Medo

Guilherme colocou Rosa no carro. Ela gostava disso.

— Rosa, pode me prometer uma coisa?

— Depende… do que seria?

— Não pegue mais caronas com desconhecidos.

— Da próxima vez que me destratar, eu… MEU DEUS, É ELE!

O grito de Rosa preencheu o carro. Seus olhos estavam arregalados, o rosto tomado pelo pavor.

Guilherme freou bruscamente. Por sorte, ambos estavam de cinto de segurança.

No susto, Rosa se soltou, abriu a porta e pulou do carro, caindo desajeitada no asfalto. Um gemido de dor escapou de seus lábios ao torcer o pé.

— Droga, Rosa! — Guilherme saiu apressado, deu a volta e a pegou nos braços.

Ele sentiu o tremor no corpo dela e franziu o cenho, preocupado.

— O que houve?

Os olhos dela continuavam vasculhando a rua, como se procurassem um fantasma do passado. O pânico era evidente.

— Era ele, Guilherme… Era ele…

— Ele quem, Rosa?

Ela engoliu em seco, a respiração ainda entrecortada.

— Meu progenitor…

O peso dessas palavras caiu sobre Guilherme como um soco. Ele não precisava de m
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