O sol ainda nem havia nascido quando John se despediu de Annie. Haviam feito amor na noite anterior e para ele foi perfeito como sempre. Olhou para ela dormindo tranquila e sorriu. Era muito linda e apesar do jeito meio frio ás vezes, ele estava feliz e ansioso para casar logo, deu um beijo em sua testa, pegou as malas e saiu.
Foi para Florianópolis, uma viagem de quatro dias a trabalho. Deixou um bilhete desejando bom dia e boa sorte a noiva. Deu uma última olhada para ela antes de fechar a porta do quarto e o sorriso surgiu novamente.
Duas horas depois Annie despertou. Ainda era sete da manhã viu o bilhete de John e mandou uma mensagem para ele. A noite anterior havia sido boa, ele sempre era muito carinhoso, mas havia algo em seu íntimo que buscava algo além, algo que tirasse o seu fôlego e sua razão de vez em quando.
Essa necessidade talvez tivesse de fazer com o fato de que era sempre racional demais, e precisava meio que uma válvula de escape. Annie quase sempre enterrava essa necessidade e não dava atenção.
De roupão, olhou seu closet muito indecisa, não sabia para onde iria, então como se vestir? Mandou uma mensagem para Juliana que pediu que ela usasse trajes leves e informais. Colocou uma bermuda jeans branca, uma blusa leve coral e sapatilha creme, fez uma trança em seus cabelos, deixando-a cair no ombro. Colocou uma maquiagem leve, de repente se assustou quando Bel entrou no seu quarto, esbaforida.
Para tudo mana! Tem uma gata te esperando lá embaixo! Bel estava empolgadíssima.
Quando ela fez 17 anos contou a sua irmã que era homossexual, Annie teve receio no início pelo preconceito social, mas nunca tratou sua irmã diferente. Para ela era tão natural quanto qualquer relação, nunca aceitou essa história certo e errado no amor.
Ei que isso Bel, comporte-se! Annie disse rindo. Você está falando da minha organizadora de casamentos, mais respeito pirralha!
Bel colocou a mão na cintura dela e inclinou o rosto para o lado, fez uma cara de saliente.
Está com ciúmes dela é? Annie corou de leve.
Ficou louca? Não diga bobagens! Só quero que não se empolgue tanta, ela está aqui para me ajudar e pode ficar constrangida.
Duvido! Ela tem a maior cara que gosta da fruta.
Bel! Para com isso! Riu.
Estou começando a gosta do seu casamento – abraçou a irmã – e você ta toda linda assim... olha que a mulher vai gamar hein?
Bel! Para com isso já disse! Mais respeito pirralha!
Está bem. Está bem. Nem vou descer para ver ela de novo. Viu? Sou santinha! Disse a "santinha" colocando os dedos indicadores em forma de cruz e beijando-os.
Garota você não presta! Annie riu, beijou a irmã e desceu.
Juliana observava o lindo apartamento e institivamente conseguia ver o toque da Annie na decoração, não que ela a conhecesse, na verdade sabia muito pouco dela, mas tinha muitos detalhes modernos e contemporâneos, entre quadros e itens de decoração, que tinham tudo a ver com aquela empresaria segura e intrigante que tinha conhecido. Ouviu um barulho vindo do segundo andar e olhou para as escadas, sorriu diante da nova versão de Annie, leve despojada e incrivelmente linda. A trança a deixava com um ar de menininha, mas os olhos eram indecifráveis, seu coração apertou de repente.
Annie devolveu o sorriso a Juliana, discretamente reparou nela para confirma o porquê da empolgação de sua irmã caçula, quando o fez viu lógica na reação da irmã. Juliana estava muito diferente, usava uma bermuda curta preta, uma blusa verde-clara que ascendia seus olhos, que estavam mais esverdeados sob a clareza da manhã. O cabelo estava meio preso e meio solto, sapatilhas douradas e maquiagem leve, parecia outra mulher.
Bom dia! Você acertou em cheio na vestimenta!
Que bom! Estava morrendo de medo de ter sido muito informal.
Está perfeito! Vamos?
Para onde?
Já você vai ver.
Fico nervosa com suspenses.
É mal de noivas. Elas riram.
É, deve ser.
Escondida na escada Bel observou os olhos brilhantes de Juliana olhando para sua irmã, entendeu na hora que estava certa, seria possível que Annie poderia se envolver dessa forma? Balançou a cabeça negativamente, Bel sempre desejou que a irmã achasse um amor que arrebatasse sua razão. Um amor de verdade, que ela nunca acreditou que fosse de John, no entanto, achava impossível que a irmã se permitisse um salto tão grande como esse.
"Ela é racional demais para isso? " Riu sozinha de seu pensamento, enquanto elas saiam porta afora.
Annieestava ansiosa, mas ao mesmo tempo tranquila, conversando com aJulianano caminho e teve uma afinidade instantânea com ela. Vocês estão juntos há dois anos então? Sim. Legal! Vejo muitas pessoas que casam muito cedo. Acho arriscado, ás vezes dá certo e as vezes não. Annieriu.Julianaolhou apara ela confusa. Seu pensamento não tem lógica. Explicou. Como não? Riu divertida. Não creio que sucesso no casamento tenha haver com o tempo de relacionamento, é meio fantasioso, ma
Já passava do meio dia quando terminaram de preencher as fichas queJulianatinha levado, acabaram demorando demais porque as dúvidas deAnniefaziam Juliana rir e elas acabavam brincando uma com a outra, depois de um tempoAnnieolhava-a diferente, achando sua competência incrível. Ela foi sensível o suficiente para perceber o quão era ela fechada e sugeriu esse método não convencional de reunião para organizar o casamento,Anniese sentia à vontade com ela, diante de toda aquela paisagem e do vento fresco, comeram fruta e tomaram água de coco queJulianatinha levado na sua mochila, foram algumas horas extremamente prazerosas para ambas. Sabe uma coisa que eu amo fazer?Anniedisse sentada na pedra e com o corpo apoiado em se
Maria e Lívia eram muito simpáticas, a finalidade entre as quatro foi instantânea, comiam e conversavam sobra a vida, maria era morena, tinha os olhos castanhos escuros, cabelo enrolado até os ombros, corpo normal, nem magra e nem gorda, e muito, muito extrovertida. Lívia era branca, tinha os cabelos loiros e mais curtos, era magra e meiga, bem mais tímida que sua esposa. Annie nunca tinha conhecido um casal gay tão perto, o máximo que conheceu foi à primeira namoradinha de Bel, mas aquelas duas eram casadas e muito felizes, ficou contente diante delas, tinham gestos sutis uma com a outra, se conheciam apenas pelo olhar e via-se quanto eram apaixonadas, pensou que não tinha essa intimidade com John mesmo estando dois anos com ele.
Juliana andava na sala de seu escritório de um lado para o outro, agitada, ora passava as mãos nos cabelos, ora bufava angustiada, ora soltava o corpo na sua cadeira e fitava o teto branco da sala. Sua inquietude tinha nome: Annie Calil. Desde do dia que ela decidiu levar ela naquele passeio e Annie deitou a cabeça em seu ombro ela não conseguia para de pensar no cheiro que ela tinha, na maciez de seus cabelos negros, no contato do rosto dela em seu ombro e os arrepios que sentiu diante disso. Sonhara com Annie na noite seguintes, já quase fim de semana e ela não tinha coragem de falar com Annie, sequer conseguiu começar a montar seu perfil de noiva, com base em todas as perguntas que fez a ela enquanto riam de suas dúvidas no passeio. Juliana se lembrou de tudo, lembrou-se dela dizendo que sua cor favorita era verde, que adorava o mar e o pôr do sol, que queria apre
As panquecas eram divinas e o almoço rolava descontraído, as três conversavam e risadas rolavam soltas entre uma garfada e outra. Lívia levantou para retirar a mês, Juliana tentou ajuda-la, mas foi impedida por Maria, que a chamou para sala de estar, afim de conversarem. Lívia combinou isso com a esposa, pois pensava que Juliana ficaria mais a vontade de falar com a Maria. Então, Ju, conte me tudo e não me esconda nada! Maria falou rindo com sua sinceridade de sempre, sempre direta ao ponto. Não é nada.... Deixa para lá. Juliana de repente ficou insegura em falar no assunto. Ah pa
July entrou na sala de Annie com a cara de poucos amigos, parecendo que tentava avisa a amiga da tempestade que vinha. Amiga, sua sogra está aí fora para falar com você! Como? Mary nem deu tempo de Annie raciocinar, invadiu a sala, andando altiva como sempre fazia, vestia blusa de onça - usava uma bolsa da mesma estampa - calça social vermelha e sapatos e acessórios amarelos. Annie arregalou os olhos diante da imensidão de cores a sua frente, os cabelos da sogra eram curtos e loiros acesos, o rosto era totalmente esticado com Botox e a maquiagem pesada demais para as nove da manhã. Annie pensou que se o inferno existia talvez a imagem da inoportuna sogra refletia a moda de lá. Bom
Quando Juliana chegou a festa de noivado no Jardim da luxuosa mansão dos Castros teve exata noção quão rica era a família de Mary. Andando pelo enorme tapete vermelho podia ver o requinte e o luxo de cada detalhe, repórteres por toda parte de diversas revistas de fofocas. Alguns a reconhe eram e foram logo entrevista lá. Juliana, Juliana. Uma palavrinha, agora. É verdade que você vai organizar o casamento do ano? Juliana sentiu uma pontada no coração ao pensar em Annie e John no altar, mas escondeu toda angústia com um largo sorriso no rosto e o profissionalismo de sempre. Sim é
Annie tentava entender porque Juliana havia saído no meio da entrevista. Por ela todos os repórteres poderiam desaparecer naquele momento. Detestava dar explicações de sua vida pessoa para quem quer que fosse principalmente para revistas de fofocas. Teve a sensação que a resposta dela aos repórteres não foi totalmente sincera e isso a intrigada. Evitou falar com a sogra a sós durante a festa porque toda vez que a via sentia raiva por ter que está se expondo a tanta gente hipócrita da alta sociedade, além do receio de perder o controle novamente diante do seu sorriso falso. Sentada a mesa ao lado de John, tentou dar atenção a todos que aproximara