Estávamos na estrada já faziam cinco dias e até aquele momento tudo estava relativamente tranquilo, esses foram os dias necessários para saírmos do território de Vellezia, a cavalo parando ocasionalmente para acamparmos ou passarmos a noite em uma vila próxima, Fin se apresentava como meu irmão e Lenora nos aconselhou a usarmos nomes falsos, ela acreditava que no momento que o que me procurava soubesse que eu não estava em Avillar com Sam tentariam me rastrear, eu não tinha tanta certeza mais se o ataque ao Instituto tinha haver comigo, mas nada era muito certo até então e eu ainda não tinha notícias de Sam, nenhum pássaro mágico havia me encontrado com recados, e la no fundo isso me incomodava um pouco. Eu nunca tinha saído das redondezas do Instituto, mal ia a cidade sozinha já que Lenora era bastante paranóica quando se tratava da minha segurança, essa experiência estava sendo a mais estressante e a mais emocionante ao mesmo tempo pra mim. Eu tentava não deixar o medo do desconhe
*****Caros leitores este capítulo contém cenas que podem ser perturbadoras para alguns, como violência e abuso sexual. Leiam com sabedoria, abraços da autora.******Keira era a única no grupo que eu reconheci, havia mais uma mulher e os demais eram homens, eles já não se importavam se eu veria seus rostos o que me fez imaginar que sua intenção era me matar. Eu estava surtando por dentro mas não conseguia esboçar nada por fora, respirei fundo algumas vezes para me acalmar e comecei a analisar o local onde estávamos, ainda parecia a floresta de Selestria, as mesmas árvores e arbustos estavam a nossa volta tornando o lugar um enorme labirinto, eu teria que dar um jeito de me localizar e encontrar a estrada. O que será que haviam feito com Fin? Isso me preocupava demais, se nem ele que era capacitado conseguiu nos salvar como que faria isso sozinha?A noite tinha sido assustadora e eu não consegui pregar os olhos com medo de que eles tentassem me machucar, agora estávamos caminhando pela
Fin finalmente começou a acordar, com uma dor de cabeça horrível e começava a sentir a dor de um possível ferimento na costela, ao abrir os olhos ele percebeu que não estava no meio da estrada mas deitado sobre uma manta de baixo da sombra de uma pequena tenda, era um tecido muito bonito e ornamentado do tipo que apenas a nobreza usa. A dor do ferimento na costela começara a incomodar mais, sentando-se levantou a camisa e viu um curativo no local com uma leve mancha de sangue fresco, olhou em volta tentando entender onde estava mas antes que ele pudesse se levantar Sam entra pela fenda da tenda com um cantil na mão._ Finalmente! – Ela diz suspirando aliviada e se aproximando de onde Fin estava sentado – como se sente? Seu ferimento foi feio, os covardes que atacaram vocês usaram uma adaga envenenada pra te apagar, sorte a sua que consegui chegar à tempo ou estaria morto._ Onde está Ash? – A voz de Fin saiu rouca, sua garganta estava seca e Sam ofereceu-lhe o cantil com água._ É o qu
Depois que as duas covardes fugiram de mim, eu corri o mais rápido que pude para o que eu achava que era o norte, mas eu estava completamente perdida. Precisava voltar e achar Fin, eu não sabia se ele estava ferido e precisava de ajuda, eu evitava pensar no pior enquanto andava na escuridão sem rumo, o dia logo amanheceria e eu poderia ter uma visão melhor de onde estava.Depois de umas duas horas caminhando o sol finalmente começava a sair, as árvores de copas altas atrapalhavam a maior parte da luz entrar, a floresta onde eu estava parecia ter ficado mais fria a medida que eu avançava, uma leve neblina cobria o solo, e eu comecei a ouvir um barulho que parecia água. Caminhei na direção do som e era de fato um riacho, eu estava morrendo de sede, depois de encher minha barriga olhei meu reflexo na água, eu estava horrível. Minha pele estava coberta de sangue seco e sujeira, minhas roupas rasgadas e imundas e meu cabelo completamente desgrenhado.Lavei meu rosto na água gelada e meu ca
Samantha e Fin começaram sua caminhada um dia depois de se encontrarem, o pássaro havia seguido a essência de Aisling e acabou encontrando o acampamento abandonado e os homens mortos em estado deplorável na floresta, pelas duas cabeças encontradas no local Sam soube que eram apenas queles os mortos, eles não tinham certeza se eram as mesmas pessoas que sequestraram Ash já que Fin havia descrito pelo menos cinco, entretanto o pássaro reconheceu a essência de Ash em um pedaço de roupa rasgado perto dos corpos dilacerados.Sam ficou desesperada ao ver os corpos pelos olhos do pássaro, ela temeu que o de sua amiga estivesse em algum lugar próximo, mas o pássaro encontrou apenas aquele pedaço de pano que pertencia a Aisling. Eles seguiram o caminho à cavalo até o acampamento e perceberam que aquela trilha não fazia parte dos mapas e que o caminho que estavam seguindo voltava um pouco possivelmente levando de volta para Vellezia.Revistando o acampamento eles encontraram alguns pertences ab
A energia que cercava o lugar era densa, era algo que eu nunca tinha visto antes em toda a minha vida, não que eu tivesse vivido muita coisa presa no Instituto. Mas aquilo era colossal, se estendia por quilômetros a perder de vista pelo campo, era translúcida e brilhava uma cintilância encantadora, mas nada se podia ver através. Era como as águas de um rio cheio de cristais no fundo, era lindo.Saindo da floresta eu caminhei para mais perto, a grama verde parecia ainda mais viva a medida que eu chegava perto da coisa, quando me dei conta eu estava há menos de dois metros e aquilo me puxava como um inseto para a luz. Eu parei para admirar aquela magia que exalava poder ancestral, tudo estava estranhamente silencioso, não havia barulho de pássaros ou qualquer outro animal e isso nunca indicava um bom sinal, porém mesmo sabendo que deveria sair dali eu não consegui, aquela coisa parecia cantar baixinho uma melodia triste quando eu me aproximava mais, até que um som assustador se sobressa
As nuvens escuras de tempestade rodeavam as montanhas do norte como um mau agouro, o vento frio e forte afugentava os moradores da aldeia que se escondiam dentro de suas casas pequenas, trancando portas e janelas e acendendo lareiras, as mães abraçavam suas crianças fazendo-as ficar em silêncio. Não era estranho as tempestades nas montanhas, mas aquele dia tinha uma aura diferente, todos podiam sentir, humano ou não, tendo magia ou não, havia um aviso no ar de que alguma coisa estava prestes a acontecer. Da torre oeste do palácio, o imperador olhava pela janela as primeiras gotas de chuva e o reflexo de um raio que acabara de cair, ele podia jurar que no piscar da luz nas nuvens asas grandes batiam na direção deles. Mas não podia ser, ele pensou, talvez fosse o nervosismo que havia se instalado nos últimos meses desde a visita ao oráculo de Sohros, aquela visão confusa de sangue e escuridão assombrava seus sonhos todas as noites desde então. Sua esposa a imperatriz e seus dois filhos
Minha cabeça latejava como se um punhal estivesse atravessando meu cérebro, os gritos dos cavaleiros treinando ao fundo pareciam distantes quando uma pontada cruel vinha e me deixava tonta. Sam era só suspiros ao meu lado admirando os rapazes que à àquela altura já estavam sem camisa e cobertos de suor, o calor naquele dia em particular estava insuportável, choveria em breve eu tinha certeza, apesar do céu claro e sem nuvens aquele clima abafado só podia significar uma coisa: uma tempestade muito feia estava chegando.Mas não era apenas o clima que me dizia isso, eu podia sentir que algo se aproximava, sorrateiro e agourento, os sonhos que eu havia tendo ultimamente eram mau presságio, o arrepio que subia pela minha espinha vez ou outra também. Sam sabia que eu andava preocupada e tentava ao máximo me distrair, nesse dia fora o treinamento externo, no dia anterior o passeio para buscar ervas medicinais na floresta, a semana toda uma ocupação diferente. No fim isso também era para dist