Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.
O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.
Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se aproxima, cada passo deixando claro que a apreciação é mútua. Os olhos de Noah percorrem lentamente cada curva do corpo de Vivienne, um brilho de satisfação evidente em seu olhar.
— Você é insaciável. — Ele sussurra no ouvido dela, deslizando o nariz pelo pescoço exposto, arrancando um gemido suave dos lábios de Vivienne, que se contorce em resposta ao toque dele.
Com um movimento decidido, Noah vira-a para si e a ergue com facilidade, colocando-a sentada na bancada de mármore. Ele se posiciona entre as pernas dela, segurando-a firme pela cintura enquanto a envolve em um beijo intenso, os lábios se movendo com uma urgência contida, como se quisesse gravar aquele momento na pele dela.
Quando ele se afasta, a respiração dele está pesada, mas o olhar ainda traz a sombra de um sorriso satisfeito.
— Mas nosso tempo acabou, tenho compromissos para cumprir. — Noah murmura, a voz grave e sensual contra a pele de Vivienne, que, sem pensar, envolve os braços em volta do pescoço dele, tentando mantê-lo perto.
— Por favor, fique mais um pouco. — Vivienne pede, fazendo um biquinho adorável com os lábios rosados e levemente inchados pelas intensas trocas de beijos. Ela o observa com um olhar suplicante, os olhos brilhando em uma mistura de desejo e um toque de vulnerabilidade que parece afetá-lo profundamente.
Noah hesita por um segundo, as mãos firmes ainda segurando a cintura dela, como se estivesse considerando ceder ao pedido. Ele passa o polegar pelo lábio inferior dela, sentindo a suavidade e a doçura do gesto, os olhos fixos nos dela.
— Vivi, você me deixa louco. — Ele confessa, a voz mais rouca, lutando contra o próprio desejo, enquanto se inclina para um beijo, curto, mas cheio de promessas não ditas. — Eu adoraria ficar, mas se eu não sair agora, perderei compromissos importantes. — Finaliza, beijando-a novamente, desta vez com intensidade, até a deixar sem fôlego. Com um último beijo, ele se afasta, saindo do banheiro e deixando no ar a eletricidade daquele momento.
Vivienne suspira, ainda sentindo o corpo quente e o desejo que ele sempre deixa para trás. Morde os lábios, tentando lidar com a confusão de sentimentos que Noah desperta nela. Ela sabe que o que sente por ele vai muito além do físico. Está completamente apaixonada. Mas, ao sair do quarto, sente o vazio a envolver, e o silêncio pesa.
Ela nota um envelope na cama. Com o coração pesado, ela se aproxima e, ao abrir, encontra um cheque de cem mil dólares e um bilhete curto.
“Serviço prestado conforme esperado. Você nunca me decepciona.”
Vivienne sente o peito se apertar. Amassa o cheque com raiva, a frustração e a dor tomando conta. Ele sempre faz isso, deixa dinheiro e palavras frias, tratando-a como se fosse apenas um serviço contratado. Ele diz que significam mais, mas esse bilhete só reforça o oposto, fazendo-a se sentir descartável.
Ela j**a o cheque amassado na mesa de cabeceira e encara o quarto vazio, a solidão se fortalecendo. Ela está apaixonada, mas se pergunta se ele algum dia enxergará isso. Se ele conseguirá tratá-la como alguém que importa de verdade.
Vivienne se senta na cama, as lágrimas descendo silenciosamente. Quer mais do que esses encontros escondidos. Quer ser mais do que um segredo bem guardado. Quer ser importante para ele, ser vista. E, enquanto se deita na cama, encarando o teto, se pergunta se algum dia terá coragem de exigir o que realmente merece.
Na manhã seguinte, Vivienne acorda sobressaltada ao som insistente do celular tocando. Olha para o relógio e sente um frio na espinha ao perceber que está atrasada para o trabalho. Trabalha como assistente do CEO da principal empresa financeira da cidade, a holding Muller Capital Partners, e não pode se dar ao luxo de atrasos.
— Estou com sérios problemas. — Murmura, soltando uma risada nervosa enquanto esfrega o rosto. — Esquece isso, Vivienne. — Sussurra para si mesma, tentando afastar as dúvidas que a atormentam. Sabe o quanto a relação com Noah é complicada.
Balança a cabeça, decidida a focar no trabalho e deixar os dilemas pessoais de lado, pelo menos por enquanto. Com o cabelo arrumado e o blazer ajustado, pega a bolsa e sai às pressas, preparada para enfrentar mais um dia na Muller Capital Partners, tentando ignorar a voz interior que insiste em lembrar a noite passada e o bilhete que a fez questionar até onde conseguirá suportar essa situação.
— Senhorita Bettendorf, você está atrasada. — A secretária do andar chama a atenção de Vivienne assim que ela sai do elevador privativo, que apenas os funcionários daquele andar têm permissão de usar.
— Eu sei. — Vivienne responde, caminhando rapidamente para sua mesa, localizada próxima à sala do CEO.
— Senhorita Bettendorf? — A secretária chama, mas Vivienne ignora, atravessando a recepção com passos decididos e adentrando a sala de seu chefe, apenas para encontrar o ambiente vazio.
— Onde está o senhor Muller? — Vivienne questiona, voltando-se para a secretária com uma expressão confusa e levemente irritada. Ela conhece a agenda dele e sabe não haver compromissos marcados para aquele horário.
— O senhor Muller está em uma viagem de negócios. — A secretária responde, com um sorriso profissional e levemente provocativo, claramente descontente por ser ignorada. — Ele volta em duas semanas. Você saberia disso se tivesse verificado seus e-mails. — Completa, com um tom sarcástico que faz Vivienne arquear as sobrancelhas.
— Noah viajou? — Vivienne murmura para si mesma, surpresa, esquecendo-se completamente de manter o tom profissional. — Quero dizer, o senhor Muller. — Corrige-se rapidamente, sentindo o constrangimento tingir suas bochechas. Mesmo que estejam envolvidos, na empresa ele é apenas o seu chefe. Ela precisa se lembrar disso.
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re
As palavras de Dominic atingem Vivienne como um golpe certeiro, inflamando cada parte de sua fúria. Seus olhos permanecem fixos em Noah, e a presença da mulher ao lado dele apenas intensifica o ódio pulsante em seu peito. As lágrimas ameaçam escapar, mas Vivienne as reprime com um controle feroz. Sem pensar, ela avança, o peito cheio de raiva crescente, sua mão se ergue e, em um movimento rápido, desce com força, estalando no rosto de Noah com um som cortante que ecoa pela sala. A mulher ao seu lado permanece paralisada, em choque, enquanto Dominic solta uma risada baixa, saboreando cada segundo daquele confronto explosivo.— Noah Muller, você é um miserável! — Vivienne explode, o desprezo contido em cada palavra. — Espero que você queime no inferno! — Com um movimento brusco, ela se vira, os passos ecoando como marteladas enquanto a porta bate com uma força que reverbera pela sala, deixando um silêncio denso e incômodo no ar.— Noah, querido, o que foi isso? — A mulher murmura, com u
Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte,
O pânico cresce rapidamente dentro de Vivienne, e o enjoo se torna insuportável, apertando sua garganta de maneira sufocante. Sem tempo para pensar, ela se levanta bruscamente, os passos rápidos a levando direto até a lixeira mais próxima. Não havia tempo para correr até o banheiro. Ao se inclinar, o vômito irrompe incontrolável, o som do líquido ecoando pela sala em meio ao silêncio absoluto. Todos os olhares se voltam para ela, congelados em choque.Enquanto ainda ofegava, tentando se recompor, a voz cortante e carregada de irritação invade seus ouvidos.— Providencie outra sala. — O som é inconfundível, mas tão semelhante que seu coração dispara novamente. — Em cinco minutos, quero tudo pronto. — A voz finaliza, saindo da sala, deixando Vivienne ali, entre a sensação de humilhação e o terror de ter o passado mais próximo do que imaginava.— Vivienne, o que deu em você? — A voz de seu chefe soa perplexa, enquanto ela luta para recuperar a postura, os olhos baixos, evitando os olhare
A expressão de Noah se fecha, os olhos endurecem, e o choque logo se transforma em algo mais sombrio. Sem dizer nada, ele avança lentamente até a mesa, analisando cada teste de gravidez com atenção silenciosa. Não precisa contar, mais de cinco estão ali, todos gritando a mesma verdade inescapável. — Sou o pai? — Noah pergunta, cortando o silêncio enquanto se vira abruptamente, o olhar cravado nela. Vivienne tenta, mas não consegue segurar o pranto que a domina. — Responda! — Exige, sua voz agora, um berro, tão alto que faz o corpo dela tremer e se encolher de susto.— Quem mais seria? — Vivienne rebate, com a voz quebrada, as lágrimas manchando seu rosto enquanto tenta, em vão, secá-las. — Sim, Noah, você é o pai. — A confirmação sai entre soluços, uma mistura de medo e desespero. Ele leva as mãos ao rosto, esfregando-o com força, como se quisesse apagar a frustração crescente que o consome.— E o que você planeja fazer com isso, Vivienne? — Pergunta, a voz carregada de frieza. Ele a
Dominic agarra as mãos dela com firmeza, puxando-a para mais perto, o calor entre eles crescendo a cada segundo. O sorriso que ela oferece é carregado de malícia, um jogo silencioso que ele aceita sem hesitar. Sua mão desliza lentamente pelas costas dela, sentindo cada contorno, até chegar à nuca, onde ele a segura com intensidade. Então, ele a puxa para um beijo profundo, intenso, cheio de desejo ardente, um toque que revela o quanto ambos ansiavam por aquilo.— Não tive muita escolha, senhorita Gauthier. — Dominic responde, a voz rouca e carregada de desejo, os olhos queimando enquanto ela se acomoda ao seu lado, ainda mais próxima.— Dom, não me venha com formalidades agora. — Claire responde, a voz suave e provocante. Ela cruza as pernas lentamente, o movimento cheio de sensualidade, cada gesto cuidadosamente feito para atrair a atenção dele. Virando-se para ele, com os olhos fixos nos dele, ela levanta o dedo com elegância, chamando o barman com tranquilidade. — Um Château Margau
Dominic avança pelas ruas de Luxemburgo com o pé pesado no acelerador, os olhos fixos no trânsito à frente. A cada semáforo que ameaça fechar, ele pressiona um pouco mais, evitando qualquer parada que possa atrasá-lo. O peso da notícia ecoa em sua mente, corroendo sua calma, enquanto a ausência de respostas de seu avô intensifica sua inquietação. O hospital finalmente surge à sua frente, e ele estaciona o carro de maneira abrupta, quase descontrolada.Assim que entra, seus passos ecoam pelos corredores até a recepção. Sem perder tempo, ele segue direto até o andar onde sabe que Noah está sendo atendido. A tensão transborda ao se deparar com seu avô em frente à porta do quarto, e ele se aproxima apressado, com o coração acelerado.— O que aconteceu? — Dominic dispara a pergunta, o nervosismo rasgando suas palavras.— Noah está bem — Grant responde com uma calma meticulosa, que parece mal caber na situação. — Ele se distraiu, perdeu o controle do carro e bateu a cabeça no painel.Aquela