Os olhos de Florence disparam para a entrada, avaliando a situação com a frieza de quem raramente é pega desprevenida. No entanto, Elena, que notou claramente a proximidade entre os dois, mantém a cabeça baixa e uma postura submissa, fingindo não ter visto nada. Sua expressão neutra esconde o temor que sente, ciente de quão cruel sua tia pode ser quando desafiada. Cada movimento seu é calculado, guiado pelo instinto de sobrevivência diante da presença intimidante de Florence.— Você não sabe bater antes de entrar? — Maximilian indaga, a irritação evidente em sua voz, enquanto ele contorna a mesa com passos firmes. Sem esperar resposta, ele se acomoda em sua cadeira, assumindo seu lugar com a autoridade de quem não admite interrupções. Seus olhos fixam-se em Elena por um instante, avaliando-a como se sua presença ali fosse um inconveniente pessoal.— Me desculpe, meu amor, não sabia que estava ocupado. — Elena responde, com a voz delicada e cautelosa, enquanto caminha lentamente em dir
Florence abre a boca para questionar, para exigir explicações, mas antes que consiga pronunciar uma palavra, a mão de Hugo envolve seu pescoço com força esmagadora. O gesto é tão rápido quanto inesperado, e ela mal tem tempo de reagir antes de ser arrastada pela sala.Seus pés quase deixam o chão, enquanto ele a empurra com brutalidade contra a parede, o impacto seco ecoando pelo ambiente. Florence arfa, o choque e a falta de ar dominam seus sentidos, enquanto suas mãos tentam afastar desesperadamente a dele. Seus dedos agarram o pulso de Hugo, as unhas arranhando sua pele em uma tentativa frenética de se libertar, mas o aperto em seu pescoço só aumenta, sufocando suas forças e apagando qualquer vestígio de controle que ela costumava exalar.Seu olhar, normalmente frio e calculado, agora reflete medo puro e incontido, enquanto sua mente luta para entender como chegou a esse momento, diante de um homem que antes parecia incapaz de tamanha violência.— Você perdeu o juízo? — Hugo pergun
Sem esperar resposta, Hugo a solta e se vira abruptamente, caminhando em direção à porta. No caminho, chuta tudo o que encontra, espalhando objetos pelo chão, sua raiva se manifestando em cada movimento descontrolado até desaparecer pelo corredor, deixando Florence sozinha em meio ao caos.— Você irá se arrepender. — Florence dispara, sua voz baixa, mas carregada de uma promessa sombria. Seus dedos deslizam pelo pescoço dolorido, onde as marcas da violência ainda ardiam como uma lembrança cruel.Ela suspira profundamente, esforçando-se para conter a humilhação que pulsava em seu orgulho ferido. Endireitando a postura com a elegância que sempre a acompanha, mesmo em seus piores momentos, Florence caminha lentamente em direção ao quarto. Cada passo é firme, como se estivesse reconstruindo a própria determinação, abandonando a sombra de sua fraqueza.— Você é a peça mais frágil, senhor Von Falkenstein. — Murmura, adentrando o closet com passos silenciosos. Ela para diante do espelho, os
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re
As palavras de Dominic atingem Vivienne como um golpe certeiro, inflamando cada parte de sua fúria. Seus olhos permanecem fixos em Noah, e a presença da mulher ao lado dele apenas intensifica o ódio pulsante em seu peito. As lágrimas ameaçam escapar, mas Vivienne as reprime com um controle feroz. Sem pensar, ela avança, o peito cheio de raiva crescente, sua mão se ergue e, em um movimento rápido, desce com força, estalando no rosto de Noah com um som cortante que ecoa pela sala. A mulher ao seu lado permanece paralisada, em choque, enquanto Dominic solta uma risada baixa, saboreando cada segundo daquele confronto explosivo.— Noah Muller, você é um miserável! — Vivienne explode, o desprezo contido em cada palavra. — Espero que você queime no inferno! — Com um movimento brusco, ela se vira, os passos ecoando como marteladas enquanto a porta bate com uma força que reverbera pela sala, deixando um silêncio denso e incômodo no ar.— Noah, querido, o que foi isso? — A mulher murmura, com u
Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte,