(NARRATIVA DE JARED)Eu estava sentado no café, olhando para o meu relógio pela centésima vez, ou pelo menos era assim que parecia. Arielle não respondeu minha última ligação ou mensagem. Comecei a ficar preocupado. Será que ela mudou de ideia sobre me encontrar?Quando eu estava prestes a ligar para ela novamente, alguém entrou na minha linha de visão e sentou-se à minha frente na mesa.— Oi. — Disse ela, parecendo sem fôlego.— Oi .— Respondi, pausando enquanto meus olhos examinavam seu rosto. Ela parecia corada, do tipo que uma mulher fica quando recebe um elogio de um homem... ou algo mais.Aquele pensamento despertou um sentimento intenso de ciúmes em mim. Eu sabia que ela tinha saído com alguém quando fui procurá-la no restaurante, e não consegui evitar perguntar:— Você encontrou alguém novo para amar? — Perguntei, tentando soar despreocupado.Seu rosto escureceu, tomado pela incredulidade, e então imediatamente ficou frio.— Três anos e sua memória de repente ficou ruim? Você n
(NARRATIVA DE ARIELLE)Voltei para casa sentindo um turbilhão de pensamentos na minha mente. Meus olhos estavam abertos, mas não focados em nada em particular.Parecia que eu estava em uma encruzilhada, sobrecarregada pelo peso das escolhas passadas e pela decisão iminente que me aguardava.Suspirei aliviada, tomando um gole de água do copo sobre a mesa de centro, tentando me equilibrar. Uma dor de cabeça latejante começou a surgir devido ao meu pensamento incessante.O rosto de Jared apareceu subitamente na minha mente, e eu revirei os olhos involuntariamente.Relembrei os eventos do dia por reflexo... principalmente porque não conseguia tirar aquela memória da cabeça, por mais que tentasse. Uma imagem do rosto de Jared, triste e desolado, parecia pairar diante de mim, sobrepondo-se a qualquer outro pensamento. Se eu o ouvi bem, ele parecia realmente arrependido. Eu estava quase convencida de que ele era um homem diferente daquele de quem eu havia fugido há três anos.Mas um leopardo
(NARRATIVA DE REBECCA)Cheguei ao trabalho com um sorriso no rosto, sem nenhum motivo especial... o dia era tão comum quanto qualquer outro. Passei o dia realizando minhas tarefas no restaurante com a eficiência de quem age por memória muscular.— Quem vai atender a mesa oito? — Perguntou Stephen, colocando a cabeça para dentro da cozinha.Ele parecia mais animado do que no dia anterior, quando Arielle recebeu uma visita. Eu sabia exatamente o que o tinha incomodado, mesmo que ambos fingíssemos que esse não era o motivo.— Eu vou. — Anunciei finalmente. — Estará pronto em um segundo.— Tudo bem. Não queremos que os clientes esperem muito por seus pedidos — Ele disse, acenando com a cabeça antes de sair.Rapidamente preparei o pedido, um clássico prato inglês, imaginando o casal na mesa comemorando algo especial... talvez um aniversário ou um primeiro encontro.— Olá, pessoal! — A voz de Arielle soou quando ela entrou na cozinha. Meu coração disparou ao vê-la. Ela parecia um pouco pálid
(NARRATIVA DE SOFIA)— Srta. Sofia, aqui é a Rachel do departamento de serviços de cartão. Infelizmente, seu cartão de crédito foi recusado para a transação que você tentou realizar hoje.Minha mão congelou na borda do celular. — Como assim? Pode repetir?— O pagamento não pôde ser processado. Há outro cartão que você gostaria de usar?Engoli seco, a humilhação apertando em meu peito. Meu coração batia forte em meus ouvidos enquanto eu olhava fixamente para a carteira sobre a cama. Apertei o telefone com força, e minha voz tremeu quando finalmente respondi:— Não. Está... está tudo bem. Eu ligo de volta.A chamada terminou, e eu me joguei de volta nos travesseiros, meu corpo pesado de desespero. Sentada no meu quarto, com a garganta áspera de tanto chorar, olhei no espelho. A pessoa que me encarava não era quem eu costumava ser. O reflexo era de uma casca vazia... bochechas marcadas de rímel, olhos vermelhos e inchados.Eu não via mais motivos para fingir ser forte, afinal, meus dias e
(NARRATIVA DE SOFIA)Deitei-me de costas, olhando sem rumo para o teto. O som do umidificador ao fundo era meu único contato com a realidade.Minha mente voltou ao passado. O primeiro homem com quem me casei era rico... décadas mais velho, mas rico. Era isso que importava para mim na época. Ele prometeu uma vida de luxo e opulência. Nunca me casei com ele por amor. Gostaria de nunca ter feito isso.Ele acabou se revelando um controlador que escondia a maior parte de sua riqueza de mim e me fazia conviver com um universo inteiro de regras e regulamentos, promessas vazias e sexo repugnante.Aguentei até não poder mais. Planejei esperar até que ele morresse... ele estava mais próximo de sua morte ou assim pensei... para herdar sua fortuna. Mas quando uma saída mais fácil me foi oferecida em uma bandeja de ouro, eu a agarrei.Certa noite, estava em um bar quando um estranho se aproximou de mim. Ele se ofereceu para me ajudar de uma maneira que eu não esperava. Os termos de sua proposta era
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Vou sair agora, por favor, assegure-se de que nada dê errado na minha ausência. — Disse, enquanto tirava meu avental de chef e o pendurava no trilho da cozinha.Eu tinha acabado de ensinar aos chefs uma nova iguaria e estava prestes a sair apressada porque tinha um compromisso importante.— Não se preocupe, Arielle. Tudo está sob controle. — Respondeu Rebecca com um sorriso tranquilizador.Eu assenti. — Obrigada. — Saí da cozinha, indo para o meu escritório. Lá dentro, peguei minha bolsa, mas, ao me preparar para sair, um pensamento me ocorreu e eu recuei, indo ao banheiro conectado ao meu escritório.Olhei para o espelho e percebi que, de acordo com meus instintos, alguns detalhes no meu visual precisavam de ajustes. Imediatamente, comecei a arrumar o cabelo, reaplicar o batom e borrifar perfume.O aroma de lavanda encheu o ar, acalmando meus nervos. Quando olhei para meu reflexo agora impecável no espelho, assenti e saí.No corredor, a caminho da saída, esbar
(NARRATIVA DE ARIELLE)Parei minha refeição, deixando os talheres deslizarem suavemente. Meu rosto esquentou de vergonha. — Ah, Jared e eu, estamos trabalhando nisso. — Gaguejei, tentando desviar a conversa.Mas Jared interveio rapidamente, com uma expressão envergonhada. — Na verdade, vovó, o problema é meu. Sou eu quem tem enrolado.Não completamente convencida, e sendo sua teimosa habitual, Jean insistiu em fazer para nós uma "sopa tônica", afirmando que era uma receita que aprendeu em suas viagens a uma vila remota.— Isso vai reacender a empolgação em seus sistemas. — Disse ela, com um sorriso travesso.Jared e eu trocamos olhares desconfortáveis. Que inferno, isso não estava nos nossos planos.— Vovó, realmente, não é necessário. — Protestou Jared, expressando exatamente o que eu também pensava.Mas ela não cedeu. — Bobagem, meu querido. Essa sopa faz milagres. Confie em mim.Após o jantar, ela foi para a cozinha e, com a ajuda do chef, começou a preparar a tal "sopa tônica". Min
(NARRATIVA DE JARED)Quando a manhã finalmente chegou, não consegui afastar a sensação de alívio que senti. Nunca desejei tanto que o dia amanhecesse como fiz na última noite.Dividir um espaço a sós com Arielle tinha sido uma ideia terrível. A noite passada foi pura tortura. O perfume dela me deixou louco. Mas fiquei aliviado por não ter feito nenhuma besteira e ter encontrado uma maneira de me controlar.Fui ao banheiro para escovar os dentes e jogar água no rosto e, enquanto fazia isso, notei as olheiras sob meus olhos.Não me surpreendeu que estivessem lá, porque eu não tive uma boa noite de sono.Mas dei de ombros e continuei com o que estava fazendo. Se alguém perguntasse, eu diria que fiquei acordado trabalhando até tarde.Com isso decidido, saí do vestiário. Ao chegar ao quarto principal, não havia sinal de Arielle. Provavelmente ela já tinha ido para a sala de jantar, como minha avó havia nos chamado mais cedo.Então, fui até a sala de jantar e, como eu imaginava, Arielle já e