Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.
— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.
— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte, cerrando os punhos com força, lutando para se controlar e não dar outro tapa nele, especialmente ao ouvir a risada sarcástica que escapa dos lábios dele.
— Interessante como a verdade pode ser tão ofensiva. — Dispara, enquanto desabotoa lentamente cada botão da camisa molhada de café, seus olhos cravados nos dela, carregados de desprezo. — Me diga, senhorita Bettendorf, você é ingênua ou apenas uma mulher burra? — Provoca, observando com satisfação a mão dela bater contra a porta, como se soubesse que, naquele momento, ela gostaria que fosse o rosto dele. Um sorriso sarcástico se forma em seus lábios, ciente do impacto que suas palavras causam. — Vocês, mulheres, se contentam com tão pouco. — Continua, a voz afiada, cortante. — Um homem que não te apresenta à família, que te mantém à margem do mundo dele, é óbvio que está escondendo algo. Mas, mesmo assim, vocês preferem fechar os olhos. — Faz uma pausa, o olhar penetrante, saboreando o controle que sente sobre a situação. — Ignoram o óbvio em troca de mentiras bem contadas e migalhas de atenção. — A provocação em seu olhar é clara, cada palavra carregada de uma crueldade calculada, como se ele estivesse testando até onde poderia empurrá-la.
— Se afasta de mim. — Ordena, mas seus olhos a traem, deslizando lentamente pelo peito e abdômen de Dominic, agora completamente expostos após ele abrir o último botão. A atração é palpável, irresistível, especialmente por ele ser a imagem do homem que ocupa seus pensamentos.
— Você não me dá ordens. — Rebate, a voz rouca e carregada de desafio, um sorriso sedutor curvando seus lábios. Dominic agarra as mãos dela com firmeza, trazendo-as até seu peito nu, o calor de sua pele contra a dela. — Já que está gostando da visão, por que não limpa a bagunça que causou? — Sugere, com um toque provocador, guiando as mãos de Vivienne sobre seu peito molhado, cada movimento intencionalmente lento, desenhando a linha de seus músculos. As mãos dele continuam a deslizar, levando as dela para mais baixo, até a linha do cinto de sua calça, o olhar fixo no rosto dela, saboreando a tensão que cresce a cada segundo.
— Arrume você. — Retruca, puxando suas mãos abruptamente, tentando esconder o impacto que o toque dele teve sobre ela. — Acho que o senhor não é surdo, eu me demiti. — Afirma, empurrando-o com firmeza, e, sem olhar para trás, abre a porta e sai com passos decididos. — Droga. — Murmura, apoiando-se na mesa ao lado assim que está fora da sala, soltando o ar que nem percebeu estar segurando. Seu corpo treme levemente ao ouvir a porta dele se fechar com força.
Ainda tentando controlar as emoções que se agitam dentro de si, Vivienne respira fundo, tentando recuperar o controle enquanto começa a arrumar suas coisas, determinada a abandonar aquele capítulo, mesmo que seu coração ainda estivesse acelerado com tudo o que havia acabado de acontecer.
Após colocar todos os seus pertences na caixa, Vivienne ajusta a postura, endireitando-se com determinação, e caminha em direção ao elevador, ignorando os olhares atentos e o sorriso debochado da secretária, que claramente se delicia com a situação.
— Até nunca mais, cobra. — Murmura Vivienne, irritada, enquanto passa pela mesa da secretária, sem sequer olhar para trás.
Após resolver sua situação no departamento de recursos humanos, Vivienne retorna ao seu pequeno apartamento, o único lugar que ainda oferece alguma sensação de segurança. Assim que a porta se fecha, ela sente o peso da realidade desabar sobre seus ombros. A dor da traição de Noah finalmente a atinge em cheio, fazendo seu coração se despedaçar. Com uma garrafa de vinho nas mãos, ela tenta encontrar consolo, mas as palavras de Dominic não param de ecoar em sua mente. E, por mais que queira odiá-lo, não consegue negar a verdade que ele apontou. Ela permitiu ser enganada, se iludiu com promessas vazias e se prendeu a uma esperança que nunca existiu de verdade.
Um mês se passou, e Vivienne agora vive uma nova rotina. Abandonou o cargo de assistente do CEO e assumiu o posto de analista de finanças em uma empresa que oferece soluções tecnológicas para o mercado financeiro. Durante esses trinta dias, Noah tentou desesperadamente reaproximar-se. Ele fez inúmeras ligações, enviou mensagens incessantes e até a esperou na frente do prédio em que ela mora. Mas, em todas às vezes, Vivienne recusou, decidida a fechar o coração para o homem por quem um dia acreditou estar apaixonada.
— Senhorita Bettendorf, estão te aguardando na sala de reunião. O novo sócio está prestes a chegar. — A voz da secretária ecoa pela sala, arrancando Vivienne de seus pensamentos.
Ela sorri levemente, agradecendo com um aceno de cabeça, e a secretária se retira. Após ajeitar os documentos e pegar as pastas, Vivienne segue para a sala de reuniões. Ao entrar, acomoda-se em seu lugar, os olhos atentos à documentação em que trabalhou intensamente na última semana.
— Prezados, bom dia. — A voz grave ecoa pela sala, mas Vivienne mantém seus olhos focados nos papéis, imersa na apresentação que preparou. Seu chefe continua, a voz dele soando distante até que uma frase a tira do transe. — Deem as boas-vindas ao nosso novo sócio, o senhor Muller.
O sobrenome atinge Vivienne como um choque. Ela levanta o olhar lentamente, o coração disparando, e seus olhos encontram o homem que acaba de entrar. O reconhecimento a atordoa, uma mistura de surpresa e incredulidade se espalha por seu corpo, deixando-a paralisada. Um frio na espinha percorre sua coluna enquanto sua mente se confunde, tentando identificar qual dos irmãos está ali, invadindo sua nova vida.
O pânico cresce rapidamente dentro de Vivienne, e o enjoo se torna insuportável, apertando sua garganta de maneira sufocante. Sem tempo para pensar, ela se levanta bruscamente, os passos rápidos a levando direto até a lixeira mais próxima. Não havia tempo para correr até o banheiro. Ao se inclinar, o vômito irrompe incontrolável, o som do líquido ecoando pela sala em meio ao silêncio absoluto. Todos os olhares se voltam para ela, congelados em choque.Enquanto ainda ofegava, tentando se recompor, a voz cortante e carregada de irritação invade seus ouvidos.— Providencie outra sala. — O som é inconfundível, mas tão semelhante que seu coração dispara novamente. — Em cinco minutos, quero tudo pronto. — A voz finaliza, saindo da sala, deixando Vivienne ali, entre a sensação de humilhação e o terror de ter o passado mais próximo do que imaginava.— Vivienne, o que deu em você? — A voz de seu chefe soa perplexa, enquanto ela luta para recuperar a postura, os olhos baixos, evitando os olhare
A expressão de Noah se fecha, os olhos endurecem, e o choque logo se transforma em algo mais sombrio. Sem dizer nada, ele avança lentamente até a mesa, analisando cada teste de gravidez com atenção silenciosa. Não precisa contar, mais de cinco estão ali, todos gritando a mesma verdade inescapável. — Sou o pai? — Noah pergunta, cortando o silêncio enquanto se vira abruptamente, o olhar cravado nela. Vivienne tenta, mas não consegue segurar o pranto que a domina. — Responda! — Exige, sua voz agora, um berro, tão alto que faz o corpo dela tremer e se encolher de susto.— Quem mais seria? — Vivienne rebate, com a voz quebrada, as lágrimas manchando seu rosto enquanto tenta, em vão, secá-las. — Sim, Noah, você é o pai. — A confirmação sai entre soluços, uma mistura de medo e desespero. Ele leva as mãos ao rosto, esfregando-o com força, como se quisesse apagar a frustração crescente que o consome.— E o que você planeja fazer com isso, Vivienne? — Pergunta, a voz carregada de frieza. Ele a
Dominic agarra as mãos dela com firmeza, puxando-a para mais perto, o calor entre eles crescendo a cada segundo. O sorriso que ela oferece é carregado de malícia, um jogo silencioso que ele aceita sem hesitar. Sua mão desliza lentamente pelas costas dela, sentindo cada contorno, até chegar à nuca, onde ele a segura com intensidade. Então, ele a puxa para um beijo profundo, intenso, cheio de desejo ardente, um toque que revela o quanto ambos ansiavam por aquilo.— Não tive muita escolha, senhorita Gauthier. — Dominic responde, a voz rouca e carregada de desejo, os olhos queimando enquanto ela se acomoda ao seu lado, ainda mais próxima.— Dom, não me venha com formalidades agora. — Claire responde, a voz suave e provocante. Ela cruza as pernas lentamente, o movimento cheio de sensualidade, cada gesto cuidadosamente feito para atrair a atenção dele. Virando-se para ele, com os olhos fixos nos dele, ela levanta o dedo com elegância, chamando o barman com tranquilidade. — Um Château Margau
Dominic avança pelas ruas de Luxemburgo com o pé pesado no acelerador, os olhos fixos no trânsito à frente. A cada semáforo que ameaça fechar, ele pressiona um pouco mais, evitando qualquer parada que possa atrasá-lo. O peso da notícia ecoa em sua mente, corroendo sua calma, enquanto a ausência de respostas de seu avô intensifica sua inquietação. O hospital finalmente surge à sua frente, e ele estaciona o carro de maneira abrupta, quase descontrolada.Assim que entra, seus passos ecoam pelos corredores até a recepção. Sem perder tempo, ele segue direto até o andar onde sabe que Noah está sendo atendido. A tensão transborda ao se deparar com seu avô em frente à porta do quarto, e ele se aproxima apressado, com o coração acelerado.— O que aconteceu? — Dominic dispara a pergunta, o nervosismo rasgando suas palavras.— Noah está bem — Grant responde com uma calma meticulosa, que parece mal caber na situação. — Ele se distraiu, perdeu o controle do carro e bateu a cabeça no painel.Aquela
Dominic passa a mão pelos cabelos, os olhos fixos em Noah, como se cada palavra estivesse ativando um alarme interno. Ele enfia as mãos nos bolsos, o gesto tenso e carregado, como se estivesse tentando segurar a fúria que começava a borbulhar. — Quando e onde isso aconteceu? — Dominic finalmente pergunta, a voz baixa, porém afiada, carregada de uma raiva prestes a explodir.— Um dia antes da tua volta, na suíte do teu hotel. — Noah responde, observando a reação de Dominic com cautela, vendo a tensão aumentar.Dominic absorve a informação sem mais questionamentos, ele não precisa de mais explicações. Sem dizer mais nada, ele se vira bruscamente, a raiva transparecendo em cada movimento enquanto caminha apressado em direção à saída. — Qual o problema desse menino? — Grant questiona, a voz carregada de frustração, enquanto observa Dominic se afastar.— Se nem o senhor sabe, imagine eu. — Noah responde de maneira contida, soltando um leve suspiro enquanto começa a caminhar.— Noah, vá d
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re