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Todos os capítulos do A Rosa da Máfia : Capítulo 11 - Capítulo 20
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Doce e Delicada
Rosa se arrumou rápido, vestiu um vestido florido, o comprimento ia até perto dos joelhos e era de alcinhas. O dia estava quente, e o vestido era fresco. Calçou nos pés uma sandália de amarração velha e gasta, mas que ainda assim ficava bonita. Ela não comeu nada, envergonhada pela cena que protagonizara mais cedo.Quando terminou, correu para o quarto de Vitinho para ajudá-lo a se arrumar, mas tomou um susto ao bater de frente com uma parede imponente de quase dois metros. O homem parecia um leopardo pronto para o ataque, com uma expressão carregada.Vitinho sorria, já vestido, enquanto Guilherme penteava os cabelos negros do menino.— Antes que me acuse, eu não fiz nada. E, se quer saber, nem entrei no banheiro para ajudá-lo no banho. Só o instruí sobre onde estavam as coisas de que ele precisaria. Ele estava parecendo um porquinho de tão sujo. — Guilherme piscou para o menino.Mas era mentira. Guilherme tinha entrado no quarto para alertar Vitinho sobre segurança. O menino ficaria
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Escola
Guilherme e Rosa partiram rumo à escola em silêncio. Ele dirigia tranquilo, mas seus pensamentos estavam a mil. O colégio para o qual levava Vitinho era especial para ele. Ele e o irmão haviam estudado lá durante toda a infância e juventude. Era um lugar que carregava boas memórias, mas também era uma das poucas coisas em que investia sem pensar duas vezes. Guilherme não era só um ex-aluno: era um dos maiores investidores daquele colégio, o que o tornava praticamente um dos donos. Porém, esse detalhe ele fazia questão de manter em segredo.Quando chegaram, Rosa ficou deslumbrada. A arquitetura da escola era moderna, com amplos espaços verdes, playgrounds impecáveis e um ginásio que parecia de cinema. Ela deu alguns passos hesitantes pelo saguão, mas, logo, seu olhar caiu sobre as placas de bronze nas paredes, mostrando que aquele colégio era privado. Sem perceber, segurou na camiseta de Guilherme, como se buscasse algum tipo de segurança.— Eu... eu não tenho dinheiro para pagar uma e
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Restaurante
Guilherme parou o carro na frente de um restaurante elegante, o mais renomado da cidade. Era um lugar frequentado exclusivamente por pessoas da alta sociedade, com decoração impecável e atendimento exemplar. Ele escolheu aquele restaurante pensando em impressionar Rosa, mas, ao encará-la, percebeu pelo olhar dela que algo estava errado.— Rosa, está tudo bem? — ele perguntou, franzindo o cenho.Ela hesitou, mas acabou desabafando:— Você se importa se eu não te acompanhar?A pergunta o pegou de surpresa, e Guilherme não conseguiu disfarçar a preocupação.— Por que não quer me acompanhar?Ele perguntou, mas imediatamente se arrependeu. Guilherme sabia a resposta antes mesmo que ela dissesse. Provavelmente, Rosa estava com vergonha de entrar em um lugar tão luxuoso com ele. Mesmo que ela fosse, sem dúvida, a mulher mais linda que estaria naquele restaurante, ele sabia que ele próprio seria o alvo de olhares críticos e de reprovação. Apesar de ter muito dinheiro, a aparência de Guilherme
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Simplicidade
Jéssica chegou ao restaurante acompanhada por Cesar, amigo e primo de Guilherme.— Procuramos vocês no Good Food, mas Cesar me disse que vocês poderiam ter vindo para a churrascaria. Conhecendo bem minha irmãzinha querida, previ que ela não entraria em um restaurante como aquele. Ainda bem, porque, sem dúvida, iriam confundi-la com a garçonete.Jéssica sorriu alto, chamando a atenção de todos.— Se bem que os garçons lá estão super bem vestidos e portados, bem diferente de você, Rosa.Jéssica lançou um olhar de reprovação para a irmã.Mas Rosa não pareceu se incomodar com o que Jéssica dizia. Pelo contrário, simplesmente a ignorou.— Desculpe, querida Jéssica, mas não posso concordar com você dessa vez. — Rosa está linda — disse Cesar. — Ou melhor, ela é linda.Rosa não se importou com os ataques da irmã, já estava acostumada. Mas ficou extremamente incomodada com os galanteios de Cesar. Ele era sempre assim.Guilherme passou um rabo de olho para o amigo, também achou Rosa linda naque
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Perturbadorä
Guilherme e Rosa compraram alguns tecidos de diferentes cores. Ele notou que ela gostava de cores vivas e estampas alegres, então escolheram o que precisariam, como botões, linhas, alguns babados mais infantis, e até encontraram lubrificante para a máquina de costura. Em seguida, seguiram para uma papelaria. Guilherme se sentia feliz, embora não demonstrasse, e Rosa sorria como uma criança.— Pegou tudo o que o Vitinho vai precisar? — Guilherme perguntou, com um olhar ansioso.— Na verdade, eu nem sei muito o que é necessário. O básico, como cadernos e lápis, costumavam vir de doações na maioria das vezes. A escola, por ser pública, tinha um projeto para crianças carentes.Guilherme ficou pensativo. Como uma mulher tão refinada quanto Rosa poderia conviver com essa realidade de doações? Ele não entendia muito bem, mas, ao pensar nisso, se lembrou que o pai de Rosa talvez fosse a parte mais complicada da família, e isso explicava muita coisa.Com um suspiro, ele se aproximou de uma at
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Ignorando
Como imaginado, Guilherme encontrou com seu irmão, Gustavo.— Querido irmão, que bom te ver.— Deveria não me dirigir a palavra.Guilherme parecia um empresário comum como de fato se portava, mas não se parecia nada com o temido mafioso que era.Ele foi para sua sala, onde havia muitos documentos sobre a mesa.Cesar entrou na sala.— Poderia bater, pelo menos.— Está passando o dia ao lado de uma mulher linda como Rosa e ainda assim de mau humor, meu primo?Guilherme lançou um olhar ameaçador para Cesar.— Não fale de Rosa.Cesar levantou as mãos em sinal de paz.Revisaram rapidamente alguns contratos.— Como está Jéssica no trabalho? — Guilherme perguntou.— Não sei. Ela parece meio perdida e confusa quando peço alguma coisa, mas depois me entrega tudo realizado.— Sei.— Não entendi por que contratou pessoas de tão longe. Para completar, ainda trouxe uma criança.— Criança nunca foi o problema. Mas foi uma agência de empregos que enviou elas. Não sei como, porque há meses ninguém
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Punição
Quando Guilherme voltou, não estava na companhia de Vitinho.— E o Vitinho? — Rosa perguntou, notando sua ausência.— Ele está bem, ficou brincando com o filho de uma das mulheres que limpa a grama — respondeu Guilherme, tirando o chapéu e deixando-o sobre a mesa.No terreno da mansão, fabricavam-se vários tipos de produtos ilícitos, além dos vinhos, que eram transportados para todo o país e considerados os melhores, para disfarçar.Rosa sentiu um aperto no peito. Tinha medo de que Vitinho, empolgado na brincadeira, acabasse falando demais. Esse seria apenas mais um dos tantos medos que carregava. No fundo, sentia que deveria ter confrontado Jéssica e não aceitado levar a mentira adiante.Guilherme pegou uma garrafa de água e saiu sem dizer mais nada. Rosa suspirou e voltou para casa. Tinha uma pintura para terminar.Mais tarde, retornou à mansão, tomou um banho rápido e se sentou à frente da máquina de costura.Ela estava concentrada, ajustando as linhas e segurando um tecido entre o
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Sorriso
Guilherme entrou em casa como um furacão. Nem deu tempo para Meg falar com ele, mesmo ela tendo tentado.Ele tomou um banho rápido e, já vestido, pegava as chaves do carro e a carteira quando Meg bateu na porta do seu quarto.— Entre — disse Guilherme.Meg entrou.— Tenho boas notícias, menino — disse ela, com um sorriso proposital no rosto.— Pode dizer depois? Estou com pressa, Meg — respondeu ele.Ele já ia saindo. Queimava só de pensar em Rosa, linda, perto do gavião do PK. Pra completar sua raiva — ou melhor, ciúmes — PK era um homem bonito.Meg insistiu:— Você vai amar.Guilherme suspirou, impaciente.— Que boas notícias, Meg?— Rosa me procurou pra saber se eu não consigo um trabalho pra ela. Lá pertinho da minha casa tem um ateliê de costura. Falei com o dono, ele viu as costuras dela e ficou encantado. Vai arrumar um trampo pra Rosa — contou Meg.Guilherme mudou de cor. O dia não poderia estar pior.— Como é que é, Magnólia?! — exclamou ele.O nome "Meg" foi um dos primeiros
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Medo
Guilherme colocou Rosa no carro. Ela gostava disso.— Rosa, pode me prometer uma coisa?— Depende… do que seria?— Não pegue mais caronas com desconhecidos.— Da próxima vez que me destratar, eu… MEU DEUS, É ELE!O grito de Rosa preencheu o carro. Seus olhos estavam arregalados, o rosto tomado pelo pavor.Guilherme freou bruscamente. Por sorte, ambos estavam de cinto de segurança.No susto, Rosa se soltou, abriu a porta e pulou do carro, caindo desajeitada no asfalto. Um gemido de dor escapou de seus lábios ao torcer o pé.— Droga, Rosa! — Guilherme saiu apressado, deu a volta e a pegou nos braços.Ele sentiu o tremor no corpo dela e franziu o cenho, preocupado.— O que houve?Os olhos dela continuavam vasculhando a rua, como se procurassem um fantasma do passado. O pânico era evidente.— Era ele, Guilherme… Era ele…— Ele quem, Rosa?Ela engoliu em seco, a respiração ainda entrecortada.— Meu progenitor…O peso dessas palavras caiu sobre Guilherme como um soco. Ele não precisava de m
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Poder de estragar
Era madrugada, Rosa e Guilherme não conseguiam dormir pelo mesmo motivo.Ela se perguntava se realmente tinha visto o pai, e Guilherme estava intrigado com o medo que viu nos olhos dela.O pé de Rosa não exatamente doía, mas o inchaço incomodava. Ela poderia costurar até pegar no sono, mas Guilherme não tinha permitido que levasse a máquina para sua choupana. Sem opção, sentou-se do lado de fora, na pequena área da casa.Já Guilherme havia tomado outro banho, o terceiro da noite, e, mesmo assim, nada de sono. Decidiu abrir um vinho e sentar-se na varanda do seu quarto.Do alto, viu Rosa com os cabelos esvoaçantes, lendo um livro. Ele tentou ignorar, tentou mesmo, mas não conseguiu. Desceu para falar com ela.— Rosa — chamou ele.Ela se assustou, levando a mão ao peito.— Quer me matar, Guilherme? Deus, que susto! — exclamou Rosa.— Desculpe, não foi minha intenção — disse ele.— Se fosse, teria me matado de vez — retrucou ela, soltando um sorriso.Ele também sorriu, e Rosa aproveitou
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