(NARRATIVA DE SOFIA)— Srta. Sofia, aqui é a Rachel do departamento de serviços de cartão. Infelizmente, seu cartão de crédito foi recusado para a transação que você tentou realizar hoje.Minha mão congelou na borda do celular. — Como assim? Pode repetir?— O pagamento não pôde ser processado. Há outro cartão que você gostaria de usar?Engoli seco, a humilhação apertando em meu peito. Meu coração batia forte em meus ouvidos enquanto eu olhava fixamente para a carteira sobre a cama. Apertei o telefone com força, e minha voz tremeu quando finalmente respondi:— Não. Está... está tudo bem. Eu ligo de volta.A chamada terminou, e eu me joguei de volta nos travesseiros, meu corpo pesado de desespero. Sentada no meu quarto, com a garganta áspera de tanto chorar, olhei no espelho. A pessoa que me encarava não era quem eu costumava ser. O reflexo era de uma casca vazia... bochechas marcadas de rímel, olhos vermelhos e inchados.Eu não via mais motivos para fingir ser forte, afinal, meus dias e
(NARRATIVA DE SOFIA)Deitei-me de costas, olhando sem rumo para o teto. O som do umidificador ao fundo era meu único contato com a realidade.Minha mente voltou ao passado. O primeiro homem com quem me casei era rico... décadas mais velho, mas rico. Era isso que importava para mim na época. Ele prometeu uma vida de luxo e opulência. Nunca me casei com ele por amor. Gostaria de nunca ter feito isso.Ele acabou se revelando um controlador que escondia a maior parte de sua riqueza de mim e me fazia conviver com um universo inteiro de regras e regulamentos, promessas vazias e sexo repugnante.Aguentei até não poder mais. Planejei esperar até que ele morresse... ele estava mais próximo de sua morte ou assim pensei... para herdar sua fortuna. Mas quando uma saída mais fácil me foi oferecida em uma bandeja de ouro, eu a agarrei.Certa noite, estava em um bar quando um estranho se aproximou de mim. Ele se ofereceu para me ajudar de uma maneira que eu não esperava. Os termos de sua proposta era
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Vou sair agora, por favor, assegure-se de que nada dê errado na minha ausência. — Disse, enquanto tirava meu avental de chef e o pendurava no trilho da cozinha.Eu tinha acabado de ensinar aos chefs uma nova iguaria e estava prestes a sair apressada porque tinha um compromisso importante.— Não se preocupe, Arielle. Tudo está sob controle. — Respondeu Rebecca com um sorriso tranquilizador.Eu assenti. — Obrigada. — Saí da cozinha, indo para o meu escritório. Lá dentro, peguei minha bolsa, mas, ao me preparar para sair, um pensamento me ocorreu e eu recuei, indo ao banheiro conectado ao meu escritório.Olhei para o espelho e percebi que, de acordo com meus instintos, alguns detalhes no meu visual precisavam de ajustes. Imediatamente, comecei a arrumar o cabelo, reaplicar o batom e borrifar perfume.O aroma de lavanda encheu o ar, acalmando meus nervos. Quando olhei para meu reflexo agora impecável no espelho, assenti e saí.No corredor, a caminho da saída, esbar
(NARRATIVA DE ARIELLE)Parei minha refeição, deixando os talheres deslizarem suavemente. Meu rosto esquentou de vergonha. — Ah, Jared e eu, estamos trabalhando nisso. — Gaguejei, tentando desviar a conversa.Mas Jared interveio rapidamente, com uma expressão envergonhada. — Na verdade, vovó, o problema é meu. Sou eu quem tem enrolado.Não completamente convencida, e sendo sua teimosa habitual, Jean insistiu em fazer para nós uma "sopa tônica", afirmando que era uma receita que aprendeu em suas viagens a uma vila remota.— Isso vai reacender a empolgação em seus sistemas. — Disse ela, com um sorriso travesso.Jared e eu trocamos olhares desconfortáveis. Que inferno, isso não estava nos nossos planos.— Vovó, realmente, não é necessário. — Protestou Jared, expressando exatamente o que eu também pensava.Mas ela não cedeu. — Bobagem, meu querido. Essa sopa faz milagres. Confie em mim.Após o jantar, ela foi para a cozinha e, com a ajuda do chef, começou a preparar a tal "sopa tônica". Min
(NARRATIVA DE JARED)Quando a manhã finalmente chegou, não consegui afastar a sensação de alívio que senti. Nunca desejei tanto que o dia amanhecesse como fiz na última noite.Dividir um espaço a sós com Arielle tinha sido uma ideia terrível. A noite passada foi pura tortura. O perfume dela me deixou louco. Mas fiquei aliviado por não ter feito nenhuma besteira e ter encontrado uma maneira de me controlar.Fui ao banheiro para escovar os dentes e jogar água no rosto e, enquanto fazia isso, notei as olheiras sob meus olhos.Não me surpreendeu que estivessem lá, porque eu não tive uma boa noite de sono.Mas dei de ombros e continuei com o que estava fazendo. Se alguém perguntasse, eu diria que fiquei acordado trabalhando até tarde.Com isso decidido, saí do vestiário. Ao chegar ao quarto principal, não havia sinal de Arielle. Provavelmente ela já tinha ido para a sala de jantar, como minha avó havia nos chamado mais cedo.Então, fui até a sala de jantar e, como eu imaginava, Arielle já e
(NARRATIVA DE SOFIA)Com todos contra mim, eu sabia que não poderia ficar remoendo para sempre. Eu precisava fazer algo e, sem nenhuma ideia viável, decidi seguir o conselho da minha mãe.Mas, para isso, eu precisava falar com Jared. Porém, isso também era uma tarefa hercúlea, então eu tive que pensar em quem poderia me ajudar a chegar até ele. O investigador dele veio imediatamente à minha mente.Eu o ouvi falando ao celular com Jared uma vez e, discretamente, peguei seu número no celular dele depois disso. Mesmo que na época eu não precisasse do contato, fiquei feliz por tê-lo anotado, pois parecia ser útil agora.Rapidamente, peguei o bloco de anotações onde escrevi o número e o transferi para o meu celular, discando em seguida. O celular tocou por uma eternidade, considerando o quão impaciente eu estava, até que uma voz grave atendeu.— Serviços Investigativos do Sr. Mark.— Oi, preciso falar com o Sr. Mark. — Eu disse.— Quem está falando? — Perguntou a voz.— Sou Sofia, de Jared…
(NARRATIVA DE ARIELLE)— De jeito nenhum! Você realmente passou a noite com ele? Por causa da avó dele? — A voz de Ashley estava cheia de descrédito.— Shh! Não dormimos juntos, Ashley! — Senti meu rosto esquentar ao lembrar da noite passada. — Nós apenas... ficamos no mesmo quarto, só isso.— Ah, claro — Ela provocou. — Tão inocente. Você sabe o que isso parece, não sabe?Esfreguei as têmporas, tentando soar menos desconcertada. — Ashley, você tem algo importante pra falar? É uma manhã cheia aqui, e achei que você estivesse atolada de trabalho também.— Pff. Estou fazendo um favor a você, quebrando sua concentração nesses pedidos. E se você sequer pensar em entrar em contato com ele de novo, eu vou te estrangular.O riso dela era contagiante, e me peguei sorrindo, apesar de tudo.— Certo. — Ela continuou, mudando ligeiramente o tom. — Lembra daquela vez que mencionei toda a história da máfia italiana?Revirei os olhos. — Vaguamente. Você quer dizer aquele caso que você teve com aquele
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Se eu cair, você vai junto comigo!Um arrepio percorreu minha espinha ao ver o brilho selvagem nos olhos de Sofia. Seu aperto no meu pulso ficou dolorosamente mais forte, suas intenções mais sombrias do que eu jamais poderia imaginar.O rosto de Stephen empalideceu, sua expressão mudando de choque para alarme. Ele se lançou para me puxar, mas Sofia torceu o corpo, travando meu pulso com um aperto de ferro, recusando-se a soltar.— Eu sei que você acabou de mandar seu pessoal ligar para Jared. Você acha que isso vai me assustar? — Ela zombou, sua voz pingando desdém. — Ótimo! Seria perfeito se ele nos visse juntos pela última vez.Seus olhos tinham um brilho maníaco, sugerindo que ela havia cruzado uma linha da qual nunca mais retornaria. Eu nunca a tinha visto assim... descontrolada, completamente dominada por ciúmes e amargura. Tentei puxar meu pulso, mas suas unhas cravaram ainda mais fundo, seu rosto se contorcendo em um esgar furioso.— Sofia, acalme-se! Vo