(NARRATIVA DE SOFIA)Com todos contra mim, eu sabia que não poderia ficar remoendo para sempre. Eu precisava fazer algo e, sem nenhuma ideia viável, decidi seguir o conselho da minha mãe.Mas, para isso, eu precisava falar com Jared. Porém, isso também era uma tarefa hercúlea, então eu tive que pensar em quem poderia me ajudar a chegar até ele. O investigador dele veio imediatamente à minha mente.Eu o ouvi falando ao celular com Jared uma vez e, discretamente, peguei seu número no celular dele depois disso. Mesmo que na época eu não precisasse do contato, fiquei feliz por tê-lo anotado, pois parecia ser útil agora.Rapidamente, peguei o bloco de anotações onde escrevi o número e o transferi para o meu celular, discando em seguida. O celular tocou por uma eternidade, considerando o quão impaciente eu estava, até que uma voz grave atendeu.— Serviços Investigativos do Sr. Mark.— Oi, preciso falar com o Sr. Mark. — Eu disse.— Quem está falando? — Perguntou a voz.— Sou Sofia, de Jared…
(NARRATIVA DE ARIELLE)— De jeito nenhum! Você realmente passou a noite com ele? Por causa da avó dele? — A voz de Ashley estava cheia de descrédito.— Shh! Não dormimos juntos, Ashley! — Senti meu rosto esquentar ao lembrar da noite passada. — Nós apenas... ficamos no mesmo quarto, só isso.— Ah, claro — Ela provocou. — Tão inocente. Você sabe o que isso parece, não sabe?Esfreguei as têmporas, tentando soar menos desconcertada. — Ashley, você tem algo importante pra falar? É uma manhã cheia aqui, e achei que você estivesse atolada de trabalho também.— Pff. Estou fazendo um favor a você, quebrando sua concentração nesses pedidos. E se você sequer pensar em entrar em contato com ele de novo, eu vou te estrangular.O riso dela era contagiante, e me peguei sorrindo, apesar de tudo.— Certo. — Ela continuou, mudando ligeiramente o tom. — Lembra daquela vez que mencionei toda a história da máfia italiana?Revirei os olhos. — Vaguamente. Você quer dizer aquele caso que você teve com aquele
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Se eu cair, você vai junto comigo!Um arrepio percorreu minha espinha ao ver o brilho selvagem nos olhos de Sofia. Seu aperto no meu pulso ficou dolorosamente mais forte, suas intenções mais sombrias do que eu jamais poderia imaginar.O rosto de Stephen empalideceu, sua expressão mudando de choque para alarme. Ele se lançou para me puxar, mas Sofia torceu o corpo, travando meu pulso com um aperto de ferro, recusando-se a soltar.— Eu sei que você acabou de mandar seu pessoal ligar para Jared. Você acha que isso vai me assustar? — Ela zombou, sua voz pingando desdém. — Ótimo! Seria perfeito se ele nos visse juntos pela última vez.Seus olhos tinham um brilho maníaco, sugerindo que ela havia cruzado uma linha da qual nunca mais retornaria. Eu nunca a tinha visto assim... descontrolada, completamente dominada por ciúmes e amargura. Tentei puxar meu pulso, mas suas unhas cravaram ainda mais fundo, seu rosto se contorcendo em um esgar furioso.— Sofia, acalme-se! Vo
(NARRATIVA DE JARED)— Porque você me salvou primeiro desta vez?A pergunta dela me atingiu como um raio, rompendo o silêncio. Ela perguntou de forma tão direta, como se fosse algo simples de responder. Mas eu não tinha palavras para ela.Não para isso.O que eu poderia dizer? Deveria confessar como meu coração quase parou quando a voz trêmula de Rebecca me disse pelo telefone que Sofia estava no restaurante? Como minha mente era uma tempestade de pavor enquanto dirigia, ultrapassando sinais vermelhos, com apenas um pensamento em mente: chegar até ela? Deveria admitir que passei anos envolto em arrependimento, assombrado pelas escolhas que nos trouxeram até aqui?Quando vi Sofia segurando ela, disposta a levar as duas para a morte, eu não pensei. Havia apenas uma verdade pulsando em mim: eu não posso perder você, Arielle. Eu não conseguiria viver comigo mesmo se isso acontecesse.Mas agora? Agora eu não tinha o direito de dizer nada disso. Minhas palavras pareciam vazias — especialment
(NARRATIVA DE ARIELLE)Acho que foi o cansaço, mas acabei cochilando um pouco enquanto ainda conversava com Jared. Mesmo assim, não deixei de perceber quando ele saiu do quarto, sendo uma pessoa de sono leve.Por curiosidade, decidi segui-lo e ver para onde ele estava indo. Assim que ele saiu, levantei da cama e fui atrás dele.Tomei cuidado para não ser vista enquanto o seguia pelo corredor. Logo ele parou na porta de um quarto e entrou.Acelerei os passos e cheguei à porta. Não era uma porta translúcida, mas, felizmente, não era à prova de som, então pude ouvir tudo do lado de fora.Um pouco preocupada com quem ele estava indo encontrar, inclinei sutilmente o ouvido na porta para captar cada som vindo de dentro. Felizmente, não precisei esperar muito, pois a voz irritada de Sofia atravessou a porta.Ah, ele estava lá para vê-la. Claro. A amargura tomou conta de mim. Não importava quantas vezes ele dissesse que tudo entre eles tinha acabado, ela ainda tinha esse poder sobre ele. Salvá
(NARRATIVA DE ARIELLE)Minhas últimas palavras foram firmes: — Não se aproxime, Jared. Estou falando sério.Ele parou, com os olhos embaçados. Por um momento, pensei que ele fosse me desafiar, mas ele apenas acenou com a cabeça e recuou.Sem olhar para trás, virei-me e apressei o passo pelo corredor. Meu coração batia descompassado, e uma onda de alívio tomou conta de mim quando finalmente alcancei o refúgio do meu quarto no Hospital Santa Tereza.Fechei a porta atrás de mim, encostando-me nela enquanto soltava um suspiro trémulo. O encontro com Jared me deixou profundamente abalada e exausta.Minha mente continuava a mil, incapaz de afastar os pensamentos sobre o que poderia acontecer agora que Jared sabia que Maverick era seu filho.Ele iria ao tribunal e tentaria tirá-lo de mim, especialmente porque eu sempre recusei permitir que ele fizesse parte de nossas vidas? Nem pensar! Meu instinto maternal imediatamente entrou em ação diante dessa ideia, e prometi com toda a minha força que
(NARRATIVA DE ARIELLE)O dia seguinte a uma ressaca era sempre brutal... um lembrete nada sutil de que eu não era tão jovem quanto antes. Enquanto trabalhava no restaurante, minhas costas doíam de uma forma incansável, como vinha acontecendo ultimamente.Quando saí, Ashley ainda estava dormindo, até roncando um pouco. Pobrezinha, ela realmente tem se desgastado muito ultimamente. Não é à toa que toda vez que conversamos, ela xinga o chefe como se fosse algum monstro. Mas, quando liguei para ele esta manhã para pedir um dia de folga para ela, o tom calmo e gentil da sua voz era totalmente diferente do tirano que ela descreveu.Imaginando o rosto dela enquanto reclamava dele, eu ri baixinho.Stephen passou por mim nesse momento. — Algo bom, senhora?Eu acenei de volta, oferecendo um sorriso radiante. Depois do incidente de ontem, me sentia um pouco mais próxima dele, embora ainda não estivesse acostumada a conversar casualmente com ele.Ele corou, murmurando algo antes de sair apressado.
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Arielle, está tudo bem? — Uma voz perguntou, tocando meu ombro.Imediatamente, voltei à realidade e vi Rebecca ao meu lado, com uma expressão preocupada no rosto.— Sim, claro. Porquê?Ela me olhou com uma mistura de simpatia e preocupação, os olhos suaves. — Você está distraída desde que chegou aqui, Arielle. Tudo bem não estar bem. Você não precisa fingir.Suas palavras me atingiram como uma onda, e senti o nó no meu peito apertar ainda mais. Eu não era eu mesma. Não desde a ligação com Dwayne. Seus conselhos, as perguntas que ele levantou... contar ou não a verdade sobre o pai de Maverick à ele... ainda ecoavam na minha mente.— Estou bem. De verdade. — Forcei um sorriso, tentando disfarçar, mas eu podia sentir o quão falso parecia.Rebecca não acreditou. Ela inclinou a cabeça, me observando com cuidado. — Você não está bem, chefe. Deveria descansar. Sério. Você passou por muita coisa ultimamente. Tudo bem tirar uma pausa.Sua bondade deveria ser um conforto