Annie estava ansiosa, mas ao mesmo tempo tranquila, conversando com a Juliana no caminho e teve uma afinidade instantânea com ela.
Vocês estão juntos há dois anos então?
Sim.
Legal! Vejo muitas pessoas que casam muito cedo. Acho arriscado, ás vezes dá certo e as vezes não.
Annie riu. Juliana olhou apara ela confusa.
Seu pensamento não tem lógica. Explicou.
Como não? Riu divertida.
Não creio que sucesso no casamento tenha haver com o tempo de relacionamento, é meio fantasioso, mas quando você acha a pessoa certa, o tempo é relativo.
Juliana ficou calada, olhou para Annie que a olhou de volta, no meio daquela imensidão azul dos olhos dela admirou sua inteligência.
Tem razão. Disse.
Annie sorriu.
Conversaram ainda sobre trabalho e algumas coisas do casamento até que chegaram ao destino. Estavam numa das melhores praias. Annie sorriu diante da descoberta do misterioso passeio.
Não acredito! Riu.
Não gosta daqui? Juliana perguntou.
Gosto, mais nunca vim acredita?
Como pode morar aqui e nunca ter vindo aqui?
Perguntou curiosa.
Estou há dois anos e alguéns meses aqui. Com a empresa e tudo que aconteceu, quase não saio para nenhum lugar.
Juliana abriu a mala do carro e tirou uma mochila de escalada, além de dois pares de tênis. Annie olhou espantada, percebeu que ela planejou os detalhes para que realmente fosse surpresa, ficou animada, reconheceu que um dos pares de tênis era seu, preto e azul ela adorava usar nos raros momentos de caminhada na praia.
Como meu tênis veio parar aqui? Disse incrédula.
Juliana riu.
Sua irmã Bel me ajudou. Liguei para ela ontem.
Que pirralha danada!
Não briga com ela! Eu sou boa de convencer as pessoas a fazer o que eu quero.
Então vamos?
Não vai ter ninguém nos guiando?
Annie, eu conheço essa trilha como a palma da minha mão. Ah, toma! Passa um pouco de protetor e repelente. Ajuda bastante.
Seguiram pela trilha, o cheiro do mato e das folhas, o vento fresco no rosto foi uma espécie de renovação para Annie. Juliana ia a frente guiando-a. em certo momento, ficou observando de perto a tatuagem que ela tinha. Era uma mulher tocando violino, ficou nervosa pelo significado daquilo, reparou também no corpo da Juliana. Era atlético e cheio de curvas ficou muda em alguns momentos em que pensava porque Juliana chamava tanto a sua atenção?
Quando chegaram no topo, Annie arregalou os olhos e ficou maravilhada! O local era lindo vista do alto, o sol estava brilhante, o mar azul e límpido, era um paraíso.
Uau! É perfeito!
Juliana sorriu triunfante diante da expressão maravilhada de Annie.
Meu lugar preferido! Venho aqui sempre! Confessou.
E como não vir? Por favor, me chame quando vier.
Vai ser um prazer.
Juliana forrou umas toalhas no chão, sentaram para admirar a paisagem, haviam outras pessoas no local tirando fotos. Um grupo de amigos estava animado admirando a paisagem. Haviam dois casais. O primeiro, um homem e uma mulher sentados trocando beijos carinhosos. O outro, Annie reparou demoradamente eram duas mulheres, a primeira sentada atrás e a outra na sua frente com a cabeça encostada no peito de sua companheira. Conversavam distraídas, Juliana percebeu que Annie as fitava pensando se ela se incomodava ou não vendo aquilo, resolveu arriscar, saber.
Te incomoda?
Ah? Annie virou-se e viu os olhos de Juliana, agora mais verdes que nunca, penetrarem fundo nos dela. Sentiu um calor no rosto crescer.
O casal de mulheres te incomoda?
Na, claro que não! Eu só admirei a cumplicidade delas... aprecem muito felizes.
Mas você também é certo? Vai até se casar! Juliana sorriu.
Annie apenas a olhou e deu um sorriso de canto de boca, não respondeu, ela sempre usava o silêncio quando não sabia o que dizer. Achou melhor mudar de assunto.
Então senhorita organizadora, como está linda a paisagem vai me ajudar a organizar meu casamento?
O que você sente estando aqui
Me sinto renovada.
Ótimo! Juliana puxou um caderno de dentro da mochila e desdobrou uma lista com vários itens - essa é sua primeira tarefa! Vou começar com o mais fácil, os detalhes de cores e decoração. Aproveite esse ar puro e deixe sua mente livre. Vou marcar suas preferencias, procure imaginar as coisas que eu disse e veja o que mais lhe agrada ok?
Você sempre trazia as novas para cá?
Não. Você é a primeira... Juliana deu um sorriso meio tímido.
Então porque me trouxe aqui?
Não sei. Tem algo em você que é especial, eu só tive vontade de fazer diferente...
O coração de Annie manifestou-se de repente, aquela mesma sensação da confeitaria havia voltado, corada, desviou do olhar de Juliana e concentrou-se na paisagem, respirou aquele ar puro profundamente, enquanto ela começava com as perguntas.
Já passava do meio dia quando terminaram de preencher as fichas queJulianatinha levado, acabaram demorando demais porque as dúvidas deAnniefaziam Juliana rir e elas acabavam brincando uma com a outra, depois de um tempoAnnieolhava-a diferente, achando sua competência incrível. Ela foi sensível o suficiente para perceber o quão era ela fechada e sugeriu esse método não convencional de reunião para organizar o casamento,Anniese sentia à vontade com ela, diante de toda aquela paisagem e do vento fresco, comeram fruta e tomaram água de coco queJulianatinha levado na sua mochila, foram algumas horas extremamente prazerosas para ambas. Sabe uma coisa que eu amo fazer?Anniedisse sentada na pedra e com o corpo apoiado em se
Maria e Lívia eram muito simpáticas, a finalidade entre as quatro foi instantânea, comiam e conversavam sobra a vida, maria era morena, tinha os olhos castanhos escuros, cabelo enrolado até os ombros, corpo normal, nem magra e nem gorda, e muito, muito extrovertida. Lívia era branca, tinha os cabelos loiros e mais curtos, era magra e meiga, bem mais tímida que sua esposa. Annie nunca tinha conhecido um casal gay tão perto, o máximo que conheceu foi à primeira namoradinha de Bel, mas aquelas duas eram casadas e muito felizes, ficou contente diante delas, tinham gestos sutis uma com a outra, se conheciam apenas pelo olhar e via-se quanto eram apaixonadas, pensou que não tinha essa intimidade com John mesmo estando dois anos com ele.
Juliana andava na sala de seu escritório de um lado para o outro, agitada, ora passava as mãos nos cabelos, ora bufava angustiada, ora soltava o corpo na sua cadeira e fitava o teto branco da sala. Sua inquietude tinha nome: Annie Calil. Desde do dia que ela decidiu levar ela naquele passeio e Annie deitou a cabeça em seu ombro ela não conseguia para de pensar no cheiro que ela tinha, na maciez de seus cabelos negros, no contato do rosto dela em seu ombro e os arrepios que sentiu diante disso. Sonhara com Annie na noite seguintes, já quase fim de semana e ela não tinha coragem de falar com Annie, sequer conseguiu começar a montar seu perfil de noiva, com base em todas as perguntas que fez a ela enquanto riam de suas dúvidas no passeio. Juliana se lembrou de tudo, lembrou-se dela dizendo que sua cor favorita era verde, que adorava o mar e o pôr do sol, que queria apre
As panquecas eram divinas e o almoço rolava descontraído, as três conversavam e risadas rolavam soltas entre uma garfada e outra. Lívia levantou para retirar a mês, Juliana tentou ajuda-la, mas foi impedida por Maria, que a chamou para sala de estar, afim de conversarem. Lívia combinou isso com a esposa, pois pensava que Juliana ficaria mais a vontade de falar com a Maria. Então, Ju, conte me tudo e não me esconda nada! Maria falou rindo com sua sinceridade de sempre, sempre direta ao ponto. Não é nada.... Deixa para lá. Juliana de repente ficou insegura em falar no assunto. Ah pa
July entrou na sala de Annie com a cara de poucos amigos, parecendo que tentava avisa a amiga da tempestade que vinha. Amiga, sua sogra está aí fora para falar com você! Como? Mary nem deu tempo de Annie raciocinar, invadiu a sala, andando altiva como sempre fazia, vestia blusa de onça - usava uma bolsa da mesma estampa - calça social vermelha e sapatos e acessórios amarelos. Annie arregalou os olhos diante da imensidão de cores a sua frente, os cabelos da sogra eram curtos e loiros acesos, o rosto era totalmente esticado com Botox e a maquiagem pesada demais para as nove da manhã. Annie pensou que se o inferno existia talvez a imagem da inoportuna sogra refletia a moda de lá. Bom
Quando Juliana chegou a festa de noivado no Jardim da luxuosa mansão dos Castros teve exata noção quão rica era a família de Mary. Andando pelo enorme tapete vermelho podia ver o requinte e o luxo de cada detalhe, repórteres por toda parte de diversas revistas de fofocas. Alguns a reconhe eram e foram logo entrevista lá. Juliana, Juliana. Uma palavrinha, agora. É verdade que você vai organizar o casamento do ano? Juliana sentiu uma pontada no coração ao pensar em Annie e John no altar, mas escondeu toda angústia com um largo sorriso no rosto e o profissionalismo de sempre. Sim é
Annie tentava entender porque Juliana havia saído no meio da entrevista. Por ela todos os repórteres poderiam desaparecer naquele momento. Detestava dar explicações de sua vida pessoa para quem quer que fosse principalmente para revistas de fofocas. Teve a sensação que a resposta dela aos repórteres não foi totalmente sincera e isso a intrigada. Evitou falar com a sogra a sós durante a festa porque toda vez que a via sentia raiva por ter que está se expondo a tanta gente hipócrita da alta sociedade, além do receio de perder o controle novamente diante do seu sorriso falso. Sentada a mesa ao lado de John, tentou dar atenção a todos que aproximara
Enquanto Mary discursava com sua altivez arrogante para todos os convidados do noivado sobre como John era seu filho amado e o quão feliz ela estava por.ele estar casando, Annie ao lado dele, tinha um sorriso mecânico no rosto. Ela sabia que tudo que Mary dissera sobre ela era pura falsidade, ms não estava nem um pouco incomodada com isso. Annie tentava desesperadamente concentrar se naquele momento, mas todos os seus poros estavam ericafos com a presença de Juliana ao lado dela, seus corpos colados enquanto os fotógrafos tiravam fotos das duas juntos a John e Mary. Sua mente retornou ao momento do Jardim e ela não ouvia a voz arrogante da sogra, ne