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Poder de estragar

Era madrugada, Rosa e Guilherme não conseguiam dormir pelo mesmo motivo.

Ela se perguntava se realmente tinha visto o pai, e Guilherme estava intrigado com o medo que viu nos olhos dela.

O pé de Rosa não exatamente doía, mas o inchaço incomodava. Ela poderia costurar até pegar no sono, mas Guilherme não tinha permitido que levasse a máquina para sua choupana. Sem opção, sentou-se do lado de fora, na pequena área da casa.

Já Guilherme havia tomado outro banho, o terceiro da noite, e, mesmo assim, nada de sono. Decidiu abrir um vinho e sentar-se na varanda do seu quarto.

Do alto, viu Rosa com os cabelos esvoaçantes, lendo um livro. Ele tentou ignorar, tentou mesmo, mas não conseguiu. Desceu para falar com ela.

— Rosa — chamou ele.

Ela se assustou, levando a mão ao peito.

— Quer me matar, Guilherme? Deus, que susto! — exclamou Rosa.

— Desculpe, não foi minha intenção — disse ele.

— Se fosse, teria me matado de vez — retrucou ela, soltando um sorriso.

Ele também sorriu, e Rosa aproveitou
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