio denso e ameaçador que pairava no ar.

— Entre, Lara — ele repetiu, o tom mais suave agora, mas sem nenhum sinal de simpatia.

Meu corpo se moveu automaticamente, meus pés pesando a cada passo que dava em direção à escuridão que se estendia diante de mim. Cada passo me afastava mais da liberdade que um dia eu tinha. Cada passo me afastava de quem eu era.

O som das minhas botas ecoava pelo hall enorme enquanto eu cruzava o limite entre a entrada e o desconhecido. A mansão era muito mais do que uma casa. Era um castelo de poder, de domínio absoluto. O silêncio era opressor, como se até as paredes estivessem observando.

Ele se manteve ao meu lado, mas a distância entre nós parecia imensa. Eu não queria olhar para ele, não queria encarar o homem que me tomaria como sua propriedade. Mas as palavras que ele dissera ficaram gravadas na minha mente.

— Bem-vinda ao meu mundo, Lara — ele disse finalmente, seus olhos penetrando nos meus, avaliando-me como se eu fosse uma peça em seu jogo. — Aqui, você fará o que for necessário. Se sobreviver.

Eu engoli em seco, sentindo o peso de sua presença me esmagando. Ele não me conhecia. Não sabia o quanto eu estava disposta a lutar para não me tornar mais uma peça de seu domínio. Mas naquele momento, percebi que a batalha estava apenas começando, e o preço da minha liberdade seria mais alto do que eu jamais imaginei.

— Não vou ser sua prisioneira — murmurei, tentando reunir o que restava de coragem em mim.

Ele deu um leve sorriso, mas não era um sorriso amigável. Era um sorriso de quem já sabia o fim da história.

— Vamos ver quanto tempo você aguenta, Lara — ele disse, o tom de sua voz cheio de um desafio silencioso.

E então ele me guiou para o interior da mansão, onde meu novo “lar” me aguardava.

Eu não sabia o que me aguardava naquela casa, qual seria meu destino, mas eu sabia que não seria nada comparado ao que sonhei por toda a minha vida, aquele homem era frio, e arrogante, cruel e bonito na mesma proporção e eu sabia que ele não teria piedade de mim.

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