Guilherme avançou em Jéssica, César sabia que precisava interceder, caso contrário ele poderia machucá-la.— Solte ela, Guilherme, solte-a.César pedia.Jéssica começou a gritar como uma maluca e Guilherme não a soltava porque via Rosa chorando, e isso estava deixando ele atordoado. O choro de Rosa o incomodava em uma proporção surreal, ele odiava vê-la triste ou chorando.Então Guilherme percebeu que os cabelos de Rosa, que ele achava tão lindos, estavam cortados. Por sorte, a tesoura que Jéssica usava era de pequeno porte e Rosa tinha muito cabelo, o que dificultou o corte, mas ainda assim era notável perceber que os cabelos longos estavam apenas na altura dos ombros.Guilherme soltou Jéssica e agarrou-se em Rosa.— Está machucada? Você está machucada, Rosa, me diz, está machucada, responde.Ele a analisava, mas o toque dele era firme, chegando a machucar Rosa, então César também precisou interceder.— Solte ela, Guilherme, está machucando, solte ela, Guilherme.Então Guilherme per
Guilherme e Rosa pegaram estrada, depois que ele, com todo cuidado, fez o curativo no braço dela.Ele não era delicado. As mãos grandes, com calos devido ao trabalho braçal que ele nem precisava fazer, tinham um toque firme e pesado demais. Por isso, não facilitava tanta afabilidade — e ele nem tentava. Mas com Rosa, ele sabia que precisava ser cuidadoso. Secou as lágrimas e até beijou o local do curativo.Rosa não disse nada. Apenas agradeceu.Mas ele já se sentiu aliviado. Pelo menos ela não se esquivou do pequeno toque e gesto de carinho.Guilherme nem sabia onde levar Rosa. Conhecia alguns salões de beleza feminino porque Katrina não dirigia, e vez ou outra, quando conviviam, ele a deixava ou pegava em alguns desses espaços — que eram pura riqueza.A cidade era gigante e a economia e movimentação dos lucros era enorme. Lugares caríssimos e preços exuberantes e exagerados não faltavam ali.O fato é que Guilherme estava perdido. Eram salões muito chiques, e ele sabia que fariam perg
A recepcionista anunciou que Guilherme queria falar com Rosa. Pediu que ela descesse.Mas Rosa era atrevida. Mandou Guilherme subir até seu quarto.Ele subiu.Ela o esperava na porta.— Bem-vindo, Guilherme Moreau. Entre.— O que vim te falar, posso falar aqui mesmo, na porta.Jéssica sorriu.Guilherme estava com feição de poucos amigos.— Não faça essa desfeita. Entre.Guilherme entrou. Observou a champanhe no vaso, com bastante gelo.— Sabia que você viria.— Por isso a champanhe?Ela sorriu alto.— Exatamente. Sinto muito por não ser um dos seus excelentes vinhos.Jéssica serviu champanhe em duas taças e ofereceu uma a Guilherme.Ele não pegou. Olhava pra ela, com ódio.— Se sabia que eu vinha, deveria saber que não beberia champanhe com você.— Por que a raiva, querido?Ela desdenhava. Sabia o motivo de ele estar irritado.— Você está demitida. Quero você fora e longe. Bem longe da minha empresa, da vida de Rosa e de Vitinho também.Rosa bebeu todo o líquido da taça.Colocou a taç
Rosa dormiu o restante da tarde.Quando acordou, Guilherme não estava. Ele precisou conversar com César por telefone. Como era sobre Jéssica e também sobre Rosa, teve que ser no escritório, por conta do isolamento acústico.Guilherme queria saber tudo sobre a vida das irmãs. Quem realmente elas eram... e como vieram parar em sua empresa — ou melhor, em sua máfia.Rosa foi para sua casa.Antes disso, Guilherme havia ficado ali, observando ela dormir. Viu quando os pesadelos a atormentaram e, depois, a calmaria e a doçura voltaram a dominar sua expressão.Ele ficou excitado quando o vestido dela subiu, deixando à mostra as coxas grossas.Já em casa, Rosa tomou outro banho, olhou alguns tecidos e desenhou alguns modelos de peças. Já era noite. Ela estava sentada na varanda, quase terminando a leitura do livro que lia. A noite estava quente.Guilherme a observava de longe, montado em sua moto. Parou em frente à pequena casa. Ela estava tão concentrada que só percebeu sua presença ao ouvir
Rosa acordou, fez sua higiene matinal e tomou um café. Viu, pela janela, quando Guilherme saiu em uma moto. Era uma manhã de domingo.Ela pegou os tecidos e foi para a mansão costurar — assim aliviaria a tensão. Rosa perdeu a noção do tempo costurando, nem percebeu quando Guilherme chegou.— A cabeça dói? — ele perguntou, com voz grave.Ela gritou de susto, levando a mão ao peito.— Tá tentando bater meta em sustos? Deus! Vai me matar a qualquer hora... — reclamou, ofegante.Ele se aproximou dela, a expressão carregada, como se lutasse consigo mesmo.— Me perdoa por ter deixado você beber? — a voz era sincera, cheia de culpa.Ela levantou-se devagar.— Eu perdoo... Entendo que você não sabe quem eu sou. Mas juro que não vou prejudicar você.— Sei que não... — ele suspirou, desviando o olhar. — Não tenho medo disso. E não tô assustado e confuso por esse motivo.— E o que é então? — ela perguntou, franzindo o cenho.Ele se aproximou mais um pouco, com os olhos fixos nela. Com delicadeza
Rosa percebeu que Guilherme ficou intrigado, mas pensou que talvez ele não tivesse gostado do beijo… ou quem sabe, aquela metida da Katrina ainda mexesse com ele, e ele poderia não ter gostado dela ter se intrometido na história.— Ora, ora, parece que temos um casal apaixonado — Katrina tentou manter a pose, mas por dentro... ela fervia. Odiou ver a cena, odiou ainda mais perceber que Guilherme parecia mexido com Rosa.Já Gustavo se mantinha calado. Observava tudo com atenção, analisando cada detalhe. E estava fascinado por Rosa. Por dentro, pensava que talvez ela estivesse com Guilherme por interesse... talvez por dinheiro.— Vão embora — Guilherme exigiu, seco.— Precisamos conversar — Gustavo afirmou com firmeza.— Não temos o que conversar. Vão embora agora. E não voltem mais!— Precisamos ir até Gramado — insistiu Gustavo.Era uma cidade no Rio Grande do Sul. A mãe deles havia sido enterrada lá, e uma missa era realizada todos os anos. Os irmãos sempre se deslocavam para a cerim
No restante do domingo, Guilherme tentou uma aproximação com Rosa, mas ela fugiu.Até seus tecidos ela deixou na máquina de costura... Ele suspirou, pensativo, talvez fosse melhor ceder e deixá-la levar aquela máquina para a casa dela de uma vez por todas.Na segunda-feira, era dia de vindima — a tradicional colheita manual das uvas. Raramente, na propriedade, Guilherme optava pela colheita mecânica. Gostava da tradição, do burburinho dos homens, do som das tesouras cortando os cachos e da conversa fiada no meio das parreiras.Enquanto isso, algumas mulheres se juntaram a Meg e Rosa na cozinha para ajudar nos preparativos do almoço. Estava uma bagunça gostosa, barulhenta, cheia de risos. Guilherme, como de costume, ajudava os homens. Cada um com sua tesoura, iam trabalhando com afinco.À noite, todos se reuniriam ao redor da fogueira para ouvir modas de viola, comer carne assada e beber um bom vinho.Mas, no momento do almoço, Guilherme e Meg perceberam a ausência de Rosa. Ele sabia o
Os dias seguiam nada tranquilos. Guilherme continuava tentando obter mais informações sobre a família Rosa — queria saber quem eram todos eles.Rosa até tentava fugir de Guilherme, mas era quase impossível. Adorava os beijos dele.— Gui, não podemos fazer isso — murmurou ela, com a respiração acelerada.Ele estava grudado nela na cozinha, em plena tarde, com um calor imenso lá fora. Dentro da cozinha, tudo parecia ainda mais quente.Guilherme enfiou a língua dentro da boca dela, e Rosa correspondeu. Tinha aprendido direitinho.A excitação dele era tamanha que chegava a doer.— Me diga o que não podemos, Rosa? — ele provocou, a voz rouca de desejo.Ela esqueceu de reclamar. Nem sabia mais se conseguiria ficar sem os beijos dele.Vitinho estava na casa de Tião, brincando com as gêmeas que tinham a mesma idade que ele.— Sabe, Rosa... às vezes acho que você usa esses vestidos só pra me provocar — ele murmurou, encostando os lábios outra vez nos dela.Mas Rosa não deixava passar disso, e