A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade.
— Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer.
Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos.
Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, presa em um ciclo de expectativas frustradas, percebendo o quanto Noah dominava seus pensamentos e emoções.
Ao final de mais um dia exaustivo de trabalho, prestes a sair, o celular vibra sobre a mesa. Vivienne pega o aparelho, e seu coração dispara ao abrir a mensagem.
“Te espero na nossa suíte do hotel.”
Aquelas palavras a desarmam completamente. Saudade, raiva, desejo e frustração se entrelaçam, deixando-a sem fôlego. Vivienne j**a o celular na bolsa com um movimento brusco, tentando apagar a ansiedade que sente ao pensar em vê-lo novamente. Ela caminha em direção ao elevador privativo, cada passo pesado, como se carregasse um peso invisível.
— Dessa vez, não. — Vivienne resmunga para si mesma, mas o tom de dúvida em sua própria voz a assusta.
Ao chegar em seu apartamento, Vivienne sente o peso da indecisão a consumindo. Ela abre uma garrafa de vinho barato e começa a beber, tentando acalmar a tempestade em sua mente. Parte dela quer ficar, mas outra parte a empurra para ele.
Na metade da segunda garrafa, ela se rende. Com o coração acelerado e a mente embriagada, veste uma lingerie provocante e cobre o corpo com um sobretudo. Determinada, sai em direção ao hotel.
Ao entrar na suíte privada, a luz suave da lua e o abajur ao lado da cama criam um clima íntimo. Vivienne observa as garrafas de uísque vazias no chão e seus olhos encontram Noah, deitado na cama, usando apenas uma cueca box branca. O corpo dela responde de imediato, o calor subindo por sua pele. Com um movimento deliberado, solta o cinto do sobretudo, deixando-o cair, revelando a lingerie ousada que escolheu para ele.
Ela caminha até a cama, desliga o abajur, deixando a escuridão envolver o ambiente. Sobe sobre ele, sentindo o calor do corpo dele sob suas pernas. Lentamente, se inclina e, com um desejo contido, toma seus lábios em um beijo intenso e profundo, despertando-o com o toque firme de suas mãos que deslizam pela pele dele, marcando-o, como se aquele momento fosse apenas deles.
— Você consegue cuidar de mim? — Vivienne sussurra, com uma voz manhosa, e, sem esperar por resposta, puxa Noah para outro beijo intenso.
— Pensei que tivesse desistido. Mudou de ideia? — Ele sussurra, enquanto vira-a na cama com um movimento ágil, dominando-a entre seus braços. — Aliás, por que desligou a luz? Prefiro observar você. — Pergunta com a voz rouca, mas a única resposta que recebe é o toque dos braços dela envolvendo seu pescoço, trazendo-o para mais perto. Em um movimento intenso e cheio de desejo, Vivienne toma seus lábios em um beijo urgente e sedento, calando qualquer dúvida que ele pudesse ter.
A temperatura no quarto sobe, e a embriaguez dos dois parece não importar. Beijos e carícias são trocados com uma intensidade que preenche o ambiente, e não demora para os gemidos de prazer ecoarem pela suíte.
Na manhã seguinte, Vivienne acorda exausta, mas satisfeita. Um sorriso discreto surge em seu rosto enquanto observa Noah adormecido ao seu lado. Ela aproveita o momento para admirar os traços dele, gravando aquela imagem em sua mente. Em silêncio, levanta-se, veste-se e decide sair antes que ele acorde. Vivienne não quer encarar aquela conversa logo agora, não depois de uma noite intensa como aquela. Ela precisa de tempo para organizar os próprios sentimentos antes de qualquer confronto.
Ao chegar em seu apartamento, Vivienne se j**a no sofá e desliza a mão pelos lábios, como se ainda pudesse sentir o gosto dos beijos dele. O cansaço da noite passada finalmente a alcança, e, antes que perceba, adormece ali mesmo, ainda envolvida nas lembranças confusas e intensas de tudo o que aconteceu.
Ela acorda com o toque insistente do celular vibrando ao seu lado. Piscando na tela, o nome de Noah a faz suspirar.
— Droga! — Resmunga, frustrada, enquanto observa o número dele piscando incessantemente. Ela decide ignorar a ligação, já antecipando a provável reclamação dele pelo atraso.
Levantando-se, vai direto para o banheiro. Após um banho rápido, veste a roupa social de sempre e prende o cabelo em um coque firme, tentando transmitir a seriedade que precisa para enfrentar o dia. Ao finalizar o visual, ela sai apressada em direção à empresa, determinada a focar no trabalho e deixar os sentimentos confusos de lado.
Assim que chega à empresa, Vivienne ignora os olhares julgadores da secretária e segue diretamente para sua mesa, sem hesitar. Organiza os relatórios e a agenda do dia com a precisão que ele sempre espera. Ao terminar, endireita a postura, respira fundo e entra na sala de Noah com as pastas em mãos, como faz todas as manhãs. Noah está sentado, concentrado no notebook, sem sequer levantar os olhos para notar sua presença, tratando sua entrada como parte da rotina habitual.
Vivienne coloca as pastas à sua frente, bem-organizadas, mas ainda assim não recebe nenhum sinal de atenção. Algo dentro dela, no entanto, se acende. Sem pensar duas vezes, ela contorna a mesa, determinada, puxa a cadeira e, com confiança, senta-se no colo dele. Ele, surpreso, não tem tempo de reagir antes que ela envolva seu pescoço com os braços e o beije intensamente. Sua respiração acelerada e o coração batendo descompassado, Vivienne se entrega ao momento, transformando o ambiente formal em algo cheio de desejo.
— Quero muito mais do que temos, senhor Muller. — Vivienne sussurra, ofegante, agarrada ao pescoço dele e beijando-o novamente.
Ele interrompe o beijo, o rosto impassível, e se levanta abruptamente, fazendo-a cair no chão. O choque está estampado no rosto dela.
— O que pensa que está fazendo? — Ele questiona, a voz firme, o olhar frio. A surpresa de Vivienne se transforma em dor ao encarar o homem à sua frente, que a observa de cima, como se ela fosse uma desconhecida.
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re
As palavras de Dominic atingem Vivienne como um golpe certeiro, inflamando cada parte de sua fúria. Seus olhos permanecem fixos em Noah, e a presença da mulher ao lado dele apenas intensifica o ódio pulsante em seu peito. As lágrimas ameaçam escapar, mas Vivienne as reprime com um controle feroz. Sem pensar, ela avança, o peito cheio de raiva crescente, sua mão se ergue e, em um movimento rápido, desce com força, estalando no rosto de Noah com um som cortante que ecoa pela sala. A mulher ao seu lado permanece paralisada, em choque, enquanto Dominic solta uma risada baixa, saboreando cada segundo daquele confronto explosivo.— Noah Muller, você é um miserável! — Vivienne explode, o desprezo contido em cada palavra. — Espero que você queime no inferno! — Com um movimento brusco, ela se vira, os passos ecoando como marteladas enquanto a porta bate com uma força que reverbera pela sala, deixando um silêncio denso e incômodo no ar.— Noah, querido, o que foi isso? — A mulher murmura, com u
Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte,
O pânico cresce rapidamente dentro de Vivienne, e o enjoo se torna insuportável, apertando sua garganta de maneira sufocante. Sem tempo para pensar, ela se levanta bruscamente, os passos rápidos a levando direto até a lixeira mais próxima. Não havia tempo para correr até o banheiro. Ao se inclinar, o vômito irrompe incontrolável, o som do líquido ecoando pela sala em meio ao silêncio absoluto. Todos os olhares se voltam para ela, congelados em choque.Enquanto ainda ofegava, tentando se recompor, a voz cortante e carregada de irritação invade seus ouvidos.— Providencie outra sala. — O som é inconfundível, mas tão semelhante que seu coração dispara novamente. — Em cinco minutos, quero tudo pronto. — A voz finaliza, saindo da sala, deixando Vivienne ali, entre a sensação de humilhação e o terror de ter o passado mais próximo do que imaginava.— Vivienne, o que deu em você? — A voz de seu chefe soa perplexa, enquanto ela luta para recuperar a postura, os olhos baixos, evitando os olhare
A expressão de Noah se fecha, os olhos endurecem, e o choque logo se transforma em algo mais sombrio. Sem dizer nada, ele avança lentamente até a mesa, analisando cada teste de gravidez com atenção silenciosa. Não precisa contar, mais de cinco estão ali, todos gritando a mesma verdade inescapável. — Sou o pai? — Noah pergunta, cortando o silêncio enquanto se vira abruptamente, o olhar cravado nela. Vivienne tenta, mas não consegue segurar o pranto que a domina. — Responda! — Exige, sua voz agora, um berro, tão alto que faz o corpo dela tremer e se encolher de susto.— Quem mais seria? — Vivienne rebate, com a voz quebrada, as lágrimas manchando seu rosto enquanto tenta, em vão, secá-las. — Sim, Noah, você é o pai. — A confirmação sai entre soluços, uma mistura de medo e desespero. Ele leva as mãos ao rosto, esfregando-o com força, como se quisesse apagar a frustração crescente que o consome.— E o que você planeja fazer com isso, Vivienne? — Pergunta, a voz carregada de frieza. Ele a
Dominic agarra as mãos dela com firmeza, puxando-a para mais perto, o calor entre eles crescendo a cada segundo. O sorriso que ela oferece é carregado de malícia, um jogo silencioso que ele aceita sem hesitar. Sua mão desliza lentamente pelas costas dela, sentindo cada contorno, até chegar à nuca, onde ele a segura com intensidade. Então, ele a puxa para um beijo profundo, intenso, cheio de desejo ardente, um toque que revela o quanto ambos ansiavam por aquilo.— Não tive muita escolha, senhorita Gauthier. — Dominic responde, a voz rouca e carregada de desejo, os olhos queimando enquanto ela se acomoda ao seu lado, ainda mais próxima.— Dom, não me venha com formalidades agora. — Claire responde, a voz suave e provocante. Ela cruza as pernas lentamente, o movimento cheio de sensualidade, cada gesto cuidadosamente feito para atrair a atenção dele. Virando-se para ele, com os olhos fixos nos dele, ela levanta o dedo com elegância, chamando o barman com tranquilidade. — Um Château Margau
Dominic avança pelas ruas de Luxemburgo com o pé pesado no acelerador, os olhos fixos no trânsito à frente. A cada semáforo que ameaça fechar, ele pressiona um pouco mais, evitando qualquer parada que possa atrasá-lo. O peso da notícia ecoa em sua mente, corroendo sua calma, enquanto a ausência de respostas de seu avô intensifica sua inquietação. O hospital finalmente surge à sua frente, e ele estaciona o carro de maneira abrupta, quase descontrolada.Assim que entra, seus passos ecoam pelos corredores até a recepção. Sem perder tempo, ele segue direto até o andar onde sabe que Noah está sendo atendido. A tensão transborda ao se deparar com seu avô em frente à porta do quarto, e ele se aproxima apressado, com o coração acelerado.— O que aconteceu? — Dominic dispara a pergunta, o nervosismo rasgando suas palavras.— Noah está bem — Grant responde com uma calma meticulosa, que parece mal caber na situação. — Ele se distraiu, perdeu o controle do carro e bateu a cabeça no painel.Aquela
Dominic passa a mão pelos cabelos, os olhos fixos em Noah, como se cada palavra estivesse ativando um alarme interno. Ele enfia as mãos nos bolsos, o gesto tenso e carregado, como se estivesse tentando segurar a fúria que começava a borbulhar. — Quando e onde isso aconteceu? — Dominic finalmente pergunta, a voz baixa, porém afiada, carregada de uma raiva prestes a explodir.— Um dia antes da tua volta, na suíte do teu hotel. — Noah responde, observando a reação de Dominic com cautela, vendo a tensão aumentar.Dominic absorve a informação sem mais questionamentos, ele não precisa de mais explicações. Sem dizer mais nada, ele se vira bruscamente, a raiva transparecendo em cada movimento enquanto caminha apressado em direção à saída. — Qual o problema desse menino? — Grant questiona, a voz carregada de frustração, enquanto observa Dominic se afastar.— Se nem o senhor sabe, imagine eu. — Noah responde de maneira contida, soltando um leve suspiro enquanto começa a caminhar.— Noah, vá d