Já passava do meio dia quando terminaram de preencher as fichas que Juliana tinha levado, acabaram demorando demais porque as dúvidas de Annie faziam Juliana rir e elas acabavam brincando uma com a outra, depois de um tempo Annie olhava-a diferente, achando sua competência incrível. Ela foi sensível o suficiente para perceber o quão era ela fechada e sugeriu esse método não convencional de reunião para organizar o casamento, Annie se sentia à vontade com ela, diante de toda aquela paisagem e do vento fresco, comeram fruta e tomaram água de coco que Juliana tinha levado na sua mochila, foram algumas horas extremamente prazerosas para ambas.
Sabe uma coisa que eu amo fazer? Annie disse sentada na pedra e com o corpo apoiado em seus braços eretos.
Diga que vou anotar aqui na ficha... Juliana disse rindo, conseguiu com isso fazer com que Annie a olhasse de novo, ela gostava quando seus olhos azuis encontravam os dela.
Vai anotar tudo que digo é? Riu.
Não, pode falar, elevou os braços para cima com a caneta na mão.
Annie riu.
Eu amo o pôr e o nascer do sol, fico hipnotizada, é como se a vida se renovasse por mais um dia, costumo mais ver o nascer do sol do meu quarto, porque quando chego em casa a lua já cansou de estar no céu.
Você precisa ver o pôr do sol daqui de cima! É fantástico.
Nossa só de imaginar eu arrepio! Deve ser mesmo lindo...
O vento batia nos cabelos negros de Annie enquanto ela ficava com os olhos fechados, Juliana ficou em silêncio hipnotizada olhando a cena, havia menos pessoas na pedra, mas o casal de mulheres permanecia e um grupo de amigos também, sentiu uma vontade enorme de abraçar aquela mulher tão misteriosa, que quase não expressava nada pelo olha, mas que por várias vezes durante a manhã parecia ser outra pessoa, mas aberta e divertida. Juliana balançou a cabeça negativamente.
"O que estou fazendo? Ela é minha cliente e vai se casar!! Não, não, não... não posso me deixar levar! " Brigava consigo mesma em silêncio, sentia-se cada vez mais atraída por Annie, mas essa atração ia contra seus princípios éticos e profissionais. Podia pôr em jogo tudo que ela conquistou, estava decida a afastar tudo isso da cabeça.
De olhos fechados, Annie sentia a brisa em seu rosto e estava em paz, mas havia um incomodo em seu peito, começou a pensar em porque corava diante das coisas que Juliana dizia? Porque ficou toda trilha reparando em seu corpo? Será que fora pela empolgação da irmã mais cedo? Estava assustada com isso! Acreditou que provavelmente era bobagem da sua cabeça estressada.
Juliana? Disse ainda de olhos fechados.
Sim?
Será que a gente podia ficar e ver o pôr do sol? Disse com voz leve e doce.
Annie finalmente abriu os olhos e virou-se para Juliana que estava sem ação. Ela queria dizer não e agira profissionalmente, fugir daquela mulher que parecia desarmar suas resistências, mas a paisagem era perfeita demais, ela era perfeita demais. Annie fitava-a e seus olhos eram mais límpidos que o mar, sua boca estava rosa e sua pelo dourada com o sol, Juliana engoliu seco e puxou forças de seu íntimo para resistir.
Adoraria mais não trouxe comida suficiente.
Bem perto dali o casal de mulheres ao lado delas ouviu a conversa, cochicharam entre si, ficaram olhando Juliana hipnotizada olhando Annie enquanto ela estava de olhos fechados e lembraram-se de si mesmas. O primeiro beijo delas havia sido ali naquele local, Maria, então resolveu se intrometer apesar dos protestos de sua esposa Lívia, que era muito tímida, levantou-se foi até onde Juliana e Annie, estavam.
Oi, desculpa intrometer, prazer, meu nome é Maria.
Prazer, Annie.
Juliana. Apertaram as mãos.
Eu acabei ouvindo a conversa de vocês e bom, eu e minha esposa Lívia trouxemos uma cesta de comida, somos meio exageradas sabe? Se vocês quiserem ver o pôr do sol podem comer com a gente, companhia é sempre bom. Sorriu.
Lívia já havia se levantado e se apresentada as moças, Annie simpatizou com elas de cara, adorou a ideia, Juliana ainda tentava fugir dali com medo de suas sensações.
A gente não quer incomodar, mas obrigada. Já estávamos de saída. Disse.
Annie olhou-a com um olhar meio reprovativo, sentiu que ela queria ir embora e não entendeu muito bem, ela já tinha dito mais cedo que não tinha compromissos, como ela era tinhosa demais para simplesmente aceitar o que Juliana falou, virou-se para Maria e Lívia sorridente.
Vocês conhecem a trilha de volta?
Sim, estamos sempre por aqui. Maria respondeu.
Então eu fico com vocês, se não incomodam.
Juliana arregalou os olhos, incrédula com a atitude de Annie, ficou espantada, seu coração acelerou e ficou nervosa.
Vai ficar aqui sem mim? A pergunta saiu espontânea e ela nem pensou no que disse.
Sim. Eu quero ver o pôr do sol, mas se você está ocupada não tem problema, eu fico por aqui.
Seria uma ótima oportunidade para Juliana fugir dali como ela queria, mas não pode, viu-se incapaz de ir embora deixando Annie ali.
Maria e Lívia perceberam tudo, as reações das duas eram muito parecidas com as delas anos atrás, assim que se conheceram, entreolharam-se enquanto Annie encarava Juliana, Maria piscou para esposa e logo entendeu que ela ia se intrometer de novo.
Tem certeza que vai embora Juliana? Temos sanduiches, refrigerantes, salgados, sucos.... Um verdadeiro banquete!
Juliana olhou para Annie de novo que arqueou a sobrancelha e riu de leve, como que esperando a resposta dela, seu rosto parecia um desafio ou um ima, não havia outra solução, ela não conseguiria ir embora.
Maria e Lívia eram muito simpáticas, a finalidade entre as quatro foi instantânea, comiam e conversavam sobra a vida, maria era morena, tinha os olhos castanhos escuros, cabelo enrolado até os ombros, corpo normal, nem magra e nem gorda, e muito, muito extrovertida. Lívia era branca, tinha os cabelos loiros e mais curtos, era magra e meiga, bem mais tímida que sua esposa. Annie nunca tinha conhecido um casal gay tão perto, o máximo que conheceu foi à primeira namoradinha de Bel, mas aquelas duas eram casadas e muito felizes, ficou contente diante delas, tinham gestos sutis uma com a outra, se conheciam apenas pelo olhar e via-se quanto eram apaixonadas, pensou que não tinha essa intimidade com John mesmo estando dois anos com ele.
Juliana andava na sala de seu escritório de um lado para o outro, agitada, ora passava as mãos nos cabelos, ora bufava angustiada, ora soltava o corpo na sua cadeira e fitava o teto branco da sala. Sua inquietude tinha nome: Annie Calil. Desde do dia que ela decidiu levar ela naquele passeio e Annie deitou a cabeça em seu ombro ela não conseguia para de pensar no cheiro que ela tinha, na maciez de seus cabelos negros, no contato do rosto dela em seu ombro e os arrepios que sentiu diante disso. Sonhara com Annie na noite seguintes, já quase fim de semana e ela não tinha coragem de falar com Annie, sequer conseguiu começar a montar seu perfil de noiva, com base em todas as perguntas que fez a ela enquanto riam de suas dúvidas no passeio. Juliana se lembrou de tudo, lembrou-se dela dizendo que sua cor favorita era verde, que adorava o mar e o pôr do sol, que queria apre
As panquecas eram divinas e o almoço rolava descontraído, as três conversavam e risadas rolavam soltas entre uma garfada e outra. Lívia levantou para retirar a mês, Juliana tentou ajuda-la, mas foi impedida por Maria, que a chamou para sala de estar, afim de conversarem. Lívia combinou isso com a esposa, pois pensava que Juliana ficaria mais a vontade de falar com a Maria. Então, Ju, conte me tudo e não me esconda nada! Maria falou rindo com sua sinceridade de sempre, sempre direta ao ponto. Não é nada.... Deixa para lá. Juliana de repente ficou insegura em falar no assunto. Ah pa
July entrou na sala de Annie com a cara de poucos amigos, parecendo que tentava avisa a amiga da tempestade que vinha. Amiga, sua sogra está aí fora para falar com você! Como? Mary nem deu tempo de Annie raciocinar, invadiu a sala, andando altiva como sempre fazia, vestia blusa de onça - usava uma bolsa da mesma estampa - calça social vermelha e sapatos e acessórios amarelos. Annie arregalou os olhos diante da imensidão de cores a sua frente, os cabelos da sogra eram curtos e loiros acesos, o rosto era totalmente esticado com Botox e a maquiagem pesada demais para as nove da manhã. Annie pensou que se o inferno existia talvez a imagem da inoportuna sogra refletia a moda de lá. Bom
Quando Juliana chegou a festa de noivado no Jardim da luxuosa mansão dos Castros teve exata noção quão rica era a família de Mary. Andando pelo enorme tapete vermelho podia ver o requinte e o luxo de cada detalhe, repórteres por toda parte de diversas revistas de fofocas. Alguns a reconhe eram e foram logo entrevista lá. Juliana, Juliana. Uma palavrinha, agora. É verdade que você vai organizar o casamento do ano? Juliana sentiu uma pontada no coração ao pensar em Annie e John no altar, mas escondeu toda angústia com um largo sorriso no rosto e o profissionalismo de sempre. Sim é
Annie tentava entender porque Juliana havia saído no meio da entrevista. Por ela todos os repórteres poderiam desaparecer naquele momento. Detestava dar explicações de sua vida pessoa para quem quer que fosse principalmente para revistas de fofocas. Teve a sensação que a resposta dela aos repórteres não foi totalmente sincera e isso a intrigada. Evitou falar com a sogra a sós durante a festa porque toda vez que a via sentia raiva por ter que está se expondo a tanta gente hipócrita da alta sociedade, além do receio de perder o controle novamente diante do seu sorriso falso. Sentada a mesa ao lado de John, tentou dar atenção a todos que aproximara
Enquanto Mary discursava com sua altivez arrogante para todos os convidados do noivado sobre como John era seu filho amado e o quão feliz ela estava por.ele estar casando, Annie ao lado dele, tinha um sorriso mecânico no rosto. Ela sabia que tudo que Mary dissera sobre ela era pura falsidade, ms não estava nem um pouco incomodada com isso. Annie tentava desesperadamente concentrar se naquele momento, mas todos os seus poros estavam ericafos com a presença de Juliana ao lado dela, seus corpos colados enquanto os fotógrafos tiravam fotos das duas juntos a John e Mary. Sua mente retornou ao momento do Jardim e ela não ouvia a voz arrogante da sogra, ne
Ela estava inquieta demais para dormir e nenhum remédio a ajudaria, sua pele estava ardendo em febre, e banho frio foi tudo que lhe veio à mente. Annie deixou a água escorrer por seu corpo e perdeu a noção do tempo. Sempre que pensava na boca de Juliana, no seu cheiro, nela tão próxima à pela fervia novamente em resposta, tentava não pensar, mas em vão. Sentou no sofá com hobby azul e um copo de Martini nas mãos, não tinha o menor costume de beber, mas precisava de algo forte para raciocinar melhor, ou pelo menos tentar. Annie usou toda sua lógica para entender que sentimento era esse surgia cada vez mais forte em seu peito, como isso podia acontecer com ela? Quando Annie tinha 10 anos, sua mãe abandonou-a, depois de trair seu pai com o melhor amigo dele, a quem ela c