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Todos os capítulos do As Criaturas Mais Sombrias : Capítulo 1 - Capítulo 10
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Prólogo
As nuvens escuras de tempestade rodeavam as montanhas do norte como um mau agouro, o vento frio e forte afugentava os moradores da aldeia que se escondiam dentro de suas casas pequenas, trancando portas e janelas e acendendo lareiras, as mães abraçavam suas crianças fazendo-as ficar em silêncio. Não era estranho as tempestades nas montanhas, mas aquele dia tinha uma aura diferente, todos podiam sentir, humano ou não, tendo magia ou não, havia um aviso no ar de que alguma coisa estava prestes a acontecer. Da torre oeste do palácio, o imperador olhava pela janela as primeiras gotas de chuva e o reflexo de um raio que acabara de cair, ele podia jurar que no piscar da luz nas nuvens asas grandes batiam na direção deles. Mas não podia ser, ele pensou, talvez fosse o nervosismo que havia se instalado nos últimos meses desde a visita ao oráculo de Sohros, aquela visão confusa de sangue e escuridão assombrava seus sonhos todas as noites desde então. Sua esposa a imperatriz e seus dois filhos
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Olhos Dourados
Minha cabeça latejava como se um punhal estivesse atravessando meu cérebro, os gritos dos cavaleiros treinando ao fundo pareciam distantes quando uma pontada cruel vinha e me deixava tonta. Sam era só suspiros ao meu lado admirando os rapazes que à àquela altura já estavam sem camisa e cobertos de suor, o calor naquele dia em particular estava insuportável, choveria em breve eu tinha certeza, apesar do céu claro e sem nuvens aquele clima abafado só podia significar uma coisa: uma tempestade muito feia estava chegando.Mas não era apenas o clima que me dizia isso, eu podia sentir que algo se aproximava, sorrateiro e agourento, os sonhos que eu havia tendo ultimamente eram mau presságio, o arrepio que subia pela minha espinha vez ou outra também. Sam sabia que eu andava preocupada e tentava ao máximo me distrair, nesse dia fora o treinamento externo, no dia anterior o passeio para buscar ervas medicinais na floresta, a semana toda uma ocupação diferente. No fim isso também era para dist
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Outra lenda para assustar crianças
Me afastei assustada da fonte e caí com a bunda no chão, Sam parecia ter se recuperado do choque inicial, ela me levantou e me puxou apressada._ Vamos, você precisa ir para o seu quarto, ninguém pode ver isso Ash, entendeu?_ Por que? – Fiquei ainda mais assustada com o tom preocupado que ela havia dito aquilo. – Para Sam! – Puxei meu braço do seu aperto e paramos perto da entrada dos corredores. Ela segurou meus braços e olhou pra mim séria._ Aisling, as pessoas desse lugar não podem ver seus olhos, vamos para um lugar seguro e eu te explico.Eu nunca havia visto ela agir daquela maneira tão séria, ela era naturalmente mandona, cresceu como uma princesa e sempre teve tudo o que quis, mas nunca tinha usado aquele tom de ordem, não comigo.Encontramos alguns alunos no caminho, mas nenhum reparou em nós, a maioria estava nas salas de aula e conseguimos chegar ao meu quarto no andar onde eu morava com Lenora, Sam trancou a porta quando entramos. Ela então ficou um pouco mais calma e
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Revirando as memórias
Lenora me olhou pensativa por dois segundos antes de sair sem dizer nada, Sam e eu nos encaramos confusas mas não levou muito tempo até que Lenora retornasse com dois frascos em suas mãos. Ela parecia cansada, ela sempre parecia, mas naquele dia parecia mais, Lenora me ofereceu os frascos que ela segurava, um pequeno com um liquido azul claro e um maior com um líquido vermelho._ Isso vai te ajudar com as dores de cabeça, - ela disse me passando o liquido vermelho primeiro- beba o frasco todo, e esse aqui - ela disse oferecendo o menor - você pinga uma gota em cada olho, vai fazer com que eles voltem a cor normal. Aquilo foi estranho, ela já tinha exatamente o que eu precisava mesmo sem saber o que tinha acontecido, minha expressão deve ter deixado claro meus pensamentos pois ela continuou. _ Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria, era uma questão de tempo até seu selo se desgastar. Eu só não esperava que fosse tão rápido. Ela se sentou em minha cama e olhou para mim
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Fingindo normalidade
Lenora, Sam e eu combinamos que enquanto a formatura não chegasse nós agiríamos como se nada tivesse normalmente, tomei a poção de líquido vermelho para ajudar com as dores de cabeça que minha mãe me deu na noite anterior e pinguei uma gota da azul em cada olho, que era apenas um glamour para que ninguém visse a cor dos meus olhos. Naquela manhã eu havia acordado bem melhor, finalmente tinha dormido o suficiente e me sentia físicamente normal, mentalmente por outro lado eu estava perturbada. Não prestei atenção à aula de poções o suficiente e acabei explodindo o pequeno caldeirão, poções não eram meu forte então a professora não ficou impressionada, fui derrubada pelo menos três vezes no tatame no treinamento de luta o que já era uma coisa incomum, acabei inventando que estava com dores de cabeça novamente e ele pareceu acreditar e me dispensou mais cedo, saindo do vestiário vejo alguém encostado na parede a minha frente, era Fin, o garoto prodígio, eu o ignorei e passei por ele mas
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Mudança de Planos
O barulho dos gritos era vinha de toda parte, alguns que estavam mais perto das janelas gritavam de dor por terem sido atingidos pelos cacos de vidro, outros de medo. Sam que estava ao meu lado me puxou rapidamente para debaixo da nossa mesa, meu ouvido fazia um barulho irritante e me deixava atordoada, os outros alunos especialistas em batalha começaram a correr para o corredor prontos para atacar quem viesse assim como haviam treinado tantas vezes, mas depois de alguns minutos de espera nenhum inimigo apareceu.Me levantei e me aproximei das janelas, além do caos de alunos procurando invasores não havia mais nada. Me assusto com uma mão tocando meu ombro de repente._ Aisling vem comigo, – era Fin – você também Samantha. – Ele saiu puxando meu braço apressadamente, quando saímos o corredor das salas estava cheio demais, todos confusos se perguntando o que havia acontecido, estavam tão focados que não perceberam quando nós três passamos por eles, Fin nos conduzindo em direção a torre
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Deixando tudo para trás
Passamos o dia seguinte fazendo os preparativos para a partida, Sam partiu de manhã para casa disposta a buscar toda informação possível nas lendas do seu povo, combinamos que se ela achasse algo urgente nos encontraríamos no meio do caminho para as montanhas num vilarejo que ficava a uma distância razoavel de Avillar, que ela poderia fazer a cavalo em poucas horas. Ela estava preocupada isso era óbvio, mas também estava visivelmente desapontada por não passar um tempo com sua paixão platônica. Olhei para o meu companheiro de viagem que lia e fazia anotações em um caderno que ele levaria em sua mochila, um cacho de cabelo preto pendia sobre sua testa bronzeada pelo treinamento ao ar livre, eu entendia Sam, ele era muito atraente olhos cor de mel, rosto marcante com mandíbulas fortes, lábios carnudos mais que convidativos. Ele estava concentrado em sua missão de tentar prever o máximo de problemas que poderíamos ter, o que eu achava impossível, do jeito que os problemas me seguiam qu
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Calmo demais
Estávamos na estrada já faziam cinco dias e até aquele momento tudo estava relativamente tranquilo, esses foram os dias necessários para saírmos do território de Vellezia, a cavalo parando ocasionalmente para acamparmos ou passarmos a noite em uma vila próxima, Fin se apresentava como meu irmão e Lenora nos aconselhou a usarmos nomes falsos, ela acreditava que no momento que o que me procurava soubesse que eu não estava em Avillar com Sam tentariam me rastrear, eu não tinha tanta certeza mais se o ataque ao Instituto tinha haver comigo, mas nada era muito certo até então e eu ainda não tinha notícias de Sam, nenhum pássaro mágico havia me encontrado com recados, e la no fundo isso me incomodava um pouco. Eu nunca tinha saído das redondezas do Instituto, mal ia a cidade sozinha já que Lenora era bastante paranóica quando se tratava da minha segurança, essa experiência estava sendo a mais estressante e a mais emocionante ao mesmo tempo pra mim. Eu tentava não deixar o medo do desconhe
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Capturada
*****Caros leitores este capítulo contém cenas que podem ser perturbadoras para alguns, como violência e abuso sexual. Leiam com sabedoria, abraços da autora.******Keira era a única no grupo que eu reconheci, havia mais uma mulher e os demais eram homens, eles já não se importavam se eu veria seus rostos o que me fez imaginar que sua intenção era me matar. Eu estava surtando por dentro mas não conseguia esboçar nada por fora, respirei fundo algumas vezes para me acalmar e comecei a analisar o local onde estávamos, ainda parecia a floresta de Selestria, as mesmas árvores e arbustos estavam a nossa volta tornando o lugar um enorme labirinto, eu teria que dar um jeito de me localizar e encontrar a estrada. O que será que haviam feito com Fin? Isso me preocupava demais, se nem ele que era capacitado conseguiu nos salvar como que faria isso sozinha?A noite tinha sido assustadora e eu não consegui pregar os olhos com medo de que eles tentassem me machucar, agora estávamos caminhando pela
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Uma companhia na tempestade
Fin finalmente começou a acordar, com uma dor de cabeça horrível e começava a sentir a dor de um possível ferimento na costela, ao abrir os olhos ele percebeu que não estava no meio da estrada mas deitado sobre uma manta de baixo da sombra de uma pequena tenda, era um tecido muito bonito e ornamentado do tipo que apenas a nobreza usa. A dor do ferimento na costela começara a incomodar mais, sentando-se levantou a camisa e viu um curativo no local com uma leve mancha de sangue fresco, olhou em volta tentando entender onde estava mas antes que ele pudesse se levantar Sam entra pela fenda da tenda com um cantil na mão._ Finalmente! – Ela diz suspirando aliviada e se aproximando de onde Fin estava sentado – como se sente? Seu ferimento foi feio, os covardes que atacaram vocês usaram uma adaga envenenada pra te apagar, sorte a sua que consegui chegar à tempo ou estaria morto._ Onde está Ash? – A voz de Fin saiu rouca, sua garganta estava seca e Sam ofereceu-lhe o cantil com água._ É o qu
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