A Escolha Certa com o CEO Errado
A Escolha Certa com o CEO Errado
Por: Tamires Coelho
1 - Um serviço contratado

Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.

O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.

Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se aproxima, cada passo deixando claro que a apreciação é mútua. Os olhos de Noah percorrem lentamente cada curva do corpo de Vivienne, um brilho de satisfação evidente em seu olhar.

— Você é insaciável. — Ele sussurra no ouvido dela, deslizando o nariz pelo pescoço exposto, arrancando um gemido suave dos lábios de Vivienne, que se contorce em resposta ao toque dele.

Com um movimento decidido, Noah vira-a para si e a ergue com facilidade, colocando-a sentada na bancada de mármore. Ele se posiciona entre as pernas dela, segurando-a firme pela cintura enquanto a envolve em um beijo intenso, os lábios se movendo com uma urgência contida, como se quisesse gravar aquele momento na pele dela.

Quando ele se afasta, a respiração dele está pesada, mas o olhar ainda traz a sombra de um sorriso satisfeito.

— Mas nosso tempo acabou, tenho compromissos para cumprir. — Noah murmura, a voz grave e sensual contra a pele de Vivienne, que, sem pensar, envolve os braços em volta do pescoço dele, tentando mantê-lo perto.

— Por favor, fique mais um pouco. — Vivienne pede, fazendo um biquinho adorável com os lábios rosados e levemente inchados pelas intensas trocas de beijos. Ela o observa com um olhar suplicante, os olhos brilhando em uma mistura de desejo e um toque de vulnerabilidade que parece afetá-lo profundamente.

Noah hesita por um segundo, as mãos firmes ainda segurando a cintura dela, como se estivesse considerando ceder ao pedido. Ele passa o polegar pelo lábio inferior dela, sentindo a suavidade e a doçura do gesto, os olhos fixos nos dela.

— Vivi, você me deixa louco. — Ele confessa, a voz mais rouca, lutando contra o próprio desejo, enquanto se inclina para um beijo, curto, mas cheio de promessas não ditas. — Eu adoraria ficar, mas se eu não sair agora, perderei compromissos importantes. — Finaliza, beijando-a novamente, desta vez com intensidade, até a deixar sem fôlego. Com um último beijo, ele se afasta, saindo do banheiro e deixando no ar a eletricidade daquele momento.

Vivienne suspira, ainda sentindo o corpo quente e o desejo que ele sempre deixa para trás. Morde os lábios, tentando lidar com a confusão de sentimentos que Noah desperta nela. Ela sabe que o que sente por ele vai muito além do físico. Está completamente apaixonada. Mas, ao sair do quarto, sente o vazio a envolver, e o silêncio pesa.

Ela nota um envelope na cama. Com o coração pesado, ela se aproxima e, ao abrir, encontra um cheque de cem mil dólares e um bilhete curto.

“Serviço prestado conforme esperado. Você nunca me decepciona.”

Vivienne sente o peito se apertar. Amassa o cheque com raiva, a frustração e a dor tomando conta. Ele sempre faz isso, deixa dinheiro e palavras frias, tratando-a como se fosse apenas um serviço contratado. Ele diz que significam mais, mas esse bilhete só reforça o oposto, fazendo-a se sentir descartável.

Ela j**a o cheque amassado na mesa de cabeceira e encara o quarto vazio, a solidão se fortalecendo. Ela está apaixonada, mas se pergunta se ele algum dia enxergará isso. Se ele conseguirá tratá-la como alguém que importa de verdade.

Vivienne se senta na cama, as lágrimas descendo silenciosamente. Quer mais do que esses encontros escondidos. Quer ser mais do que um segredo bem guardado. Quer ser importante para ele, ser vista. E, enquanto se deita na cama, encarando o teto, se pergunta se algum dia terá coragem de exigir o que realmente merece.

Na manhã seguinte, Vivienne acorda sobressaltada ao som insistente do celular tocando. Olha para o relógio e sente um frio na espinha ao perceber que está atrasada para o trabalho. Trabalha como assistente do CEO da principal empresa financeira da cidade, a holding Muller Capital Partners, e não pode se dar ao luxo de atrasos.

— Estou com sérios problemas. — Murmura, soltando uma risada nervosa enquanto esfrega o rosto. — Esquece isso, Vivienne. — Sussurra para si mesma, tentando afastar as dúvidas que a atormentam. Sabe o quanto a relação com Noah é complicada.

Balança a cabeça, decidida a focar no trabalho e deixar os dilemas pessoais de lado, pelo menos por enquanto. Com o cabelo arrumado e o blazer ajustado, pega a bolsa e sai às pressas, preparada para enfrentar mais um dia na Muller Capital Partners, tentando ignorar a voz interior que insiste em lembrar a noite passada e o bilhete que a fez questionar até onde conseguirá suportar essa situação.

— Senhorita Bettendorf, você está atrasada. — A secretária do andar chama a atenção de Vivienne assim que ela sai do elevador privativo, que apenas os funcionários daquele andar têm permissão de usar.

— Eu sei. — Vivienne responde, caminhando rapidamente para sua mesa, localizada próxima à sala do CEO.

— Senhorita Bettendorf? — A secretária chama, mas Vivienne ignora, atravessando a recepção com passos decididos e adentrando a sala de seu chefe, apenas para encontrar o ambiente vazio.

— Onde está o senhor Muller? — Vivienne questiona, voltando-se para a secretária com uma expressão confusa e levemente irritada. Ela conhece a agenda dele e sabe não haver compromissos marcados para aquele horário.

— O senhor Muller está em uma viagem de negócios. — A secretária responde, com um sorriso profissional e levemente provocativo, claramente descontente por ser ignorada. — Ele volta em duas semanas. Você saberia disso se tivesse verificado seus e-mails. — Completa, com um tom sarcástico que faz Vivienne arquear as sobrancelhas.

— Noah viajou? — Vivienne murmura para si mesma, surpresa, esquecendo-se completamente de manter o tom profissional. — Quero dizer, o senhor Muller. — Corrige-se rapidamente, sentindo o constrangimento tingir suas bochechas. Mesmo que estejam envolvidos, na empresa ele é apenas o seu chefe. Ela precisa se lembrar disso.

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