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Capítulo III - Missão Cumprida

Adentro o saguão do hotel, observando discretamente os rostos dos hóspedes, procurando por qualquer sinal de perigo. Mantenho minha postura calma e confiante, ciente de que a aparência pode ser enganadora.

Subo as escadas até o quarto 305, onde minha missão aguarda. As batidas do meu coração ecoam em meus ouvidos, misturando-se ao pulsar da adrenalina em minhas veias. Toco a campainha e o governador atende, ele me olha de cima a baixo e sorri.

"Você será minha acompanhante essa noite?", ele pergunta, sorrindo. Sinto uma onda de repulsa ao olhar para ele, ciente de sua reputação terrível.

"Serei toda sua essa noite", respondo, sorrindo de forma sedutora.

"Você é linda e sexy. Entre, minha querida, não fique parada na porta."

Assim que entro, ele me encaminha até a pequena varanda e me sento, enquanto ele abre o champanhe com um floreio desnecessário.

Ele serve nossas taças, mas fico de olho secretamente, pois ele tem fama de drogar as garotas e abusá-las. A primeira garota contratada para essa missão falhou exatamente por isso. Quando Ezra me convocou para essa missão, não pude recusá-la, afinal, sou uma vingadora.

O Governador Feitosa começa a contar suas histórias, e eu finjo interesse para finalmente alcançar meu objetivo. Uma hora se passa e ele continua a falar sobre si mesmo. Esse cara é narcisista. Ele se aproxima de sua cadeira de mim e começa a alisar meu braço. Retiro sua mão, sentindo a raiva crescer dentro de mim. Em seguida, ele coloca a mão em minha coxa. A vontade de retalhá-lo é quase insuportável.

"Você é tão gostosa. Acho que irei me divertir essa noite", diz o governador, sorrindo de forma maliciosa.

"Que tal uma brincadeirinha?", sugiro, e ele aceita.

Levo-o até a cama e o algemei, enquanto ele está todo empolgado. No entanto, ele não faz ideia de que essa será sua última vez.

Tiro suas calças, deixando-o apenas de cueca.

"Vem cá, gostosa. Cavalga no meu pau. Estou mandando", ordena ele.

"Quem está no comando sou eu", respondo de forma sedutora. Ele sorri, achando que está no controle.

"Então anda logo, sua vadia", ele provoca. Aquilo está começando a me irritar.

"Estava muito afim de me divertir um pouco mais, só que você acabou de me irritar", digo, revelando meu verdadeiro propósito.

Retiro sua cueca e coloco-a em sua boca. Em seguida, saco minha arma e coloco o silenciador. O governador começa a balbuciar, mas eu já estou tomada pela fúria.

"Cale a boca, seu verme. Tenha ao menos uma morte honrosa", digo enquanto aponto a arma para ele. Ele continua balbuciando sei lá o que. "Te vejo no inferno, seu desgraçado."

Dou seis tiros nele e fico ali esperando seu coração parar de bater, o que não demora muito. Um sorriso de escárnio escapa de meus lábios.

"Nos vemos no inferno, filho da puta", murmuro mais uma vez antes de pular pela janela.

Com a missão cumprida, entro em meu apartamento e corro para tomar um banho. Sinto repulsa só de lembrar daquele homem tocando em mim como se eu fosse uma peça de carne.

"Argh! Seu porco imundo", grito enquanto esfrego meu corpo com tanta força que tenho certeza de que ficarei toda vermelha no dia seguinte.

Após horas no banheiro, finalmente coloco um babydoll e vou para a cama. Estou prestes a dormir quando meu celular apita.

"Oi, amiga, tudo bem?", pergunta Cibele, curiosa.

"Estou ótima", respondo rapidamente.

"Graças a Zeus. Já estou chegando aí com uma caixa de pizza e vinho", ela diz antes de desligar.

De todos da organização, Cibele e Rômulo são os que tenho mais proximidade. Minha amiga chegou no mesmo dia que eu e nos tornamos quase irmãs.

Ouço o barulho das chaves e sei que é minha amiga. Assim como ela tem a chave do meu apartamento, tenho a dela. Vivemos uma na casa da outra. Rômulo também tem as nossas chaves, mas está ocupado fazendo missões em outros países. Já faz quase dois anos que não o vemos.

"Amiga, que bom que está bem", ela me abraça apertado.

"Criatura, relaxe. Somos assassinas e não podemos demonstrar sentimentos, isso se torna uma fraqueza", lembro-a.

"Miga, eu sei, mas mesmo assim fico preocupada. Fui treinada para ser uma isca perfeita, já você foi treinada para assassinar pessoas. Geralmente, você tem os trabalhos mais difíceis. Eles só te dão a elite. Por

isso, me preocupo com você. Agora vamos parar de falar e comemorar, afinal, você acabou com um desgraçado, um assediador e abusador de mulheres e menores. Passamos a noite inteira conversando e tomando vinho. Ainda bem que amanhã estou de folga.

Passamos a noite conversando sobre nossas vidas, compartilhando histórias e risadas. Cibele é a única pessoa com quem me permito ser mais próxima, mesmo sabendo que a proximidade pode trazer vulnerabilidades.

Enquanto desfrutamos da pizza e do vinho, compartilhamos nossos planos para o futuro, nossos sonhos e aspirações. É reconfortante ter alguém com quem posso ser eu mesma, mesmo que seja apenas dentro dos limites estabelecidos por nossa vida dupla.

À medida que a noite avança, o cansaço começa a se instalar. A adrenalina da missão e a intensidade emocional daquele encontro com o governador deixaram marcas em minha mente. Preciso descansar e recarregar minhas energias.

Deixo Cibele na sala assistindo alguma coisa na televisão, entro no quarto e me deito na cama, deixando minha mente vagar pelos acontecimentos do dia. Apesar da satisfação momentânea de ter cumprido a missão, uma sensação de vazio permeia meu ser.

Enquanto tento encontrar o sono, minha mente vagueia por pensamentos sombrios e reflexões profundas. O peso de minhas ações e a responsabilidade que carrego começam a pesar sobre meus ombros.

Mas, por enquanto, deixo de lado esses pensamentos. Amanhã é um novo dia e tenho que me preparar para enfrentar os desafios que surgirem. Desligo a mente e me entrego ao sono, esperando que ele traga um alívio temporário e renovação para minha alma cansada.

Em meio à escuridão do quarto, mergulho em um sono agitado, repleto de sonhos perturbadores e memórias obscuras. A linha tênue entre minha vida como obstetra e minha vida como vingadora se confunde, revelando as complexidades de minha existência. E, enquanto durmo, meu subconsciente continua a trabalhar, preparando-me para os desafios e as escolhas que virão.

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