Não seria fácil me pegar. Eu não vivi anos fugindo das mais inusitadas situações para cair nas mãos daqueles policiais que estavam acostumados a prender batedores de carteira nas esquinas.
Será que eles me consideram tão idiota, a ponto de achar que eu abriria a guarda para uma puta incompetente que fingiu interesse por mim em uma mesa de bar? Logo eu, que aprendi desde cedo a não confiar em ninguém.
Desde o dia que cheguei ao Rio de janeiro que redobrei os cuidados e atenção com tudo que acontecia à minha volta e não foi difícil concluir que eu estava sendo seguido. O incompetente do policial Chamado Lucas Valença nem se deu ao trabalho de disfarçar que me seguia abertamente.
De propósito, comecei a frequentar os mesmos lugares e horários e como imaginei, ele contratou uma garota de programa para tentar arrancar informações.
Resolvi brincar com aqueles idiotas.
Aceitei a investida da garota, que em momento nenhum eu cogitaria levar para a cama. Não porque ela fosse garota de programa, mas por que eu nunca faria aquilo com uma garota que parecia ter acabado de sair da adolescência e que me lembrava muito a minha querida Sulamita.
Para facilitar o serviço da coitada, permiti que ela fosse ao meu apartamento e lá eu fingi estar bêbado e caí no sofá, aparentando estar dormindo.
Quase caí na risada ao ver a tentativa desajeitada dela colocar uma escuta embaixo da minha mesa e sair na ponta dos pés, com medo que eu acordasse e a pegasse em fragrante.
— Então vocês querem me surpreender? Vamos ver quem vai ganhar essa.
Combinei com Rafael e passamos a conversar sobre a operação que seria realizada dando nomes, locais e horários onde seria repassado o dinheiro. Ao mesmo tempo, organizei via mensagens o local correto onde eu finalmente daria a tacada final.
Eu estava orgulhoso do meu feito? Nunca.
No entanto eu precisava fazer aquilo. Eu não tinha saída. Eu não tinha opção. Eu fui criado para aquilo. Eu era a inteligência necessária para a máfia de Hilal Ramazan funcionar. Eu era o homem de confiança do chefe. Eu não podia falhar. Sulamita precisava de mim e eu faria de tudo para defendê-la.
— Leonardo?
A voz parecia vir de longe, mas aos poucos eu percebi que vinha da mulher ajoelhada na cama, me observando vestir a roupa e colocar duas pistolas 9mm, na cintura, por baixo do pesado casaco preto.
— Você já vai?
Me concentrei em calçar as botas calado.
— Responde, Léo.
Suspirei impaciente.
— Não está claro?
Ela fez uma cara amuada e aquilo em vez de me deixar com pena dela, me fez querer sair dali o mais rápido possível.
— Pensei que fosse passar a noite aqui.
Olhei-a fixamente.
— Desde quando eu passo a noite aqui?— falei friamente.
Ela levantou irritada.
— Chega Leonardo, pare de me tratar assim!
Passei a mão pelo cabelo, nervoso.
— O que você quer, afinal?
Ela chegou perto de mim e tentou me abraçar.
— Eu quero você. Você está sempre irritado, não me dá carinho, não transa sem camisinha, não baixa a guarda nem um minuto.
Afastei as mãos dela do meu peito.
— Você nunca reclamou antes.
— É, mas agora estou reclamando. Faz um ano que estamos juntos e quantas vezes nos encontramos? Duas ou três quando você vem ao Brasil.
O que ela queria? Assumir um compromisso? Eu não era homem para ter um compromisso com ninguém.
— Eu quero ter um filho com você.
Coloquei a carteira no bolso da calça.
Filho? Nunca. Eu nunca colocaria uma criança no meio sombrio que eu vivia.
Estava na hora de dar um fim naquela história. Me aproximei dela e mesmo não sentindo emoção nenhuma ao olhar para seu rosto, eu pelo menos devia respeito pelas vezes que ela abriu as pernas para mim.
— Escute Paola, procure outra pessoa para viver seu sonho. Não quero transformar sua vida em um inferno.
— Mas...
Coloquei um dedo sobre seus lábios e ela, pelo menos usou o tempo que ficou comigo para aprender quando devia calar e recuar.
— Acabou. Obrigada por tudo. Apague meu nome do seu telefone e esqueça que um dia me conheceu.
— O que vai fazer?
Peguei a chave do carro e fiz um carinho no rosto dela.
— Vou seguir meu destino. Não se preocupe e não confie em todos que se aproximarem de você.
Virei as costas e mesmo ouvindo o soluço que saiu dos lábios dela, eu não voltei. Minha vida não me permitia voltar atrás por ninguém a não ser minha mãe e Sulamita. Era por elas que eu vivia.
No caminho para o apartamento que eu tinha alugado há duas semanas atrás, fiz duas ou três ligações acertando todos os detalhes das duas operações que seriam realizadas logo mais. Uma delas não podia dar errado. Quando o dia amanhecesse, aquele carregamento de armas estaria a caminho da Turquia e Hilal Ramazam ia entender que podia confiar cegamente em mim e no Rafael. Foram anos de luta para ganhar a confiança dele e não ia ser um bando de policiais querendo mostrar serviço que iria me atrapalhar.
Abri o celular e olhei a foto que eu tinha tirado da internet pesquisando sobre a equipe do policial Lucas Valença. A delegada Alina Varella seria promovida se conseguisse impedir que aquele carregamento de armas saísse do Rio de Janeiro.
Dei um sorrisinho de canto, esperando o sinal abrir.
— Sinto muito, Dr. linda de olhos verdes, mas não será dessa vez que você será promovida.
Já no apartamento, tomei um banho e fiz um sanduiche reforçado. Vai que aquela delegada gostosa resolvesse colocar as asinhas de fora e me deixar dormir na prisão.
Me preparei para o show de logo mais, vestindo minha roupa de batalha. A mesma de sempre: Calça jeans preta e todo o resto da mesma cor. Para não complicar minha situação, coloquei uma pistola na cintura e guardaria a outra no carro.
Nem precisei me olhar no espelho para saber que meu rosto parecia uma máscara de pedra. Há muito tempo que eu não me permitia demonstrar nenhuma emoção. Apenas meu coração sabia dos tormentos da minha alma e talvez para um bom observador, fosse possível ver que meus olhos pretos não brilhavam e meus lábios estavam sempre em uma linha dura e rígida. De resto, eu era apenas um homem estranho que andava sempre sozinho e vestido de preto. Causava medo em alguns, indiferença em outros, curiosidade e interesse em algumas mulheres, preocupação em minha mãe e confiança e proteção para a Sulamita.
Em mim mesmo, eu preferia não pensar. Se um dia eu cumprisse a minha missão, talvez ainda restasse esperança para mim, caso contrário minha existência teria sido em vão. Tudo que fiz a vida inteira não teria nenhum sentido e eu pretendia cumprir minha missão. Iria devolver a vida para minha mãe e Sulamita. As únicas mulheres que importavam para mim.
Peguei a maleta preta e conferi se o conteúdo estava correto. Nada podia dar errado às 00:15 naquele restaurante.
Liguei para Rafael e combinamos que ele chegaria primeiro e me avisaria se o “circo” estava armado.
Se eles tinham pessoal para armar uma emboscada, eu tinha em dobro.
A lei tem limites. O crime, não.
Eu disse que não confiava em ninguém? Eu confio no Rafael.
É ele que vai me ajudar a conseguir o que eu quero. Hilal Ramazam precisa confiar no Rafael a ponto de aceitá-lo na família e ele prometeu que estaria comigo até o fim.
Ele foi instruído nos mínimos detalhes de como deveria se comportar e de como medir cada passo e cada palavra para adquirir o respeito e a confiança do homem mais temido da máfia turca.
Eu precisava de alguém da minha inteira confiança para saber de tudo que acontecia com a Sulamita, mesmo quando eu não estava em casa.
Não foi fácil conseguir que Hilal o contratasse como segurança particular da família, mas eu estava disposto a tudo e aos poucos infiltrei o Rafael na nossa casa e hoje, depois de mim, ele era o homem que mais tinha acesso aos segredos de Hilal Ramazan.
O que ele ganhava com isso? Nada. Apenas justiça.
A mãe do Rafael foi uma das vítimas da crueldade de Hilal.
Rafael é brasileiro, ao contrário de mim, que tenho mãe brasileira e pai turco. Nasci na Turquia, mas meu coração é brasileiro. Minha mãe foi expulsa do país e eu não tive a mesma sorte. Hoje, não sei se agradeço a Deus ou não, o fato de ter permanecido lá. Caso contrário, não sei o que seria da vida da Sulamita e agora eu estava preso àquela casa e àquela família de uma forma que só a morte nos separaria. E a morte me cercava. Fui condicionado a matar ou morrer e como a segunda opção não me era permitida ainda, eu precisava me defender.
Foi um golpe do destino o Rafael ter entrado na minha vida. Sorri, ao lembrar o dia em que nos conhecemos há dez anos atrás. Tinha sido minha primeira viagem ao Brasil, a mando de Hilal e foi justamente ali que nossas vidas tinham se entrelaçado.
O Rafael era bem jovem, tinham vinte anos na época e já era policial. Ele foi até aquele aeroporto com a incumbência de me prender, mas o destino nos levou para outro caminho e quando ele pediu ajuda para libertar a mãe dele na Turquia, eu vi que ali eu poderia ter um parceiro para todos os momentos. Encontramos a mãe dele, mas a história não terminou ali, ao contrário, começou a nossa busca por vingança e justiça. O Rafael era tão vítima quando eu, das maldades de Hilal Ramazan.
Nos tornamos amigos e ele pediu demissão da polícia e foi morar na Turquia comigo. Tudo para se aproximar de Hilal e vingar a morte da mãe. Eu confiava nele. Eu o ensinei a ter calma e sangue frio para esperar a hora certa de dar o bote. E nós fizemos isso calmamente.
Com o tempo percebi que o Rafael poderia me ajudar de outra forma. Ele e a Sulamita se deram bem logo de cara, e então eu propus que ele se tornasse segurança em nossa casa e passasse a cuidar da Sula na minha ausência.
Tudo estava saindo conforme nós planejamos.
Os meios justificavam os fins? Para mim, sim.
E era por isso que naquela noite eles não iriam me pegar. Ainda não.
Estacionei o carro nos fundos do restaurante e de longe pude ver duas viaturas paradas estrategicamente em cada saída do restaurante.
Conferi novamente o conteúdo da maleta e saí do carro.
Imbecis. Não era ali que eles deveriam estar. Naquela hora, o chefe da Matinha estava enchendo os bolsos em outro ponto da cidade e dentro de alguns instantes as armas estariam voando para a Turquia no jatinho particular de Hilal Ramazan.
Ajeitei a gola do casado e caminhei firme para a entrada do restaurante.
A festa ia começar.
Por que aquele filho da mãe estava me olhando daquele jeito?Impaciente, repeti a frase:— Você está preso por contrabando, Leonardo Ramazan.Ele não mexeu um músculo da face, apenas me olhou ironicamente.— Posso saber o que eu estou contrabandeando?Agora ele ia dar uma de inocente?— Abra essa mala, por favor – indiquei o objeto com a arma.Alguns clientes próximos à mesa que perceberam a movimentação e as armas apontadas para os dois, se levantaram e saíram assustados. Os dois bandidos porém, mantinha uma calma exasperante.— Vamos! Mandei abrir a mala!Com toda calma, provavelmente para me irritar, ele abriu o fecho da maleta e a virou para mim.Senti meu corpo gelar e encarei o homem que tentava esconder um sorriso em minha frente.— Que merda é essa? – encarei-o ultrajada.Lucas deu um passo à frente e encostou a arma na cabeça dele.— Você está de brincadeira comigo, seu idiota?Eu tentava entender o que tinha acontecido. Ele era mais perigoso do que eu pensava.Ele apenas emp
Pisar em solo turco deveria ser confortador para mim, afinal eu cresci ali, mas não era assim que eu me sentia. Aquele país era mais uma prisão do que exatamente meu lar. Mas era lá que eu deveria permanecer. Pelo menos até cumprir o que prometi para minha mãe.Eu e o Rafael descemos do avião e caminhamos por entre a multidão barulhenta do aeroporto de Istambul. Eu tinha pressa de chegar logo em casa e ver como estava a Sulamita. Casa era uma maneira prática de dizer, pois eu não me sentia em casa na mansão de Hilal Ramazan. Aquela monumento que ocupava um quarteirão inteiro no centro de Istambul estava longe ser o meu lar, mas foi lá que eu nasci e vivi minha vida inteira. Era lá que estava minha história e ela não era nada bonita.O Rafael percebeu que eu estava introspectivo durante toda a viagem. Não que eu fosse diferente, mas nos últimos tempos eu estava cada vez mais calado e pensativo. Estava chegando a hora de tomar algumas decisões e isso envolvia o Rafael.— Ei cara, está
— Quer para com isso, mãe? não foi nada demais.Eu estava agoniada com aquela preocupação toda da minha mãe. Ela não parava quieta. Perguntava se eu estava sentindo dor, fome, sono...— Como não foi nada, Alina? Você sofreu uma tentativa de homicídio!Suspirei nervosa.— Não foi tentativa nenhuma, eu perdi a direção do carro!— Depois que alguém tentou te jogar para fora da pista.— Não foi assim!Lucas se manifestou de pé ao lado da janela do quarto do hospital:— Claro que foi Alina, você mesma me contou.Linguarudo!— Quer calar a boca, Lucas?— Tá vendo, você quer esconder de mim. Você está correndo perigo!Tentei sentar na cama, mas a dor nas costelas me obrigou a deitar de novo.— Não precisa tanto alarde, isso é comum na minha profissão.Julieta Varella colocou as mãos na cintura e apontou o dedo indicador para mim.— Você vai sair desse emprego.Nunca!— De jeito nenhum mãe, se acalme por favor — falei tentando parecer calma.Lucas se aproximou e sentou na cama ao meu lado.—
Pensei não ter escutado direito.— Não entendi. O que você disse?— O que você ouviu. Você precisa ir comigo para a Turquia.Ele estava ficando louco.— Nunca! O que diabos eu vou fazer lá?— Salvar sua vida, garota.Eu estava meio tonta e me apoiei no carro para não cair.Ele percebeu meu desequilíbrio e segurou meu braço com força, abrindo a porta do carro e me fazendo sentar no banco de trás.— Respire fundo, você vai precisar de calma daqui para a frente.Empurrei a mão dele, que segurava meu braço.— Me solte, não quero que chegue perto de mim.Ele sorriu de forma enigmática e apoiou os braços na porta aberta, me encarando.— Será um pouco difícil depois do que teremos de fazer.— Que merda você tá falando?Eu já estava me sentindo melhor e levantei passando por baixo dos braços dele.— Nós vamos nos casar.Minha reação foi uma sonora gargalhada.— Não diga! Não acha que é uma piada um pouco sem graça não?Ele ficou calado, me olhando.— Avise a sua mãe que você precisa fazer uma
De volta ao apartamento que eu nem tinha me dado ao trabalho de desalugar, me joguei no sofá, exausto. Que diabos eu estava fazendo? Por que não matei logo aquela delegada insolente e fui cuidar da minha vida?O certo é que eu precisava dormir.Tirei a roupa e entrei embaixo do chuveiro frio, pensando no problema que eu mesmo tinha criado. Onde estava com a cabeça quando pensei em me casar com aquela maluca? Mas só existia essa forma de salvar a vida dela. Hilal Ramazan a descobriria até no inferno e quanto mais ela se escondesse seria pior. Só levando-a para minha família é que ela estaria segura. Como se não bastasse Sulamita e minha mãe, agora mais uma mulher iria depender de mim, era mais um problema em meio a tantos que me rodeavam. No entanto, não tive coragem de cumprir a ordem do meu avô. Não era justo matá-la, quando ela apenas estava cumprindo seu dever. Ela não tinha como saber que estava atiçando um lobo faminto, que devorava todos que atravessavam o caminho dele. Eu mesmo
Tudo estava calmo.O Lucas tinha conseguido um segurança para me acompanhar e eu estava mais tranquila.Eu não conhecia o homem, mas ele parecia profissional. Sempre ficava a uma certa distância e até mesmo quando eu entrava no banheiro, percebia que ele ficava por perto. Era melhor assim. Até que a polícia descobrisse algo sobre os dois atentados que aconteceram na última semana, eu me sentia mais segura sabendo que tinha alguém para me defender.Graças a Deus, Leonardo Ramazam tinha sumido. Mais um motivo para eu achar que aquelas tentativas foram sim, a mando dele.Naquele tarde de sexta-feira, eu saí do prédio da delegacia e resolvi dar um passeio no shopping. Tinha ligado mais cedo para minha mãe e ela estava bem, cuidando das mulheres que viviam no abrigo para testemunhas e mulheres vítimas de violência doméstica.Avisei ao segurança que pretendia jantar no shopping e talvez assistir um filme.Estava sentada terminando meu sanduiche, quando meu celular apitou com um aviso de me
A Turquia nunca foi o meu sonho de viagem internacional e muito menos para casar com um meio turco de cara amarrada, que dormiu a maior parte do voo.Eu estava louca? Talvez.O certo é que eu tinha acabado de desembarcar no aeroporto de Istanbul com a promessa de me tornar membro da família do maior mafioso da Turquia.Leonardo estava mais estranho do que estivera nos últimos dois dias. Calado e pensativo. Não que eu me importasse com o comportamento dele, mas será que eu estava tentando me salvar e na verdade estava indo para a toca do lobo?Ninguém entendeu minha viagem repentina. O Lucas praticamente surtou.— Que diabo de viagem é essa, Alina? O que você vai fazer na Turquia?— Não me faça perguntas Lucas. Por favor.— Como não fazer perguntas Alina? Essa viagem está muito estranha.Sem saber o que fazer, eu esbravejei com ele:— Vai cuidar da sua namoradinha, deixa que eu sei o que estou fazendo.Ele tinha levantado as mãos exasperado.— Você está louca, com certeza.A reação da
Não ia ser fácil.— Você pode repetir o que você falou? – Hilal Ramazan perguntou calmo demais para a situação que se apresentava ali.Respirei fundo.— Essa moça é a delegada Alina Varela e eu a trouxe aqui por que pretendo me casar com ela.Ele colocou o cigarro lentamente sobre o cinzeiro e me olhou.— Por quê?Estávamos sentados em frente à mesa dele no escritório e Alina o encarava desafiadora. Porque ela não podia colaborar?— Por que eu gosto dela e ela também gosta de mim, então eu a pedi em casamento.— Eu mandei você matá-la – ele falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.Levantei e coloquei as mãos sobre o tampo da mesa dele encarando-o.— E pelo visto não confiou em mim, por que mandou seu cão de guarda fazer o mesmo.— E estava certo, não estava?— Isso não importa agora. Eu amo essa mulher e vou me casar com ela.Ele desviou o olhar para Alina.— Desde quando conhece meu neto, delegada?Vamos lá, garota!— Desde muito tempo, senhor.— Que tempo? Explique m