Eram tantas obras de arte para serem vistas que Mel ficou deslumbrada. Seu pensamento lhe trazia um futuro de sucesso e glamour.
— Um dia meu nome estará nas maiores conferências de obras de arte! — exclamou para o pai. Marco sorriu. Ver a filha naquele estado de espírito era gratificante.
— Sim, Mel! Você será o orgulho da família Alves!
— O que está achando deste lugar? Para quem desdenhou, até que me parece bem satisfeita.
Mel ignorou o pai. Bastava olhar em volta e ver que o museu Paulo Marzola necessitava de uma reforma, pois a pintura creme da parede estava gasta, o assoalho de tacos de madeira rangia, a iluminação era precária e havia tantos outros problemas, frutos da má administração de 60 anos. Fundado em 1965, o museu deixava em exposição os objetos da época de ouro da cidade de Jandaia.
Mas o mês de Junho era diferente. O diretor do museu promovia eventos especiais na tentativa de chamar a atenção dos moradores e, claro, arrecadar dinheiro e promover os artistas independentes. Anualmente, em Junho, havia a exposição denominada Serenidade de Jandaia com temas diversos que iam desde uma senhora vendendo bolo caseiro até a venda de livros de autores famosos.
A jovem adolescente fitou os transeuntes do local.
Cidadãos à procura de um quadro para enfeitar a casa, um vaso diferenciado para presentear um amigo, além de privilegiar os artistas que se faziam presentes ou como um passatempo naquela tarde chuvosa de terça-feira.
— Olha essa gentinha! Não é todo mundo que sabe apreciar arte, papai! — falou empinando o nariz, esnobando a simplicidade e alegria dos demais.
— Olha este quadro, que maravilha! — vislumbrou o quadro à sua frente e, virando-se, decidiu: — Vamos papai, quero ver a exposição do meu amigo Matheo. É por aqui! — saiu caminhando pela sala.
Logo atrás, Marco refletia: ‘‘— Por que ela é assim? Carlota sempre me culpou por esse jeito ríspido que ela tem, mas minha garotinha é como tantas outras na sua mocidade.”
Ainda disperso em seus pensamentos, Marco parou com certa distância e analisou as características físicas da filha: baixinha, pele clara como um algodão, cabelo loiro e curto no estilo chanel, olhos azuis como um oceano, nariz fino e alongado sobre seus pequenos lábios e com um sorriso encantador. O vestido azul cobria seu corpo magro deixando apenas as pernas à mostra que no momento pareciam tremer.
Marco logo entendeu o motivo. Um rapaz com um ar noturno, cabelos cumpridos, magro, alto, usando uma camiseta e calça preta, além de um coturno desgastado permanecia estático diante de Mel.
Encostado num pilar, Marco contemplou a interação entre o jovem casal. Matheo sempre achou graça no jeito que Mel lhe olhava.
Com um pouco mais de idade sabia que ela tinha atração por ele: — Mel, me diga...Por que sua bochecha sempre fica rosada quando me vê?
A garota ficou mais aflita e envergonhada. — Larga de besteira! Eu sou assim.
— E encontrar um rosto amigo no meio de tanta gente ignorante me deixa confortável. — completou.
Matheo encarou-a.
— Talvez a ignorante seja você! Já pensou nisso?
Mel agora mudava seu semblante, com o corpo ereto apenas virou-se.
— Qual dos quadros é o seu? Este no centro?
Matheo andou até a extremidade da sala, apontou para um pequeno espelho que, entre tantas obras, era o que menos chamava atenção.
— Este aqui! Venha ver! Ainda alterada pelo que ouviu, saiu em direção à Matheo, batendo sua botinha branca sobre o assoalho fazendo-o “gritar”. Olhando o espelho e fazendo cara de deboche, falou:
— O que tem de mais em um espelho quadrado e todo quebrado?
Colocou as mãos sobre o rosto: — Já quebrei tantos espelhos!...Sou uma artista e não sabia — soltou uma gargalhada.
Matheo simplesmente sorriu: — Você enxerga com os olhos, mas não vê realmente o real significado.
Um senhor aproximou-se, olhou para o quadro e refletiu:
— Talvez seja apenas vidro quebrado, mas acredito que seja para refletir o interior do artista. Quebrado!
Com desconfiança, o artista completou: — Talvez seja. Mas também mostra que somos imperfeitos! — completou Matheo. — Todo espelho pode ser quebrado e reconstruído.
— Prazer, Matheo! — estendeu a mão para cumprimentar o senhor à sua frente. – Senhor?
— Marco... e esta é minha filha.
Apontando para o lado, Mel já não se encontrava. Não suportaria estar no mesmo ambiente que aqueles dois homens que, segundo eles, estavam apenas tentando mostrar uma realidade que ela não enxergava.
Pelo corredor, Mel agora caminhava lentamente, notou uma luz cintilante entre uma pequena porta entreaberta no final do corredor. Rapidamente, acelerou os passos em direção à porta, sua curiosidade era mais forte do que o medo de estar andando naquele corredor escuro e de cheiro estranho.
Abriu a porta lentamente e observou. No centro da sala havia uma mesa circular totalmente feita de vidro sobre um tapete branco que cobria todo o chão do lugar.
Olhou as paredes, estavam cobertas por um papel brilhante e percebeu as diferentes cores: a direita, cinza; a esquerda, verde e a frontal, azul.
Virou-se e viu que a parede da porta que passara era vermelha. O coração de Mel estava mais disparado do que a primeira vez que viu Matheo, sua respiração era ofegante, mas não sabia o motivo, suas mãos frias, suavam e, mesmo após fechar a porta, seus cabelos loiros continuavam balançando.
Estava paralisada, não havia janelas e nem lâmpada. Perguntas ressoavam na sua mente...
‘‘— Como a sala está iluminada se não há lâmpadas?”
‘‘— De onde vem esta corrente de ar?”
‘‘— E quem diabos é este senhor olhando para a parede azul?”
Logo após a mesa, o senhor de roupa social virou-se encarando Mel.
Aparentando ter 50 anos, moreno, esbelto e com uma pequena barba branca que cobria seu rosto castigado pelo tempo e com um semblante sereno. Segurava um pequeno aquário com água cristalina e, colocando-o sobre a mesa, falou:
— Esta sala é uma obra de arte, não é mesmo? Hahaha.
— Si, si, sim! — Mel balbuciou.
O homem ajeitou o colarinho com as mãos e, logo em seguida, apoiou-se sobre a mesa.
— Não tenha medo, estou aqui com um propósito.
Mel agora estava disposta a virar e sair correndo, mas aquele senhor com aquela cartola azul, roupa social preta e que lhe entregava um cartão em branco aguçaram a sua curiosidade.
— Veja! — exclamou o senhor com um sorriso simpático.
A garota pegou o cartão, virou de um lado para o outro e indagou:
— Mas aqui não está escrito nada.
Franzindo o cenho, questionou se aquilo era alguma brincadeira, fez menção de ir embora e quando segurou a maçaneta da porta, o senhor prontamente advertiu:
— Se sair por esta porta perderá a chance de conhecer um mundo maravilhoso e de ganhar muito dinheiro!
Mais uma vez, ficou paralisada e sem reação, seu instinto lhe dizia para sair dali e nunca mais olhar para trás, mas sua razão lhe convencia a ouvir mais sobre aquele assunto.
Deu meia volta, foi até a mesa e bateu com as mãos:
— Seja direto e me fale logo do que se trata! E quem é você?!? — vociferou contra o pobre senhor que agora passava o dedo indicador sobre a água.
— Sou apenas fruto das minhas escolhas. Tudo o que fiz me trouxeram até este momento.
Olhou fixamente para Mel e disse:
— Nossas decisões moldam o nosso futuro e o que você precisa saber é que estou aqui para oferecer a chance de participar de um torneio.
— Que torneio?
— Um torneio aonde uma jovem como você terá a chance de mudar de vida! Digo até mudar de realidade!
— Mas, como funciona? Conte-me mais. — Mel ficou curiosa.
Neste momento, a garota acalmou-se, seus ombros relaxaram, sua respiração ficou mais leve e uma sensação de paz atingiu o seu ser.
— Mel! O cartão em suas mãos é um convite! — falou caminhando em direção à porta. Mel acompanhou-o com o olhar.
— Quando eu sair por esta porta coloque o cartão dentro do aquário. Aparecerá uma frase, o endereço, a data e o horário do local que deverá ir. Não conte sobre o que aconteceu aqui e é obrigatório ir sozinha até o local. Caso contrário, as informações do convite se apagarão e não terá direito a participar do torneio.
— Mas, o que... Antes de completar a pergunta o velho homem saiu pela porta.
— Mas o que é tudo isso? Como assim não contar a ninguém? — agora, sozinha na sala, indagava-se.
— Que velho mais doido, “é obrigatório ir sozinha até o local”. Balançou a cabeça em negativa. Bem! Vamos ver o que acontece quando eu fizer isso...
Mel jogou o cartão dentro do aquário e, como num passe de mágica, foi se modificando. Não acreditava em seus próprios olhos que vislumbravam o show de cores presentes dentro da água que evaporava bem rápido, sobrando apenas um pequeno cartão azul no fundo do aquário.
Ao retirar o objeto, Mel levou um susto, saiu da sala à procura de respostas. Porém, avistou no outro lado do corredor que o diretor do museu, Renato, acompanhava Marco, que vinha furioso em sua direção.
— Ai está você! Faz uma hora que estou te procurando. Mel deu risada, mais uma vez seu pai exagerava na bronca, pensou.
Quando pensou em lhe mostrar o convite que recebera, notou o horário em seu relógio. Um calafrio subiu por todo seu corpo, realmente, tinha passara-se mais de uma hora.
Ficou abismada, abriu novamente a sala e ficou estática. A sala que antes parecia uma obra de arte agora estava repleta de objetos de limpeza.
— Pelo jeito a mocinha estava escondida entre baldes e vassouras. — zombou o diretor soltando uma gargalhada.
— Vamos Mel! Já deu por hoje.
Marco puxou-a pelo braço tirando-a do estado de transe. Mel segurou fortemente o convite entre os dedos e saiu daquele local ainda sem saber se o que acontecera era realidade ou sua imaginação. Porém, dentro do carro, olhou o pequeno objeto e, em seu convite azul, lia-se:
"Você foi escolhida"
"Compareça ao local indicado com este convite"
"Torneio M.A.R.G.O."
"Mel"
"Dia 15 de Junho de 2025"
"Às 09:00h, rua: Noah Sophia, 418."
"O futuro não nos pertence, viva o agora!"
"Aquarius"
Em uma noite qualquer... — Vamos mano! Último round! — Precisamos evitar mais uma derrota! — Não seja medroso! Protege a bomba! É você contra ele! Auro soltou o controle, deixando-o cair sobre o tapete da sala. Jogou seu corpo para trás no sofá e desabafou: — Foi mal, cara! Você sabe que não consigo me concentrar sob pressão. Ainda encarava seu personagem morto na tela do pc enquanto o time inimigo desarmava a bomba. — Torcer para estar sem kit!. Bebeu as últimas gotas de refrigerante dentro da latinha. A bomba foi desarmada e era mais uma derrota para a equipe. Do outro lado do fone, um suspiro foi dado. — Mais uma vez perdemos porque jogamos na defensiva! — disse Mia, deslogando do jogo. — Obrigado Auro e Ruben! Vocês jogam muito! — sarcasticamente, Odisseu se despediu da equipe. — Meninos! Não liguem para eles. Estão nervosos pela 5ª partida seguida que perdemos. Ainda amo vocês! Até a próxima! — Gloria partiu, ficando offline.
— Está tudo bem, garotinho? — uma voz doce veio de encontro ao seu ouvido esquerdo. Em um choque de realidade, corrigiu a postura ajeitando sua camiseta que já transparecia a sua barriga por cima da bermuda. — Sim, moça! — respondeu abaixando a cabeça. Lentamente, olhou para o lado e viu uma mulher fantasiada de Virgie, a personagem do novo jogo que tanto aguardara. Não sabendo que atitude tomar, começou a andar, mas foi segurado por ela. — Calma, não precisa se envergonhar! Olha pra mim! Um longo vestido preto com um uma faixa verde na cintura lhe cobria o corpo deixando apenas os braços nus. Em seu pulso, um bracelete de serpente e nas orelhas, dois brincos com diamantes verdes. — Quer ver uma coisa bacana? — indagou enquanto passava a mão sobre a cortina da cabine que até pouco tempo estivera Ruben. Quando a moça puxou a cortina, uma luz intensa brilhou. Virgie entrou na cabine, se virou e... — Venha Auro! — fez um gesto com a mão para o garoto que estava boquia
O professor anunciou: — Enfim, chegou o grande dia. Após um mês de longas partidas conheceremos os grandes campeões do 60°Torneio do Tempo do Colégio “General Câmara”. — Senhoras e senhores! Dois competidores, com estilos diferentes, estão prestes a se enfrentar em apenas uma partida pelo título de novo campeão do 5°Torneio de xadrez do nosso colégio. “— Precisa de tanta algazarra? É só mais uma partida.” Renan refletia encarando sua oponente do outro lado do tabuleiro enquanto o professor Orpheu se deliciava apresentando os jovens enxadristas à plateia. O Torneio do Tempo acontecia a cada quatro anos e contemplava vários estilos de jogos: xadrez, dama, ludo, entre outros. Neste dia, entre tantos alunos, pais e professores, estava Thereza apreensiva vendo seu filho sentado na cadeira no centro do ginásio. Apesar de não entender de xadrez, observava atentamente o painel suspenso acima dos jogadores. “— É hoje que vou tirar esse sorrisinho esnobe da cara dela!” — pe
Renan aproximou-se mantendo a postura ereta e com ar superior, falou: — Damas?!? —Sim! Damas. Não sabe jogar? — o senhor questionou-o colocando as mãos sobre a lateral do tabuleiro construído sobre a mesa. — Sei jogar, mas é uma perda de tempo! — Desdenhou e virou-se. — O que você sabe sobre o tempo? Pelo que pude observar foi ele que te fez perder o torneio do colégio, não é mesmo?! Renan virou-se e perguntou: — Quem é você? Prontamente, o senhor respondeu: — Eu?? Sou apenas alguém querendo jogar damas! Renan analisou aquele homem petulante. Aparentava ter uns 50 anos, branco, baixinho, gordinho de bochechas rosadas, olhos verdes e um cavanhaque grisalho que cobria toda sua boca, além do cabelo curto e grisalho abaixo de uma boina cinza. Vestia uma camiseta branca com um sobretudo preto, uma calça social preta e um sapato cinza.Notou ainda, que havia uma pequena corrente prateada presa entre a calça e algum objeto dentro do sobretudo. — Não fique ai me encarand
Era chegada a tão esperada noite de sexta-feira. Em seu quarto, Giulia se preparava para curtir. Fazendo os últimos retoques em sua maquiagem escutava sua música favorita no notebook, Fear of The Dark do Iron Maiden. Embalada pelo ritmo, a jovem garota terminara de passar seu batom preto e se jogou sobre a cama pensando em como terminaria aquela noite. Observou, vários objetos espalhados entre a estante e as prateleiras fixadas na parede. Segundo ela, era uma forma de proteção contra as forças ocultas do além e, por isso, gerava muita discussão com o avô, Carlos. Quadros, esculturas de gesso, pôster de bandas de rock, medalhões, cartas de tarô, bichos de pelúcia, revistas de maquiagem, pentagrama e incenso se misturavam ali, sinal de uma adolescente que ainda procurava se descobrir internamente. E, claro, encarava a foto de Adam que estava entre cartas e bonequinhos de vodu. — Ai Adam! — suspirou. O quarto sombrio era iluminado pela tela do notebook, velas vermelhas e br
— Está sim! Encontro vocês lá daqui a pouco. — confirmou Ramon saindo para atender outro cliente. Giulia olhou no relógio fixado na parede do bar, faltava meia hora para dar meia noite e um arrepio percorreu o seu corpo. — Vamos Giu. Termina de beber que precisamos ir. Giulia bebeu encarando Ramon, um rapaz branco, baixinho de cabelo preto e curtinho. Olhos castanhos e, quem olhava atentamente, repararia os dentes desalinhados. Sem questionar aquela conversa, partiram em direção a saída, foram em silêncio até o estacionamento e entraram no carro. — E aí? O que está rolando? — Giu fitou a amiga. — Você já ouviu falar sobre o mito dos 15 anos de Joaquim Ledô? Giulia deu risada. Já escutara sobre, mas seus conhecimentos sobre o ocultismo faziam-na achar graça naquela velha história para assustar crianças. Cruzou os braços entre o ventre e falou: — Sim, já me falaram, mas gostaria de ouvir a sua versão. — Então! Muito bem. Dizem que Joaquim Ledô era um senhor
Os quatro se entreolharam e Adam disse: — Quinhentos Vans?! Achei o que o pai dele tivesse mais dinheiro. hahaha— e saiu à procura da pirâmide. Os demais se dispersaram com as suas lanternas. Giulia foi em direção ao centro e refletia: “— Não sabia que Adam era assim. Perda de tempo.” — E o que eu estou fazendo aqui? Acham que andar no cemitério neste horário me assusta? — falou entre os túmulos. Um clarão apareceu no céu e um trovão foi ouvido. — Que estranho! Olhou para o céu enquanto uma chuva fina caia manchando sua maquiagem. — Parece que o mundo está acabando lá fora e aqui dentro, temos esta chuva fina. A garota permaneceu estática, foi quando o barulho de um gato foi ouvido o que a fez virar a lanterna um gato preto a fixava com os olhos verdes. Avistou um pequeno objeto triangular na coleira do animal e, ao apontar a lanterna, viu que era o tal cristal. O gato saiu em disparada, Giulia correu atrás dele parando em um dos corredores e avistou o
Flutuando pelo museu Paulo Marzola, Otavius indagava-se: “— O que estou fazendo aqui?” “— Quem são essas pessoas?” De repente, fitava a cena que acontecia numa das salas. Um garoto ruivo aparentava estar chorando enquanto uma mulher de cabelo ruivo e curto entregava-lhe um quadro. Otavius se aproximou visualizando um borrão de uma pintura que parecia ser peixes com alguns tons de azul. — O que você está fazendo aqui? — ela indagou-o.— Não tens permissão para estar aqui. Em instantes, estava a sós com o garoto que segurava um pequeno cartão e que parecia estar escrito “Pisces”. Num piscar de olhos, Otavius caminhava pelo zoológico da cidade até ver-se em frente à jaula de um leão que logo, transfigurou-se em um homem de meia idade, corpulento com seu longo cabelo loiro que estava preso por uma fita verde. Viu o homem retirar a fita verde entregando-a para uma bela garota loira que segurava um cartão branco, virando-se para ele gritou: — Toma seu rumo! Não tem