(NARRATIVA DE ARIELLE)Alguns dias depois, eu estava no trabalho, com o incidente com Jared deixado para trás e já quase esquecido.No dia seguinte à entrevista, contratei Stephen, apesar de suas tentativas constrangedoras de me bajular. — Amor à primeira vista. — Disse ele, algo que ignorei como nada mais que uma expressão embaraçosa de uma paixão juvenil.Com o passar dos dias, conheci-o melhor e percebi que tinha feito uma escolha acertada. No início, era difícil ligar aquele jovem ao grupo de elite que o Sr. Stone adorava ostentar. Mas, uma vez que ele se adaptou à função, percebi que ele era exatamente o que eu precisava.A atenção obsessiva de Stephen à qualidade dos alimentos e seu paladar sofisticado eram impressionantes para alguém tão novo. Não poderia estar mais satisfeita com ele — se ao menos ele pudesse moderar as declarações dramáticas de seu amor eterno por mim.Honestamente, já estava farta de suas teatralidades e frequentemente me via silenciosamente implorando para q
(NARRATIVA DE ARIELLE)Depois de sair do restaurante, Dwayne e eu passeamos pela cidade, aproveitando a sensação do sol quente na nossa pele. Ainda era difícil acreditar que ele estava realmente aqui, caminhando ao meu lado. Nossos telefonemas e mensagens diárias não eram a mesma coisa que tê-lo fisicamente presente.— Ainda estou em choque. — Eu disse, sorrindo para ele. — Porque você veio?Seus olhos brilharam de diversão enquanto ele me olhava. — Eu senti sua falta. Simples assim.Sua resposta me deixou momentaneamente sem palavras. Acho que nunca me acostumaria com o quão direto ele podia ser na maior parte do tempo. Caminhamos em um silêncio confortável por um tempo, apreciando a paisagem das ruas juntos.— Notei aquele jovem gerente. — Dwayne disse de repente, me fazendo parar surpresa. Eu havia contado sobre Stephen e até enviado uma foto, mas não esperava que ele reconhecesse Stephen tão facilmente, especialmente sem estar perto dele.— Ele olhou para você como se quisesse devo
(NARRATIVA DE JARED)Eu estava sentado no café, olhando para o meu relógio pela centésima vez, ou pelo menos era assim que parecia. Arielle não respondeu minha última ligação ou mensagem. Comecei a ficar preocupado. Será que ela mudou de ideia sobre me encontrar?Quando eu estava prestes a ligar para ela novamente, alguém entrou na minha linha de visão e sentou-se à minha frente na mesa.— Oi. — Disse ela, parecendo sem fôlego.— Oi .— Respondi, pausando enquanto meus olhos examinavam seu rosto. Ela parecia corada, do tipo que uma mulher fica quando recebe um elogio de um homem... ou algo mais.Aquele pensamento despertou um sentimento intenso de ciúmes em mim. Eu sabia que ela tinha saído com alguém quando fui procurá-la no restaurante, e não consegui evitar perguntar:— Você encontrou alguém novo para amar? — Perguntei, tentando soar despreocupado.Seu rosto escureceu, tomado pela incredulidade, e então imediatamente ficou frio.— Três anos e sua memória de repente ficou ruim? Você n
(NARRATIVA DE ARIELLE)Voltei para casa sentindo um turbilhão de pensamentos na minha mente. Meus olhos estavam abertos, mas não focados em nada em particular.Parecia que eu estava em uma encruzilhada, sobrecarregada pelo peso das escolhas passadas e pela decisão iminente que me aguardava.Suspirei aliviada, tomando um gole de água do copo sobre a mesa de centro, tentando me equilibrar. Uma dor de cabeça latejante começou a surgir devido ao meu pensamento incessante.O rosto de Jared apareceu subitamente na minha mente, e eu revirei os olhos involuntariamente.Relembrei os eventos do dia por reflexo... principalmente porque não conseguia tirar aquela memória da cabeça, por mais que tentasse. Uma imagem do rosto de Jared, triste e desolado, parecia pairar diante de mim, sobrepondo-se a qualquer outro pensamento. Se eu o ouvi bem, ele parecia realmente arrependido. Eu estava quase convencida de que ele era um homem diferente daquele de quem eu havia fugido há três anos.Mas um leopardo
(NARRATIVA DE REBECCA)Cheguei ao trabalho com um sorriso no rosto, sem nenhum motivo especial... o dia era tão comum quanto qualquer outro. Passei o dia realizando minhas tarefas no restaurante com a eficiência de quem age por memória muscular.— Quem vai atender a mesa oito? — Perguntou Stephen, colocando a cabeça para dentro da cozinha.Ele parecia mais animado do que no dia anterior, quando Arielle recebeu uma visita. Eu sabia exatamente o que o tinha incomodado, mesmo que ambos fingíssemos que esse não era o motivo.— Eu vou. — Anunciei finalmente. — Estará pronto em um segundo.— Tudo bem. Não queremos que os clientes esperem muito por seus pedidos — Ele disse, acenando com a cabeça antes de sair.Rapidamente preparei o pedido, um clássico prato inglês, imaginando o casal na mesa comemorando algo especial... talvez um aniversário ou um primeiro encontro.— Olá, pessoal! — A voz de Arielle soou quando ela entrou na cozinha. Meu coração disparou ao vê-la. Ela parecia um pouco pálid
(NARRATIVA DE SOFIA)— Srta. Sofia, aqui é a Rachel do departamento de serviços de cartão. Infelizmente, seu cartão de crédito foi recusado para a transação que você tentou realizar hoje.Minha mão congelou na borda do celular. — Como assim? Pode repetir?— O pagamento não pôde ser processado. Há outro cartão que você gostaria de usar?Engoli seco, a humilhação apertando em meu peito. Meu coração batia forte em meus ouvidos enquanto eu olhava fixamente para a carteira sobre a cama. Apertei o telefone com força, e minha voz tremeu quando finalmente respondi:— Não. Está... está tudo bem. Eu ligo de volta.A chamada terminou, e eu me joguei de volta nos travesseiros, meu corpo pesado de desespero. Sentada no meu quarto, com a garganta áspera de tanto chorar, olhei no espelho. A pessoa que me encarava não era quem eu costumava ser. O reflexo era de uma casca vazia... bochechas marcadas de rímel, olhos vermelhos e inchados.Eu não via mais motivos para fingir ser forte, afinal, meus dias e
(NARRATIVA DE SOFIA)Deitei-me de costas, olhando sem rumo para o teto. O som do umidificador ao fundo era meu único contato com a realidade.Minha mente voltou ao passado. O primeiro homem com quem me casei era rico... décadas mais velho, mas rico. Era isso que importava para mim na época. Ele prometeu uma vida de luxo e opulência. Nunca me casei com ele por amor. Gostaria de nunca ter feito isso.Ele acabou se revelando um controlador que escondia a maior parte de sua riqueza de mim e me fazia conviver com um universo inteiro de regras e regulamentos, promessas vazias e sexo repugnante.Aguentei até não poder mais. Planejei esperar até que ele morresse... ele estava mais próximo de sua morte ou assim pensei... para herdar sua fortuna. Mas quando uma saída mais fácil me foi oferecida em uma bandeja de ouro, eu a agarrei.Certa noite, estava em um bar quando um estranho se aproximou de mim. Ele se ofereceu para me ajudar de uma maneira que eu não esperava. Os termos de sua proposta era
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Vou sair agora, por favor, assegure-se de que nada dê errado na minha ausência. — Disse, enquanto tirava meu avental de chef e o pendurava no trilho da cozinha.Eu tinha acabado de ensinar aos chefs uma nova iguaria e estava prestes a sair apressada porque tinha um compromisso importante.— Não se preocupe, Arielle. Tudo está sob controle. — Respondeu Rebecca com um sorriso tranquilizador.Eu assenti. — Obrigada. — Saí da cozinha, indo para o meu escritório. Lá dentro, peguei minha bolsa, mas, ao me preparar para sair, um pensamento me ocorreu e eu recuei, indo ao banheiro conectado ao meu escritório.Olhei para o espelho e percebi que, de acordo com meus instintos, alguns detalhes no meu visual precisavam de ajustes. Imediatamente, comecei a arrumar o cabelo, reaplicar o batom e borrifar perfume.O aroma de lavanda encheu o ar, acalmando meus nervos. Quando olhei para meu reflexo agora impecável no espelho, assenti e saí.No corredor, a caminho da saída, esbar