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Capítulo IV - Confrontos e uma noite na balada.

Sinto cheiro de algo bom vindo da cozinha e sei que minha amiga está preparando o café, amo quando Cibele dorme aqui porque eu não preciso ir para a cozinha, embora seja uma cozinheira muito melhor do que ela.

"Bom dia, Belle, o cheiro está delicioso."

"Então sente para comer." Ela coloca o prato em minha frente.

Após terminarmos o desjejum, sentamos para ver se sairia algo no noticiário e logo uma manchete chama a minha atenção: "Governador Feitosa faleceu ontem vítima de infarto". Minha amiga olhou para mim e sorriu.

"O infarto chama-se Ohanna Duarte ou melhor chama-se 'Bonequinha'." Cibele começou a gargalhar e eu a acompanhei.

O toque do meu celular me deixa em estado de alerta. Assim que atendo, sou parabenizada pelo trabalho e tio Ezra pede para que eu entregue o relatório ainda hoje. Após uma breve conversa, desligo meu celular e vou para um pequeno quarto que uso com escritório e começo a digitar meu relatório.

À tarde, Cibele e eu nos arrumamos e fomos para a organização. Entrego meu relatório para Marina, que sorriu.

"Seu relatório é perfeito como sempre." Agradeço a ela. "Fiquei sabendo que o governador foi encontrado nu, com os olhos abertos e a cueca dentro da boca. Você é a minha ídola."

"Ohana, por favor, venha à minha sala." Olho para Cibele, que fica apreensiva, pois ela sabe que eu não suporto Luiz Valdez.

Assim como Ezra, ele também é um recrutador, mas não me sinto segura ao seu lado desde quando me assediou. Marina olhou-me preocupada e eu disse a ela que estava tudo bem. Respiro fundo e vou para sua sala. Dou duas batidas e ele me manda entrar. Fico em sua frente e Luiz faz uma menção para que eu me sentasse.

"O que deseja?" Pergunto secamente.

"Minha equipe está investigando um caso e gostaria que você desse um jeitinho por nós."

"Sei que em sua equipe há muitos bundões, mas eu trabalho exclusivamente para Ezra. Então, se ele me mandar fazer o serviço, farei." Ele olhou-me com uma certa fúria. "Se era só isso, estou me retirando." Estava prestes a levantar quando Luiz foi mais rápido e se pôs à minha frente. Seus olhos tinham um brilho que eu não consegui identificar.

"Você se daria muito melhor se estivesse em minha equipe." O idiota depositou a mão em minha coxa e, antes que ele pudesse subi-la, agarrei-a com força.

"Cuidado! Talvez eu esqueça que trabalhamos para a mesma agência e arranque sua mão."

"Você sempre nervosinha." Ele sorri.

Me levantei sem dizer uma palavra e bati a porta com força. Minha amiga estava do lado de fora me aguardando e, quando viu meu semblante, ficou preocupada. Ela me pergunta se estou bem e a tranquilizo. Ainda vou meter uma bala no meio da testa dele, Luiz que me aguarde.

Após tudo resolvido, voltei para meu apartamento com Cibele ao meu lado.

"Amiga, ainda não entendi por que ele quer que você faça o serviço da equipe dele."

"Pois é, amiga, ainda não entendi essa questão." Luiz éum dos mais falsos da organização e ele não dá ponto sem nó.

"Vamos esquecer esse babaca por hora, que tal irmos a uma balada hoje?" Neguei com a cabeça. "Você só vive para trabalhar, precisa se divertir também."

"O que tem de mais gostar de trabalhar?" Pergunto, cruzando os braços.

"Nunca imaginei que você se tornaria uma workaholic." A palhaça gargalha. "Pare de ser chata, Ohana. Quando foi a última vez que você se divertiu?" Pensando por esse lado, realmente ela tem razão. "Quando foi a última vez que você deu uma boa trepada?"

Homens para mim são apenas uma diversão, não quero ter alguém para dar satisfações da minha vida a alguém e além disso relação muito intima me deixa desconfortavél devido aos constantes abusos que sofri no passado.

"Sinto muito pelo que você passou em sua vida, mas amiga, entenda que há homens maravilhosos por aí e você precisa dar uma chance." Cibele está certa, mas o problema sou eu mesma.

"Eu..."

"Sei que um dia aparecerá um cara que abalará o seu mundo completamente, mas enquanto não aparece o certo, você vai saindo com os errados mesmo." Minha amiga sorri.

Ficamos em silêncio por alguns instantes e eu ponderei o convite que ela me fez. Aceitei o seu convite e ela vibrou animada.

"Gata, se prepare, porque vou arrumar um gostoso para você e de hoje não passa." Minha amiga, com certeza, não é normal.

Cibele foi para sua casa e me avisou que passaria às oito horas para me buscar. Tranquei a porta

e me joguei no sofá. Floco de neve pulou em meu colo e ficou pedindo carinho.

"Onde você estava, Floco de neve?" Pergunto ao bichano como se ele fosse me responder. Com toda a certeza, ele estava debaixo da cama ou da pia. Ele ronronou e se aninhou para dormir.

Como estava sem sono, liguei a televisão e fiquei passeando por vários canais até colocar na Disney+. Acho que sou a única assassina que gosta de filmes adolescentes. Próximo das oito, minha amiga me enviou uma mensagem perguntando se eu estava pronta, e digo a ela que sim.

"Chegarei em dez minutos." Finalizei a maquiagem e desci para esperá-la. A criatura chegou com vinte minutos de atraso. Olhei para ela com cara de poucos amigos, pois odeio atrasos, e ela sabe disso.

Guardamos seu carro no estacionamento e fomos de Uber. Assim que chegamos, agradeço ao senhor simpático e lhe dou uma classificação de cinco estrelas. A fila para a entrada estava enorme, mas Cibele reconheceu um dos seguranças, que nos deixou passar imediatamente.

A música estava me chamando, mas antes de irmos dançar, fomos ao bar tomar uma bebida para nos animar. A tequila desceu rasgando, então pedimos mais uma e, depois de tomá-la, finalmente fomos dançar. A pista estava fervendo, e minha amiga e eu estávamos completamente entregues ao som. Um cara se aproximou de mim e foi logo pegando minha bunda, o que me deixou irritada. Estava pronta para dar um golpe de karatê nele quando minha amiga deu um jeito de se livrar do idiota.

"Amiga, por favor, evite quebrar o braço ou o pescoço de alguém aqui." Ela grita por cima do som.

"Não prometo nada." Digo a ela, que revira os olhos.

Começou a tocar A Bonequinha não sabe brincar da Gloria Groove, e nos entregamos na pista. Dois caras se aproximaram de nós, e minha amiga logo agarrou um para dançar. O outro parecia tímido, então me aproximei dele, e ficamos dançando até que nos cansamos e fomos sentar no bar.

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