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• A Noiva Perfeita

Annie acordou disposta a ir para o café superelegante, estava ansiosa e nem dormiu direito, ficou meia hora na banheira tentando relaxar, secou os cabelos negros e lisos, fez uma maquiagem leve mais que realçasse bem os lindos olhos azuis que ela tinha. Seus cílios eram grandes e ficavam ainda mais chamativos quando usava rímel, colocou uma sombra leve, base e um brilho labial levemente rosa. Sorriu para si mesma no espelho contente com o resultado, abriu seu closet e ficou vários minutos escolhendo a roupa que iria, decidiu por uma calça social preta, uma blusa de seda azul com um leve decote – para realçar ainda mais os olhos – e um colar singelo. Calçou uma sandália de salto preta e estava pronta.

Quando desceu a sua irmã caçula assobiou e chamou-a de gatinha, ela deu o típico abraço de todas as manhãs, mas não a beijou para não borra o seu batom.

Vai lá e arrasa a megera! O apelido de July definitivamente tinha pegado.

Deixa comigo! Riu e saio.

A confeitaria escolhida para o café era mais elegante do centro da cidade. Annie adorava ir lá, e a sogra até queria ir na filial de frente para o mar, mas como ela estava adorando dizer não para ela, insistiu em ir até a confeitaria Colombo do centro.

Assim que entrou já avistou o John e Mary, o noivo estava elegante como sempre, de terno preto e uma gravata cereja, os cabelos pretos despojados para o lado, a barba rasa e charmoso sinal da bochecha.

Estava com seu óculos de grau que dava a ele um ar de intelectual sexy, era realmente um pedaço de mal caminho, Annie reparou umas meninas que tomavam café seguirem com o olhar dele até ela. Na certa estavam paquerando ele e quando o mesmo levantou e abriu um imenso sorriso para ela, as meninas acompanharam a cena. Annie sorriu de volta, vitoriosa, a sogra permaneceu sentada e deu um sorriso meia boca.

John foi ao encontro de Annie e a beijou, não estendeu muito o beijo porque ele achava deselegante ficar namorando em público, ela também nunca gostou e não se incomodava.

Você está perfeita amor! Ele disse com os olhos pretos e brilhantes.

Obrigada. Você também está lindo! As meninas que o digam... Annie sussurrou essa última frase para John, fazendo ele olhar as meninas que fitavam os dois e rir do comentário.

Esqueci como você enxergas de longe... ele sussurrou de volta – bom dia Mary, a sogra já havia levantado e deu dois beijinhos na nora.

Bom dia Annie! Está bonita. Espero que não esteja com muita pressa, Mary alfinetou-a, Annie sabia que ela comentava com os outros que ela trabalhava demais, que vivia para o trabalho.

Para o meu casamento nunca! Annie respondeu sorrindo, devolvendo a farpa.

Por dentro, Annie não tinha certeza se a empolgação era realmente com o casamento ou tinha haver com o fato de desafiar aquela mulher tão inoportuna. Eram dois anos aturando o seu jeito mandão e inconveniente, era um prazer que ela não podia perder. Agora respondendo a farpa da sogra, ela teve momentaneamente essa sensação.

Sua maior paixão sempre foi seu trabalho e mesmo em um encontro importante sobre meu casamento ficaria em segundo plano se ela tivesse algum compromisso muito urgente para resolver, no entanto, não deixou essa dúvida transparecer. Apenas respondeu a sogra e fez John sorri animado.

Já sentados, John disse ao garçom que estavam aguardando mais uma pessoa e assim que ela chegasse pediriam juntos. O garçom assentiu e se retirou.

Então queria animada? Mary dirigiu-se a nora.

Sim, animadíssima.

Contratei a melhor cerimonia lista da cidade, este momento tem que sair em todas as capas de revistas e jornais. Ela disse altiva.

Dona Mary, O John lhe disse que gostaria de organizar sozinha o casamento certo? John olhou para a mãe, que mudou a expressão por um segundo, ficando séria e contrariada, mas logo formou um sorriso falso no rosto novamente.

Sim, claro querida! Por isso contratei-a. sei que você é muito ocupada. Não posso correr o risco de algum detalhe ficar de fora.

Não ficará, mas os detalhes serão a meu gosto e de John. Ficará tudo perfeito, fique tranquila.

Annie dedicou seu maior sorriso a sogra, que assentiu. Annie sabia que por dentro a vontade dela era voar em seu pescoço. A satisfação que ela teve por isso foi imensa. Estava realmente adorando o jogo. John, meio alheio as alfinetadas da noiva e de sua mãe, sorria contente pelo entrosamento entre as duas, Mary olhou seu celular e automaticamente já virou o rosto para a entrada da confeitaria.

Ela chegou, disse. John e Annie então viraram-se para avistar a famosa cerimonia lista que seria a responsável pelo casamento dos dois. Apenas olhou-a e sentiu uma sensação estranha. O garçom apontou a mesa para a linda jovem, Mary acenou para ela, que retribuiu o aceno e abriu um enorme sorriso.

Juliana Fraga viu de longe um rapaz elegante olhar rapidamente para ela e depois virar-se novamente, mas seu olhar concentrou na mulher de cabelos negros que sem expressão ainda olhava em sua direção.

"Ela será uma noiva perfeita" pensou enquanto se dirigia até a mesa.

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