Capítulo I - Do abismo a vingança

Me chamo Ohana Duarte e, para muitos, sou apenas uma obstetra comum. No entanto, poucos sabem que sou uma das melhores e mais bem pagas assassinas de aluguel do Rio de Janeiro.

Minha infância não foi um conto de fadas. Meu pai era um drogado miserável, que vendia tudo o que tínhamos em casa para sustentar seu vício, deixando minha mãe e eu em completa miséria. Éramos tão pobres que mal tínhamos dinheiro para comprar um pão. Ele não se importava conosco e vivia apenas para satisfazer seu desejo por drogas.

Ele espancava minha minha mãe que por sua vez, me espancava e alegava que o fazia porque eu lembrava o rosto dele. Quando completei onze anos, meu pai me vendeu para um grupo de homens tatuados e estranhos. Chorei e implorei para que ele não o fizesse, mas aquele desgraçado não se importou, e minha mãe também parecia não se importar. Ela me disse que eu teria uma vida muito melhor com eles, mas sei que, para eles, livrar-se 'do fardo' era um alívio. Fui levada por aqueles homens e enfrentei um verdadeiro inferno ao lado deles. Não frequentava a escola e vivia apenas para servi-los, sendo submetida a abusos físicos e psicológicos. Imagine um bando de brutamontes de 1,80m e enormes em todos os sentidos se revezando para abusar de uma garotinha de onze anos.

Vivi nesse pesadelo por três anos, até que finalmente consegui escapar. Meu único objetivo era pular da Ponte Rio-Niterói e acabar com toda a minha dor e sofrimento. Quando cheguei ao meu destino e me preparei para pular, uma mão forte me segurou.

[Flashback on]

"Você está ficando louca, garota?", disse o homem, enquanto eu me debatia para me soltar de seus braços.

"Não se aproxime de mim!", gritei, enquanto ele me estudava por alguns instantes, fazendo-me tremer.

"Me conte o que está acontecendo. Por que você quer tomar essa atitude? Eu não posso deixar você morrer."

"EU QUERO MORRER! Esta vida é uma droga e não há nada aqui para mim."

"Explique-me, para que eu possa entender. Vamos tomar um lanche. Prometo que não vou te machucar."

Sem nada a perder, fui até a lanchonete e, mesmo chorando, consegui resumir tudo o que havia passado em tão pouco tempo de vida. Quando terminei de contar minha história, pude ver a dor e o ódio nos olhos dele, e soube que ele não me faria mal.

"Eu juro que vou protegê-la e ensiná-la a se defender. Ninguém mais vai machucá-la", ele disse. "Mas você precisa aceitar vir comigo."

Pensei por alguns instantes e decidi que iria com ele. Afinal, o que mais eu tinha a perder? Chegamos a um apartamento com várias pessoas, inclusive duas garotas da minha idade. Ele me explicou quem era e o que fazia, e prometeu ser meu mentor, ensinando-me tudo o que sabia. Eu concordei, mas com uma condição: eu queria caçar pessoalmente todos aqueles que me fizeram mal. Ele aceitou, e assim me tornei o que sou hoje.

[Flashback off]

Me vinguei, matando todos que me fizeram mal, inclusive as pessoas que me deram a vida e foram responsáveis por toda a merda que passei. Ezra Moraes, meu tutor, cumpriu sua promessa e literalmente devo minha vida a ele. Estudei muito, me formei e endureci meu coração para sempre.

Ezra me treinou nos mais diversos aspectos da arte da sobrevivência. Aprendi a lutar, a utilizar armas com precisão mortal e a ser discreta em meus movimentos. Cada novo golpe, cada nova técnica, eu absorvia como uma esponja sedenta de vingança.

Minha aparência aparentemente 'fragil' fez com que eu ganhasse o apelido de 'Bonequinha' me passo por uma pessoa simples e consigo me infiltrar em qualquer lugar sem grandes problemas e esse foi um dos motivos que me tornou o que sou hoje.

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