Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.
— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.
Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.
— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer reação fosse irrelevante para ele. — Levante-se. — Exige, as palavras saindo afiadas. Suas mãos deslizam pelos bolsos da calça do terno, e a postura reta e controlada transborda autoridade. O sorriso enigmático que se desenha em seus lábios não é amigável, é cruel, carregado de um prazer quase sádico, como se ele estivesse saboreando o controle absoluto que exerce sobre ela naquele momento.
Vivienne sente o peito apertar, cada segundo que permanece ali no chão é um golpe na sua dignidade. Ela se levanta lentamente, o corpo tenso, e cada movimento dela é observado de perto pelos olhos atentos dele, como se estivesse avaliando cada reação. O silêncio se torna pesado, quase insuportável, enquanto ele a observa com uma calma perturbadora, como se estivesse à espera de algo, como um predador aguardando o próximo movimento da presa.
— Noah, você quer me ex… — Vivienne começa a falar, mas interrompe a própria frase quando a porta se abre de repente. A surpresa toma conta de seu rosto, e antes que consiga dizer qualquer outra palavra, sua visão começa a ficar turva. A sala parece girar ao seu redor, até que a escuridão a envolve completamente, e ela sente o impacto de seu corpo no chão.
— Vivi! — Noah grita, assustado, enquanto corre até ela. Num movimento rápido, ele a pega nos braços, seu olhar de pânico contrastando com a frieza de minutos antes. Com cuidado, ele a deita no elegante e confortável sofá da sala, sua respiração acelerada enquanto tenta avaliar o que está acontecendo. — O que você fez com ela? — Pergunta, virando-se abruptamente para o homem, a voz carregada de tensão. Mas ele continua parado, com uma expressão impassível, as mãos nos bolsos, diante da mesa. — Te fiz uma pergunta, Dominic! — Insiste, mas a urgência no olhar o faz voltar rapidamente a atenção para Vivienne, que murmura algo baixo. — Meu amor, você está bem? — Pergunta, segurando delicadamente o rosto dela, enquanto seus olhos se abrem devagar.
— Noah. — Vivienne sussurra, vendo o sorriso preocupado dele. — Acho que tive um pesadelo. — Ela passa a mão pela testa, confusa. — Pensei ter visto dois de você. — Comenta, ainda tentando entender o que aconteceu. Mas antes que qualquer alívio pudesse surgir, uma risada baixa e sarcástica corta o silêncio, ecoando pela sala. O som faz o coração de Vivienne disparar, e ela se senta bruscamente, os olhos arregalados.
Ao erguer a cabeça, vê o homem que agora se encosta casualmente na mesa, um sorriso frio nos lábios. Ele é idêntico ao Noah que está ao lado dela, a mesma postura, os mesmos traços, perfeitos em cada detalhe. O choque que atravessa Vivienne é avassalador, deixando-a sem palavras enquanto tenta processar o que está vendo.
— Francamente, Noah, você não faz nada certo. — Dominic repreende, finalmente se movendo. Ele caminha lentamente até eles, a postura tranquila, mas carregada de desprezo. — Uma funcionária, sério? Não é à toa que tive que voltar para resolver a tua bagunça. — Provoca, o olhar desdenhoso percorrendo Vivienne e o irmão, como se ambos fossem uma piada.
— Gêmeos? — Vivienne murmura, mais para si mesma do que para eles. A perplexidade em seu rosto é evidente. Um constrangimento a invade ao se dar conta do erro que cometeu, o sangue subindo ao rosto ao perceber que havia beijado o homem errado. — Senhor, me desculpe. — Balbucia, levantando-se rapidamente, tentando recuperar a postura formal, mesmo que sua mente ainda estivesse um caos.
— Noah, você sabe o que tem que fazer. — Dominic declara friamente, já dando as costas para os dois e caminhando de volta para sua mesa. — Agora saiam da minha sala. Não tenho tempo a perder com idiotices. — Conclui, o tom finalizador como uma ordem, virando-se para a porta aberta, pois o som de batidas leves nela interrompe o momento, chamando a atenção dos três. — Isso acabou de ficar interessante. — Afirma, um brilho predatório nos olhos enquanto fixa o olhar em Noah, que rapidamente endireita sua postura, visivelmente desconcertado.
— Essa visão é uma das minhas favoritas. — A mulher comenta com um sorriso afiado, caminhando pela sala com uma elegância que não passa despercebida por Vivienne. Cada movimento dela exala confiança e poder. — Os gêmeos Muller reunidos. — Acrescenta, parando diretamente em frente a Noah. Sem hesitar, ela envolve os braços ao redor do pescoço dele e toma seus lábios em um beijo intenso e envolvente, como se aquilo fosse o mais natural do mundo.
Vivienne, que até então tentava manter a compostura, sente o coração acelerar e o sangue ferver. A cena à sua frente é como um tapa no rosto, mas ela respira fundo, lutando contra o impulso de arrancar aquela mulher dos braços dele.
— Senhorita, desculpe interromper. — Vivienne dispara, a voz firme, mas contendo a irritação enquanto b**e levemente a ponta do dedo no ombro da mulher. — Mas acho que você está beijando o gêmeo errado. — Acrescenta, a calma forçada disfarçando a tempestade que se agita por dentro.
A mulher para o beijo, virando-se lentamente com um olhar de surpresa que logo se transforma em desdém. Ela analisa Vivienne de cima a baixo, seus olhos cintilando com desprezo enquanto esboça um sorriso irônico.
— Noah, quem é essa? — A mulher pergunta, a voz gotejando sarcasmo e desinteresse, como se Vivienne fosse um detalhe irrelevante.
— Então, Noah, quem é ela? — Dominic insiste, a diversão clara em sua voz. Ele se apoia casualmente na mesa, os olhos brilhando com malícia. — Conte para sua adorável noiva quem é essa mulher. — Instrui com um sorriso torto, observando atentamente a expressão surpresa que rapidamente toma conta do rosto de Vivienne.
As palavras de Dominic atingem Vivienne como um golpe certeiro, inflamando cada parte de sua fúria. Seus olhos permanecem fixos em Noah, e a presença da mulher ao lado dele apenas intensifica o ódio pulsante em seu peito. As lágrimas ameaçam escapar, mas Vivienne as reprime com um controle feroz. Sem pensar, ela avança, o peito cheio de raiva crescente, sua mão se ergue e, em um movimento rápido, desce com força, estalando no rosto de Noah com um som cortante que ecoa pela sala. A mulher ao seu lado permanece paralisada, em choque, enquanto Dominic solta uma risada baixa, saboreando cada segundo daquele confronto explosivo.— Noah Muller, você é um miserável! — Vivienne explode, o desprezo contido em cada palavra. — Espero que você queime no inferno! — Com um movimento brusco, ela se vira, os passos ecoando como marteladas enquanto a porta bate com uma força que reverbera pela sala, deixando um silêncio denso e incômodo no ar.— Noah, querido, o que foi isso? — A mulher murmura, com u
Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte,
O pânico cresce rapidamente dentro de Vivienne, e o enjoo se torna insuportável, apertando sua garganta de maneira sufocante. Sem tempo para pensar, ela se levanta bruscamente, os passos rápidos a levando direto até a lixeira mais próxima. Não havia tempo para correr até o banheiro. Ao se inclinar, o vômito irrompe incontrolável, o som do líquido ecoando pela sala em meio ao silêncio absoluto. Todos os olhares se voltam para ela, congelados em choque.Enquanto ainda ofegava, tentando se recompor, a voz cortante e carregada de irritação invade seus ouvidos.— Providencie outra sala. — O som é inconfundível, mas tão semelhante que seu coração dispara novamente. — Em cinco minutos, quero tudo pronto. — A voz finaliza, saindo da sala, deixando Vivienne ali, entre a sensação de humilhação e o terror de ter o passado mais próximo do que imaginava.— Vivienne, o que deu em você? — A voz de seu chefe soa perplexa, enquanto ela luta para recuperar a postura, os olhos baixos, evitando os olhare
A expressão de Noah se fecha, os olhos endurecem, e o choque logo se transforma em algo mais sombrio. Sem dizer nada, ele avança lentamente até a mesa, analisando cada teste de gravidez com atenção silenciosa. Não precisa contar, mais de cinco estão ali, todos gritando a mesma verdade inescapável. — Sou o pai? — Noah pergunta, cortando o silêncio enquanto se vira abruptamente, o olhar cravado nela. Vivienne tenta, mas não consegue segurar o pranto que a domina. — Responda! — Exige, sua voz agora, um berro, tão alto que faz o corpo dela tremer e se encolher de susto.— Quem mais seria? — Vivienne rebate, com a voz quebrada, as lágrimas manchando seu rosto enquanto tenta, em vão, secá-las. — Sim, Noah, você é o pai. — A confirmação sai entre soluços, uma mistura de medo e desespero. Ele leva as mãos ao rosto, esfregando-o com força, como se quisesse apagar a frustração crescente que o consome.— E o que você planeja fazer com isso, Vivienne? — Pergunta, a voz carregada de frieza. Ele a
Dominic agarra as mãos dela com firmeza, puxando-a para mais perto, o calor entre eles crescendo a cada segundo. O sorriso que ela oferece é carregado de malícia, um jogo silencioso que ele aceita sem hesitar. Sua mão desliza lentamente pelas costas dela, sentindo cada contorno, até chegar à nuca, onde ele a segura com intensidade. Então, ele a puxa para um beijo profundo, intenso, cheio de desejo ardente, um toque que revela o quanto ambos ansiavam por aquilo.— Não tive muita escolha, senhorita Gauthier. — Dominic responde, a voz rouca e carregada de desejo, os olhos queimando enquanto ela se acomoda ao seu lado, ainda mais próxima.— Dom, não me venha com formalidades agora. — Claire responde, a voz suave e provocante. Ela cruza as pernas lentamente, o movimento cheio de sensualidade, cada gesto cuidadosamente feito para atrair a atenção dele. Virando-se para ele, com os olhos fixos nos dele, ela levanta o dedo com elegância, chamando o barman com tranquilidade. — Um Château Margau
Dominic avança pelas ruas de Luxemburgo com o pé pesado no acelerador, os olhos fixos no trânsito à frente. A cada semáforo que ameaça fechar, ele pressiona um pouco mais, evitando qualquer parada que possa atrasá-lo. O peso da notícia ecoa em sua mente, corroendo sua calma, enquanto a ausência de respostas de seu avô intensifica sua inquietação. O hospital finalmente surge à sua frente, e ele estaciona o carro de maneira abrupta, quase descontrolada.Assim que entra, seus passos ecoam pelos corredores até a recepção. Sem perder tempo, ele segue direto até o andar onde sabe que Noah está sendo atendido. A tensão transborda ao se deparar com seu avô em frente à porta do quarto, e ele se aproxima apressado, com o coração acelerado.— O que aconteceu? — Dominic dispara a pergunta, o nervosismo rasgando suas palavras.— Noah está bem — Grant responde com uma calma meticulosa, que parece mal caber na situação. — Ele se distraiu, perdeu o controle do carro e bateu a cabeça no painel.Aquela
Dominic passa a mão pelos cabelos, os olhos fixos em Noah, como se cada palavra estivesse ativando um alarme interno. Ele enfia as mãos nos bolsos, o gesto tenso e carregado, como se estivesse tentando segurar a fúria que começava a borbulhar. — Quando e onde isso aconteceu? — Dominic finalmente pergunta, a voz baixa, porém afiada, carregada de uma raiva prestes a explodir.— Um dia antes da tua volta, na suíte do teu hotel. — Noah responde, observando a reação de Dominic com cautela, vendo a tensão aumentar.Dominic absorve a informação sem mais questionamentos, ele não precisa de mais explicações. Sem dizer mais nada, ele se vira bruscamente, a raiva transparecendo em cada movimento enquanto caminha apressado em direção à saída. — Qual o problema desse menino? — Grant questiona, a voz carregada de frustração, enquanto observa Dominic se afastar.— Se nem o senhor sabe, imagine eu. — Noah responde de maneira contida, soltando um leve suspiro enquanto começa a caminhar.— Noah, vá d
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a