(NARRATIVA DE JARED)— Espero ter sido clara. Porque da próxima vez, não serei tão gentil! — Sibilou a mãe de Arielle entre os dentes cerrados. Bastou um olhar no fogo de seus olhos para que eu soubesse que ela não estava brincando com sua ameaça.O local onde sua palma havia atingido minha bochecha ardia como se tivesse sido mergulhado em óleo fervente. Olhei além dela e vi Arielle. Um breve olhar de pena cruzou seu rosto antes de sua expressão se endurecer em hostilidade. Desviei o olhar, envergonhado, levando a mão ao rosto.— Claro, senhora. — Murmurei, com os olhos fixos no chão enquanto me afastava lentamente delas.Mal dei três passos para trás antes que a mãe de Arielle passasse por mim em disparada, guiando o menino com uma das mãos. Meus olhos seguiram seus movimentos, cruzando brevemente com os do menino enquanto sua avó o colocava em um carro que aguardava fora do terreno da escola.Quando me virei para encarar Arielle, percebi que ela de alguma forma havia passado por mim
(NARRATIVA DE JARED)Desliguei o motor do carro e permaneci sentado, perdido em pensamentos. Havia uma batalha travando-se em minha mente enquanto eu permanecia parado na vaga. Lancei um olhar para o meu reflexo no retrovisor. Os dedos da mãe de Arielle ainda estavam nitidamente marcados no meu rosto, como uma tatuagem horrível feita por um tatuador inexperiente.Talvez fosse o peso em meu coração ou a impotência refletida na marca no meu rosto. Mas, de alguma forma, deixei escapar um suspiro exasperado enquanto saía do carro. Caminhei até a porta da frente e entrei silenciosamente.Ao entrar na sala, fiquei surpreso ao encontrar minha mãe sentada no sofá, claramente me esperando.Pelas evidências, ela estava esperando para desabafar sobre algo, porque, no instante em que entrei na casa, ela se levantou do sofá para falar. Observei sua expressão mudar de firme para hesitante, e então para chocada, bem diante dos meus olhos.— Meu Deus! Jared. O que aconteceu com você? — Ela perguntou,
(NARRATIVA DE ARIELLE)Eu me sentei de frente para minha mãe na mesa de jantar. Tínhamos acabado de colocar Maverick para dormir e decidimos ficar acordadas um pouco mais para conversar sobre o dia enquanto dividíamos uma tigela de salada de frutas frescas.— Está sendo tão complicado fazer isso sozinha, mãe. Quero dizer, com coisas como a de hoje acontecendo, tenho tanto medo pelo meu bebê. E se ele decidir aparecer de novo? — Perguntei, desesperada, evitando mencionar o nome dele como se fosse um tabu. Mas minha mãe percebeu mesmo assim.— Eu te digo, aquele cafajeste ingrato deve agradecer aos céus por eu não ter feito mais do que já fiz hoje! Ah, como eu adoraria ter afundado ainda mais aquele rosto dele — Resmungou minha mãe com nojo.— Bem, ainda bem que não fez. Não quero a polícia levando minha mãe por agressão — Brinquei.— Ora, por favor. Eles concordariam comigo que ele merece tudo o que eu fizesse com ele, depois de eu explicar tudo o que ele fez com você — Ela insistiu.—
(NARRATIVA DE ARIELLE)Alguns dias depois, eu estava no trabalho, com o incidente com Jared deixado para trás e já quase esquecido.No dia seguinte à entrevista, contratei Stephen, apesar de suas tentativas constrangedoras de me bajular. — Amor à primeira vista. — Disse ele, algo que ignorei como nada mais que uma expressão embaraçosa de uma paixão juvenil.Com o passar dos dias, conheci-o melhor e percebi que tinha feito uma escolha acertada. No início, era difícil ligar aquele jovem ao grupo de elite que o Sr. Stone adorava ostentar. Mas, uma vez que ele se adaptou à função, percebi que ele era exatamente o que eu precisava.A atenção obsessiva de Stephen à qualidade dos alimentos e seu paladar sofisticado eram impressionantes para alguém tão novo. Não poderia estar mais satisfeita com ele — se ao menos ele pudesse moderar as declarações dramáticas de seu amor eterno por mim.Honestamente, já estava farta de suas teatralidades e frequentemente me via silenciosamente implorando para q
(NARRATIVA DE ARIELLE)Depois de sair do restaurante, Dwayne e eu passeamos pela cidade, aproveitando a sensação do sol quente na nossa pele. Ainda era difícil acreditar que ele estava realmente aqui, caminhando ao meu lado. Nossos telefonemas e mensagens diárias não eram a mesma coisa que tê-lo fisicamente presente.— Ainda estou em choque. — Eu disse, sorrindo para ele. — Porque você veio?Seus olhos brilharam de diversão enquanto ele me olhava. — Eu senti sua falta. Simples assim.Sua resposta me deixou momentaneamente sem palavras. Acho que nunca me acostumaria com o quão direto ele podia ser na maior parte do tempo. Caminhamos em um silêncio confortável por um tempo, apreciando a paisagem das ruas juntos.— Notei aquele jovem gerente. — Dwayne disse de repente, me fazendo parar surpresa. Eu havia contado sobre Stephen e até enviado uma foto, mas não esperava que ele reconhecesse Stephen tão facilmente, especialmente sem estar perto dele.— Ele olhou para você como se quisesse devo
(NARRATIVA DE JARED)Eu estava sentado no café, olhando para o meu relógio pela centésima vez, ou pelo menos era assim que parecia. Arielle não respondeu minha última ligação ou mensagem. Comecei a ficar preocupado. Será que ela mudou de ideia sobre me encontrar?Quando eu estava prestes a ligar para ela novamente, alguém entrou na minha linha de visão e sentou-se à minha frente na mesa.— Oi. — Disse ela, parecendo sem fôlego.— Oi .— Respondi, pausando enquanto meus olhos examinavam seu rosto. Ela parecia corada, do tipo que uma mulher fica quando recebe um elogio de um homem... ou algo mais.Aquele pensamento despertou um sentimento intenso de ciúmes em mim. Eu sabia que ela tinha saído com alguém quando fui procurá-la no restaurante, e não consegui evitar perguntar:— Você encontrou alguém novo para amar? — Perguntei, tentando soar despreocupado.Seu rosto escureceu, tomado pela incredulidade, e então imediatamente ficou frio.— Três anos e sua memória de repente ficou ruim? Você n
(NARRATIVA DE ARIELLE)Voltei para casa sentindo um turbilhão de pensamentos na minha mente. Meus olhos estavam abertos, mas não focados em nada em particular.Parecia que eu estava em uma encruzilhada, sobrecarregada pelo peso das escolhas passadas e pela decisão iminente que me aguardava.Suspirei aliviada, tomando um gole de água do copo sobre a mesa de centro, tentando me equilibrar. Uma dor de cabeça latejante começou a surgir devido ao meu pensamento incessante.O rosto de Jared apareceu subitamente na minha mente, e eu revirei os olhos involuntariamente.Relembrei os eventos do dia por reflexo... principalmente porque não conseguia tirar aquela memória da cabeça, por mais que tentasse. Uma imagem do rosto de Jared, triste e desolado, parecia pairar diante de mim, sobrepondo-se a qualquer outro pensamento. Se eu o ouvi bem, ele parecia realmente arrependido. Eu estava quase convencida de que ele era um homem diferente daquele de quem eu havia fugido há três anos.Mas um leopardo
(NARRATIVA DE REBECCA)Cheguei ao trabalho com um sorriso no rosto, sem nenhum motivo especial... o dia era tão comum quanto qualquer outro. Passei o dia realizando minhas tarefas no restaurante com a eficiência de quem age por memória muscular.— Quem vai atender a mesa oito? — Perguntou Stephen, colocando a cabeça para dentro da cozinha.Ele parecia mais animado do que no dia anterior, quando Arielle recebeu uma visita. Eu sabia exatamente o que o tinha incomodado, mesmo que ambos fingíssemos que esse não era o motivo.— Eu vou. — Anunciei finalmente. — Estará pronto em um segundo.— Tudo bem. Não queremos que os clientes esperem muito por seus pedidos — Ele disse, acenando com a cabeça antes de sair.Rapidamente preparei o pedido, um clássico prato inglês, imaginando o casal na mesa comemorando algo especial... talvez um aniversário ou um primeiro encontro.— Olá, pessoal! — A voz de Arielle soou quando ela entrou na cozinha. Meu coração disparou ao vê-la. Ela parecia um pouco pálid