Dominic avança pelas ruas de Luxemburgo com o pé pesado no acelerador, os olhos fixos no trânsito à frente. A cada semáforo que ameaça fechar, ele pressiona um pouco mais, evitando qualquer parada que possa atrasá-lo. O peso da notícia ecoa em sua mente, corroendo sua calma, enquanto a ausência de respostas de seu avô intensifica sua inquietação. O hospital finalmente surge à sua frente, e ele estaciona o carro de maneira abrupta, quase descontrolada.Assim que entra, seus passos ecoam pelos corredores até a recepção. Sem perder tempo, ele segue direto até o andar onde sabe que Noah está sendo atendido. A tensão transborda ao se deparar com seu avô em frente à porta do quarto, e ele se aproxima apressado, com o coração acelerado.— O que aconteceu? — Dominic dispara a pergunta, o nervosismo rasgando suas palavras.— Noah está bem — Grant responde com uma calma meticulosa, que parece mal caber na situação. — Ele se distraiu, perdeu o controle do carro e bateu a cabeça no painel.Aquela
Dominic passa a mão pelos cabelos, os olhos fixos em Noah, como se cada palavra estivesse ativando um alarme interno. Ele enfia as mãos nos bolsos, o gesto tenso e carregado, como se estivesse tentando segurar a fúria que começava a borbulhar. — Quando e onde isso aconteceu? — Dominic finalmente pergunta, a voz baixa, porém afiada, carregada de uma raiva prestes a explodir.— Um dia antes da tua volta, na suíte do teu hotel. — Noah responde, observando a reação de Dominic com cautela, vendo a tensão aumentar.Dominic absorve a informação sem mais questionamentos, ele não precisa de mais explicações. Sem dizer mais nada, ele se vira bruscamente, a raiva transparecendo em cada movimento enquanto caminha apressado em direção à saída. — Qual o problema desse menino? — Grant questiona, a voz carregada de frustração, enquanto observa Dominic se afastar.— Se nem o senhor sabe, imagine eu. — Noah responde de maneira contida, soltando um leve suspiro enquanto começa a caminhar.— Noah, vá d
Os lábios de Vivienne se entreabrem em surpresa, incapaz de processar as palavras de Dominic de imediato. Sem esperar por um convite, ele entra no apartamento com passos decididos, seu olhar meticuloso examinando o espaço ao redor. Seus olhos logo se fixam nos testes de gravidez sobre a mesa de centro. Ele se aproxima, franzindo a testa, analisando com clareza o que está à sua frente.O som de uma risada alta e inesperada interrompe o silêncio, fazendo-o virar-se abruptamente. Vivienne está rindo, incrédula, como se a situação fosse ridícula demais para ser levada a sério.— O que é isso? Alguma espécie de brincadeira? — Vivienne pergunta, a voz entrecortada por risos, enquanto tenta recuperar o fôlego. — Não me diga que foi ideia do Noah essa palhaçada toda? — Questiona, balançando a cabeça e abanando o rosto, enquanto as lágrimas quase escapam de tanto rir.Entretanto, Dominic permanece impassível, sem esboçar nenhuma reação que corresponda ao humor de Vivienne. Sua expressão contin
Vivienne alterna o olhar entre Dominic e as malas, sentindo o peso crescente da situação. Sua vida, já complexa, parecia estar afundando ainda mais. Ela respira fundo, fortalecendo-se na decisão de que não deve satisfações a ele.— Não estava de saída? — Vivienne pergunta, sua voz soando firme, carregada de desafio. Ela sabe que, naquele momento, ceder não é uma opção.Dominic leva a mão ao queixo, o polegar deslizando lentamente, enquanto a observa com uma intensidade perceptível. Sua sobrancelha se ergue, como se analisasse cada detalhe de sua postura.— Seu comportamento mudou. — Dominic afirma, sua voz carregada de certeza. — Você já não parece a mulher de postura submissa que conheci no escritório. — Continua, o olhar afiado revelando a percepção aguçada que sempre o acompanha. — Mas não se iluda, senhorita Bettendorf. Embora Noah e eu sejamos quase idênticos, posso garantir que não sou tolo como ele. — As palavras saem frias, meticulosamente controladas, o desprezo presente em c
Vivienne recua levemente, mantendo o olhar firme no dele, que parece mais irritado do que ela jamais o viu. Ela dá um passo controlado para trás, criando uma distância segura entre os dois. — O que você está fazendo aqui, Noah? — Vivienne pergunta, quebrando o silêncio com uma voz firme, embora o desconforto seja evidente. O comportamento dele a desagrada profundamente. — Você me ouviu muito bem, Vivienne! — Noah retruca, avançando, encurtando rapidamente a distância entre eles. — Vamos resolver o nosso problema. — Afirma, com uma irritação clara em sua postura, incomodado com o que acredita ser uma tentativa de manipulação por parte dela. — Meu problema, não seu. — Rebate, com raiva contida, lançando um olhar rápido para o relógio no pulso. Já passa das oito e Dominic ainda não apareceu.Do outro lado da rua, Dominic observa a cena de seu carro luxuoso, com o olhar atento. Com o maxilar travado, ele mantém uma postura tranquila, mas o incômodo é evidente. Ele havia chegado há dez
Vivienne cobre o rosto com as mãos, tentando escapar do olhar de Noah. Apesar de saber que estava naquele quarto por causa dele, o julgamento implícito nos olhos dele a fazia se sentir exposta. Mas o que realmente a faz voltar a encará-lo é a risada que escapa dos lábios de Noah, uma mistura amarga de incredulidade e sarcasmo. Dominic, por outro lado, mantém-se impassível, como se fosse imune ao caos que paira no ar, as mãos firmemente nos bolsos, sua postura inabalável.— Ah, Dominic, desde quando virou comediante? — Noah solta entre risadas, um sorriso cínico se formando. — Você não teria a ousadia de transar com a minha mulher. — A risada se apaga, e ele foca o olhar afiado em Dominic, como se desafiasse cada palavra.— Eu não sou a sua mulher. — Vivienne dispara, a voz carregada de raiva, enquanto vira as costas, subindo as escadas com passos determinados.— Senhorita Bettendorf, pare agora mesmo. — Dominic dispara, não é um pedido, é uma ordem inquestionável. O comando faz Vivienn
Vivienne sente o calor percorrer em seu rosto, seu corpo imóvel, como se estivesse fora de seu próprio controle, sendo carregada com facilidade por Dominic. Seus olhos, tomados de confusão e raiva, encontram os de Noah, que a encara com um olhar cheio de fúria latente, como se estivesse prestes a explodir.— Eu sabia, você só precisava ser controlada. — Dominic comenta, sua voz baixa e carregada de sarcasmo, o olhar malicioso, claramente satisfeito em provocar.— Como você… — Perfeito, Dominic! Leve essa vagabunda e acabe logo com essa situação, obrigue-a a fazer o que deve ser feito, um aborto! — Noah interrompe, sua voz transbordando de raiva, cada palavra projetada para ferir. O impacto é imediato, Dominic congela no meio do movimento, o corpo tenso como se estivesse prestes a explodir. Antes que Vivienne tenha a chance de reagir, ele a gira bruscamente, seus olhos fixos no irmão, ardendo com uma fúria contida. — Ou você realmente acredita que pode formar uma família com alguém qu
Vivienne observa as mãos de Dominic no volante, notando o leve tremor que percorre seus dedos. Ele abre e fecha as mãos repetidamente, como se estivesse tentando suprimir os tremores que denunciam a tensão ainda presente em seu corpo. Ela balança a cabeça, tentando afastar o impacto do que acabou de acontecer, mas a simples presença dele parece roubar qualquer resposta que pudesse ter.— Para onde você está me levando? — Vivienne finalmente solta a pergunta, a voz cortando o silêncio denso, uma tentativa de recuperar algum controle sobre a situação, ainda que frágil.— Para o... — Dominic começa a responder, a voz firme, mas é abruptamente interrompido pelo som do celular dela tocando.Vivienne fixa o olhar no nome de seu chefe, piscando insistentemente na tela. Ela pressiona as têmporas, sentindo o peso das últimas horas, um caos que parecia ter devorado sua vida. Tudo parecia fora de controle. Por um breve instante, ela considera ignorar a ligação, mas, com um suspiro resignado, des