(NARRATIVA DE JARED)Eu tinha acabado de encerrar uma reunião virtual e estava prestes a voltar ao trabalho quando a chamada de Arielle apareceu na tela do meu celular.O inesperado nome dela fez meu coração saltar uma batida. Um lampejo de esperança. Estúpido, talvez, considerando o quão firmemente ela me havia afastado antes, mas eu não conseguia evitar. Talvez fosse isso. Talvez ela tivesse mudado de ideia. Talvez ela estivesse ligando para me deixar conhecer meu filho.Eu sei, parecia tolice. Mas um homem pode sonhar.— Alô. — Atendi, tentando soar casual, mas sabia que minha voz traía a expectativa que fazia meu coração disparar.Mas nenhuma preparação teria me preparado para o que ouvi em seguida. Sua voz — Afiada, frenética, em pânico — Atravessou o celular, entrecortada e histérica.— Maverick desapareceu! Alguém o levou da escola... Eu pensei que fosse você...As palavras dela me atingiram como um soco no estômago, roubando meu fôlego.Eu odiava ouvi-la tão aterrorizada, tão f
(NARRATIVA DE JARED)Denzel Hernandez.O nome me atingiu como um soco no estômago. Era a última pessoa de quem eu queria ouvir, ainda mais agora que meu mundo já estava desmoronando. Apertei o celular com força enquanto a raiva crescia dentro de mim… por que diabos ele estava ligando agora?— Olha, eu não sei como você conseguiu meu número, mas não tenho tempo para os seus joguinhos idiotas. — Disparei, pronto para pressionar o botão de “encerrar chamada”.— Ah, não desligue, Jared. — A voz de Denzel era tão suave como sempre. — Você vai querer ouvir o que eu tenho a dizer. Confie em mim.— O que diabos você quer?— Bem, você realmente deveria saber. Tem uma criança comigo, acho que o nome dele é... Maverick?Meu coração bateu violentamente contra minhas costelas, o mundo se estreitando em um único ponto. Então era ele.— Seu desgraçado! O que você fez com ele? — Minha voz estava baixa e mortal, mal controlada. Meu aperto no celular ameaçava esmagá-lo.— Nada. — Ele respondeu
(NARRATIVA DE JARED)O motor do meu carro roncava, enquanto meu coração girava em um turbilhão de pavor. Eu estava deixando a cidade, seu ambiente agitado sendo gradualmente engolido pelo caminho deserto que levava ao armazém.Conforme eu me aproximava, meu aperto no volante ficava mais firme. Tudo isso ainda não parecia certo. Algumas perguntas importantes não tinham sido respondidas. Mas não havia tempo para me aprofundar nisso, não quando estava claro que Maverick estava nas mãos de Dwayne.Cada quilômetro que me afastava da cidade parecia um peso me arrastando para um abismo.Maverick. Seu rosto passou pela minha mente. Embora eu não tivesse tido a chance de conhecê-lo propriamente como pai, eu podia dizer que ele era uma criança adorável.E agora ele estava em algum lugar por aí, nas mãos imundas de Denzel.Finalmente cheguei e parei o carro, olhando fixamente para o armazém. Por um momento, observei sua aparência decadente. Janelas quebradas, metal enferrujado e concreto em ruína
(NARRATIVA DE ARIELLE)Eu estava encolhida no sofá da sala de estar mal iluminada no andar de baixo, com o coração disparado no peito e as mãos tremendo tão violentamente que mal conseguia mantê-las paradas. Trinta horas.Trinta horas desde a última vez que vi meu filho, e eu não tinha dormido nem um minuto. Nenhum segundo sequer de descanso veio, não importava o quão pesadas minhas pálpebras estivessem ou o quão desesperadamente eu tentasse me obrigar a desmaiar de exaustão.Ashley estava sentada ao meu lado, sua presença oferecendo um pequeno conforto no meio do mar de ansiedade. Ela veio correndo ficar comigo assim que recebeu minha ligação aflita.Ela tentava me consolar, mas suas palavras mal rompiam a densa névoa de temor que apertava meu coração.Juntas, sentamos, orando e esperando por uma resposta de Jared.Cada minuto parecia um ano, e cada segundo sem notícias de Jared corroía minha alma.— E se ele não conseguir salvar meu filho? — Perguntei, virando-me para encarar Ashley.
(NARRATIVA DE ARIELLE)Fazia dias desde o incidente do sequestro, e eu estava tentando seguir em frente, retomando minha vida. Embora a experiência ainda pairasse na minha mente, tomei medidas preventivas para garantir que aquilo não se repetisse.Tirei a semana de folga, deixando o restaurante nas mãos competentes de Sebastião e Rebecca. Eles cuidaram de tudo de forma impecável, e eu não poderia estar mais grata.Primeiro, levei Maverick ao médico no dia seguinte. O alívio que senti ao ouvir que ele não tinha sofrido danos físicos foi imensurável. Depois, fiz questão de levá-lo a um terapeuta infantil, apenas para ter certeza de que a experiência não havia deixado marcas invisíveis. Felizmente, o terapeuta estava confiante de que Maverick não havia ficado traumatizado.Meu filho, ao que parecia, era mais forte do que eu jamais poderia imaginar. Meu coração se encheu de orgulho.Então veio a parte difícil: segurança. Implementei medidas mais rigorosas, algo que antes eu resistia por me
(NARRATIVA DE ARIELLE)A curiosidade de Maverick parecia não ter limites, e Jared respondia a cada uma de suas perguntas com uma paciência que, de algum modo, me irritava e me intrigava ao mesmo tempo. Até que Maverick soltou uma bomba.— Papai, você vai passar a noite aqui? — Perguntou, os olhos brilhando de expectativa.Senti meu rosto esquentar, e quando olhei para Jared, ele parecia tão surpreso quanto eu, as sobrancelhas arqueadas em espanto.— Maverick, chega de perguntas por agora. — Falei firmemente, recuperando a compostura.Mas ele insistiu:— Por favor, papai.Os olhos de Jared encontraram os meus, e vi a incerteza neles.— Maverick, ouça sua mãe. — Disse ele gentilmente, apoiando-me pela primeira vez.— Porquê não, papai? Eu só quero passar mais tempo com você. Por favor, mãe? — O tom suplicante de Maverick começava a abalar minha resolução.Nesse ponto, eu sabia que precisava encerrar o assunto antes que a situação ficasse constrangedora.— Maverick, estamos comendo. Vamos
(NARRATIVA DE ARIELLE)Fiquei paralisada, minha mente ainda girando com a revelação de Jared.— Quê? Jared Smith, o sempre imperturbável bilionário, de repente falido e sem teto? Isso não fazia sentido. Principalmente com a família influente dele no pano de fundo. Que tipo de jogo ele estava jogando desta vez?A escova de dentes ainda pendia da minha boca. Então consegui recuperar a compostura e me virei para Maverick, que era jovem demais para ouvir as bobagens que Jared estava prestes a despejar.— Ei, querido, porque você não apresenta seu novo cachorrinho ao Milo? Tenho certeza de que ele ficaria feliz em ter um irmãozinho canino. — Eu disse docemente.O rosto de Maverick se iluminou. Sem dizer uma palavra, ele agarrou o cachorrinho inquieto e correu para dentro, me deixando a sós com Jared.Assim que a porta se fechou, me virei novamente para Jared, com os braços cruzados.— Pare com o teatro, Jared. O que está realmente acontecendo?— Eu te disse a verdade. — Ele insistiu, com um
(NARRATIVA DE ARIELLE )Enquanto observava Jared e Maverick caminharem à frente, com as malas de Jared rolando atrás dele, decidi que agora não era hora de me sentir sobrecarregada. Isso era temporário. Eu precisava me manter firme e forte se quisesse passar por isso.A conversa animada de Maverick enchia o corredor enquanto ele olhava para Jared com um brilho nos olhos, claramente encantado com a presença do pai.— Traidor — Murmurei baixinho. No momento em que o pai dele aparece, é como se eu me tornasse invisível.Mas, naquele instante, minha mãe surgiu no corredor, parando no meio do caminho ao ver Jared. Seus olhos percorreram as malas em suas mãos e, logo depois, pousaram em mim, cheios de perguntas silenciosas: — O que está acontecendo?Tentei fazer um gesto tranquilizador, mas ela franziu a testa. Obviamente, não estava nada satisfeita.— Cozinha. Agora. — Ela ordenou, antes de se virar e sair pisando forte.Soltei um suspiro e passei por Jared e Maverick, seguindo minha mãe. Q