Era chegada a tão esperada noite de sexta-feira. Em seu quarto, Giulia se preparava para curtir. Fazendo os últimos retoques em sua maquiagem escutava sua música favorita no notebook, Fear of The Dark do Iron Maiden.
Embalada pelo ritmo, a jovem garota terminara de passar seu batom preto e se jogou sobre a cama pensando em como terminaria aquela noite.
Observou, vários objetos espalhados entre a estante e as prateleiras fixadas na parede. Segundo ela, era uma forma de proteção contra as forças ocultas do além e, por isso, gerava muita discussão com o avô, Carlos.
Quadros, esculturas de gesso, pôster de bandas de rock, medalhões, cartas de tarô, bichos de pelúcia, revistas de maquiagem, pentagrama e incenso se misturavam ali, sinal de uma adolescente que ainda procurava se descobrir internamente. E, claro, encarava a foto de Adam que estava entre cartas e bonequinhos de vodu.
— Ai Adam! — suspirou.
O quarto sombrio era iluminado pela tela do notebook, velas vermelhas e brancas, além da luz que saia de um velho abajur, comprado de uma cigana que lhe disse que traria muita sorte e um mundo de descobertas.
Foi quando, de supetão, Carlos abriu a porta de seu quarto tirando-a de seu transe após apertar o interruptor, acendendo assim, a lâmpada do quarto.
— Que história é essa de você ir para o bar da perdição?!
Giulia sentou-se na beirada da cama assoprando as velas para espantar a sensação de déjà vu.
— E que roupa é essa, minha filha? — Carlos indagou-a com indignação.
A garota levantou-se, foi em frente ao espelho que refletiu uma moça jovem de 16 anos, morena, cabelos castanhos e cumpridos que caiam até as axilas. Olhos cor de mel, uma boca perfeitamente desenhada assim como sua sobrancelha. Uma fronte levemente saliente e o nariz um tanto achatado a deixavam chateada, fazendo-lhe lembrar-se de sua mãe que fugira de casa deixando-a aos cuidados do avô.
— O que tem minha roupa?
Giulia usava uma camiseta preta estampada com os integrantes do AC/DC, camisa quadriculada vermelha e preta, calça jeans furada e sua bota de couro preta. No pescoço, um cristal vermelho com um cordão de fibras de bambu comprado na feira hippie e dois pequenos brincos de caveira nas orelhas.
Passando a mão sobre sua bolsinha de couro, moveu-se como um raio entre o avô e a porta. Deu meia volta, foi até o senhor, beijou-lhe o rosto e falou:
— Volto logo, não se preocupe! — riu. — Estarei segura com a Odemira.
Saiu caminhando em direção a noite sombria e o que estava para ocorrer mudaria seu destino.
Carlos ficou preocupado. Desde que sua filha o abandonou há 15 anos, tratava a neta como sua própria filha.
— Fala Giu! Seu pai deixou você sair numa boa? hahaha.
— Ele não manda em mim! E já te falei que ele não é meu pai, sua medonha! — Giulia respondeu entrando no carro.
— Não sei como você consegue pegar o carro assim. Seus pais ainda vão acabar descobrindo.
Odemira riu: — Descobrem nada! — exclamou enquanto entregava as entradas para Giulia segurar.
— Se segura ai! Hora de aproveitar nossa sexta-feira 13! — Meteu o pé no acelerador e saiu dirigindo pela Zona Sul de Jandaia.
Aquela noite estava agradável apesar do céu nublado e, por onde passavam, viam as pessoas reunidas na porta de casa, música alta tocando e vários barzinhos abertos.
Conversavam sobre os mais diversos assuntos e Giulia reparou o brilho no olhar da amiga.
Odemira vestia uma camiseta vermelha estampada com uma caveira preta combinando com seu cabelo ruivo curtinho e cacheado.
Uma saia curta colada ao seu corpo que descia até a parte superior do joelho e uma bota de couro preta. Em seu pulso esquerdo carregava um bracelete dourado que comprara, segundo ela, de um feiticeiro que lhe disse que traria proteção contra seres de outro mundo.
Não era uma garota atraente, a cicatriz que possuía na face direita deixava-a com um ar sombrio, mas em momentos difíceis, aconselhava Giulia.
Ao chegarem ao bar notaram vários jovens com os mais diferentes estilos de roupas e, após estacionarem o carro, foram até a fila de entrada da casa de shows.
— Não pensei que teria tanta gente! — exclamou Odemira.
— Pois é, realmente está lotado! — frisou a amiga.
Ao entrarem no estabelecimento, perceberam o ambiente iluminado por uma luz baixa que alternava as cores entre vermelho, laranja, verde e azul deixando-o mais atraente.
Várias mesas colocadas em um determinado espaço aonde já se encontravam jovens casais que bebiam e riam. Um palco montado ao fundo e em frente, as pessoas se aglomeravam para ver a atração da noite, a banda “Rock Sul”.
Entre esbarrões e pedidos de licença, as meninas se posicionaram em frente ao palco. Os integrantes da banda faziam os ajustes finais de seus instrumentos até que o vocalista subiu ao palco e o coração de Giulia disparou.
— Boa noite a todos! — disse fazendo uma saudação.
— Espero que esta sexta-feira 13 seja de muito arrepio e música boa.
Um riff de guitarra ecoou pelo recinto e a plateia vibrou. O vocalista esperou mais um pouco e começou o show com “Welcome to the jungle” do Guns N’Roses.
Giulia viajava em seus pensamentos vendo Adam cantar. Aquele rapaz magro, alto, negro com um cabelo estilo militar, sobrancelhas grossas e olhar sereno deixavam-na ludibriada.
— Ai Adam! — Suspirou. Odemira deu risada e disse:
— Fecha a boca menina. Só falta babar. hahaha
Adam usava uma camiseta preta estampada com o nome da banda, calça jeans preta, cinto de tecido quadriculado e um All Star vermelho. No rosto, tinha um piercing no nariz e na orelha direita, tinha um brinco prateado de cruz.
Algumas músicas depois, as garotas riam enquanto se sentavam no balcão do bar pedindo gin com maracujá fazendo o atendente dizer:
— Gin com maracujá?!? Vejo que temos duas garotas rebeldes aqui hoje.
A ruiva encarou-o.
— Fala Ramon e aquele desafio? Ainda está de pé?
— Disse pegando o copo com sua bebida.
— Que desafio? — Giulia perguntou curiosa.
— Está sim! Encontro vocês lá daqui a pouco. — confirmou Ramon saindo para atender outro cliente. Giulia olhou no relógio fixado na parede do bar, faltava meia hora para dar meia noite e um arrepio percorreu o seu corpo. — Vamos Giu. Termina de beber que precisamos ir. Giulia bebeu encarando Ramon, um rapaz branco, baixinho de cabelo preto e curtinho. Olhos castanhos e, quem olhava atentamente, repararia os dentes desalinhados. Sem questionar aquela conversa, partiram em direção a saída, foram em silêncio até o estacionamento e entraram no carro. — E aí? O que está rolando? — Giu fitou a amiga. — Você já ouviu falar sobre o mito dos 15 anos de Joaquim Ledô? Giulia deu risada. Já escutara sobre, mas seus conhecimentos sobre o ocultismo faziam-na achar graça naquela velha história para assustar crianças. Cruzou os braços entre o ventre e falou: — Sim, já me falaram, mas gostaria de ouvir a sua versão. — Então! Muito bem. Dizem que Joaquim Ledô era um senhor
Os quatro se entreolharam e Adam disse: — Quinhentos Vans?! Achei o que o pai dele tivesse mais dinheiro. hahaha— e saiu à procura da pirâmide. Os demais se dispersaram com as suas lanternas. Giulia foi em direção ao centro e refletia: “— Não sabia que Adam era assim. Perda de tempo.” — E o que eu estou fazendo aqui? Acham que andar no cemitério neste horário me assusta? — falou entre os túmulos. Um clarão apareceu no céu e um trovão foi ouvido. — Que estranho! Olhou para o céu enquanto uma chuva fina caia manchando sua maquiagem. — Parece que o mundo está acabando lá fora e aqui dentro, temos esta chuva fina. A garota permaneceu estática, foi quando o barulho de um gato foi ouvido o que a fez virar a lanterna um gato preto a fixava com os olhos verdes. Avistou um pequeno objeto triangular na coleira do animal e, ao apontar a lanterna, viu que era o tal cristal. O gato saiu em disparada, Giulia correu atrás dele parando em um dos corredores e avistou o
Flutuando pelo museu Paulo Marzola, Otavius indagava-se: “— O que estou fazendo aqui?” “— Quem são essas pessoas?” De repente, fitava a cena que acontecia numa das salas. Um garoto ruivo aparentava estar chorando enquanto uma mulher de cabelo ruivo e curto entregava-lhe um quadro. Otavius se aproximou visualizando um borrão de uma pintura que parecia ser peixes com alguns tons de azul. — O que você está fazendo aqui? — ela indagou-o.— Não tens permissão para estar aqui. Em instantes, estava a sós com o garoto que segurava um pequeno cartão e que parecia estar escrito “Pisces”. Num piscar de olhos, Otavius caminhava pelo zoológico da cidade até ver-se em frente à jaula de um leão que logo, transfigurou-se em um homem de meia idade, corpulento com seu longo cabelo loiro que estava preso por uma fita verde. Viu o homem retirar a fita verde entregando-a para uma bela garota loira que segurava um cartão branco, virando-se para ele gritou: — Toma seu rumo! Não tem
Otavius riu e falou: — Que exagero. Quem viria até aqui para fazer isso? — desdenhou. Num piscar de olhos, um estampido percorreu o ambiente e Otacilia caiu aos pés do marido. Toni abaixou-se, desesperado sobre o corpo da esposa. Otavius entreviu um homem se aproximando apontando um revólver e disparando contra seu pai. O jovem rapaz acompanhava toda a cena em câmera lenta como se fosse um filme de terror, deixando o livro cair sobre o chão, e nada daquilo fazia sentido. “— Estou sonhando? Não! Nem meu pior pesadelo seria tão cruel.” — refletia e balbuciava. O coração bombeava sangue para seus membros. Sua razão e suas pernas mostravam-lhe o caminho para fugir, mas sua emoção e seus braços diziam-lhe para lutar. Sentia um frio intenso na barriga e um aperto no peito que se transformaram em lágrimas. — O que foi garoto? Por que choras? — o atirador perguntou-lhe. — Quem é você? O que te dá o direito de tirar a vida deles? — respondeu colocando as mãos sobre a face.
Dia 15/06/2015 O dia amanheceu ensolarado na cidade de Jandaia. Neste dia, a vida de alguns adolescentes estava prestes a mudar. 06:30hs Mel dormia em sua cama. Auro dormia no sofá. Mais uma vez, passara a noite jogando. Renan permanecia sentado na cadeira de seu quarto analisando o convite que recebera e que estava sendo iluminado pela luminária. Giulia estava deitada em sua cama mexendo no celular. Otavius estava tomando banho para esquecer-se da noite terrível que findara. 07:30hs Mel escovava os dentes ainda vestindo seu pijama de dormir. Logo após, retirou o pijama e foi tomar banho. Auro despertou, ainda sonolento, observou o horário que marcava no relógio e sua decisão estava tomada. Renan tomava café da manhã com a mãe dizendo-lhe que sairia em breve e que não teria horas para voltar. Giulia separou a roupa que usaria naquele dia. Primeiro, teria que tomar café com o avô que acabara de prepará-lo. Otavius bebia suco enquanto escutava seus
— ...a sede do nosso torneio! Todos olharam-na com cara de espanto. Estavam ali em frente a porta de entrada do antigo Laboratório “Ferreira Pereira”, desativado em 1965 após a investigação policial que descobrira o plano terrível de seu fundador. O local era rodeado com árvores, matagal, erva daninha, além de um pântano aos fundos. Na frente, havia um portão enferrujado e a cerca de arame estava destruída com o passar dos anos. Quem quisesse se aventurar por ali encontraria um estreito caminho ladrilhado que percorria até a recepção. A fachada do prédio estava desgastada, uma tinta creme misturava-se aos ferros expostos e ao concreto. — Venham meus pequenos. Já estamos atrasados. — disse fazendo um gesto e convidando a todos a entrarem. Permaneceram em silêncio até que Renan tomou a dianteira aproximando-se da convidante e falou: — Espero que seja sério, não estou aqui para brincadeira! — entrou na recepção e logo atrás, os demais o seguiram. — Bela roupa, jovem
“— O que aconteceu?” “— Por que estou me vendo aqui de cima? E quem são estas pessoas?” Otavius observava a sala que agora encontrava-se. O chão pintado de preto e as paredes de amarelo eram iluminados por várias lâmpadas no teto. Possuía mesas verdes convergindo para uma mesa maior que continha uma porta de aço na parede atrás de si. — Acordem! — Uma voz soou pela sala. Otavius abriu os olhos e, seu sonho, estava diante de si. Imediatamente, alguns quiseram levantar-se, outros ficaram apavorados. Mas, apenas duas pessoas estavam gostando de toda aquela situação. "— Você também está aqui?" "— Vai ser um prazer te derrotar de novo." Renan e Ophelia encaravam-se. A garota permanecia com um sorriso debochado enquanto Renan franzia as sobrancelhas. — Que merda estamos fazendo aqui? — Giulia mexeu os lábios enquanto Odemira apenas balançou a cabeça. — E aí cara, sabia que iria te encontrar aqui! — disse Auro acenando para Ruben. “— Odisseu e Gloria
"Regras do Torneio M.A.R.G.O. (Classificação)”"Leia com atenção, uma vez assinado, o contrato não poderá ser desfeito.”“1°. As equipes serão escolhidas através de sorteio e, após ser formada, as 5 equipes com os 5 escolhidos, seguirão adiante com uma dupla de mentores;”“2°. Cada reino realizará 1 desafio individual e 1 desafio em equipe;”“3°. A pontuação final dar-se-á através da soma dos pontos conquistados durante o torneio;”“4°. A po