POV OLÍVIANaquela manhã acordei cedo para conseguir falar com Gabe antes que ele saísse. Fazê-lo passar a noite em casa era uma vitória, já que raramente ele aparecia. E eu sabia que era por conta do beijo que trocamos na piscina. Se é que eu poderia chamar aquilo de beijo, já que durou alguns segundos e só deu tempo de eu sentir sua língua morna e ele encerrou o toque.Tive dificuldade de dormir naquela noite por conta do quanto de coisas que desejei fazer com Gabe depois que ele me tocou na piscina. Sonhei com o crème brulée nos seus lábios e o como devia ser bom saboreá-lo dali.Por que aquele homem mexia tanto comigo? Seriam seus belos olhos azuis iceberg? Ou a forma arrogante como me tratava, que me fazia querer fazê-lo sentir a bondade e o amor que existiam dentro de mim?O certo é que toda vingança tinha por trás algo ruim que havia sido feito... Uma coisa que doeu, machucou, feriu demais. Se Gabe ao menos me deixasse ver seu lado da história, para poder acalentá-lo se tivesse
Peguei um saco de arroz e uma panela. A coloquei no fogo e abri o saco de plástico com os dentes, de forma desajeitada, fazendo com que todos os grãos caíssem no chão. Vi que o fogo estava ligado, mas não na panela que eu coloquei e sim numa frigideira.Todas as crianças se aproximaram e juntei os grãos de arroz rapidamente para que não engolissem. Um dos bebês que aprendera a caminhar a bem pouco tempo topou no banco de madeira, que bateu no fogão e fez com que a frigideira com óleo fervente caísse, pegando diretamente nele. Como eu estava abaixada, parte caiu na minha nuca, grudando chumaços de cabelos na pele.Aquele foi o meu último dia naquela casa. Fui jogada para fora e sequer me deixaram saber o que aconteceu com o bebê. Eu sabia o caminho de casa e fui para lá sozinha. Mas não tinha chave. Então fiquei sentada na porta, esperando minha mãe até o outro dia de manhã.A queimadura doía. Mas o medo de ficar sozinha ali na porta durante toda a noite era ainda pior. Quando minha mã
Virei as costas e deparei-me com Rose. Passei por ela, fingindo não a ver. Eu não lhe devia explicações da minha vida, principalmente agora que sequer morava em sua casa. Quando quisesse saber notícias de meu pai perguntaria ao próprio hospital.- Vai simplesmente virar as costas e nos deixar aqui? – Ela perguntou.- Quer que eu faça o quê? – A encarei.- Precisamos de dinheiro. Este hospital é horrível.- Papai parece estar sendo bem atendido. O que mais de aparelhos poderiam colocar nele que não está utilizando aqui? – Minha voz embargou.- Mal temos dinheiro para pagar esta espelunca, Olívia! Você precisa providenciar um lugar decente para o seu pai.- Eu... Vou tentar.- Não pode “tentar”. Precisa “fazer”.- Como você soube o que aconteceu?- Me ligaram do hospital. Quando cheguei ele já estava neste estado.- Como sabe que bateram nele?- Foi socorrido depois de ter apanhado covardemente de vários homens. O chutaram, socaram... O tornozelo direito está quebrado. Perdeu dois dente
A mulher que me acompanhava lhe disse que não precisava falar comigo como uma criança porque eu já tinha passado por tudo na vida. Então ele disse: “Olá, talvez eu seja o seu pai. Irei levá-la para fazer um exame de DNA para ter certeza disto, embora você seja bem parecida comigo – naquela parte percebi emoção da parte dele - Se realmente for a minha filha, a levarei para morar na minha casa, com a minha família”.Então eu tirei a sorte grande, porque meu sangue era o mesmo daquele homem cheiroso e bonito. E ele me levou para a sua casa, que a meu ver era como um castelo de conto de fadas. E tinha uma bebê linda e uma garota simpática e bonita que falava comigo de forma doce e gentil. A esposa dele nunca me aceitou. A parte estranha é que Rose nunca se deu em conta de que eu era uma criança, tão vítima quanto ela.Desde que Ernest Abertton disse: “sou seu pai”, ele foi literalmente um paizão. E com minha nova família eu aprendi sobre carinho, amor e proteção. E dei tanto valor àquela
Eu queria mais que Ernest Abertton morresse. Mas pelo visto outras pessoas tinham o mesmo desejo, porém agiam enquanto eu ficava fazendo ameaças e não dava um passo sequer para que fossem cumpridas.Decidi que não iria para a mansão Clifford naquela noite. Havia sido um dia cheio com Olívia e eu não queria ficar tentado a acalmá-la de alguma forma.Precisava me afastar daquela mulher. Chuchu me deixava um pouco vulnerável e fraco e eu não queria de forma alguma botar tudo a perder por conta do meu pau que não respeitava minha mente.Fui para minha casa e tomei dois copos de uísque antes de dormir. Minha mente dava voltas e voltas e eu precisava descansar, já que no dia seguinte tinha uma importante reunião de negócios.Jorel havia sido convidado a se retirar do Four Season em Nova York e ainda assim não voltou para Noriah Norte. E por algum motivo aquilo me tranquilizou. Nunca o quis tão longe quanto naquele momento. Que ele ficasse nos Estados Unidos para sempre.Eu já estava deitado
Desci pelo elevador particular e quando cheguei no carro falei ao meu motorista:- Me leve até a faculdade de minha esposa. E seja rápido... Bem rápido!- Mas... Onde é a faculdade, senhor Clifford?- Você não fala com o motorista dela, porra? - gritei – A partir de agora vocês estarão conectados, entendeu? Quero que esteja a par de todos os lugares onde ele leva minha esposa para caso precise, saber exatamente onde encontrá-la, em qualquer situação.- Sim, senhor Clifford. Farei isto.Claro que eu sabia que a reunião que deixei para trás era bem importante. Mas Chuchu estava mais uma vez precisando de mim. Aliás, Chuchu precisava de mim o tempo todo, embora parecesse totalmente independente. Me passou pela cabeça que estivesse fingindo, fazendo algo para me levar até ela. E então eu ficaria furioso e a esganaria. Ainda assim já teria perdido uma das reuniões mais importantes da semana. Enfim, só saberia o que realmente tinha acontecido se a visse.Assim que cheguei na faculdade, fui
Não, eu não me deixaria envolver por seu passado traumático. Meu único interesse em saber o que houve com Olívia antes dos dez anos de idade era com o propósito de usar aquilo a meu favor, saber suas fragilidades, já que até aquele momento tudo que parecia fazê-la sentir alguma coisa era o pai.- Ainda assim é jovem, Olívia! Não precisa decidir agora o que deseja fazer da vida. – Troquei de assunto imediatamente.- Claro que preciso. Tenho que sobreviver e ganhar dinheiro.Naquela parte ela estava certa, já que eu não lhe dava nada a não ser o que disponibilizava na mansão.- Como pagou a faculdade? – Perguntei, lembrando que eu não havia dado dinheiro para que ela colocasse as mensalidades em dia.- Como eu disse, daria meu jeito! – Piscou.Lembrei imediatamente dela ao telefone perguntando para alguém com quem precisava dormir para quitar as dívidas da faculdade. Meu sangue pareceu ferver e levantei-me, deixando-a atordoada, com a corpo meio amolecido de não ter onde ser apoiar.- D
- Na verdade conheço uma forma bem mais interessante de perder peso e ficar saudável do que na academia.- E qual é?- Posso lhe mostrar no seu quarto, mais precisamente na sua cama! – Piscou.- Você não é digna do meu pau. Prefiro pagar vagabundas.- Eu preciso de dinheiro. Não sou tão feia. Podemos fazer negócio se quiser. E pense pelo lado bom... Nem precisa sair de casa. E não corre o risco de eu roubá-lo ou abrir a boca na imprensa... Até porque... Espero que ela esteja cheia o bastante para que eu não possa abri-la. – Os lábios dela se entreabriram naquele jogo de sedução no qual eu estava quase caindo – Consegue me manter de boca fechada, Gabe? – Mordeu o lábio inferior, de forma provocante.No momento tudo que Olívia queria era me dar um chá de boceta e daquela forma me fazer ficar viciado nela. Então fodê-la, por mais que me agradasse, não era mais uma possibilidade. Nem que fosse para provar e constatar que ela não era nada do que ladrava.- Você não tem necessidades físicas