Na manhã seguinte, minha amiga me ajudou a preparar o café e quando os meninos acordaram, sentaram para comer. Hoje, minhas consultas seriam apenas na parte da tarde, então estou tranquila na parte da manhã. Maurício e Rogério nos agradeceram e antes de ir, Maurício me convidou para sair com ele mais tarde e eu aceitei.
"Amiga, vocês super combinam, sabia?" – Rômulo diz e eu apenas dou de ombros.
Cibele e Rômulo foram para a organização, e eu fiquei em casa descansando. Me arrumei e desci animada. Acho que passarei em um restaurante para almoçar. Parei em um sinal vermelho e enquanto esperava abri, vi uma menina encarando uma doceria. A criança estava bem mal vestida e aquilo me fez voltar ao meu passado.
[Flashback On]
Minha barriga está doendo. Faz três dias que não como nada, estava me sentindo fraca e parecia que iria morrer.
"Filha, vem cá" – minha mãe me chamou, e quando me aproximei, ela olhou-me com ternura, o que era bem raro. "Você precisa ir para a rua ver se consegue algo para comer. Seu pai não volta pra casa há quase duas semanas."
Como ela me ordenou, fui para a rua, mas o que uma menina de seis anos poderia fazer? Parei em uma cafeteria e senti aquele cheiro maravilhoso de café e bolo. Minha barriga fez um estrondo. Uma senhora que estava passando se sensibilizou com o estado em que me encontrava e comprou algumas coisas para mim. Agradeci à bondosa senhora e corri para casa para mostrar à minha mãe. Entreguei a ela o dinheiro que a moça havia me dado, e assim conseguimos nos alimentar.
[Flashback Off]
O barulho das buzinas me trouxe de volta ao presente. Pisquei algumas vezes para espantar as lágrimas e estacionei o carro, desci e fui de encontro à criança. Após uma breve conversa, comprei algumas coisas e entreguei a sacola em suas mãos.
"Muito obrigada, tia. Será que você pode comprar fralda e leite pro meu irmãozinho? Ele está com muita fome."
Avistei uma farmácia e me dirigi até lá, comprei fraldas de tamanhos variados e algumas latas de leite.
"Meu amor, onde é a sua casa?" – Pergunto à menina que fica sem jeito.
"É longe daqui, tia."
"Vamos comigo ao mercado de lá, te levo em casa e aproveito para conversar com a sua mãe."
Liguei para o hospital e avisei que iria atrasar. Fui ao mercado, fiz as compras, chamei a menina, e fomos para sua casa.
A menina, que descobri se chamar Yasmin, me guiou até sua casa. Quando vi a ladeira, me arrependi. Espero que tenha um outro caminho para que eu possa subir de carro.
"Tia, os carros só sobem pelo outro lado, mas tem que pedir autorização."
Não demora muito, duas motos colam ao meu lado.
"Para onde está indo?" – Um deles perguntou, e abri a janela.
"Olá, rapazes. Estou indo na casa da Yasmin." – Abri a janela do carona para revelar a menina.
"Uma princesinha dessas perdida aqui." – O outro falou em um tom que não gostei, e logo senti vontade de matá-lo.
"Para de graça, babaca." – O outro diz enquanto liga no radinho. "Qual sua graça, princesa?"
Me apresento a eles, e logo uma outra moto aparece.
"Quando falaram seu nome, precisei constatar se era você mesmo. Como vai, doutora Ohana?" – Como está o seu filho Benjamin? – Ele olhou para mim surpreso.
"Você lembra dele?" – Neste dia, quase perdemos mãe e filho, mas no final deu tudo certo. "Meu meninão está grande e daqui a pouco vai estar acompanhando o pai." – Ele sorri orgulhoso. "Seus filhos da puta, deixa a doutora passar. Vocês, pé de pano, vão fazer a segurança dela e avisem que quem mexer com ela vai se ver comigo."
Agradeci a ele e liguei o carro para subir.
Chegando à casa de Yasmin, ela entra correndo, e não demora muito, uma mulher com aparência cansada apareceu.
"Pois não." – Notei que seus olhos estão cansados. Acho que ela chorou a noite toda.
"Desculpa incomodá-la, vim entregar algumas coisas que estão…" – Ao ver o porta-malas aberto, a mulher começou a chorar, e aquilo me deixou um pouco emotiva. "Onde ponho essas coisas?"
"Eu te ajudo." – Pé de pano se oferece, e agradeço depois que descarregamos tudo. Ela sorri e me abraça.
"O senhor ouviu minhas preces e me enviou um anjo."
Se ela soubesse que o Diabo e eu somos praticamente um só, não me chamaria de anjo. Yasmin traz seu irmão para que eu o veja e percebi que há algo errado. O menino está abaixo do peso, assim como Yasmin. Vou até minha bolsa e lhe entrego um cartão.
"Vá até essa clínica e leve o pequeno. Chegando lá, avise que a doutora Ohana te enviou. Um amigo meu irá tratá-lo e a Yasmin."
"Nem sei o que dizer, dona Ohana. Meu marido morreu mês passado em um acidente de moto, e as coisas ficaram difíceis para a gente."
Ela abraça as crianças de forma protetora, e lembrei-me que minha mãe nunca teve esse gesto comigo. Acho que ela nem se importava comigo na verdade.
Depois de me despedir de dona Marina e das crianças, fui para a clínica e trabalhei com afinco até a hora de encerrar o expediente, durante o trajeto para casa lembrei-me da situação de dona Marina e sei que posso fazer mais por ela, enquanto esperava o sinal abrir liguei para uma amiga minha e pedi um pequeno favor a ela.
O dia mal havia começado e eu estava cansada, meu pescoço estava dolorido, mas ainda tenho mais uma consulta antes do almoço. Estava finalizando uma consulta quando minha secretária avisa que tenho uma visita à minha espera, digo a ela que peça para a pessoa aguardar enquanto finalizo o atendimento e vou para a sala de espera, ao chegar, me surpreendo com o visitante."Maurício Velasquez, que surpresa encontrá-lo." – Digo enquanto dou um beijo em seu rosto."Estava aqui perto e pensei em convidá-la para almoçar.""Hum! Estou realmente faminta já que pulei o café da manhã." – Estava indo pegar a minha bolsa quando Dimas apareceu."Olá, doutora, vim convidá-la para almoçar comigo." – Ele olhou para Maurício e depois para mim."Desculpa, Dimas, já tenho compromisso." – Pego a mão de Maurício e o levo até a minha sala, pegamos minha bolsa e fomos a um restaurante próximo.Pedimos nossos pratos e enquanto aguardamos, Maurício me faz algumas perguntas sobre minha infância, o que é muito dif
À noite vou para o clube e me sento no balcão, não demora muito minha amiga aparece e sorri para mim."Você está muito gata e irreconhecível, doutora Ohana." Ela diz em meu ouvido."A intenção é essa." Digo a ela que sorri maliciosa."Seu cara, está naquela mesa escondida sentado nas sombras, como vai chamar a atenção dele?""Amiga, arruma um jeito de me pôr no palco e o resto eu faço."Um tempo depois minha amiga me avisa que está tudo preparado. Peço ao DJ que toque "Partition" da Beyoncé e é isso que ele faz. Assim que ouço os acordes, começo a dançar de acordo com as batidas da música. Rapidamente, os caras começam a me olhar e não demora muito chamo a atenção de Gabby Morano, que se ergue na mesa pondo a mão no queixo. Dou uma piscadela e ele sorri malicioso. Termino a minha performance e desço do palco, coloco meu sobretudo e volto para o bar onde o barman me oferece um drink por conta da casa. Olhei de soslaio e percebi que Gabby me olhava. Me viro para ele e ergo a minha beb
Coloquei uma música e comecei a dançar, o volume das calças de Gabby anuncia que logo fará uma investida e eu sabia que precisava ser rápida."Você é gostosa pra caralho, o que acha de vir aqui para me satisfazer melhor?" Forcei o meu melhor sorriso e neguei, voltando a dançar.Assim que a música acabou, Gabby me agarrou e seu toque me fez tremer."Calma gostosa, não vou fazer nada que você não queira. Pode ficar tranquila que sei tratar muito bem uma mulher gostosa como você." Aquele porco imundo deu um tapa bem forte em minha bunda e meu ódio só aumentou."Não quero que esses caras nos assistam." Digo de maneira tímida e ele rapidamente me levou para o seu quarto e disse que não queria ser incomodado por ninguém.Subimos para o quarto e quando chegamos ele me jogou na cama e se aproximou de forma predatória, fui mais rápida que ele e pulei da cama."Preciso de uma bebida para relaxar, pois nunca estive com um homem tão gostoso como você." Menti e Gabby sorriu satisfeito, e eu sabi
Enquanto assistiamos Sam beber o sangue de Rubby em Supernatural, Cibele se afundou no sofá de Rômulo e olhou para nós e sorriu. “Somos os melhores assassinos do mundo.” Ela diz e eu neguei. “Podemos ser os melhores assassinos no Brasil, mas do mundo não creio.” Digo e Rômulo concorda. “Meninas estou pensando em sair da organização, quero abrir minha empresa, me casar e formar uma família.” Cibele e eu olhamos para ele. “Você sabe que ninguém nunca saiu vivo, infelizmente é um caminho sem volta.” Digo a ele que suspirou pesaroso. “E como vamos formar uma família? Vocês sabem que se namoramos um alvo automaticamente aparece nas costas da pessoa.” Ele diz e nisso tenho que concordar. Nós três suspiramos pesadamente e decidimos voltar a assistir nossa série para nos divertir, mesmo conversando e brincando com meus amigos meu pensamento estava longe. Acordei e fui para casa onde me troquei e me preparei para trabalhar, quando estava saindo meu celular apitou. “Muito bem Haninha.” –
Depois que escolhi meu look da noite percebi que ainda havia tempo, então liguei meu computador e comecei a pesquisar informações sobre arte, leilões e o evento em Paris. Cada detalhe importava, e eu estava determinada a garantir o sucesso da operação. O relógio marcava 19:00hs e eu desliguei meu computador e comecei a me arrumar, quando estava finalizando o batom Maurício chegou e eu senti borboletas no estômago. O que será que está acontecendo comigo esses dias? A campainha tocou mais uma vez e eu atendi. “Você está linda, vamos?” “Estou finalizando a make, sente-se já volto.” Confiro a minha make e vejo que está perfeita. Retorno para a sala e Maurício estava tomando uísque. “Acho que uísque e diversão é uma boa combinação.”“E quem disse que irei dirigir? Meu motorista está nos esperando.” Ele finaliza a bebida e pega a minha mão, quando chegamos a recepção vejo um carro magnífico à nossa espera e Maurício sorri ao ver meu rosto iluminado.Chegamos ao restaurante e fomos encami
Mauricio VelasquezEu era um homem acostumado a ter o controle das coisas. Como um empresário bem-sucedido, meus dias eram preenchidos com reuniões e decisões importantes. Minha confiança e determinação eram minhas maiores armas, e eu sabia como usá-las a meu favor.Naquela noite quente de verão, meu amigo Rogério me convenceu a sair e me divertir um pouco. Desde que minha irmã havia falecido, eu me tornara o guardião da minha sobrinha, Ana. Minha vida era uma mistura de responsabilidades profissionais e pessoais, com pouquíssimo espaço para o meu próprio lazer. Mas naquela noite, Rogério conseguiu me convencer a deixar as preocupações de lado e acompanhá-lo até a nova boate que estava causando alvoroço na cidade.Vesti uma roupa casual, ajustei meu sorriso confiante e entrei na boate, seguindo Rogério pela multidão animada. Enquanto caminhávamos, ele não parava de me contar sobre como a noite prometia ser divertida e como a música era incrível. Eu ouvia suas palavras, mas meus pensam
Ohana DuarteÀ medida que o tempo passava, a missão em Paris se aproximava rapidamente. Os preparativos eram intensos, e eu estava me dedicando a construir a identidade que me permitiria se infiltrar na festa de gala. Rômulo havia aceitado me acompanhar como suporte, e sabia que podia confiar nele. O futuro era incerto, mas eu estava determinada a completar a missão atual com sucesso e, eventualmente, enfrentar minhas próprias decisões difíceis.Rômulo e eu assumimos nossas novas identidades, passaportes falsos em mãos, e embarcamos para a nova missão. Ele era agora o empresário espanhol Alejandro Vega, e eu me tornei Sofia Rivas, uma produtora de arte interessada em expandir meu portfólio internacionalmente. Nosso relacionamento de trabalho era sólido, mas também havia uma confiança e amizade que havia se formado ao longo dos anos.Enquanto estávamos nos preparando para a viagem, não pude evitar trocar algumas mensagens com Maurício. Eu sabia que estava arriscando, mas não conseguia
A noite estava viva com a energia da festa de gala. Enquanto nos infiltrávamos entre os convidados, eu mantinha minha atenção em Marco Santoro, o alvo da nossa missão. Ele era o alvo, mas também era um enigma. Minhas mãos estavam levemente suadas enquanto eu me aproximava dele, meu coração batendo mais rápido do que eu gostaria de admitir.Eu vi Marco do outro lado da sala, cercado por pessoas. Ele era alto, charmoso e irradiava confiança. Fiquei por um momento, observando-o discretamente, estudando seus movimentos e a forma como interagia com os outros convidados. Finalmente, respirei fundo e me aproximei."Com licença," murmurei, tocando levemente o braço de Marco enquanto ele falava com um grupo de pessoas.Ele virou a cabeça para mim, seus olhos curiosos me avaliando por um momento. "Sim, posso ajudá-la?"Sorri educadamente, fingindo um pouco de nervosismo. "Desculpe incomodá-lo. Meu nome é Sofia, Sofia Rivas. Sou uma produtora de arte e ouvi falar muito sobre o senhor e suas cont